Economia

IPCA sobe 1,16% em setembro, maior nível para o mês desde o Plano Real

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — que mede a inflação oficial do país –, foi de 1,16% em setembro ante 0,87% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (8).

O número é o maior para o mês desde 1994, no começo do Plano Real, quando o índice foi de 1,53%.

No ano, o índice acumula alta de 6,90% e, em 12, meses, de 10,25%. O valor fica muito acima do teto da meta estabelecida pelo governo, de 5,25%. O centro da meta é de 3,75% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Trata-se da primeira vez que o índice atinge dois dígitos nesse período em cinco anos e meio.

A expectativa do mercado para o mês ficava em torno de uma alta de 1,25%.

A conta de luz foi o principal responsável pelo aumento de setembro, devido à nova bandeira tarifária anunciada pela Aneel em meio à crise hídrica.

Chamada “escassez hídrica”, a nova bandeira acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos ante os R$ 9,49 da bandeira vermelha patamar 2 que, até então era a tarifa mais alta.

“A energia elétrica teve de longe o maior impacto individual no índice no mês, com 0,31 ponto percentual, acumulando alta de 28,82% em 12 meses”, explica o gerente do IPCA, Pedro Kislanov, em comunicado.

O valor da energia elétrica impactou o grupo habitação do índice, que teve alta de 2,56% no mês.

Esse grupo faz parte dos oito que apresentaram alta em setembro, de um total de nove pesquisados pelo IBGE.

Outro destaque do mês foi o botijão de gás, que já acumula alta de 34,67% em 12 meses. Em setembro, o item subiu 3,91%.

O IBGE destaca ainda o comportamento do grupo transportes, cuja alta acelerou a 1,82% no mês, pressionada pelos combustíveis. O subitem subiu 2,43% em setembro, influenciado por gasolina (2,32%) e etanol (3,79%).

O IBGE ressalta que a gasolina já aumentou 39,60% em 12 meses, e o etanol, 64,77%. Também subiram no mês o gás veicular (0,68%) e o óleo diesel (0,67%).

Já as passagens aéreas (28,19%) tiveram a maior alta entre os itens não alimentícios no mês, após queda de 10,69% em agosto, registrando o terceiro maior impacto individual no índice geral, diz o instituto.

Os preços dos transportes por aplicativo avançaram 9,18% em setembro. No mês anterior, haviam subido 3,06%.

Preço da carne cai

A alta do grupo alimentação e bebidas (1,02%) desacelerou em setembro ante o resultado e agosto (1,39%) por conta, principalmente, pelo preço das carnes, que recuaram 0,21% após 7 meses seguidos de alta.

Esse movimento destaca o IBGE, puxou a alimentação no domicílio para baixo (1,19%), frente ao resultado de 1,63% no mês anterior.

“Essa queda das carnes pode estar relacionada à redução das exportações para a China. No início do mês, houve casos do mal da vaca louca na produção brasileira. Com a suspensão das exportações, aumentou a oferta de carne no mercado interno, o que pode ter reduzido o preço”, explica Kislanov em comunicado.

Outras quedas pontuais foram cebola (-6,43%), pão francês (-2,00%) e arroz (-0,97%). “No caso do pão francês, tivemos uma redução no preço do trigo no mercado internacional, o que pode ter impactado esse resultado”, disse Kislanov.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. Para os bichos de chifres tudo vale a pena. Inflação em alta, desemprego, gasolina e gás caros, fome, miséria e desespero. Tudo vale a pena, desde que o mito diga que tá tudo bem. A mais nova modalidade de sacanagem deste impostor desqualificado é o trabalhador dormir na rua por não ter dinheiro para voltar pra casa. Temos uma parte da sociedade podre, doente, ao apoiar esses absurdos.

  2. E Daí se a inflação está corroendo o poder de compra do brasileiro? Paulo Guedes está lucrando e muito com essa política econômica de desvalorizar a nossa moeda frente ao dólar (será que é pq ele tem milhões de dólares num paraíso fiscal?)…

    1. Mais um comentário apenas para tentar criticar o governo, muitos repetiam exaustivamente FIQUE EM CASA, A ECONOMIA A GENTE VER DEPOIS.
      O depois CHEGOU, e com ele a falta de inúmeros produtos que tiveram sua produção prejudicada pelo FIQUE EM CASA. Então quem gritou por tal medida não reclame do aumento de preços, que são o resultado da falta dos produtos.

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Economia

Prévia da inflação registra menor índice para fevereiro desde o Plano Real

FOTO: EBC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, ficou em 0,22% em fevereiro deste ano. Essa é a menor taxa para o mês desde o início do Plano Real, em 1994. O IPCA-15 de fevereiro também ficou abaixo do registrado em janeiro (0,71%). Em fevereiro de 2019, a taxa havia sido de 0,34%.

Segundo os dados divulgados nesta quinta-feira (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA-15 acumula taxas de 0,93% no ano e de 4,21% em 12 meses.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, três apresentaram deflação (queda de preços) na prévia de fevereiro, entre eles alimentação e bebidas, cujos preços recuaram 0,10%. A queda de preços de 5,04% das carnes foi o principal responsável por esse comportamento dos alimentos.

Também tiveram deflação os itens de vestuário (-0,83%) e de saúde e cuidados pessoais (-0,29%).

Já os gastos com educação foram os que mais impulsionaram a inflação na prévia de fevereiro, ao subirem 3,61%, devido principalmente ao reajuste sazonal dos cursos regulares (4,36%), que costuma ocorrer nessa época.

Outros grupos com inflação foram habitação (0,07%), artigos de residência (0,17%), transportes (0,20%), despesas pessoais (0,31%) e comunicação (0,02%).

Agência Brasil

Opinião dos leitores

    1. No RN? Porque no Brasil a coisa vem melhorando continuamente. E só não estamos muito melhor por causa da torcida contrária dessa oposição nojenta e irresponsável desses esquerdopatas adoradores de bandidos. Não fossem esses anti-patriota, estaríamos no "céu".

    2. O Estadi está sendo governado pelo PT. Aonde a esquerda chega, traz consigo o atraso e ainda tem os lunáticos que torcem contra. Nas demais regiões do país a economia está se estabilizando positivamente. Aqui, no RN, não se pode esperar melhoras com o desgoverno Fátima Bezerra. Deu pra entender, ou é preciso desenhar?

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Economia

Contas do governo têm maior deficit para setembro desde o Plano Real

A arrecadação de impostos e outras receitas ficou longe do necessário para cobrir no mês passado as despesas do governo com pessoal, programas sociais, custeio administrativo e investimentos.

Faltaram R$ 10,5 bilhões no caixa do Tesouro Nacional, o pior desempenho para o mês desde o Plano Real _as estatísticas anteriores são distorcidas pela hiperinflação. Os dados mostram a ineficácia do ajuste fiscal prometido em julho para ajudar no controle da inflação: em agosto, o resultado já havia sido o pior para o período desde 1996.

O resultado derrubou as contas públicas, que, considerando também os Estados e municípios, ficaram negativas em R$ 9 bilhões.

Sem disposição política para conter a alta de seus gastos, a administração petista torce por uma recuperação espetacular da arrecadação para fechar as contas do ano. Isso ainda não aconteceu: no mês passado, a receita subiu razoáveis 6,9% _mas a despesa cresceu 20,4%.

O deficit significa que o governo não apenas deixou de poupar para reduzir sua dívida, mas também foi obrigado a tomar mais dinheiro emprestado para bancar seus gastos rotineiros e as obras públicas.

Setembro é normalmente um mês de despesas elevadas, em razão do pagamento da primeira parcela da gratificação natalina, espécie de 13º salário dos aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Desta vez, houve ainda o impacto de novos custos criados pelo governo, como R$ 2 bilhões para cobrir as perdas do setor elétrico com a redução geral das contas de luz.

Os dados do Tesouro Nacional, porém, mostram que a deterioração fiscal vai além das circunstâncias sazonais. Considerados os primeiros nove meses do ano, o saldo das contas caiu de R$ 75,3 bilhões em 2011 para R$ 54,8 bilhões em 2012 e R$ 27,9 bilhões neste ano.

O motivo principal da piora é o aumento de despesas de caráter permanente, em especial na área social. Os gastos com custeio e programas sociais acumulam alta na casa dos 16% neste ano, enquanto os investimentos aumentaram pouco menos de 3%, abaixo da inflação.

Em consequência, os resultados prometidos para este ano e o próximo têm cada vez menos credibilidade _e um ajuste futuro será mais difícil.

A meta oficial da União é poupar R$ 73 bilhões em 2013 para o abatimento da dívida pública. Mesmo com as receitas extras como a do leilão do campo petrolífero de Libra, as chances de atingir o resultado permanece remota.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse que o governo ainda acredita no cumprimento da meta. Nos últimos quatro anos, a meta foi descumprida (ou cumprida com truques contábeis) três vezes _e a área econômica sempre sustentou até o final que o resultado seria atingido.

Se considerados todos os governos (União, Estados e municípios), a poupança prometida para o ano é de R$ 111 bilhões, dos quais apenas R$ 45 bilhões foram contabilizados até o mês passado.

Folha

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Política

As mágoas de Itamar

Josias de Souza:

Itamar Franco levou para o túmulo uma mágoa. Resumiu-a em diálogo com um amigo mineiro: “Quando eu morrer, talvez me façam justiça”.

Ex-auxiliar de Itamar na Presidência, o amigo tocara o telefone para o hospital, no início de junho, com o propósito de animá-lo.

Tirou-o do sério ao injetar na conversa uma menção às homenagens que o PSDB organizava para marcar os 80 anos de FHC, festejados em 18 de junho.

“Se não fosse por mim, o Fernando Henrique seria hoje um professor universitário”, reagiu Itamar. “Já fiz 80. Quem se lembrou?”

Itamar faz aniversário dez dias depois de FHC. Completou 81 anos em 28 de junho. Na véspera, fora transferido para a UTI do Hospital Albert Einstein.

Internara-se para tratar de uma leucemia. Em meio a sessões de quimioterapia, desenvolveu uma pneumonia grave.

Morreu sem curar os ciúmes que nutria pelo ministro da Fazenda que ajudou-o a transformar-se no improvável que deu certo.

Tão certo que desceu ao verbete da enciclopédia como primeiro presidente civil a eleger o sucessor desde Arthur Bernardes.

Itamar queixava-se de não ser reconhecido como alguém que fez o sucessor. Pior: era como se FHC tivesse feito o antecessor, salvando-o do desastre.

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Política

Itamar Franco e o Plano Real

O senador Itamar Franco, morto neste sábado, 2, entrou para a história do Brasil como o presidente do plano Real, que encerrou um período de quase uma década de inflação galopante e hiperinflação, e lançou as bases para todos os avanços econômicos do País até hoje. Mas, para quem assistiu o início do governo de Itamar, após sua posse em 29 de dezembro de 1992 (já tinha assumido interinamente em 2 de outubro), era muito difícil prever que o político mineiro seria capaz de um feito histórico de tamanha magnitude.

Com suas raízes no PTB e depois no MDB (nome original do PMDB) “autêntico”, Itamar não tinha nenhuma identificação com os economistas e tecnocratas de perfil mais ortodoxo (embora muitos também viessem da esquerda) que conceberam e executaram o plano Real.

Na verdade, no início do seu governo, com a inflação rodando a cerca de 1500% em termos anualizados, o presidente não dava sinais claros do que pretendia em termos de política econômica. Essa falta de rumo fica clara no fato de que quatro ministros da Fazenda se sucederam num período de menos de oito meses: Gustavo Krause, Paulo Haddad, Eliseu Resende e Fernando Henrique Cardoso.

Com esta última escolha, porém, Itamar deu a grande cartada da sua presidência. Fernando Henrique já era ministro das Relações Exteriores de Itamar, e foi transferido para a Fazenda. Com o grande prestígio de Fernando Henrique, e seu conhecido trânsito entre os economistas mais sofisticados do País, logo se criou a expectativa de que um novo plano para acabar com a hiperinflação seria tentado ainda no governo Itamar (cujo mandato terminava no final de 1994, isto é, quando terminaria o governo de Fernando Collor, caso não tivesse sofrido impeachment).

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Opinião dos leitores

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Finanças

A Volta da Inflação

Por Marcos Coimbra, Presidente do Vox Populi:

Já faz algum tempo, o principal assunto discutido no país é a “volta da inflação”. Há políticos e economistas que não conseguem dar duas palavras sem a mencionar. Para a maior parte da imprensa, parece que não há nada tão importante.

É um daqueles temas em que se percebe com clareza como é difícil a “neutralidade técnica” no debate público. Pois, se são muitos os que veem razões para se preocupar com o risco de que ela volte a assustar, também são ponderáveis os motivos dos que não acreditam que estejamos vivendo ameaça maior.

Quem mais fala nela é a oposição, seja no meio político ou na mídia. Inversamente, o governo tem procurado mostrar que, embora apresente tendência de alta, o cenário “objetivo” não justifica o temor de que ela se torne incontrolável.

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