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Relacionamento de sargentos da PM no AC que assumiram trisal com administradora ganha repercussão nacional com criação de perfil em rede social

Relacionamento dos sargentos da Polícia Militar Alda Nery, Erisson Nery e a administradora Darlene Oliveira, começou há quase um ano — Foto: Arquivo pessoal/ Daniel Cruz/arquivo pessoal

Mesmo em meio ao preconceito, o trisal de Brasileia, interior do Acre, garante que recebe mensagens de apoio e até relatos de pessoas que levam o mesmo estilo de vida, também conhecido como “poliamor”

Alda e Erisson Nery são sargentos da Polícia Militar e já eram casados quando conheceram a administradora Darlene Oliveira. Neste sábado (12), eles passaram o primeiro dia dos namorados juntos.

“A princípio, temos mais apoio. Claro que existe o preconceito, o ódio. Mas a gente abstrai”, disse Erisson ao G1.

Juntos, os três assumiram a relação há quase um ano. Mais recentemente, há cerca de seis meses, eles criaram um perfil em uma rede social para divulgar como é a vida que escolheram.

“Inclusive, a gente não apaga da página os comentários contrários, pejorativos, maldições e condenações ao inferno. Alguns respondemos, outros não. Aumentou muito a questão dos seguidores e audiência da página. Estamos com mais de 15 milhões de impressões, apesar de ter só 33 mil seguidores”, completou ele.

A história do trisal começou em 2000, com o casamento dos militares Alda e Erisson. Eles são pais de dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos. Darlene se juntou a eles mais recentemente, em 2020. Segundo o trisal, a administradora é um elo importante da relação, que é mantida na base do respeito, do amor e da lealdade.

O trisal decidiu morar juntos há cerca de seis meses. A iniciativa, contam, serviu de inspiração para que mais pessoas compartilhassem depoimentos parecidos.

“Muita gente, inclusive, veio se abrir com a gente falando que vive a mesma situação, só que tem medo desse preconceito que a gente está passando, tem medo do abandono da família, do repúdio. A gente ouve diariamente muitos depoimentos, principalmente de mulheres, que são a maioria dos nossos seguidores”, conta Alda.

Segundo eles, ser inspiração para outros trisais é o que os fortalecem contra o preconceito que enfrentam.

Antes de criarem o perfil no Instagram, o trisal já tinham uma página no YouTube. “A gente já tinha aprendido a lidar com isso, quando criamos um canal no YouTube e tem muita gente que não gosta da polícia. Os [comentários] positivos são sempre bem-vindos, os contrários a gente abstrai. Alguns são muito pesados e a gente responde de uma forma aceitável para rede social. Aqui [no Instagram] se torna mais fácil para nós, porque quando um fica pilhado, os outros dois vão lá e apoiam”, afirma o sargento Erisson.

Reação no comando

Erisson conta que ele e Alda seguem “o profissionalismo acima de tudo” na corporação. Segundo eles, até o momento não houve qualquer tipo de manifestação.

“A princípio, o Comando não se manifestou. Inclusive, a gente separou da outra página onde a gente fala sobre a nossa profissão para desvincular a imagem de militar do relacionamento. Durante o serviço, somos profissionais e quando trabalhamos juntos, lá ela é minha comandante e a trato como minha comandante, presto as devidas continências e obedeço todas as ordens. Enfim, há o profissionalismo acima de tudo. Lá no quartel não somos casados, é a sargento Alda e o sargento Nery. Assim que sempre foi e assim que sempre vai ser”, explica ele.

O Comando da PM no Acre informou que a instituição não vai se pronunciar externamente sobre o assunto.

Como a história começou

Antes de se unirem como trisal, foi Alda quem tomou a iniciativa e começou a conversar com Darlene em uma rede social. A administradora estava em um relacionamento e, até então, a conversa era de amizade. Mas, com o fim do relacionamento, os três começaram e desde então, não se separaram mais.

Alda relembra que, antes disso, passou por um processo de descoberta durante o casamento com Erisson. “Eu já sabia que gostava de mulher também, só que essa descoberta só veio depois que casei. O Erisson Nery era bem mais experiente e percebeu algumas coisas em mim. Foi ele quem viu que eu gostava de mulher.”

Depois disso, Alda conta que se relacionou com outras duas mulheres, só que as relações não foram duradouras. “Eu tinha decidido que não ficaria mais, porque teve uma moça com quem fiquei e ela ficou muito ciumenta e queria que eu terminasse meu casamento. Então, decidi não ficar mais porque elas não iriam aceitar que sou casada e [iriam] querer acabar com meu relacionamento e eu não quero.”

Foi por causa dessas situações que Alda desistiu de manter outro relacionamento. Foram pelo menos três anos até conhecer Darlene. “Quando vi a foto dela, falei para o Nery que, na cidade, a única pessoa com que ficaria, seria ela.”

Meses depois de iniciar o relacionamento a três, eles decidiram morar juntos na mesma casa. O convite foi feito por Alda, quando ela e Nery iam fazer uma mudança. “Perguntei porque ela [Darlene] não entregava o apartamento [dela, para se juntar a eles] e foi assim. Estamos morando juntos há seis meses.”

Reação da família

Ao G1, Alda conta que o relacionamento é algo leve entre eles e com os filhos. Muitos alimentam “preocupações” sobre os filhos, mas ela afirma que eles foram criados para respeitar as pessoas.

“As pessoas estão criando filhos preconceituosos, intolerantes que não respeitam a decisão e a sexualidade dos outros, o amor dos outros. Criei meus filhos para respeitar as pessoas e amá-las, respeitar suas escolhas e levar em consideração o caráter das pessoas.”

Durante a conversa com o G1, Darlene preferiu não falar.

Sobre a melhor parte da relação, Erisson disse que isso se resume em estar perto de quem se ama.

“A melhor parte é viver e conviver com quem você ama. Embora seja dureza aí fora no mundo [lidar com] o preconceito das pessoas, para nós estarmos juntos supera tudo isso. E a gente gosta de poder expor isso. O intuito da página não era essa exposição toda, mas mostrar que outras formas de amor são possíveis. É possível a gente amar, respeitar, ter fidelidade e lealdade em uma relação como esta” , diz.

Alda afirma que eles são parceiros e isso se deve a ligação que mantêm por serem parecidos em vários aspectos. “A gente se dá bem em todas as formas possíveis. No nosso dia a dia, sexualmente, intelectualmente, no nosso pensamento, em todas as formas.”

Sonho

Juntos, os três vivem um poliamor e para eles o maior sonho é poder viver o “juntos para sempre”. Eles afirmam que não têm vontade de oficializar a relação e que querem somente continuar juntos.

“No nosso entendimento, nossa relação é totalmente oficializada. Temos consideração, lealdade e fidelidade. Nosso sonho não é casar, nosso é viver juntos a maior quantidade de tempo possível, os três juntos, mesmo com toda a hipocrisia ao nosso redor”, pontua Alda.

“Nosso propósito, de quando casamos, Alda e eu, é o mesmo agora. Permanecemos e queremos viver os três juntos, é o ‘para sempre’. Hoje em dia as pessoas estão desacreditadas nas relações e já começam pensando em terminar e dizem: ‘qualquer coisa eu termino, qualquer coisa separo’. E não é esse nosso objetivo. Começamos a relação pensando no ‘para sempre’ e cada um pensando na felicidade dos outros. Muita gente pensa em perda e divisão e aqui ninguém perde nada, estamos somando as três vidas, todo mundo sai ganhando”, conclui Nery.

G1-AC

Opinião dos leitores

  1. Isso é uma falta de respeito a família. Por isso que as desgraças estão acontecendo no mundo.

  2. Enquanto isso a esquerda sebosa, luta pela liberdade de três ou mais sendo tudo do mesmo sexo, os famosos LGBTXYZ+-

  3. Cabra MACHO. Tá de parabéns e em falta., hoje em dia o modelinho é ser frouxo e de preferência abaitolado, sensível, cheio de mimimi.

  4. Realmente está de parabéns. Duas mulheres isso é bom. Uma loira e uma morena. Ótimo, tem que ser assim.

  5. Esse é tri sal, to disposto a arrumar mais quatro mulherão igual a essas aí pra viver o quim sal.
    Kkkkkkkkkkkkkk
    É show papai!!!!

  6. Esse SGTPM e duro, imbroxável e incorruptível igual ao Véio Bolsonaro. Oh Sargentão do cunhão rôxo.

    1. Maycon, acho que vc está com inveja, melhor aumentar os números dos seus maridos também.

    2. Já o 13 defende não pegar mulher.
      Essas fuleragens não são coisas da direita.
      Fato ppúblico e notório.
      Esquerda fakenews.
      Mente pelaa ventas.

    3. A turma da lacração agora vai se incomodar com a forma que o outro vive dentro de sua própria casa? Kkkk!

  7. Se fosse essa loucura sem filhos, menos mal. Mas quando envolve crianças eu condeno veementemente!

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Diversos

Oficiais, subtenentes e sargentos da PM e Corpo de Bombeiros promoverão assembleia dia 18 para decidir sobre possível mobilização

Na próxima terça-feira, às 14h, oficiais, subtenentes e sargentos promoverão assembleia para deliberar sobre possível mobilização como protesto pelo não pagamento do décimo terceiro salário de 2017 e a indefinição sobre o pagamento do décimo terceiro salário de 2018 e dezembro.

Após a assembleia desse segmento, cabos e soldados também promoverão uma reunião no Clube Tiradentes.

Nesta sexta-feira, ocorreu uma reunião com dirigentes de todas as associações militares que elaboraram a seguinte nota de convocação:

ATENÇÃO POLICIAIS MILITARES E BOMBEIROS MILITARES DO RIO GRANDE DO NORTE

Reunidos na manhã desta sexta-feira, 14 de dezembro, os diretores das Associações representativas de Praças e Oficiais da PM e do CBMRN, deliberaram pela realização de Assembleia com os Policiais Militares e Bombeiros Militares, Praças e Oficiais, na próxima terça-feira, 18 de dezembro.

A Assembleia acontecerá em dois momentos:

1) Subtenentes, Sargentos e Oficiais farão a Assembleia na terça-feira, 18 de dezembro, a partir das 14h no Clube dos Oficiais;

2) Cabos e Soldados se reunirão também na terça-feira, 18 de dezembro, a partir das 15h no Clube Tiradentes.

Nas duas oportunidades as discussões serão sobre:

– Condições de Trabalho;

– Pagamento do 13º Salário (2017 e 2018);

– Previsão de pagamento do salário de Dezembro.

ASSOCIAÇÕES REPRESENTATIVAS DE PRAÇAS E OFICIAS POLICIAIS MILITARES E BOMBEIROS MILITARES DO RIO GRANDE DO NORTE

Opinião dos leitores

  1. Viatura quebrada e coletes. Essa desculpa não cola mais. Militar não pode fazer greve sob hipótese alguma. Dito isto, é tentar um diálogo com o governo para ver se ele acha algum lugar para tirar dinheiro e sobreviver com os salários que vão sendo pagos. A realidade no entanto é que o gasto com a folha subiu 4x a arrecadação do Tesouro. De plano de cargos em plano de cargos, afundaram as finanças do RN. Até a solução via inflação está difícil, posto q ele segue em níveis muito baixos.

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Polícia

PMRN promove 47 Sargentos à graduação de Subtenente

Na última segunda-feira, 23, o Comandante Geral da Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte, Coronel PM Francisco Canindé de Araújo Silva, publicou a Portaria nº 015/2013, a qual promoveu 47 1º Sargentos à graduação de Subtenente PM.

Entre os promovidos encontram-se seis mulheres integrantes da Corporação, tornando-se as primeiras Policiais Militares Femininas ingressantes na PMRN como Soldados PM a galgarem a graduação de Subtenente PM.

As promoções foram realizadas considerando o Parecer da Procuradoria do Estado e a reposição de efetivo decorrente de aposentadoria ou falecimento de Militar, ocasionando a vacância de cargos na graduação de Subtenente PM.

Os Militares promovidos estiveram na Diretoria de Pessoal da PMRN, na manhã dessa quarta-feira (25) para a confecção da nova Carteira de Identidade Funcional, a qual constará a nova graduação.

Opinião dos leitores

  1. A que ponto chegamos. Não tenho a menor dúvida que essas promoções estavam atrasadas desde muito tempo e agora noticiam como se fosse a descoberta de vida inteligente em Marte. Os atos mais normais e corriqueiros viraram notícia diante da inapetência em resolver problemas mais sérios deste (des)Governo.

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