Diversos

Operação Carne Fraca: Ministério da Agricultura “foi tomado de assalto”, diz juiz, sobre troca de “favores” ao logo de anos

A Justiça Federal no Paraná determinou o bloqueio de até R$ 1 bilhão em contas e bens de investigados na Operação Carne Fraca, deflagrada nesta sexta-feira (17).

A megaoperação da Polícia Federal apura irregularidades em grandes frigoríficos brasileiros. As acusações envolvem desde venda de carne estragada até pagamento de propina a agentes públicos e lavagem de dinheiro.

Em um despacho que determina prisões, busca e apreensão e bloqueio de bens, o juiz federal Marcos Josegrei da Silva destaca que o [Mapa/PR] Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Paraná “foi tomado de assalto – em ambos os sentidos da palavra – por um grupo de indivíduos que traem reiteramente a obrigação de efetivamente servir à coletividade”.

O magistrado se refere ao suborno de fiscais para permitir que frigoríficos de todos os tamanhos produzissem e vendessem carne sem certificação de qualidade e, muitas vezes, vencida ou adulterada.

Silva determinou o cumprimento de 309 mandados judiciais nesta sexta-feira (17), na maior operação já realizada pela Polícia Federal. Ao todo foram 27 prisões preventiva (sem prazo) 11 temporárias.

“O exame dos indícios que emergem das centenas de horas de ligações telefônicas captadas ao longo de mais de um ano de incessante investigação, dos relatórios policiais e do cruzamento de dados bancários e fiscais realizado minuciosamente pela Receita Federal apontam para a perturbadora conclusão acerca da presença de uma organização criminosa há muito enraizada em diversos escalões da unidade do Mapa/PR”, diz o despacho.

As investigações apontaram o envolvimento de mais de uma dezena de funcionários do ministério em ilegalidades.

“A quantidade de crimes cometidos diariamente por esses investigados e as trocas de ‘favores’ ao longo de tantos anos é tão grande que, simplesmente, não se pode imaginar que o mero afastamento cautelar de suas funções seria suficiente para se evitar o cometimento de novos crimes. Em realidade, trata-se de crimes praticados em série e que evidenciam a contaminação não apenas da estrutura interna do órgão como o envolvimento direto de uma quantidade expressiva de empresários inescrupulosos”, acrescenta o magistrado ao justificar prisões.

Ao longo da investigação foi apurado que frigoríficos pequenos e grandes, como Seara e BRF (Sadia e Perdigão) cometeram diversas irregularidades. Porém, o despacho judicial destaca que (nem todos cometem todas as irregularidades adiante): reembalagem de produtos vencidos; excesso de água; inobservância da temperatura adequada das câmaras frigoríficas; assinaturas de certificados para exportação fora da sede da empresa e do Mapa, sem checagem in loco; venda de carne imprópria para o consumo humano; uso de produtos cancerígenos em doses altas para ocultar as características que impediriam o consumo pelo consumidor.

O R7 entrou em contato com o Ministério da Agricultura em Brasília, mas a pasta ainda não tem um posicionamento sobre a operação de hoje. Assim que for divulgado, será incluído nesta matéria.

R7

 

Opinião dos leitores

  1. Pensei que era só afastar Dilma…
    Mas descubro que o PMDB está em todas…
    E o PSDB santinho também?
    Estão se enforcando com a corda deles mesmo?
    É assim que estão combatendo a Corrupção?
    E os "Guardiões da moralidade e da honestidade" onde estão?
    Onde estão Moro, Gilmar Mendes, Janot Rede Globo, OAB, Ministério Público, etc?

    1. Também pensei que com o fora Dilma o Brasil ia virar o país das maravilhas! Os batedores de panelas se aposentaram antes da Reforma da Previdência!

    2. Pensador, essa turma esta no popular cagando e andando… para o consumidor, tudo més tem seu contra cheque.

  2. Dentre os frigorifícos estão a JBS, que controla a Seara, e a BFR Foods, que controla a Sadia e a Perdigão. Ou seja, segundo as notícias veiculadas pela imprensa, as maiores do Brasil estão vendendo carne podre, no exato sentido da palavra. Comedores de salsicha e linguiça, após comerem embutidos, tomar uma garrafinha de água sanitária!!!!kkkkkkk

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Finanças

MARIANA-MG: Samarco sumiu com R$ 292 milhões “como se fosse botequim de esquina”, diz juiz

A Samarco descumpriu decisão judicial e “sumiu” com R$ 292 milhões que deveriam estar bloqueados em sua conta, de acordo com o juiz Frederico Gonçalves, de Mariana (MG).

O juiz havia determinado o bloqueio de R$ 300 milhões da conta da mineradora, no último dia 11, para que o valor fosse empregado na reparação dos danos causados às vítimas do rompimento da barragem. Mas, de acordo com Gonçalves, a Justiça só encontrou cerca de R$ 8 milhões em contas da empresa.

“Em outras palavras e em português claro: a requerida sumiu com o dinheiro, embora, em 31 de dezembro de 2014, tivesse em seu caixa mais de 2 bilhões de reais”, disse o juiz em liminar publicada nesta quarta (25). A decisão determina o bloqueio de R$ 292 milhões sob custódia do Banco Central, em forma de títulos de crédito, por exemplo, até completar os R$ 300 milhões iniciais.

A Samarco, responsável pela barragem que se rompeu em Mariana no dia 5 e deixou pelo menos oito mortos e 11 desaparecidos, é presidida por Ricardo Vescovi e controlada pela Vale e pela BHP Billiton.

Se na liminar que determinava o primeiro bloqueio, no começo do mês, o juiz dizia que a Samarco não deveria ser “demonizada” diante da “intensa comoção social”, agora o tom adotado é outro.

No texto que determina o novo bloqueio, Gonçalves afirma que a Samarco “vem adotando estratégia jurídica indigna e deliberada de, como se fosse o botequim da esquina, não cumprir o mandamento judicial”.

O magistrado ainda diz que a atuação da companhia tem sido “altamente censurável”, o que teria justificado o rebaixamento da nota de crédito da Samarco pela agência de classificação de risco Standard & Poors.

No dia 19, a Samarco pediu a liberação dos valores bloqueados para “proceder com o apoio social às vítimas do acidente” e cumprir com o acordo de R$ 1 bilhão com o Ministério Público Estadual e Federal.

Na decisão desta quarta, o juiz nega o pedido da empresa e diz que, considerando o faturamento da mineradora, o total de R$ 300 milhões bloqueados “em nada compromete os compromissos assumidos, em qualquer esfera.”

Em nota, a Samarco afirmou adotar as medidas judiciais para reverter o bloqueio. “O afastamento do bloqueio é medida necessária para que a empresa possa dar continuidade às ações que já estão em andamento para mitigar os impactos sociais e ambientais decorrentes do ocorrido com suas barragens”, diz.

Folha Press

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Diversos

CPI deve pedir ao Supremo para ouvir ex-diretor da Petrobras, diz juiz

Ao analisar o pedido da CPI mista da Petrobras para ouvir o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e ter acesso aos depoimentos prestados por ele, o juiz federal que cuida do caso da Operação Laja Jato, Sérgio Moro, disse ser “mais apropriado” que os requerimentos sejam apresentados ao STF (Supremo Tribunal Federal). Mais precisamente ao ministro Teori Zavascki, responsável pelo caso na mais alta corte do país.

A CPI da Petrobras aprovou requerimento para ouvir Paulo Roberto Costa no dia 17 de setembro, no Senado. Ele está preso em Curitiba, sob suspeita de participar de um esquema de lavagem de dinheiro e pagamento de propinas comandado por doleiros.

Costa firmou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal e, até o momento, já apresentou uma lista com os nomes de senadores, deputados federais e até o de um ministro que teriam se beneficiado desse esquema. Delação premiada ou colaboração com a Justiça é a figura jurídica que prevê a redução de pena quando um réu fornece informações que possam esclarecer outros crimes.

Nesta quarta-feira (10), em sua decisão, o juiz Sérgio Moro afirmou não ter “qualquer autoridade com foro privilegiado”. Pela lei, congressistas e ministros de Estado devem ser investigados no Supremo.

Ele observou ainda que o provável interesse dos integrantes da comissão no Congresso trata dos depoimentos prestados pelo ex-diretor da Petrobras ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal que “conteriam supostamente informações sobre crimes praticados por autoridades detentoras de foro privilegiado”.

“Nessas condições, embora os requerimentos aparentem ser legítimos considerando os poderes investigatórios das Comissões Parlamentares de Inquérito, reputo mais apropriado que os requerimentos em questão, tanto de cópia dos eventuais depoimentos, como de requisição da apresentação de Paulo Roberto Costa para depoimento à CPMI, sejam submetidos diretamente ao Supremo Tribunal Federal, especificamente ao Ministro Teori Zavascki, prevento para o caso”, escreveu Moro.

Na decisão, o juiz pediu que o presidente da comissão que apura irregularidades na Petrobras, senador Vital do Rego (PMDB-PB), fosse informado com urgência.

Folha Press

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