Política

Rodrigo Maia é o favorito para concorrer em eventual eleição presidencial indireta; veja outras cinco hipóteses

Na hipótese de o presidente Michel Temer deixar o cargo, circulam no Congresso e no Palácio do Planalto os nomes de pelo menos seis candidatos. O favorito é o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Primeiro nome na linha sucessória, Maia seria uma aposta certa, se não respondesse a um inquérito na Lava-Jato.

Maia assumirá por 30 dias, no caso de afastamento de Temer, período em que o Congresso, presidido pelo senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) deve eleger o sucessor para completar o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff. Maia se elegeu presidente da Câmara com 293 votos, quatro a menos que o necessário para eleger o sucessor no Colégio Eleitoral.

A saída para o eventual afastamento de Temer será constitucional, a exemplo do que ocorreu no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Setores do PT chegaram a difundir rumores sobre uma eventual intervenção militar. Terrorismo puro. Tanto que o ministro da Defesa, Raul Jungmann, fez questões de publicar nas redes sociais um texto do general Villas Boas, comandante do Exército.

“A Constituição Federal Brasileira há de ser sempre solução a todos os desafios institucionais do país”, diz o texto do general Villas Boas. E arrematou: “Não há atalhos fora dela!”

O segundo na linha sucessória é Eunício, que na condição de presidente do Congresso é quem vai organizar e presidir a eleição. Eunício responde a dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). E se a escolha recair sobre um senador, o nome em discussão é o de Tasso Jereissati, que assumiu a presidência do PSDB, semana passada, no lugar do senador Aécio Neves.

Tasso, na realidade, é uma aposta da velha guarda do PSDB para servir de contraponto ao prefeito de São Paulo, João Doria: empresário bem sucedido, é do Nordeste e, embora tenha sido governador e senador, não carrega a imagem desgastada do político. Nome para 2018, pode ser uma opção para a conclusão do mandato de Temer, se o PSDB cair fora do governo.

O que se exige do futuro presidente, se Temer cair, é um novo Michel Temer: um nome capaz de dar continuidade às reformas e esteja comprometido com elas. Maia veste o figurino e tem votos na Câmara, mas o nome do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) continua na roda, apesar de sua ligação com o grupo J&F. Ex-ministro de Lula, Dilma e Fernando Cardoso e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o jurista Nelson Jobim circula com desenvoltura nos dois mundos – político e judicial. Está ajudando Temer na crise. Mas suas ligações com o banco BTG Pactual reduziram suas chances.

Do Judiciário, por onde têm passado todas as querelas da crise, são dois os nomes mais citados. O primeiro é o da presidente do STF, Carmen Lúcia – que vem a ser o quarto nome na linha sucessória e assumiria se Maia e Eunício tivessem problemas legais. Dois problemas: ela teria de ser eleita por um Congresso que não lhe é simpático e também renunciar ao cargo de presidente do Supremo e à magistratura.

Carmen tem o perfil mais adequado para um momento em que a classe política está em baixa e a sociedade apoia a Lava-Jato. Suas declarações, quando o assunto é corrupção, costumam ser duras. “Caixa dois é crime e uma agressão à sociedade”, disse, por exemplo, quando os políticos tentaram reduzir as acusações de recebimento de propina ao mero crime de caixa 2. Carmen também já disse que não pretende largar o Supremo.

Contraponto a Carmen Lúcia e com mais trânsito entre os parlamentares é o ministro Gilmar Mendes, também do STF. Gilmar é um crítico de certos procedimentos da Operação Lava-Jato, e por isso tem a simpatia de grande parte dos parlamentares. Mas é um nome polêmico.

As seis opções atualmente em discussão animam aliados do presidente Temer. O raciocínio é: quando se tirou Dilma, sabia-se quem e o quê iria para seu lugar. O quadro é diferente agora: sai Temer e quem entra? PMDB, PSDB, DEM, PSD, PP, principalmente, tentam manter a aliança para não perder o principal, com ou sem Temer: as conquistas que já tiraram o país da recessão. A retomada do crescimento e do emprego é a única chance deles nas eleições de 2018.

Valor Econômico

Opinião dos leitores

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *