Economia

Com aposentadoria equivalente a R$ 5, idosos pedem dinheiro nas ruas das Venezuela

Luis Diaz trabalha em sua horta no bairro de La Vega, em Caracas (Venezuela) para ter o que comer – FEderico Parra/AFP

Dezenas de idosos, tanto homens quanto mulheres, perambulam pela capital venezuelana vendendo balas, pedindo esmolas ou revirando lixo para conseguir comer. Com a aposentadoria mensal de 7 milhões de bolívares, pouco mais de US$ 1 ou R$ 5, eles representam o retrato mais gritante do empobrecimento da população na Venezuela. A situação da terceira idade no país bolivariano foi retratada em uma pesquisa feita pela ONG Convite.

Em frente a um restaurante em Caracas, uma idosa revira o lixo na esperança de conseguir “colocar algo no estômago”. Sem querer se identificar, ela explica que não consegue comprar sequer uma das refeições vendidas no estabelecimento por US$ 1,50.

“Há meses busco assim algo para comer. Às vezes consigo boa comida. Em outras, ainda que esteja apodrecida, como por não ter outra opção”, contou ela à reportagem da RFI Brasil.

Até mesmo nas imediações da Assembleia Nacional, agora de maioria chavista, um considerável número de pessoas acima dos 60 anos tenta “rebuscarse”, palavra usada na Venezuela como sinônimo de “dar um jeitinho”. Os idosos vendem de balas a artigos usados, muitos deles conseguidos no lixo. Outros, sentados, pedem esmolas explicando que têm fome.

No metrô da capital venezuelana, pessoas de idade também circulam pelos vagões pedindo ajuda ou vendendo mercadorias baratas. É o caso de Manolo. Aos 75 anos, magro e com as roupas remendadas, ele vende balas “porque nós, velhos, já não podemos trabalhar em empresas. Temos que sustentar a família. Eu sei soldar, fazer mecânica, mas…”, conta ele insinuando que o peso da idade o distancia de melhores oportunidades.

Cada drops de caramelo vendido por Manolo custa 100 mil bolívares, valor inferior a uma passagem de ônibus, cujo preço varia entre 500 mil e 1 milhão de bolívares. O que consegue com a venda dos doces vai “para a comida”, explica. O idoso afirma sustentar 13 pessoas. A esposa, “doente de uma perna”, não consegue trabalhar.

A pesquisa divulgada pela ONG Convite destaca que 28% dos idosos entrevistados ainda trabalham. Um dado alarmante é que 80% dos entrevistados recebem entre US$ 1 e US$ 10 por mês, enquanto 40% informou ganhar entre US$ 1 e US$ 5 mensais. Um significativo número de entrevistados trabalha informalmente.

De acordo com o Observatório Venezuelano de Segurança Alimentar e Nutricional (OVSAN), mais de 50% dos moradores de Caracas apresentam “alto nível de angústia” por falta de alimentos em suas casas. Não há índices sobre o interior do país, onde a situação é ainda pior que na capital venezuelana.

Morador de uma região popular de Caracas, Manolo lembra que “antes havia estabilidade, havia tudo. Hoje em dia, não. É preciso ter três trabalhos. Faço soldas, vendo balas e recebo a aposentadoria, que não dá para comprar uma ‘harina pan'”, conta se referindo à farinha de milho usada no preparo da arepa, o tradicional pãozinho dos venezuelanos.

O alto preço dos alimentos levou 38% dos idosos entrevistados a reduzir a variedade de alimentos na maioria das refeições. Já 42% reduziram algumas vezes a quantidade servida de comida.

Cesta básica de 162 salários

Consciente da situação de carência alimentar de muitos idosos no auge da pandemia de Covid-19, quando o comércio precisou fechar suas portas, um grupo de voluntários e de empresas doadoras organizaram o Plano Bom Vizinho. Eles distribuíam refeições a idosos cadastrados em um banco de dados. O voluntariado chegou a entregar em um só dia mil refeições em diversos bairros da capital venezuelana. No entanto, a iniciativa terminou em dezembro passado.

Para que uma família de quatro pessoas consiga cobrir as necessidades básicas são necessários 162 salários-mínimos, de acordo com a ONG Convite. Em julho deste ano, a inflação venezuelana chegou a 19%, pelos dados do Observatório Venezuelano de Finanças.

Luis Francisco Cabezas, diretor da ONG, explica que, “em 2016, a aposentadoria recebida pelos idosos venezuelanos cobria cerca de 90% da cesta alimentar. Hoje, o pagamento não cobre sequer 1% dessa mesma cesta básica. Essa é uma fotografia da dramática situação dos idosos”.

Saúde em jogo

Manolo gasta em remédios, para o tratamento da companheira, “cerca de 15 dólares. Se não consigo dinheiro para comprar, a ferida cresce mais”.

A crítica situação dos idosos na Venezuela também é perceptível na internet, onde muitas são as campanhas pedindo doações em dinheiro para tratamentos ou para operações de idosos.

Cerca de 92% das pessoas da terceira idade não têm plano de saúde na Venezuela, sendo que 71% delas precisam usar remédios constantemente. Para 48%, os medicamentos são comprados com dificuldade, aponta a pesquisa da Convite. Sem ter como comprar remédios, os venezuelanos recorrem a chás e remédios alternativos.

A vacinação dos idosos também se transformou em um problema. A Venezuela é um dos países que usou a vacina russa Sputnik V para combater a pandemia de covid-19. O problema é que não há disponibilidade de vacina para a segunda dose, deixando os idosos bastante angustiados por não conseguirem a imunização completa.

Desde o início da campanha de imunização até hoje, dezenas de pessoas, muitas da terceira idade, se aglomeram todos os dias em frente aos centros de vacinação, expondo-se a um maior risco de contágio.

Empobrecimento à vista

“Nos últimos cinco anos, a situação dos idosos na Venezuela passou de preocupante para dramática”, define Luis Francisco Cabezas, diretor da ONG Convite.

No próximo mês de outubro, o Banco Central Venezuelano cortará seis zeros do bolívar, que passará a ser chamado de bolívar digital.

Em vez de melhorar a situação, a medida deve agravar ainda mais a crise econômica, na opinião da economista e professora universitária Zugem Chamas. Por 36 horas de aula ministradas por mês na outrora renomada Universidade Central da Venezuela, ela recebe 9 milhões de bolívares (cerca de R$ 12). “Pensei que poderia ter certa tranquilidade na aposentadoria. Nunca pensei que ficaríamos assim. Agora vivo com a ajuda da minha filha”.

A pesquisa divulgada pela Convite aponta que 75% dos idosos recebem ajuda econômica de familiares.

Abandono de idosos

A imigração de mais de 5,5 milhões de venezuelanos impactou não apenas a pirâmide produtivo-social do país, mas deixou à mingua centenas de idosos, cujos filhos e netos precisaram deixar a Venezuela em busca de melhores oportunidades. “Isso dá uma ideia da grande fragilidade que este grupo sofre no país”, detalha Cabezas.

Alguns desses imigrantes enviam remessas em moeda estrangeira, mas a pandemia criou um “hiato”, deixando alguns idosos sem esses recursos. “Muitos idosos dependiam das remessas enviadas por familiares, mas este envio perdeu força tanto na quantidade como na regularidade. Além disso, o que era comprado há três anos com US$100, hoje é muito mais caro”, detalha Cabezas.

E os sites, redes sociais, além de outros ambientes virtuais, que funcionam para muitos como uma “conexão com o mundo exterior”, para muitos idosos venezuelanos, são um fator de isolamento. A maioria não sabe usar — ou nem mesmo comprar — aparelhos tecnológicos, sejam celulares, sejam computadores, nem sabem navegar na Internet.

UOL, com RFI

Opinião dos leitores

    1. Preliminarmente quero dizer que esquerdopata é seu genitor. No mérito, quem ultimamente tem defendido golpe de estado e militares no poder é o MINTO das rachadinhas, o que nos tornaria muito parecidos com a Venezuela, assim como é o presidente inepto que está atentando contra as instituições democráticas do Brasil. Por fim, só sendo muito idiota para defender um presidente que encheu o governo dele de corruptos do centrão (estou me referindo tanto a Lulaladrão como a Bolsonaro)…

  1. Bolsonaro é a ÚNICA barreira que nos protege do mesmo destino da Venezuela, tão elogiada pelos petralhas. É isso que queremos para o Brasil? Tenho certeza que não. Portanto, vamos fazer a nossa parte.

    1. Baseado em que? Ele está seguindo a cartilha do Chavez.

  2. Ainda bem que Haddad e Manuela D’avila não foram eleito, se não estaríamos igual a Venezuela.

  3. Acho engraçado é esse bando de analfabetos bovinos classificando qualquer um como comunista, esquerdista… e ainda dizendo que é a mesma coisa que nazismo, fascismo, talibã… primeiro vão estudar o que é comunismo, socialismo, esquerda, direita, e principalmente FASCISMO, NAZISMO, TOTALITARISMO… e ao analisar a Venezuela, percebam que Bolsonaro (corno manso) pratica a mesma tática: corrompe as forças armadas, cria milícias armadas e tenta lotear o judiciário com seus puxa-sacos. Esta dada a receita do golpe, seus bovinos.

  4. Destrua a economia e culpe os americanos. Os apoiadores desse lixo no Brasil são confessos. Vota quem é imbecil.

  5. Com a dupla pederasta Bolsonaro e Guedes e assim que vai acabar o Brasil: numa Venezuela falida.

  6. Objetivo da esquerdalha é sempre esse, basta ver o outro parceiro da ditadura cubana. A esquerda não tem ligações estreitas com países desenvolvidos e democráticos. Grandes parceiro desses canalhas da esquerdalhs são até homofóbicos e misóginos.

  7. Mais um socialismo que somente dá “certo” para seus líderes.

    Infelizmente, os discursos bonitos ainda enganam muita gente.

  8. Obrigado PRESIDENTE BOLSONARO, por ter nos salvo desde destino que os ESQUERDOPATAS queriam levar o país.
    Até hoje essa turma da ESQUERDA ainda tem a cara de pau de enaltecer esse regime socialista que leva todos a pobreza, menos aqueles da cúpula que governa que enriquecem cada vez mais.
    Infelizmente muitos ainda querem a volta desses comunistas que destroem todos os países onde governa, seja destruindo sua economia, seja destruindo a liberdade das pessoas, seja destruindo a religião de todos. A democracia então é sempre destruída.

  9. Esse é o regime que esses PeTistas malditos querem para o Brasil, ainda tem uma trupe que aplaude.

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Saúde

Bolsonaro diz que lockdown leva para miséria: “Brasileiro é forte. Nós sabemos quem são os vulneráveis, os mais idosos e os com comorbidade. O resto tem que trabalhar”

Foto: Reprodução/CNN

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou as medidas restritivas tomadas por prefeitos e governadores em razão do do aumento de casos de Covid-19 pelo país, ao participar da inauguração de uma ponte sobre o rio São Francisco, na divisa entre Sergipe e Alagoas, nesta quinta-feira (28).

“O povo brasileiro é forte, não tem medo do perigo. Nós sabemos quem são os vulneráveis: os mais idosos e os com comorbidade. O resto tem que trabalhar. Meu pai sempre me ensinou: se coloque no lugar de outras pessoas antes de tomar uma decisão. Se eu fosse um dos muitos de vocês, obrigados a ficar em casa, ver esposa, três quatro filhos e eu como chefe do lar não ter como levar comida para casa, eu me envergonharia”, disse.

“O apelo que faço a todos do Brasil é que reformulem essa política. Entendam que o isolamento, o lockdown, o confinamento nos leva para a miséria. Eu sempre disse lá atrás: a economia anda de mãos dadas com a vida. A vida sem recursos se torna muito difícil”, continuou.

Vacina

Ele também comentou sobre a imunização. “Eu sempre disse: depois que passar pela Anvisa a gente compra, seja qual for. A Europa e alguns países da América do Sul não têm vacina, e sabemos que a procura é muito grande. Nós assinamos convênios, fizemos contratos de compromisso desde setembro do ano passado com vários laboratórios. As vacinas começaram a chegar e vão chegar para vacinar toda a população em um curto espaço de tempo.”

Rio São Francisco

Bolsonaro falou também em seu discurso sobre o rio São Francisco. “Mais uma vez ao lado do ‘Velho Chico’, que está sendo revitalizado. Cada vez mais temos mais vazão de água. O Chico está se recuperando, vamos recuperar o Velho Chico. Acreditem na sua pátria, acreditem em vocês, no nosso Brasil. Temos como, juntos, conseguirmos dias melhores para todos nós”.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

    1. A esquerdalha não se cansa de criticar e inventar mentiras. O desespero é grande e vai durar até 2026. A população de bem vai eleger Bolsonaro novamente. Pesquisa divulgada hoje, confirma esta tendência. Chupa, Tico, que é de leite condensado!

  1. É pra trabalhar sim…o PR tem razão, o resto é conversa p/vagabundo discorrer sobre a "necessidade de ficar em casa recebendo o salário"…

  2. Cobertíssimo de razão. Cuidados máximos com aqueles que têm comorbidades. Os denajs têm mais é que voltar às atividades produtivas. Bolsonaro tem razão.

  3. É um louco ajudou a espalhar o virus e minmizou a doença,e continua,como tambem colocou a cloroquina como prioridade,em vez das vacinas.

    1. MENTIRA! Falso dilema. Contratou Oxford em junho e começou a distribuir na semana que a Anvisa deu sinal verde. MENTIRA.

    2. Antes não havia vacinas, mas médicos fazendo uso precoce de certos fármacos, com sucesso.
      Baseado no empiriismo.

  4. Um homem que foi contra a OMS, aos estudos, chamou de gripezinha, foi contra a ciência, desdenhou da China, brincou de ser médico, negou o uso da máscara, do distanciamento social, protagonizou a propaganda da Cloroquina e outos,arrastou milhares para a doença e morte da covid, ainda quer saber quem pode ou não trabalhar??? Poupe-me das vergonhas que o senhor nos trouxe aqui e fora do nosso imenso país!!! Chega não é SUMIDADE SUPREMA!! Hora de SAIRRRRR

    1. -A OMS foi contra a OMS várias vezes
      -Gripezinha foi uma referência ao Dráuzio Varella.
      -O que
      -danado é ser contra a ciência?
      -A ciência não referenda o uso de máscaras desssas comuns (tem noção de nanoescala?)
      -Cloriquina, dentre outros, funciona em certos casos. Campanha hedionda conta.
      -Contratou Oxford em junho e começou a trazer a vacina na semana que a Anvisa chancelou.
      O resto é histeria.

  5. Trancar todo o mundo depois do vírus já tá circulando, é coisa de jumento mesmo.
    Certo o Presida.

  6. Nisso, eu concordo com esse esclerosado.
    Pelo menos eu, não deixei de trabalhar um dia desde o início da pandemia.
    Mas conheço muitos da gadolandia com esse discurso de fique em casa…

  7. E quem não é do grupo de risco e vai trabalhar e leva o vírus para quem é de risco, isso aconteceu na minha casa.

  8. O MINTOmaníaco como sempre mentindo… Já falou antes sim que não compraria a vacina do Butantã mesmo que aprovada pela Anvisa… Eh um inepto mesmo! Pior que ainda tem os que acreditam cegamente no presidente mais mentiroso que existe… Vcs acham que o centrão está nos cargos do governo pra quê? Pra trabalhar pelo povo? Kkkk. Estão pra roubar igual fizeram nos governos do PT ! Acordem! Tirem a viseira…

    1. Chora bebê! Já admitiu a derrota na presidência da Câmara? Vai chorando aí! Voce, jk, Carlinha, zegado e os demais comentaristas da esquerdalha.

    2. Comentários desse companheiro deixa esse ambiente completamente infectado.

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Clima

“A maior incidência de desrespeito às questões ambientais ocorre em locais onde não há prosperidade”, diz ministro Ricardo Salles, citando a miséria

Foto: Dida Sampaio – 12.mai.2020 / Estadão Conteúdo

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse nesta quarta-feira (21), em entrevista à CNN Rádio, que “pobreza é sinônimo de desrespeito ao meio ambiente”. Ele afirmou que a maior incidência de casos de desrespeito às questões ambientais é registrada em locais “onde não há prosperidade”, e ressaltou a importância do desenvolvimento econômico sustentável.

“Aquela frase do ministro Paulo Guedes em Davos de que a miséria é o maior inimigo do meio ambiente, ele está coberto de razão”, destacou. “Se nós olharmos para os países mais ricos do mundo, têm menos problemas ambientais. Se olharmos para as regiões dos países mesmo aqui da América do Sul, as regiões mais ricas têm menos problemas ambientais”, continuou ele. “Fica claro que a maior incidência de desrespeito às questões ambientais ocorre em locais onde não há prosperidade.”

O ministro disse ainda que é importante haver o desenvolvimento econômico sustentável, “gerar atividades que sejam, ao mesmo tempo, fonte de emprego e renda para as pessoas e que respeitem o meio ambiente”. “Para isso nós temos que ter atração de investimento privado nessas áreas. Isso serve para a Amazônia e para qualquer outro bioma.”

Retardantes de chamas

Com relação ao uso de retardantes químicos para combater os incêndios florestais, prática criticada por ambientalistas, Salles voltou a defender a utilização das substâncias e afirmou que as críticas são “infundadas”.

“O retardante tem uma composição parecida com fertilizantes. Ele é utilizado somente nos pontos onde está pegando fogo. Na Chapada dos Veadeiros, utilizou-se para extinguir o fogo de uma vez” e, no dia seguinte, ele foi declarado extinto, disse Salles.

O ministro ressaltou que esses retardantes são utilizados no mundo inteiro e que o Ibama decretou que é de baixo potencial tóxico. Vale ressaltar que o instituto possui notas técnicas com restrições ao uso desses produtos em ações brigadistas, recomendando inclusive a suspensão do uso da água, da pesca e do consumo de alimentos produzidos em regiões que recebem os retardantes de fogo.

Queimadas

Sobre as chamas, Salles disse que “é uma conjunção de fatores que leva a essa circunstância do aumento das queimadas neste ano”. Para ele, 2020 foi muito mais seco que o normal e no Pantanal, por exemplo, as temperaturas são as maiores dos últimos 70 anos. Além disso, há baixa umidade e ventos fortes, fatores que ajudam na propagação do fogo, segundo o ministro.

“Tem focos espalhados. O que é preciso ter são ações de prevenção e combate às queimadas de maneira eficiente. E a conscientização da sociedade como um todo de que não se deve fazer queimadas em período seco”, afirmou.

Questionado sobre as críticas recebidas pelo governo pela atuação no combate às chamas, o ministro disse que é preciso entender quais são as competências funcionais para cada tipo de atuação.

“Os órgãos federais, Ibama e ICMBio atuam principalmente nas unidades de conservação federais, terras indígenas e assentamentos do Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária]. Quem fiscaliza fogo em área privada é autoridade estadual”, afirmou. “Essa responsabilidade é dos estados, não é do governo federal.”

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. Exato, a destruição de milhares de hectares da floresta por fazendeiros é feito pq nao há essa turma nao é próspera.
    A devastação de dezenas de km2 de mangue por salineiros e o pessoal pobre da carninocultura acontece pq essa turma passa fome.
    A imbecilidade desse governo nao tem fim.

  2. A declaração do ministro sofrerá inúmeras distorções, a crítica dele não é aos pobres e sim aos canalhas travestidos de "representantes do povo", os quais são literalmente ladrões que roubam o povo.

  3. Dr. Ricardo Salkes. Este é um dos melhores quadros técnicos do Governo Federal. Xiitas onguistas sugadores de dinheiro público o detestam. A caterva esquerdopata perdeu as benesses oferecidas por governos fracos e corruptos.

    1. Segundo o MP, o seu dotô favoreceu empresas de mineração e filiadas à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) ao alterar mapas de zoneamento do plano de manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Tietê (APAVRT) quando era secretário de Meio Ambiente de São Paulo e foi condenado por isso. Seu dotô é o ministro mais repudiado pela comunidade internacional. Pare de se informar só pelos grupos de tiozões do zap zap. Essa babação de ovo sem freios está pegando muito mal, meu amigo.

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Diversos

Indicador defasado 'esconde' 22 milhões de miseráveis do país

O número de miseráveis reconhecidos em cadastro pelo governo subiria de zero para ao menos 22,3 milhões caso a renda usada oficialmente para definir a indigência fosse corrigida pela inflação.

É o que revelam dados produzidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social, a pedido da Folha, com base no Cadastro Único, que reúne informações de mais de 71 milhões de beneficiários de programas sociais.

Desde ao menos junho de 2011 o governo usa o valor de R$ 70 como “linha de miséria” –ganho mensal per capita abaixo do qual a pessoa é considerada extremamente pobre.

Ele foi estabelecido, com base em recomendação do Banco Mundial, como principal parâmetro da iniciativa de Dilma para cumprir sua maior promessa de campanha: erradicar a miséria no país até o ano que vem, quando tentará a reeleição.

Mesmo criticada à época por ser baixa, a linha nunca foi reajustada, apesar do aumento da inflação. Desde o estabelecimento por Dilma da linha até março deste ano, os preços subiram em média 10,8% –2,5% só em 2013, de acordo com o índice de inflação oficial, o IPCA.

Corrigidos, os R$ 70 de junho de 2011 equivalem a R$ 77,56 hoje. No Cadastro Único, 22,3 milhões de pessoas, mesmo somando seus ganhos pessoais e as transferências do Estado (como o Bolsa Família), têm menos do que esse valor à disposição a cada mês, calculou o governo após pedido da Folha por meio da Lei de Acesso à Informação.

Esse número corresponde a mais de 10% da população brasileira e é praticamente a mesma quantidade de pessoas que tinham menos de R$ 70 mensais antes de Dilma se tornar presidente e que ela, com seis mudanças no Bolsa Família, fez com que ganhassem acima desse valor.

Os dados possibilitam outras duas conclusões. Primeiro, que um reajuste da linha anularia todo o esforço feito pelo governo até aqui para cumprir sua promessa, do ponto de vista monetário.

Segundo, que os “resgatados” da miséria que ganhavam no limiar de R$ 70 obtiveram, na quase totalidade, no máximo R$ 7,5 a mais por mês –e mesmo assim foram considerados fora da extrema pobreza.

Além do problema do reajuste, o próprio governo estima haver cerca de 700 mil famílias vivendo abaixo da linha da miséria e que estão hoje fora dos cadastros oficiais.
outro cenário.

A reportagem pediu outra simulação ao governo, usando agosto de 2009 como o início do estabelecimento da linha de R$ 70. Nessa época, um decreto determinara o valor para definir miséria no Bolsa Família.

Nesse outro cenário (inflação acumulada de 23,4%), o número de extremamente pobres seria ainda maior: 27,3 milhões de pessoas. A data marcou a adoção do valor no Bolsa Família, mas não em outros programas, diz o governo.

JOÃO CARLOS MAGALHÃES

Da Folha

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Diversos

Famílias vivem na extrema miséria a poucos metros do Palácio do Planalto

MisériaA menos de um quilômetro do Palácio do Planalto, numa área invadida nas imediações da garagem do Senado, 50 pessoas vivem em barracos de madeira e lona, sem saneamento nem água encanada, cercadas de lixo e ratos. Os casebres contam apenas com dois banheiros coletivos, cada um com espaço para uma pessoa, usados principalmente pelas mulheres.

Como não há fossa, boa parte dos moradores prefere ir no mato. O banho, de tonel e caneca, é com água fria trazida de ministérios e estacionamentos próximos. Nesta terça-feira, a presidente Dilma Rousseff disse que o Brasil tem o grande desafio de encontrar a miséria que ainda não é conhecida pelo governo, em cerimônia de lançamento da ampliação do programa Brasil Sem Miséria, e pediu ajuda de governantes para achar os pobres que “se escondem dos olhos” do governo.

A alimentação das famílias vem das sobras de restaurantes da Esplanada dos Ministérios. Como não tem geladeira, Francisca que é uma das moradoras, salga a carne, cuja maior parte consiste em gordura. O alimento cru fica do lado de fora do casebre, ao ar livre, sobre uma mesa improvisada.

Em 2011, no ano do lançamento do Brasil sem Miséria, o governo do DF incluiu os moradores no Cadastro Único, a porta de entrada para o Bolsa Família. Os benefícios, porém, só teriam começado a ser pagos no fim do ano passado e, em seguida, teriam sido bloqueados.

O terreno fica junto a uma rua próxima dos prédios anexos da Esplanada dos Ministérios. É comum que motoristas levem comida e doem colchões e roupas. Uma delas é a oficial de Justiça aposentada Haidecilda de Souza Neves, de 57 anos. Ela levou duas camisetas hoje, e contou que costuma dar comida aos moradores.

Foto: André Coelho

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Isso sim, poderíamos chamar de crime, quando uma gestora de âmbito nacional chega a afirmar que está difícil de encontrar pessoas em situação de miséria. Basta ter o mínimo de senso para olhar ao redor não apenas dos (muros brasilienses), mas para a terra rachada do nordeste brasileiro.

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