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Rio Pitimbu recebe reforço para recuperação e recomposição de suas margens

17658Um dia dedicado à preservação do Rio Pitimbú, responsável pelo abastecimento de 30% da água potável em Natal. No último sábado (21), a secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), participou de um mutirão para a limpeza das margens do manancial, plantio de mudas nativas para recompor a mata ciliar e da recuperação do curso original do rio, modificado pelo assoreamento.

A ação que também contou com a participação de adolescentes e jovens do grupo paramilitar Êxodo de Parnamirim e da empresa parceira Coca-cola, foi coordenada pelo Comitê Gestor da Bacia Hidrográfica do Rio Pitimbú (CBHP), órgão colegiado do qual a Semurb faz parte e que tem funções deliberativas, normativas e consultivas. O Comitê tem com objetivo principal gerenciar as águas na bacia onde atua, sendo composto pelo poder público federal, estadual e municipal, usuários de água e sociedade civil.

A bacia do Pitimbú possui uma área de 128,76 km sendo uma zona de preservação ambiental. Além de Natal, o rio percorre mais dois municípios: Macaíba e Parnamirim. Com seus 34 km de extensão, ele nasce na comunidade Lagoa Seca, em Macaíba até chegar a Lagoa do Jiqui, em Parnamirim.

Atualmente o rio Pitimbú é alvo de degradação ambiental, o que é motivo de preocupação de ambientalistas e do poder público. As principais delas são o lixo depositado em suas margens, o assoreamento do rio, a redução da cobertura vegetal e o lançamento de água servida no manancial.

De acordo com o supervisor geral de fiscalização da Semurb e presidente do Comitê do Pitimbú, Leonardo Almeida, a ação de sábado é apenas o começo de um trabalho longo para recuperar o Pitimbú. “O rio é muito longo e tem vários locais que precisam ser recuperados e que estão bastante degradados. Neste sábado, plantamos 70 mudas com até 3m de altura para fixar e acelerar o processo de estratificação da mata ciliar. Além disso, a máquina iniciou o trabalho de recuperação do curso original do rio, modificado pelo assoreamento”, explica.

Ainda segundo Almeida, existe um trabalho de acompanhamento necessário e a fiscalização da Semurb vai atuar no bairro do Planalto, que deposita parte da água servida na rede de drenagem, que acaba chegando ao Rio Pitimbú. “Para coibir esse lançamento de água servida em via pública e que cai na drenagem que deságua aqui, vamos iniciar a fiscalização em todo o bairro e prestar todo o apoio necessário ao Comitê para o melhoramento ambiental do rio,” adianta.

O trabalho de fiscalização que vai abranger todo o bairro e será conduzido pela Supervisão de Água e Solo da Semurb. Esse trabalho deve ser deflagrado em breve, nos moldes do que foi feito no Conjunto Brasil Novo, na Zona Norte, no início do ano. “Os moradores serão orientadas a não mais depositar essa água servida em via publica. Será dado um prazo para a adequação e caso não sejam tomadas as providências a Semurb irá autuar os responsáveis”, alerta Leonardo Almeida.
“O Pitimbú esta muito mal tratado, toda a extensão do rio em Natal tem problemas de desmatamento e assoreamento. E esse rio é muito importante para a cidade, pois abastece a Lagoa do Jiqui e mais de 30% da água potável vem dele. Se o Pitimbú morrer a capital vai ter sérios problemas de abastecimento de água. Então temos que preservar esse bem natural tão importante e a Semurb, o Comitê da Bacia, o Idema e outros parceiros vão ajudar nessa árdua tarefa de recuperar o rio”, finaliza o supervisor.

Já a bióloga, Rose Dantas, presidente da ONG Navima e vice do Comitê Gestor do Pitimbú destaca o trabalho que será desenvolvido pela organização no manancial. Segundo a contribuição da ONG no comitê é a pesquisa, detectando a fauna, a flora e fazendo o diagnóstico primário e o relatório da área.

“Todos os problemas da bacia, a identificação dos responsáveis para dar os esclarecimentos e convocar o Ministério Público para a tomada de ações efetivas é nosso foco”, disse. “Nosso papel é garantir a qualidade da água e a proteção do rio para a população. Que esse rio consiga viver, que ele consiga ser sustentável e tenha o que a gente mais precisa a água”, acrescenta a ativista Rose Dantas.

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