Saúde

Paralisações e escândalos prejudicam atendimento na Saúde

A sucessão de paralisações de servidores e escândalos no setor da saúde e áreas correlatas tem trazido suas consequências sobre a população. Em matéria de Jéssica Barros publicada na edição deste sábado do Diário de Natal há alguns relatos de tal realidade vivenciada por aqueles que buscam os serviços de saúde tanto na rede pública municipal.

 

Segue matéria na íntegra:

Diante dos problemas enfrentados na rede pública estadual de saúde, que ocasionaram inclusive o decreto de calamidade para o setor no início de junho deste ano, a rede do município de Natal também enfrenta suas dificuldades. Escândalos, greves de profissionais, intervenção judicial de unidades administradas pela Associação Marca, déficit de médicos pediatras são alguns dos fatores que comprometem a rede de serviços. Além da estrutura pública estadual não funcionar a contento, as poucas unidades de referência do município sofrem com a falta de condições de trabalho e sobrecarga de pacientes.

Boa parte das unidades de atendimento básico do município estão de portas fechadas devido à greve dos servidores, que se aliou à greve da Guarda Municipal e tem deixado a população sem o atendimento que lhe é de direito. No Hospital dos Pescadores, devido à greve do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Natal (Sinsenat), diversos pacientes “perdem a viagem” diariamente, desde o dia 2 deste mês, quando teve início a paralisação. No Hospital Infantil Dra. Sandra Celeste, unidade municipal em que os servidores não aderiram à greve, a situação era de sobrecarga nos atendimentos, além de outros problemas estruturais da unidade.

A dona de casa Maria das Graças Santos buscou atendimento no Hospital dos Pescadores, no bairro das Rocas, para seu irmão, Marcelo, que há dois dias tem febre, diarreia e vômito. Ela já havia se dirigido ao Posto de Saúde do bairro onde mora, em Mãe Luíza, mas se deparou com a unidade de portas fechadas.

Ao chegar ao Hospital dos Pescadores, a informação dada a Maria foi de que apenas os casos gravíssimos estavam sendo atendidos e que ela buscasse auxílio na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do conjunto Pajuçara, na Zona Norte de Natal. Uma verdadeira peregrinação por atendimento na rede municipal. “Eles disseram aqui no hospital que só vão atender os casos de vida ou morte, mas os médicos e os funcionários estão em greve em todo lugar e meu irmão temdireito a ser atendido”, se indigna Maria das Graças.

Maria da Luz Floriano, também dona de casa, é diabética e procurou o Hospital dos Pescadores com fortes dores na nuca. Contudo, foi mais uma paciente que esperou e não recebeu atendimento por seu caso não ser considerado de urgência. Segundo a recepcionista da unidade, Zenacleide Pinto, o hospital costuma realizar, em média, 250 atendimentos por dia, mas no período de greve a média caiu para apenas 30 pacientes assistidos por dia. Ao chegar a unidade, os doentes são reunidos na ante sala e, com um grupo formado, uma enfermeira analisa cada um e classifica quem receberá o atendimento mediante a gravidade do caso.

O Sinsenat reivindica melhores condições de trabalho aos servidores, além do cumprimento do acordo do adicional noturno que integra a pauta unificada da categoria. Entre outras reivindicações dos grevistas estão também o plano de carreira dos servidores, gratificação por plantão e o pagamento regular das férias.

Fonte: Diário de Natal

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