Finanças

Caso precise, PT deve pedir doações privadas ‘de cabeça erguida’, diz Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta (12) que, caso o PT precise recorrer a doações empresariais, a sigla deve pedir as contribuições de “cabeça erguida”, mas com a consciência de que “não pode depender só disso”.

“Não é que a gente nunca mais vai precisar [de doações privadas]. Se precisar, com a mesma cabeça erguida com que a gente dá nossos R$ 10, a gente vai pedir. Mas não podemos depender só disso, temos que depender de nós”, disse o ex-presidente durante o 5º congresso petista, em Salvador.

Nesta sexta, o PT lançou uma ferramenta na internet para receber doações de pessoas físicas e pediu a ajuda da militância.

Em discurso para delegados e lideranças de seu partido, Lula disse que não vê problema em fazer campanha de arrecadação.

“Isso não é o problema. O partido vai decidir isso na reunião do Diretório Nacional [se a legenda vai aceitar ou não doações privadas]. O problema é que o partido não pode depender só disso. O partido tem que ter consciência de que o verdadeiro militante precisa ter, como já teve, a obrigação de dar uma pequena contribuição.”

Em abril, a direção do PT decidiu que o partido não receberia mais dinheiro de empresas privadas. A decisão, porém, tinha que ser referendada no congresso da sigla, em Salvador, mas a discussão foi adiada até a votação da reforma política pelo Congresso.

Dirigentes petistas defendem a ideia de que o partido recorra ao financiamento privado somente em período eleitoral, por exemplo.

MOMENTO DELICADO

Sob alguns gritos de “volta Lula” na plateia, o ex-presidente disse que vai viajar o Brasil para “ajudar o PT a voltar a ser o que era”.

“Esse é um momento delicado do PT, mas é o momento de ressurgimento do PT, é uma questão de honra”, disse Lula.

Para ele, os parlamentares do partido precisam dedicar um fim de semana por mês a fazer o debate político partidário, nos Estados e municípios, para recuperar a imagem histórica da sigla, próxima das bases sociais.

“O PT é nosso instrumento de luta, nós temos que ajudá-lo, oxigená-lo, e fazer com que ele possa respirar aliviado”, completou.

Folha Press

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