Polêmica

Advogada de filho de Chico Anysio sobre testamento anulado: “Parecia programa humorístico”

Foto: STEFANO MARTINI/ED. GLOBO

Morto há oito anos, aos 80, Chico Anysio deixou um patrimônio estimado em R$ 150 milhões para seus herdeiros (segundo o colunista Léo Dias) e, esta semana, teve seu testamento anulado pela Justiça.

 

A anulação aconteceu já que, segundo a sentença proferida pelo Juiz da 2ª Vara da Família da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, Chico contemplou a totalidade de seus bens, quando deveria ter contemplado apenas a metade deles, segundo a disposição do Código Civil.

Nizo Neto, filho de Chico e um dos herdeiros contesta a informação sobre valor da herança. “Meu pai deixou de herança o legado e a obra, que é lindo! Financeiramente, não deixou nada”, disse. “As pessoas acham que eu sou milionário, o que seria normal, tratando-se de um homem como a história de Chico Anysio. Ele foi um homem que não se organizou para deixar bens materiais”, revelou.

O filho de Chico entrou em detalhes sobre o testamento: “Para não dizer que ele não deixou nada, ele deixou um apartamento, o que ele morava, que vai ser dividido entre todos os herdeiros, que não são poucos (nove filhos mais a viúva, Malga di Paula). Detalhe: o apartamento está atolado em dívidas de IPTU e de condomínio. Ele também tinha duas lojas no Barra Garden (shopping) que também estão na mesma situação, cheia de dívidas. Eu acho que cada um (dos beneficiários na herança) vai ganhar no máximo uns 100 mil reais”, finalizou.

Além disso, ele não contemplou um de seus filhos, o humorista Lug de Paula, de 63, na herança. Por conta dessas falhas na elaboração do testamento, os herdeiros se uniram e entraram com um pedido de anulação do mesmo, que foi concedido pela Justiça. Pela lei brasileira, os filhos e a esposa/marido não podem ter os nomes retirados da divisão de bens.

Martha Christina Mariotti Claro, advogada de Lug de Paula, falou sobre as falhas do documento. “O testamento tinha erros técnicos jurídicos que levaram à anulação. Não fora só a questão do Lug [de Paula] não ter sido contemplado no testamento do Chico.

 

Acontece que o documento cedia a integralidade dos bens, sem respeitar a legítima. Fora isso, o testamento mais parecia outro programa humorístico do saudoso Chico, determinando divisão de bens de forma incoerente. Como, por exemplo, dispondo sobre conteúdo dentro de lados de armários”, explicou a profissional.

Lug ficou conhecido por viver o personagem Seu Boneco na Escolinha do Professor Raimundo, humorístico protagonizado por Chico Anysio. Ele já foi casado com a a atriz Heloísa Périssé, de 53, com quem tem Luisa, de 21.

Além de Lug, o humorista também é pai de Nizo Neto (o Seu Ptolomeu, do mesmo programa, também dublador), Bruno Mazzeo (ator e roteirista), André Lucas (humorista), Rico Rondelli, Cícero Chaves, Vitória e Rodrigo. Chico também é tio do ator Marcos Palmeira, filho do cineasta Zelito Vianna, irmão do humorista; e da atriz Maria Maya, filha de Cininha de Paula, sobrinha do humorista.

Com Revista Quem e TV & Famosos (UOL)

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Parte das cinzas de Chico Anysio vai para o Ceará e outra parte vai para o Projac

O corpo do humorista Chico Anysio será cremado amanhã (25), às 13h, no Cemitério do Caju, zona portuária do Rio, em cerimônia particular para a família. De acordo com Paulo César Pimpa, advogado de Chico, o humorista pediu em testamento que metade das cinzas seja levada para Maranguape, no Ceará – sua cidade natal – e a outra, para o estúdio do Projac (da Rede Globo), em Jacarepaguá, zona oeste. Lá, são feitas as gravações dos programas da emissora.

O velório do comediante Chico Anysio, 80 anos, marcado anteriormente para ser liberado ao público ao meio-dia só foi aberto aos fãs a partir das 13h, onde centenas de pessoas aguardavam desde o início da manhã, quando o corpo chegou ao Theatro Municipal, a abertura dos portões.

Durante o velório, o irmão mais velho do comediante, Heleno di Paula, leu um texto, escrito por ele há mais de dez anos. Antes, os parentes, amigos e colegas de trabalho, rezaram um padre-nosso e fizeram uma salva de palmas.

A ex-ministra Zélia Cardoso de Mello chegou ao velório, acompanhada do casal de filhos que teve com o comediante, quando foram casados. Ela veio de Nova York, onde mora.

O governador do Rio, Sérgio Cabral, disse na saída do velório que Chico era um artista extraordinário. “Um gênio do humor que realizou com maestria a transição do rádio para a televisão e citou o professor Raimundo como um dos seus personagens preferidos.”

Chico estava internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, zona sul da capital fluminense, desde o dia 22 de dezembro do ano passado, quando teve uma hemorragia digestiva. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, Chico Anysio teve duas paradas cardíacas.

Fonte: Agência Brasil

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Mais de cinco mil fãs se despediram de Chico Anysio no velório; cremação é hoje

Terminou por volta das 20h deste sábado (24), no Theatro Municipal, no Centro do Rio de Janeiro, o velório do humorista Chico Anysio. Segundo a Central Globo de Comunicação, mais de cinco mil pessoas passaram pelo local para prestar homenagem ao artista cearense.

Chico morreu na última sexta-feira (23), aos 80 anos, no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul, onde estava internado havia três meses. Ele teve uma parada cardiorrespiratória, causada por falência múltipla dos órgãos, decorrente de choque séptico causado por infecção pulmonar.

“Chico Anysio não morreu, está no coração de todos os brasileiros. É feito Pelé. Por isso que vocês viram o povo vindo ao velório, mesmo debaixo de chuva. Teve até gente de muleta passando por aqui. Nada foi mais importante do que esse comparecimento do público”, disse André Lucas, filho do comediante.

Quem também conversou com os jornalistas na saída do Theatro Municipal foi o ator Lúcio Mauro. Emocionado, relembrou os anos de trabalho ao lado do humorista, a quem considerava “um irmão”. “Chico é amor, é saudade. Convivi com ele por 70 anos. Construímos uma amizade permanente. Considerava Chico Anysio um membro da minha família. Hoje peço perdão, pois deveria tê-lo amado mais, demonstrado mais este amor”, destacou Lúcio.

A ex-ministra Zélia Cardoso de Mello, que teve dois filhos com Chico Anysio, disse que os jovens estavam muito abalados. “Inteligência, talento, criatividade, é difícil dizer qual o maior legado deixado por ele”, disse Zélia.

Cremação

Segundo advogado Paulo César Pimpa, o corpo de Chico Anysio será cremado às 13h neste domingo (25), no Cemitério do Caju, na Zona Portuária do Rio. Chico deixou um testamento e pediu que metade de suas cinzas fossem levadas para Maranguape, a cidade onde nasceu no Ceará, e outra metade para o Projac.

Fãs

Fãs chegaram cedo para acompanhar o velório. A concentração aumentou a partir das 12h, horário inicialmente divulgado para a abertura dos portões, e centenas de pessoas se acumularam na calçada, em meio a fotógrafos e jornalistas. Às13h30, o público finalmente pôde entrar. Por volta das 16h30, uma forte chuva tomou o local, o que fez o público se dispersar.

Familiares e amigos

Pela manhã, os atores Bruno Mazzeo e Nizo Neto, filhos do humorista, foram os primeiros a chegar ao local. Também prestaram as últimas homenagens o irmão do humorista, o diretor Zelito Viana; os sobrinhos, o ator Marcos Palmeira e a diretora Cininha de Paula, sua filha, a atriz Maria Maya; as atrizes Marília Pêra, Glória Pires, Natália Thimberg, Arlete Salles, Ana Furtado e Juliana Didone; os atores Emilio Orciollo Neto, Tim Rescala, Marcos Veras, Marcius Melhem, Leandro Hassum, Marcelo Madureira, Hélio de La Peña, Tom Cavalcanti, o cantor Elymar Santos e os diretores Daniel Filho e Boninho, e o governador Sérgio Cabral, entre outros.

A ex-ministra Zélia Cardoso de Mello e os dois filhos que teve com Chico Anysio chegaram por volta das 12h20 ao Theatro Municipal. A família, que mora em Nova York, desembarcou no Rio na manhã deste sábado e seguiu direto para o velório. Os três entraram pela entrada principal e não quiseram falar com a imprensa.

Ao longo de seus 65 anos de carreira, o cearense Chico Anysio criou mais de 200 personagens e foi um dos maiores humoristas do Brasil com destaque no rádio, na TV, no cinema e no teatro.

Além de se dedicar ao humor, Chico também foi artista plástico. Apaixonado pela pintura, retratou paisagens ao redor do mundo a partir de fotografias que tirava dos países que visitava. Realizou exposições de seus quadros em diversas galerias do Brasil e chegou a afirmar que gostaria de ter dedicado mais tempo à atividade. Ele deixa oito filhos e completaria 81 anos no dia 12 de abril.

Fonte: G1

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Portões se abrem ao público em velório de Chico Anysio

Parentes e amigos dão último adeus ao humorista Chico Anysio, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na área central da cidade. O corpo chegou por volta das 6h30, e os fãs já se aglomeravam do lado de fora, esperando que o local fosse liberado para visitação, o que ocorreu pouco depois do meio-dia.

Para o ator Milton Gonçalves, Chico Anysio era tranquilo, sem estrelismo. “Um ser humano que fazia humor de maneira muito boa e é uma pena que ele tenha ido”, disse. O ator Paulo César Grande destacou que Chico foi um dos maiores humoristas do país. “[Pessoa] maravilhosa que fez tudo de maravilhoso e nós vamos relembrá-lo sempre através dos videoteipes da vida”.

A atriz Cláudia Mauro – que teve a carreira lançada na Escolinha do Professor Raimundo (programa comandado por Chico Anysio, na Rede Globo, na década de 1990) – disse que foi um privilégio conviver com o ator. “[Ele] é meu padrinho, que me levou para a televisão. Uma das pessoas mais incríveis e mais generosas que eu já conheci. Aprendi muito com ele e levo no meu coração toda a experiência que eu vivi com ele.”

O ator David Pinheiro, que interpretava o personagem Armando Volta e que usava o bordão “Sambarilove”, na Escolinha do Professor Raimundo, disse que Chico foi mais do que um ator, um comediante. “’Sambarilove’ Chico. Meu querido, meu amor, vai com Deus. Muito obrigado por tudo. Descanse em paz.”

O cantor e compositor Juca Chaves, amigo pessoal de Chico durante décadas, fez uma crítica pelo em tempo que o humorista ficou fora da televisão, com a retirada do ar do programa Escolinha do Professor Raimundo. “É uma pena. Não vamos ter outro, muito difícil”, disse. “Um profissional que não atrasa, que cumpre as negociações e um cara de talento eclético e bom amigo.”

Os fãs também foram ao Theatro Municipal prestar homenagem ao grande humorista. Esse é o caso de Mirlene da Silva, de 53 anos. Ela, que é cearense assim como Chico, levava nas mãos um cartaz com a frase: “Vai com Deus, mestre.”

Últimos dias

Chico Anysio foi internado no dia 22 de dezembro de 2011, após uma infecção no aparelho digestivo e, posteriormente, diagnosticado com pneumonia. O humorista passou por uma sessão de hemodiálise na noite de quarta-feira (21) e, na tarde desta quinta, foi realizada uma punção torácica esquerda com drenagem de grande quantidade de sangue. Chico estava recebendo altas doses de medicação para controlar a pressão arterial, além de requerer o uso de ventilação artificial. Na tarde desta sexta-feira (23), Chico Anysio, aos 80 anos não resistiu a uma parada cardiorrespiratória, de acordo com nota de falecimento do Hospital Samaritano.

O humorista começou a enfrentar os problemas graves de saúde em agosto de 2010. Na ocasião, ele foi internado no mesmo hospital para a retirada de uma parte do intestino grosso após apresentar um quadro de hemorragia digestiva. Depois da cirurgia, ele foi diagnosticado com pneumonia. Meses depois, foi submetido a uma angioplastia, procedimento que desobstrui as artérias e, desde então, apresentou novos quadros de falta de ar. Em fevereiro deste ano, Chico Anysio apresentou um novo quadro de infecção pulmonar e voltou a fazer uso de antibióticos.

Fonte: Agência Brasil

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Humor

Jornal português usa foto de Renato Aragão em notícia sobre morte de Chico Anysio

Confusão ao noticiar a morte de Chico Anysio. No jornal português Público, uma foto de Renato Aragão foi usada na reportagem sobre o falecimento do humorista. Até as 19h25, o erro continuava online, apesar de uma nota no rodapé da página afirmar “substituída a fotografia; a anterior mostrava outro humorista brasileiro que contracenava com Chico Anysio.”

Fonte: Radar Pop / Estadão

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Humoristas, atores e diretores lamentam morte de Chico Anysio; confira os depoimentos

Agildo Ribeiro, humorista – “O mais importante é que estamos em luto nacional. O Brasil está mais triste, sem perspectivas de risos e alegrias. Ele foi um herói nacional, um combatente. Ele trazia alegria para esse povo. Ele era uma figura tradicional. Estou com meu coração dilacerado de tanto que amava esse homem. Estou de luto, fisicamente, espiritualmente e artisticamente. Ele não vai morrer assim, ele não morre assim, não.”

David Pinheiro, humorista – “A ‘Escolinha do Professor Raimundo’ foi mais que um trabalho, foi um aprendizado, principalmente pelo ponto de visto técnico. Não que ele ficasse nos ensinando, mas o cotidiano, os pequenos detalhes que ele mostrava. Ele foi importantíssimo. Ele foi responsável por uma nova geração de humoristas e cuidou dos velhos humoristas. Nós aprendemos bastante. Ele era um homem raro. O ser humano que ele foi, o artista que ele foi, o modo como ele viveu, enfim. Ele dizia que o improviso é o caminho mais curto para o erro. Na coversa come ele o personagem mudava. Tenho muitas histórias dele. Eu e muito outros. Chico Anysio foi um homem importante para a história do Brasil.”

Jô Soares, apresentador – “O Brasil inteiro estava pendurado nessa agonia do Chico. Isso me lembrou a agonia que o país passou com a morte do Tancredo Neves. Foi uma agonia terrível. Ele não merecia isso. Espero que ele não tenha sofrido, que tenha passado bem. O Chico Anysio é um dos melhores atores característicos do mundo. Eu dirigi um espetáculo do Chico que, na verdade, eu que aprendi demais. O óbvio é que essa morte deixa o Brasil inteiro entristecido.”

Ziraldo, cartunista – “Foi uma grande perda. Conheci o Chico há 50 anos. Ele é um dos dois fenômenos inrrepetíveis. Nunca mais teremos Pelé e nem Chico Anysio. Ninguém conseguiu fazer a quantidae de personagens que ele fez. A mão dele ficava velha de acordo com o personagem. Tive a oportunidade de conviver um pouco com ele. Ele não vai embora agora, não é possível.
O Chico, comigo, era sempre muito generoso. O dinheiro que ele ganhou ele distribuiu. Ele era fantástico. A televisão não perpetua ninguém. Espero que as pessoas possam encontrar nas livrarias o livro que os cartunistas fizeram desenhando os personagens dele.”

Lúcio Mauro FIlho, ator – “O Chico está canonizado desde já. Ele sobe como um dos grandes santos do humor brasileiro. Ele já estava fazendo falta para a gente por diversos posicionamentos. Ele era um homem de posicionamento forte. Ele ter ficado fora da televisão fez muito mal para ele. A gente é muito miúdo para poder explicar. Na minha vida, ele foi muito importante. No Projac, uma vez, ele me encontrou e perguntou se está tudo bem. ‘Você está bem mesmo, porque você está procurando ponta em novale, concorrendo com gente muito menos talentosa com você, abre o olho’. Depois dessa bronca eu fui direto para o Zorra Total e tudo aconteceu na minha carreira. Ele foi um norte para todos nós humoristas. Um cara tão brilhante e genial ficar sofrendo como estava era muito triste. Quando Rogério Cardoso foi embora eu fiquei estraçalhado. Com o Chico é a mesma coisa. A comédia brasileira não só o maior gênio, mas o seu maior defensor. Ele sempre lutou pela qualidade do humor braileiro. Que as novas gerações estejam assistindo e vendo um pouco do talento dele. Estou com o Ziraldo, a gente não pode esquecer o Chico, esse grande talento.”

Paulo Silvino, comediante –“Infelizmente perdemos o maior ator e comendiante do mundo. Nunca na história da comédia mundial alguém tenha feito o que o Chico Anysio fez. A quantidade de línguas que escreveu, de quadros que pintou. Ele era uma fonte de arte e inspiração. Ele foi uma fonte de inspiração de alegria. Ele fez trabalhos sérios também, era completo. Ele se tornou o maior comediante, o maior ator do mundo de todas as época. Ele era meu amigo, ele foi extraordinário. Chico era um paizão. Na Escolinha ele abrigou muitos atores, principalmente alguns que estavam quase esquecidos. Ele foi um pai extraordinário. Ele casou várias, teve uma prole grande. Todos os filhos dele conviveram muito comigo e com meus filhos.”

José de Abreu, ator – “Vários aspectos do Chico devem ser lembrados. Uma vez ele disse que parecida a rua do Catete, porque vivia cheio de pensão. Ele era impressionante. Saía de um personagem e começava imediatamente o outro. Parecia mágica. Ele fazia numa tarde o programa quase inteiro. Em dois dias ele fazia 30 personagens. Ele era sempre o mesmo. Ele se auto dirigia, ele dirigia todo mundo. Ele era uma loucura. Ele tinha três cabeças, a do ator, do diretor e do personagem.”

Renato Aragão, humorista – “O Brasil todo está triste. Quando cheguei ao Rio, ele já era famoso. Chico me ajudou muito. Ele que me alertou muito. Ele foi referência para todos os humoristas. Não vai ter outro Chico Anysio, não. Ele fazia sátira do Brasil todo. Ele foi muito amigo. Chico Anysio ajudava todo mundo. O coração dele não cabia dentro do peito. Para a gente falar sobre quem era Chico Anysio será preciso fazer uma mesa redonda para cada um falar o que ele era.”

Regina Casé, apresentadora – “Conheci o Chico quando ele trabalhava com meu pai, desde pequena eu via o trabalho dele. Ele conseguiu conferir uma dignidade ao povo nordestino. Foi uma escola, uma faculdade trabalhar com ele. Acho que ele conseguiu transcender na esfera do humorismo, ele escrevia, pintava e interpretava.”

Boni, diretor de TV – Ele fez um humor sem obscenidade, sem ofensa. Ele foi um amigo e irmão por mais de meio século. Todos os personagens do Chico Anysio tinham alma. Não eram aqueles que chamamos no jargão de televisão de caricaturas. Eles tinham o rosto diferente, a voz diferente e a alma diferente. Eles eram personagens reais e de carne e osso. Era um humor humano e cheio de crítica social e política. O Chico levou um pouco do humor radiofônico para a televisão. Ele foi o pioneiro na montagem do videotape.

Wellington Muniz, o “Ceará”, humorista – “Fiquei boquiaberto. Sabia que ele estava passando por um período díficil, mas isso me pegou de surpresa mesmo e mudou todo o meu dia, toda a programação da minha tarde”, comentou. “Ele é uma inspiração para muita gente, é da minha terra, do Ceará. Chico ia fazer de aniversário no dia 12 de abril. Foi um um cara que inspirou vários humoristas e criou, com sua genialidade, muitos personagens. Ele deu chance e ajudou muita gente e faria isso até hoje se tivesse um programa. Foi embora um grande talento que faz muita falta na televisao brasileira. Que ele descansae em paz. Desejo as minhas condolênscias aos familiares e às pessoas próximas a ele. Grande mestre, grande ser humano, grande amigo. Tive poucas chances de conversar com ele, mas sempre que estivemos juntos ele foi atencioso, brincalhão e inteligente”.

Daniel Filho, diretor – “Devo a Chico o início de minha carreira como diretor. Ele deu a mão aos novos e nunca deixou os mais velhos comediantes fora de seu alcance. Sempre prestando homenagens aos seus professores da comedia. Deu bom humor ao Brasil. Uma vida dedicada a qualidade no radio, cinema e televisão! Sua herança é imensa para todos que tivemos o privilegio de compartilhar a cena e a vida com ele. Amou muito e será para sempre amado.”

Cláudia Gimenez, atriz –  “Foi o maior artista que o Brasil já teve. Ele me inventou. No céu vai estar uma rodinha de amigos que vão receber ele. Rogério Cardoso,Walter D’Ávila, Nádia Maria, Brandão Filho e Costinha estão todos esperando por ele lá”, disse Cláudia.

* Com informações do G1

Opinião dos leitores

  1. É uma grande tristeza a perda de um  humorista como o saudoso Chico Anisyo.
    Chico vamos sentir muita sua falta, pois você marcou as vidas de muita gente com seus personagens. Saudades!!!

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Chico Anysio morre aos 80 anos; confira reportagem com toda a trajetória do humorista

Morreu nesta sexta-feira (23), aos 80 anos, o humorista Chico Anysio. Ele estava internado no Hospital Samaritano, na Zona Sul do Rio. Ao longo de seus 65 anos de carreira, Chico Anysio criou mais de 200 personagens e foi um dos maiores humoristas do Brasil com destaque no rádio, na TV, no cinema e no teatro. Ele deixa oito filhos.

Anysio apresentou uma piora nas funções respiratórias e renal na quarta-feira (21) e voltou a respirar com ajuda de aparelhos durante todo o dia. Ele estava no CTI do hospital carioca desde dezembro do ano passado por conta de um sangramento. O comediante chegou a ter o problema controlado, mas apresentou uma infecção pulmonar e retornou à internação. Ele seguia em sessões de fisioterapia respiratória e motora diariamente, somadas a antibióticos.

O ator também já foi submetido a uma laparotomia exploradora, procedimento cirúrgico que serve para revelar um diagnóstico. Essa cirurgia fez com que Chico Anysio tivesse um segmento de seu intestino delgado retirado.

No final de 2010, ele foi levado ao mesmo hospital com falta de ar. Após uma obstrução da artéria coronariana ser encontrada, passou por uma angioplastia, procedimento para desobstrução de artérias. Após 110 dias, teve alta em março do ano passado.

Com fortes dores nas costas, o humorista foi novamente internado em novembro. Ficou no hospital durante cinco dias, para receber medicação intravenosa devido a problema antigo nas vértebras que provocava dor. No fim de novembro, teve febre e os médicos descobriram uma contaminação por fungos, tratada com antibióticos. No começo de dezembro, retornou ao hospital com infecção urinária e ficou internado por 22 dias. Um dia depois, voltou ao Hospital Samaritano.

Nos momentos mais críticos, quando esteve no hospital entre dezembro de 2010 e março de 2011, Chico necessitou da ajuda de aparelhos para respirar e se comunicava com médicos e familiares por meio de mímica. Durante o período pós-operatório, houve o diagnóstico de um tamponamento cardíaco, que acontece quando o sangue se acumula entre as membranas que envolvem o coração (pericárdio).

Durante o período de internação, que alternou momentos no CTI e em unidades intermediárias, Chico Anysio apresentou quadros de pneumonia e passou por sucessivas broncoscopias. As infecções foram tratadas com uso de antibióticos.

Antes, em agosto de 2010, o humorista precisou ser internado para a retirada de parte do intestino grosso após ser constatado um quadro de hemorragia no aparelho digestivo. Em maio de 2009, outra pneumonia o levou ao hospital.

Rádio e TV

Foi no Rádio Guanabara, ainda nos anos 50, que os seus tipos cômicos começaram a surgir. Até o “talento para imitar vozes”, como o proprio Chico descreveria em seu site, evoluir para a televisão. A estreia aconteceu em 1957, na extinta TV Rio, no programa “Aí vem dona Isaura”. Foi lá que o Professor Raimundo teve sua primeira aparição no vídeo, como o tio da protagonista que vinha do Nordeste — até então o programa só havia sido veiculado pelo rádio.

“Até tinha uma coisa de sentar para criar, mas uns nasceram pela voz, outros pelo tipo, pela personalidade, pela caracterização. Sempre fiz questão de que eles fossem encontrados sem que eu estivesse presente. Que alguém dissesse: “‘Na minha terra, tem um Pantaleão. No Rio tem muito Azambuja’”, explicou o humorista ao “Estado de S. Paulo”, em 2009.

Num tempo em que ainda não existiam contratos de exclusividade, Chico pôde fazer participações especiais em programas de outras emissoras e em chanchadas da Atlântida.
O “Chico Anysio Show”, seu primeiro programa de humor, foi lançado no início da década de 60. Foi ao ar pela TV Rio, depois pela Excelsior e em 1982 voltou a ser exibido pela Rede Globo — onde o humorista já trabalhava desde 1969.

Mas foi na Globo que teve seus programas humorísticos de maior sucesso e onde desenvolveu a maioria de seus personagens. Entre as atrações, destaque para “Chico city” (1973-1980), “Chico total” (1981 e 1996) e “Chico Anysio show” (1982-1990).

Alguns desses personagens quase que se misturam à história da televisão brasileira, como o ator canastrão Alberto Roberto, o pão-duro Gastão Franco, o coronel Pantaleão, o pai-de-santo Véio Zuza, o velhinho ranzinza Popó, o alcoólatra Tavares e sua mulher Biscoito (Zezé Macedo) e o revoltado Jovem.

Com o passar dos anos, novos tipos eram criados e incorporados ao programa: o funcionário da TV Globo Bozó, que tentava impressionar as mulheres por conta de sua condição; o mulherengo e bonachão Nazareno, sempre de olho nas serviçais; o político corrupto Justo Veríssimo; e o pai de santo baiano e preguiçoso Painho são alguns dos mais populares.

Apresentada como quadro em outros programas desde a década de 1980, a “Escolinha do Professor Raimundo” tornou-se uma atração independente em 1990. No ar até 2002, o humorístico lançou toda uma geração de comediantes. Entre os “alunos” revelados pelo “professor Chico” estão Claudia Rodrigues, Tom Cavalcante e Claudia Gimenez.

Chico também atuou em novelas e especiais da Globo, como “Pé na jaca” (2007), “Sinhá Moça” (2006), “Guerra e paz” (2008) e “A diarista” (2004). Chico Anysio também teve um quadro fixo no Fantástico por 17 anos (de 1974 a 1991), e supervisionou a criação no programa “Os Trapalhões” no início dos anos 90.

Cinema 
A incursão mais recente de Chico Anysio no cinema foi como dublador. É dele a voz do protagonista da animação “Up – Altas aventuras”, animação do estúdio Pixar. Antes disso, o humorista fez uma participação especial no recordista de bilheteria “Se eu fosse você 2” (2008), de Daniel Filho. “Nos créditos finais fiz questão de colocar ‘senhor Francisco Anysio’. Ele é um astro, merece ser tratado com toda reverência”, explicou o diretor em entrevista aoG1 durante o lançamento do longa.

Em 1996, o humorista interpretou o personagem Zé Esteves, pai da personagem-título, em “Tieta”, de Cacá Diegues. O trabalho coincidiu com o aniversário de 25 anos da estréia de Chicono cinema, na pornochanchada “O doce esporte do sexo”. Antes havia participado de comédias como “Mulheres à vista” e “Cacareco vem aí”.

Em 2011, em sua última aparição pública, recebeu o prêmio especial do Júri do Festival do Rio pelo seu desempenho no longa “A hora e a vez de Augusto Matraga”, do diretor Vinícius Coimbra.
“O filme é importantíssimo, a obra é linda. Vinícius realizou algo quase inacreditável. É um filme que, tenho certeza, Sergio Leone assinaria com alegria”, destacou o bem humorado Chico, que fez questão de receber o Troféu Redentor pessoalmente, mesmo de cadeira de rodas.

Literatura e artes plásticas

Além de se dedicar ao humor, Chico também foi artista plástico. Apaixonado pela pintura, retratou paisagens ao redor do mundo a partir de fotografias que tirava dos países que visitava. Realizou exposições de seus quadros em diversas galerias do Brasil e chegou a afirmar que gostaria de ter dedicado mais tempo à atividade.

“Porque teria tido mais tempo para aprender, para melhorar. Teria mais tempo para me tornar conhecido e aceito, para vender meus quadros por um preço melhor. Cheguei a admitir que a pintura seria meu emprego da velhice, mas não vai ser, porque ninguém está comprando nada de obra de arte, e pintar para guardar é terrível”, disse em entrevista à “Folha de S. Paulo”, em 2007. Foi autor de 21 livros, tendo publicado vários best-sellers na década de 70, como “O Batizado da vaca”, “O telefone amarelo” e “O enterro do anão”. Sua última publicação foi “O canalha”, lançada em 2000.

“É a história do cara que participou de todos os governos, desde Eurico Gaspar Dutra até o primeiro mandato de Fernando Henrique. Foi ele o responsável por todas as canalhices que ocorreram de lá para cá, como dar um revólver de presente a Getúlio Vargas”, explicaria o escritor Chico Anysio em entrevista à revista “Época”, no mesmo ano.

Outra de suas obras de destaque na literatura é o bem humorado manual “Como segurar seu casamento”, também de 2000. Na época, advertiu os leitores: “Não dou conselhos, transmito os erros que cometi e foram cometidos em cinco casamentos. Conviver é a arte de conceder. Essa troca de concessões gera a convivência harmônica”, comentou.

Carreira esportiva

Caçula de oito irmãos, Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho nasceu no dia 12 de abril de 1931, no município de Maranguape, no Ceará. A cidade constantemente era citada de forma saudosa pelo humorista – seu personagem mais popular, o Professor Raymundo, era de lá.
“Maranguape, cidade de que tanto falo, representa uma grande saudade. Foi um pequeno paraíso, o Éden da minha infância durante gloriosos anos. Foi lá que aprendi a ler sozinho”, escreveu o humorista em seu site oficial.

Aos 7 anos mudou-se para o Rio de Janeiro, após a falência da empresa de ônibus da família. Morador do Catete, contrariou a vontade do pai e do irmão mais velho — botafoguenses convictos — e se tornou vascaíno. Sonhava em ser jogador de futebol.

Mas a carreira esportiva logo foi esquecida, quando Chico passou em testes para ser locutor e ator da Rádio Guanabara. Ele ficou em segundo lugar, perdendo apenas para Silvio Santos.
Nos anos 50, também trabalhou nas rádios Mayrink Veiga, Clube de Pernambuco e Clube do Brasil. Foi na primeira que criou o programa que se tornaria um de seus maiores sucessos, “Escolinha do Professor Raymundo”, inicialmente composta por três alunos: Afrânio Rodrigues (o que sabia tudo), João Fernandes (o que não sabia nada) e Zé Trindade (o que embromava o professor).

Apesar da tentativa de se tornar um galã de radionovelas, sua veia humorística se destacava desde o início. “A rádio Guanabara descobriu meu jeito para imitar vozes. Neste dia perdi minha chance de ser um Tarcísio Meira”, contou o comediante em seu site. Foi assim que começou a compor os mais de 70 tipos cômicos que marcariam sua carreira.

Casamentos e filhos

O primeiro de seus casamentos foi aos 22 anos, com a atriz Nancy Wanderley. Depois foi a vez de Rose Rondelli. Sobre a união com a cantora e ex-frenética Regina Chaves, dizia mal se lembrar. Já com Alcione Mazzeo, rompeu a relação por conta de um ensaio nu. Mas foi seu matrimônio com a ex-ministra da Economia do governo Collor, Zélia Cardoso de Mello — com quem teve dois filhos — que provocou mais polêmica. “Passou a ser uma pessoa de meu desagrado total. Fui um biombo para ela”, disse Chico à revista “Isto É”, em outubro de 2000.

Antes, porém, teve seis filhos, entre eles os atores Lug de Paula (famoso por interpretar o Seu Boneco, da “Escolinha do Professor Raimundo”), Nizo Neto (o Seu Ptolomeu, do mesmo programa, também dublador) Bruno Mazzeo (ator e roteirista). Chico também era tio do ator Marcos Palmeira, filho do cineasta Zelito Vianna, irmão do humorista; e da atriz Maria Maya, filha de Cininha de Paula, sobrinha do humorista.

Em novembro de 2009 foi agraciado com a Ordem do Mérito Cultural, a mais alta comenda do governo brasileiro na área. Da vida, dizia levar apenas um arrependimento: “Me arrependo enormemente de ter fumado durante 40 anos.”

Fonte: G1

Opinião dos leitores

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Jornalismo

Piora o estado de saúde de Chico Anysio

O estado de saúde de Chico Anysio piorou, de acordo com boletim médico divulgado na segunda-feira pelo Hospital Samaritano, no Rio. O humorista voltou a respirar com a ajuda de aparelhos em tempo integral.

Segundo o boletim, o estado clínico do paciente ainda é grave e inspira cuidados. Chico Anysio, de 80 anos, continua fazendo fisioterapia respiratória e motora e uso de antibióticos. Não há previsão de alta.

O humorista está internado na CTI do hospital desde o dia 22 de dezembro por conta de uma infecção no sistema digestivo. Ele já tinha sido internado em novembro, com infecção urinária.

Fonte: O Globo

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