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Levantamento florístico do Parque da Cidade amplia conhecimento sobre a Mata Atlântica no RN

Foto: Divulgação Parque da Cidade

O Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte dispõe do seu mais novo levantamento florístico. Realizado por um grupo de pesquisadores da UFRN, a pesquisa revela as espécies da flora nativa encontradas em um ano de trabalho, nos seus 136 hectares de mata preservada. Este é o segundo estudo feito na Unidade de Conservação do Município de Natal desde a sua inauguração e acrescenta ocorrência de 82 espécies que não haviam sido encontradas no estudo anterior. Na lista atual, 51 das espécies presentes no parque, são “nova ocorrência” para o Rio Grande do Norte, de acordo com informações do site Flora Brasil, que reúne estudos sobre a biodiversidade brasileira. “O primeiro levantamento foi realizado em 2007 por ocasião da abertura do Parque da Cidade e, na época, catalogamos 187 espécies para fazer o Plano de Manejo”, esclarece Uilton Campos, chefe do Setor de Manejo Ambiental do Parque da Cidade.

O novo relatório assinala que existem 269 espécies distribuídas em 71 famílias e 201 gêneros. A listagem aponta que cinco espécies estão ameaçadas de extinção. São elas: Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr (garapa), Cattleya granulosa Lindl (orquídea-catleya) Cryptanthus zonatus (Vis.) Beer (xinxózinho), Melocactus violaceus Pfeiff (coroa-de-frade) e Paubrasilia echinata Lam (pau-brasil). O estudo foi coordenado pelo botânico Alan de Araújo Roque, em conjunto com os botânicos Ayrthon Weslley Vitorino de Medeiros; Camila de Paula Chagas Gomes; Pedro Henrique Pierote de Sousa; Pedro Bernardo da Silva Junior; Poliana Lopes da Costa. “Apresentamos os resultados de um ano de pesquisa. Eles estão sendo discutidos e serão submetidos à revista científica. Todos os dados foram detalhadamente trabalhados para que pudéssemos entregar uma listagem mais atualizada possível. Ela passou pelas mãos de especialistas de todo o Brasil, assim como pelo nosso cuidado em compor uma listagem limpa e atual”, revela Alan Roque.

Segundo o relatório da equipe pesquisadora, as coletas em campo ocorreram entre maio/2015 e julho/2016, com intervalos de uma semana. O material foi coletado tanto ao longo das trilhas existentes no Parque, como também em excursões aleatórias para que toda a área fosse contemplada. Todo o material foi depositado no herbário da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e as duplicatas foram encaminhadas para herbários brasileiros de diferentes regiões.

De acordo com o Plano de Manejo do Parque da Cidade, a vegetação nativa ocupa 52% da Zona de Proteção Ambiental – 01 (ZPA-01), onde o Parque da Cidade está inserido, compreendendo os seguintes tipos: Floresta Estacional Semidecidual, Restingas Arbustivas Densas e Esparsas e Savana Arborizada. Parte do resultado da pesquisa já foi publicado internacionalmente pelo Field Museum de Chicago em formato de guia e a listagem das espécies se tornará um artigo, publicado em revista científica, e pode ser utilizado como instrumento de estudo na área. “Gostaríamos de reforçar a necessidade de pesquisas científicas constantes na área do Parque. O Parque é uma pérola de nossa cidade, deve ser estudado e preservado. Apenas conhecendo, sabendo da existência, é que poderemos cuidar devidamente da biodiversidade”, pontua o coordenador da pesquisa.

Para a equipe do Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte, o estudo será uma ferramenta útil para estudantes, pesquisadores e para a sociedade em geral, evidenciando a diversidade de plantas encontradas no local. A grande importância desta pesquisa é a sua contribuição para a preservação da Mata Atlântica, que é uma das maiores florestas tropicais do planeta. E, no Nordeste, cerca de 5,6 % de sua cobertura original correspondem a Mata Atlântica. “Esta pesquisa é muito importante para o trabalho das equipes de manejo e de educação ambiental do Parque da Cidade. E por tratar-se de uma pesquisa científica, podemos conhecer melhor a flora existente e cuidar mais ainda da sua biodiversidade. Outro ponto importante é que foram encontradas espécies ameaçadas de extinção e isso aumenta a nossa responsabilidade de cuidar desta reserva da mata atlântica”, garante o gestor do Parque da Cidade, Carlos da Hora.

Quando for publicado em revista científica, o material poderá ser acessado gratuitamente por qualquer visitante do Parque da Cidade. O Guia da Flora do Parque da Cidade, publicado pelo Field Museum deChicago já está disponível para consulta aqui.

O Parque da Cidade funciona diariamente, inclusive aos sábados, domingos e feriados, das 5h. às 18h. para a prática de exercícios. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones 3232-3207/3232-3028.

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