Finanças

Mesmo no limite da LRF, Crivella cria novos projetos para aumentar despesa da Prefeitura com pessoal

Imagem: Reprodução

Apesar de ter fechado o ano de 2019 com as despesas de pessoal acima do chamado limite prudencial previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e de fazer cortes no orçamento de áreas prioritárias como saúde e prevenção de enchentes, o prefeito Marcelo Crivella enviou esta semana para a Câmara Municipal um projeto que cria um novo plano de cargos e salários para oito mil agentes de administração. Se aprovado, o piso da categoria passará de R$ 1.021 para R$ 1.447 — um reajuste de 41,7%. A iniciativa se soma a outras propostas de conceder reajustes a servidores, que aumentam os gastos do município.

A legislação em vigor impede que os governos aumentem seus gastos com pessoal quando eles estiverem acima de 51,3% da receita. Hoje, a prefeitura usa 51,97% de sua arrecadação para pagar aos servidores. Por isso, o novo projeto enviado à Câmara tem um artigo que empurra a despesa para o futuro já que o reajuste só seja concedido quando as despesas com a folha de pagamento caírem. Mas especialistas alertam que o município deveria estar trabalhando para reduzir essa proporção e não criando gatilhos que ameaçam romper o limite legal.

No ano passado, o Executivo já tinha aprovado um plano que equiparou os salários dos agentes de Educação aos de professores, um gasto extra de R$ 3,7 milhões por ano apenas na folha. Tramita ainda na Câmara uma proposta, conhecida como “trem da alegria” da Comlurb, que vai transformar 2.443 funcionários celetistas em estatutários. E a despesa maior poderá ter que ser arcada por quem estiver no governo a partir do ano que vem. E não é só. Segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, a prefeitura estuda pelo menos mais dois projetos, que podem onerar o custo com pessoal ou impactar o Fundo de Previdência (Funprevi), administrado pelo Previ-Rio. O município confirmou que analisa propostas para beneficiar servidores da Saúde e veterinários.

— Todos os prefeitos mandam projetos para beneficiar servidores em períodos eleitorais. O problema é que a situação hoje não é boa, principalmente em relação à questão previdenciária. Outra diferença é que, no passado, os projetos vinham com planilhas que permitiam estudar o impacto das medidas. Agora, nem isso. O que deveríamos estar estudando é como reestruturar a previdência antes que enfrentemos uma crise financeira como a que atingiu o governo do estado — disse o presidente da Associação dos Servidores da Controladoria do Município, Evaristo Novaes.

TCM vê aporte extra

O economista André Luiz Marques, coordenador de Gestão de Políticas Públicas do Insper, observa que, muitas vezes, o gestor público vê apenas o impacto imediato das medidas e não as consequências a longo prazo.

— Se a revisão de salários de algumas categorias era necessária por que deixar para fazer isso na reta final do mandato? É mais uma conta para quem for o próximo prefeito — observou Marques.

Na última quinta-feira, Crivella, que vai tentar a reeleição este ano, sofreu uma derrota. Durante um almoço com a bancada governista no Palácio da Cidade, ele foi convencido a tirar a urgência da análise da proposta que vai beneficiar funcionários da Comlurb, que estava trancando a pauta de votações na Câmara. A decisão foi tomada em meio a um crescente movimento entre os demais servidores, preocupados com prejuízos que a iniciativa trará para o Funprevi. O fundo, conforme apontou estudo do Tribunal de Contas do Município (TCM), já é deficitário.

Para aprovar o projeto, Crivella argumenta que vai economizar R$ 120 milhões por ano ao deixar de repassar a contribuição ao INSS. Só que o TCM identificou que,como mais da metade desses funcionários já se aposentou, o cálculo muda. No cômputo final, segundo o tribunal, a prefeitura terá que fazer um aporte extra de R$ 424 milhões por ano no Funprevi.

O debate sobre benesses para servidores também ocorre em meio a outras pendências. Até 2016, a prefeitura tinha uma espécie de gratificação para servidores que batessem metas de gestão. Até hoje, no entanto, cerca de R$ 50 milhões, referentes a esse benefício, não foram pagos. Ontem, o município disse não haver “novidades” sobre a dívida.

No ano passado, a prefeitura não conseguiu pagar os terceirizados das Organizações Sociais que atuam na Saúde e teve mais de R$ 200 milhões arrestados pela Justiça. O efeito cascata atingiu o repasse a fornecedores e o 13º do funcionalismo.

Agência O GLOBO

Opinião dos leitores

  1. Valeu pastor, faça uns 50 planos de cargos e salários e diminua o tempo de aposentadoria para 20 anos. Viva a cidade maravilhosa kkkkk

  2. O SOBRINHO DE EDIR MACEDO VAI FAZENDO SEU ESTRAGO NO RJ, TERRA DOS MILICIANOS DO ESCRITÓRIO DO CRIME, ONDE A FAMÍLIA DE BOLSONARO POSSUI DOMICÍLIO ELEITORAL E BASE PARA AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS, ESTADUAIS E FEDERAIS PARA ELE E OS SEUS FILHINHOS (QUE TANTO CONDENAVAM ANTES AQUI NO RN).
    E COMO SE NÃO BASTASSEM ESSES LÍDERES DA MILÍCIA DO RJ MORAM NO MESMO CONDOMÍNIO DA FAMÍLIA DO BOLSO E TRABALHAM NOS (ELES E/OU SEUS FAMILIARES) GABINETES DOS CHEFES DA MILÍCIA, QUE TODOS OS INDÍCIOS APONTAM PARA A PRÓPRIA FAMÍLIA.

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Política

Manobra livra Temer da Lei de Responsabilidade Fiscal e complica sucessor

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Aprovada na Comissão Mista de Orçamento (CMO) e pelo Congresso (quarta, 11), o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2019, apresentado pelo governo e relatado pelo senador Dalírio Beber (PSDB-SC), prevê um “drible” na chamada regra de ouro, prevista na Constituição. A brecha encontrada é a previsão até então inédita, na LDO, de que o próximo governante envie um pedido para suplementar as contas para cobrir o rombo já previsto.

A regra de ouro proíbe que o governo se endivide para cobrir despesas correntes – folha de pagamento de servidores públicos e contas inerentes à estrutura governamental, como gastos com luz e água de prédios públicos. A trava fiscal estabelecida na Constituição de 1988 é descrita no artigo 167, e estabelece que o Executivo só poderá aumentar sua dívida para fazer investimentos em obras ou compra de equipamentos. Com a manobra, Temer consegue se ver livre do enquadramento na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) por descumprir a regra constitucional.

Com baixíssimas expectativas de eleger um sucessor ou sequer um candidato que defenda o que chama de “legado” de seu governo, o presidente Michel Temer (MDB) empurra uma “batata quente” em forma de rombo de mais de R$ 260 bilhões para o próximo chefe do Executivo federal, que terá de convencer o Congresso a permitir a emissão de títulos da dívida pública para cobrir as despesas correntes. Os títulos públicos são emitidos pelo Tesouro para captação de recursos e podem ser comprados pela sociedade. Esses títulos só podem ser emitidos com autorização da maioria absoluta do Congresso.

Em 2018, o governo prevê cobrir o rombo de R$ 189,1 bilhões. Os fundos viriam de devoluções devidas do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) ao Tesouro, extinção do Fundo Soberano e remanejamentos no orçamento atual. O dispositivo prevê que o próximo presidente encaminhe o pedido ao Congresso até o dia 31 de março do ano que vem.

Ao assumir o Planalto já com a previsão deficitária do Tesouro, o presidente eleito em outubro será obrigado a fazer malabarismo. Apesar de os créditos suplementares autorizados pelo Congresso já serem previstos no artigo 167 da Constituição, a inovação se dá pela inclusão dela já na previsão orçamentária. A autorização é, tradicionalmente, pedida já com o orçamento em execução ou seja, no ano seguinte.

Refém

Mesmo com a obrigação de encaminhar o reajuste orçamentário ao novo Congresso, para o economista conselheiro do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF), Newton Marques, a determinação do pedido de crédito não deixará o próximo governante mais refém dos parlamentares do que Temer é atualmente. O emedebista em fim de mandato, apesar de ter maioria nas Casas legislativas e aprovar algumas medidas de interesse, não tem força suficiente para aprovar propostas mais polêmicas ou impopulares, como ocorreu com o fracasso da reforma previdenciária no início deste ano.

O deputado Ênio Verri (PT-PR), da oposição, reconheceu que as alterações feitas pelo relator da LDO, Dalirio Beber, ao projeto inicial do governo deixaram a previsão dos pedidos mais transparente e poderão facilitar a fiscalização dos custeios das despesas. O projeto enviado pelo governo não exigia, por exemplo, que os pedidos de suplementação incluíssem detalhamento de quais despesas da União serão custeadas pela emissão de novos títulos públicos.

Outra condição prevista por Dalirio Beber para autorizar o aumento do endividamento do governo é a obrigação de que o novo presidente apresente ao Legislativo um plano de revisão dos gastos e das receitas pela próxima década, cortando os incentivos fiscais pela metade.

Tema espinhoso

A proibição do projeto de reajuste aos servidores públicos e criação de novos cargos foi aprovada na CMO e rejeitada no plenário do Congresso. Em votação nominal na Câmara, o artigo que proibia os reajustes foi derrubado por 209 votos. Os senadores rejeitaram o dispositivo simbolicamente.

Com a retirada do dispositivo sobre os servidores, o próximo governante não poderá se apoiar na LDO caso decida não conceder reajustes.

Com receitas frustradas – quando a arrecadação real é menor que a expectativa -, é esperado que o Executivo corte despesas, assunto impopular, e logo especialmente delicado para governantes em início de mandato.

Segundo Newton Marques, não é incomum que governos inflem as expectativas de arrecadação e aleguem frustração de receitas quando o déficit entre gastos e arrecadação é consolidado.

“Nenhum chefe de Executivo manda um orçamento realista. Ele sempre superestima [a receita]”, afirma Marques. O economista explica que a solução para aplacar a diferença é o corte de despesas ou a abertura de créditos suplementares.

Exemplo disso foi a peça orçamentária “fictícia” enviada por Temer ao Congresso no ano passado. Em 31 de agosto do ano passado, o projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2018 foi enviado ao Congresso com déficit menor do que o previsto após ser derrotado no projeto da meta fiscal.

Congresso em Foco

 

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Judiciário

Lei de Responsabilidade Fiscal: MPRN debateu medidas para redução de despesa com pessoal

O Procurador-Geral de Justiça, Rinaldo Reis, convidou os membros (promotores e procuradores de justiça) para reunião presencial e por videoconferência na segunda-feira (15) com o objetivo de propor e debater medidas para redução de despesa com pessoal no âmbito do MPRN, em cumprimento a determinações da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Em função da constante queda da Receita Corrente Líquida do Estado do Rio Grande do Norte, reflexo da crise econômica nacional, o limite legal para gasto com pessoal dos entes e órgãos com autonomia tem diminuído, fazendo com que sejam necessárias medidas de redução do que exceda o permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que, no caso do MPRN, é de 2% da Receita Corrente Líquida, tendo o Órgão atingido índice de gasto de 2,03% no último quadrimestre de 2015.

Entre as medidas debatidas ontem pelo PGJ com seus pares está a extinção de 33 cargos de membros (13 de promotor de justiça da capital, 5 do interior, 6 procuradorias de justiça e 9 cargos de promotor de justiça substituto – o inicial da carreira). Além disso, Reis lançou a ideia de um programa de incentivo à aposentadoria voluntária para membros da ativa que já possuem os requisitos para a inatividade.

Através desse programa, esses membros receberiam o pagamento prioritário integral de direitos adquiridos como um estímulo para a opção imediata pela aposentadoria, o que pode contribuir de forma relevante para a diminuição da despesa permanente de pessoal da Instituição.

Na reunião, o PGJ esclareceu que o programa de incentivo à aposentadoria é uma medida criativa, que objetiva prevenir a exoneração de servidores de apoio à atividade-fim do MPRN, que, caso ocorresse, causaria reflexos negativos no atendimento à população. Por outro lado, ele também explicou que esta proposta visa um realinhamento para atender às necessidades de redução de despesas, dentro das possibilidades da Lei de Responsabilidade Fiscal, através de uma readequação da força de trabalho dos membros, tudo dentro de critérios que levam em conta a população a ser atendida e a demanda existente.

Ao final da reunião, os presentes apoiaram em ampla maioria as medidas propostas, que devem se materializar brevemente por meio de projetos de lei a serem encaminhados ao Colégio de Procuradores e em resoluções do próprio Procurador-Geral de Justiça.

Opinião dos leitores

  1. O relatório referente ao primeiro quadrimestre de 2016 apresenta um gasto ainda maior que o máximo permitido pela LRF. Não vi nenhuma notícia a respeito… e visivelmente as ações tomadas não surtiram efeito. Pode averiguar?

    Grato

  2. O MP/RN deveria seguir as medidas exemplares que vem sendo tomadas pela atual gestão TJ/RN no que tange à diminuição de despesas com pessoal, as quais, inclusive, renderam uma ótima economia com folha de pagamento ao Tribunal e permitirão a nomeação de novos juízes para o interior do Estado. O PGJ está corretíssimo em tentar diminuir o número de Procuradores de Justiça, tendo em vista que não há cabimento de o Estado ter mais Procuradores que Desembargadores (inclusive o TJ quer aumentar o número de Magistrados que atuam segunda instância), também acho correta a diminuição de Promotores na capital, pois de fato há um excesso (são 80 hoje). Todavia, acredito que seja um erro querer diminuir o número de Promotores substitutos e de Promotores do interior do Estado, pois isso deixará vários municípios do RN desprovidos da atuação ministerial, o que é muito preocupante, já que o MP é um dos únicos órgãos que conseguem mostrar a presença do Estado no interior, trazendo uma segurança maior à população e buscando defender os direitos coletivos desta.

  3. Por que não cortar o ilegal, imoral e inconstitucional auxílio-moradia? Por que não fazer com que seus membros superiores entrem na justiça, como todo e qualquer cidadão, para receber eventuais atrasados (sem escolher o melhor índice de correção, ressalte-se)? Já seria uma baita economia…. Se não fizer isso, com que autoridade o Mp vai apontar dedo para os outros em caso de improbidade?

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Diversos

Procuradores recomendam corte de regalias no MPRN para adequação à Lei de Responsabilidade Fiscal, destaca reportagem

O portal No Ar destaca nesta segunda-feira(21), que a reunião do Colégio de Procuradores convocada para o próximo dia 29 de dezembro, com o intuito de discutir o fato de o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) ter atingido o limite prudencial previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), foi motivada por um documento elaborado pelos procuradores, no qual recomendam 10 medidas a serem adotadas para que o órgão volte à situação regular. O documento, ao qual o portal No Ar teve acesso, também foi enviado ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e à Associação do MPRN (Ampern) e prevê o corte de várias regalias das quais gozam os representantes da instituição. Em resposta, o procurado-geral de Justiça Rinaldo Reis diz que documento de procuradores tem informação errada, propõe medidas ineficazes para resolver problema e mostra desconhecimento sobre a legislação .Confira todos os detalhes em texto na íntegra do jornalista Allan Darlyson clicando AQUI

Opinião dos leitores

  1. Demoraram a reconhecer que o tal AUXÍLIO-MORADIA além de ser imoral é abusivo pra situação da economia e pra quem ja ganha de salário quase 40mil

  2. Corta nada, nao acredito nao, se fosse salarios de policiais por exemplo ou de outra categoria…aí sim cortava !!!!!! nunca no BRASIL!!!!

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Educação

UERN: Procurador diz que “não há saída” para greve com Lei de Responsabilidade Fiscal

“Nesse cenário, não há saída”. Esse o ponto de vista do procurador-geral de Justiça, Rinaldo Reis, à luz da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), sobre o que é pleiteado por técnicos e professores da Universidade do Estado do RN (UERN).

Ele presidiu reunião hoje pela manhã em seu gabinete (veja postagens mais abaixo), envolvendo representantes dos grevistas da universidade, reitor Pedro Fernandes Neto, deputado estadual Fernando Mineiro (PT), senadora Fatima Bezerra (PT) e Tatiana Mendes Cunha – secretária-chefe do Gabinete do Estado.

Também participou o promotor Afonso Ligório.

O impasse foi mantido. O Governo tem boa vontade, diz estar aberto ao diálogo, propõe-se a resolver a questão, mas não tem meios para dar o reajuste salarial de 12,035% – conforme acordo que deriva do final da administração Rosalba Ciarlini, em 2014.

Veja texto completo no link abaixo:

http://blogcarlossantos.com.br/procurador-diz-que-nao-ha-saida-para-greve-com-lrf/

Blog Carlos Santos

Opinião dos leitores

  1. LRF, crise econômica e arrocho salarial só vale para servidores do Executivo. Para o Legislativo e principalmente o Judiciário num tem isso não: os aumentos são enfiados goela abaixo e o governo é praticamente obrigado a conceder. Isto fora os outros privilégios que os demais servidores não tem.

  2. Para o reajuste dos salários do procurador e de seus pares,no início do ano ,não houve lei de responsabilidade fiscal alguma que o impedisse.Um caso típico de dois pesos e duas medidas favorável a uma casta de privilegiados que,ao lado de outras,levam grande parte da folha salarial do estado.

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Finanças

Rosalba vai apertar ainda mais o cinto nos gastos

Durante um ato solene no Centro Administrativo, ontem pela manhã, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) afirmou, em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, que vai aumentar o arrocho fiscal e administrativo, pelo fato de o governo não ter conseguido sair do limite prudencial, previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal para as despesas com a folha de pessoal. “Vamos ter ainda medidas duras e difíceis”, destacou.

Segundo a governadora, o controle de gastos continua pelos próximos meses. “Nós precisamos manter o ajuste fiscal e administrativo”, disse Rosalba à TN, acrescentando que no ano passado, o governo conseguiu “ter algum resultado mas não foi ideal”. Enfática, a governadora afirmou que precisa ter esse cuidado porque “se não houver um ajuste, não teremos aval do tesouro nacional para programas importantes como os de saneamento e da Copa”.

A gestora teme que o Governo Federal cancele os convênios e  apoio para financiamentos. O Executivo estadual fechou 2011 acima do limite prudencial previsto na LRF. No 3º quadrimestre, da receita corrente líquida de R$ 5,915 milhões, o governo Rosalba Ciarlini destina quase a metade – 48,35% para despesas de pessoal, quando o recomendável é estar abaixo de 46,55%. O limite máximo é 49%.

Os dados foram publicados no Relatório de execução do Orçamento Fiscal e da Seguridade, na edição do Diário Oficial do Estado de 31/01. Ontem, os servidores protocolaram um pedido de audiência com a governadora, no Gabinete Civil do Governo, na expectativa de serem recebidos na próxima semana.

Ao ser questionada acerca do retorno das gratificações e da implantação dos Planos de Cargos e Salários, Rosalba disse que essa é uma questão que “preocupa muito” e que “gostaria de poder atender e de melhorar cada vez mais a vida do servidor, porque entendo como importante, mas por outro lado, se tiver condições é que chegaremos lá”.

A governador afirmou que não se negará  a receber os representantes dos servidores estaduais. “Eu sempre recebi e vou voltar a recebê-los sim. Vamos conversar com muita sinceridade para que possamos avançar no nosso Estado”, afirmou Rosalba. A entrevista à Tn foi concedida durante a entrega de 29 viaturas à Empresa de Assistência Técnica e Rural do RN – Emater e 240 kits de informática, sendo 200 para as escolas escolas de inclusão digital e 20 para os escritórios da Emater.

Na entrevista à TN, a governadora disse que o Estado estava sem capacidade de pagamento das dívidas contraídas e, por isso, o governo teve dificuldades para obter aval do Tesouro Nacional para a retomadas de operações de crédito já contratadas e suspensas, para novas contratações. “Agora ti o sinal verde para fazermos os projetos que estão em andamento”, afirmou.

Em entrevista ao jornal de Fato de Fato, o  secretário estadual de Planejamento e Finanças, Francisco Obery Rodrigues Júnior, disse que a  equiparação do salário dos professores com o piso nacional implicou num reajuste de 33%. Além disso, houve o acordo judicial com a Polícia Civil, que representou aumento de R$ 59 milhões, a promoção horizontal na saúde e a contratação de mais profissionais, que resultaram em mais R$ 80,25 milhões.

Ele disse que “isso é fato concreto” e que “já repercutiu no relatório fiscal do terceiro quadrimestre”. O secretário lembrou que a LRF fixa em 60% da arrecadação os gastos com a em folha de pagamento. “Os 40% restantes”, disse Obery, são para manter a saúde, educação, segurança e outras ações. “É importante refletir uma coisa: se a sociedade quer que o Estado invista toda a sua arrecadação na folha de pagamento”,  finalizou.

Fonte: Tribuna do Norte

Opinião dos leitores

  1. Rosalba deu um agrado à Polícia.
    Esquece(será?) que o estado tem mais uns 80 mil funcionários, multiplique isso por 5 e veja a avalanche de votos que vai ser contra ela e quem ela apoiar. Não tem máquina(principalmente nesses tempos de MP de olhos abertos) de governo que derrube isso.

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Denúncia

Senado aprova projeto que permite burlar Lei de Responsabilidade Fiscal

Sem discussão e em votação simbólica, o Senado Federal  aprovou na noite desta terça-feira (20) Resolução do senador Casildo Maldaner (PMDB-SC), que abre brechas para burlar à Lei de Responsabilidade Fiscal.

A disposição permite que estados e municípios inadimplentes contratem operações de crédito junto às próprias instituições credoras para regularizar os débitos pendentes.

Dito de outro jeito: é pedir dinheiro emprestado para pagar dívidas.

A oposição alega que o projeto afronta o artigo 359-A do Código Penal, que diz que é crime refinanciar débitos descumprindo a resolução do Senado.

Os senadores afirmam que a aprovação da resolução vai abrir brechas para que estados e municípios corram aos bancos para refinanciar suas dividas, alegando isonomia de tratamento, com a jurisprudência criada.

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