Economia

Selic será elevada até o patamar necessário para atingir meta da inflação, diz presidente do Banco Central, que reclama que ‘Petrobras aumenta preços muito rápido’

Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

A uma semana para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que preços como o da gasolina, que têm pressionado a inflação, sofrem impacto da alta do dólar e lembrou que a Petrobras repassa esses custos com mais frequência que o que ocorre em muitos países.

No mesmo dia, o presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, que participou de audiência na Câmara dos Deputados, culpou os tributos estaduais pelos preços elevados dos combustíveis. Em alguns estados, a gasolina já passou de R$ 7 o litro.

Campos Neto explicou que a inflação sofreu sucessivos choques nos últimos meses, como o preço dos commodities e, mais recentemente, da crise hídrica, que afetou os preços de energia.

Segundo ele, a parte de energia inclui os preços de petróleo e etanol, que também tiveram impacto da desvalorização cambial, o que fez com que o preço de commodities em reais tivesse efeito maior no país.

— A parte de passar esse preço de commodities para o preço interno no Brasil, o mecanismo é um pouco mais rápido, lembrando que a Petrobras, por exemplo, passa preços muito mais rápido do que a grande parte dos outros países. A gente tem olhado isso também.

‘Alta frequência’

Ele participou de evento do BTG nesta terça-feira. E explicou que, diante da alta nos preços, a taxa básica de juros, a Selic, será elevada até o patamar necessário para atingir a meta de inflação.

Atualmente, a taxa está em 5,25% ao ano, e a sinalização do BC é que deve subir mais um ponto percentual na próxima reunião. Mas Campos Neto deixou claro que não vai mudar a política monetária por questões pontuais.

— Algumas coisas a gente tem comunciado, já tinha antecipado, algumas coisa de disseminação estão um pouco piores na ponta, mas a gente tem um plano de voo que a gente olha no horizonte mais longo. Isso não significa que você não vai atingir o objetivo de estabilizar, de fazer a convergência da inflação na frente, mas significa que não obrigatoriamente tem a necessidade de reagir a dados de alta frequência — disse Campos Neto.

Mercado vê inflação a 8% em 2021

Na semana passada, o IBGE divulgou que a inflação subiu 0,87% em agosto, o que resulta em um índice de 9,68% em 12 meses.

Assim como a inflação, as expectativas do mercado para o índice também vem subindo nas últimas semanas. Segundo o relatório Focus, que reúne as projeções de mercado, o IPCA deve ficar em 8% este ano e 4,03% no próximo. Se concretizado, ambos estariam acima das metas de inflação, de 3,75% e 3,5%, respectivamente.

Campos Neto também voltou a dizer que o pano de fundo fiscal é melhor do que o esperado no início da pandemia, mas ressaltou que há ruídos porque o mercado percebe um risco fiscal atrelado ao processo eleitoral.

— Tem um ruído atrelado ao fato de que vários programas que o governo tem feito, existe uma percepção por parte do mercado que esses programas estão associados a uma intenção de fazer um Bolsa Família que está ligado ao processo eleitoral. A gente entende que quando for virada a página esse tema, que deve acontecer em breve, as pessoas vão focar um pouco mais no pano de fundo — disse.

Nas últimas semanas, o governo tem discutido uma solução para abrir espaço no Orçamento para a criação do Auxílio Brasil, que deve substituir o Bolsa Família. Entre os pontos debatidos, está a questão do pagamento dos precatórios, que causou incerteza no mercado e ainda está sem solução.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Que estranho um governo que se dizia liberal criticar a política de preços de uma Empresa? O problema maior não é a Petrobras acompanhar a variação no mercado internacional do preço do barril de petróleo e sim a enorme desvalorização de nossa moeda que foi uma das maiores no último ano, fruto de uma política de juros baixos e que causou uma inflação sem controle especialmente de commodities.

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Economia

Corte da Selic faz governo economizar R$ 68,9 bilhões com juros da dívida pública

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O custo da dívida pública brasileira terminou 2019 no menor nível da história. Dados do Banco Central mostram que a taxa de juros implícita da dívida bruta do país no acumulado de 12 meses fechou o ano passado em 7,8% – em 2019 estava em 8,3%.

Cálculos do Ministério da Economia indicam que a redução da Selic gerou, apenas no ano passado, uma economia de R$ 68,9 bilhões no serviço da dívida.

O montante é superior a todo o investimento feito pelo governo federal em 2019, de R$ 56,6 bilhões. A dívida pública é emitida pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal.

Gazeta do Povo, com Estadão

Opinião dos leitores

  1. Era o que o governo petralha deveria ter feito, ao tranferir a dívida externa que pagava taxas baixíssima, para dívida interna, a juros altíssimo. Logo, isso não iria dá lucros exorbitante aos banqueiros nacionais, consequentemente, a propina paga era menor. Então luladrão manteve a taxa selic lá em cima.

    1. Perfeito, José. No governo do corrupto e lavador de dinheiro trocaram dívidas a juros baixos (a dívida externa), por dívida interna a juros altíssimos, para beneficiar os grandes bancos nacionais. Não foi à toa que os bancos brasileiros, nos governos do PT, auferiram os maiores lucros da sua história (comprovado pelos seus balanços, não é "achismo"). Lembram que tivemos Ministro da Fazenda do Bradesco? Imaginem as negociatas que devem ter ocorrido nos bastidores. Essa gente vive da mentira.

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Economia

Caixa: se Selic cair, juros do crédito imobiliário podem diminuir mais

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A taxa do crédito imobiliário da Caixa Econômica Federal continuará a cair caso o Banco Central (BC) reduza mais vezes a taxa básica de juros, a Selic.

“Nós reagiremos a quaisquer movimentos de redução da taxa de juros pelo Banco Central. Se o BC continuar reduzindo juros, nós seguiremos essa redução”, disse o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, ao divulgar a redução de juros do crédito imobiliário.

No dia 18 de setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu pela segunda vez seguida a taxa Selic, que dessa vez passou de 6% para 5,5% ao ano.

Hoje, a Caixa anunciou a redução de até 1 ponto percentual nas taxas de juros para os financiamentos imobiliários com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE). A menor taxa passou de 8,5% ao ano para 7,5% ao ano e a maior: de 9,75% ao ano para 9,5% ao ano. As novas taxas serão válidas a partir da próxima segunda-feira (14).

Segundo Guimarães, a redução anunciada hoje é “uma reação à redução consistente dos juros” pelo Banco Central. “Se acreditássemos que a redução não fosse consistente não teríamos baixado”, disse.

Sobre a linha de financiamento imobiliário, lançada recentemente, com correção pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o presidente da Caixa disse que não há previsão de redução de juros, por pelo menos, seis meses, mesmo que a Selic fique menor. Segundo ele, no momento, o banco estuda a securitização do crédito. “Neste momento, queremos conversar sobre vender esse crédito. Não pretendemos reduzir a taxa do IPCA pelos próximos seis meses pelo menos, até a gente testar a securitização”, disse.

Agência Brasil

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Economia

Pela 5ª vez seguida, Copom mantém taxa de juros em 14,25% ao ano

2015-876471610-como-multiplicar-dinheiro.jpg_20151226Pela quinta vez seguida, o Banco Central (BC) não mexeu nos juros básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve hoje (2), por 6 votos a 2, a taxa Selic em 14,25% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas, que preveem que a taxa permanecerá inalterada até o fim do ano.

Votaram pela manutenção da taxa Selic o presidente do BC, Alexandre Tombini, e cinco diretores: Aldo Luiz Mendes (Política Monetária), Altamir Lopes (Administração), Anthero Meirelles (Fiscalização), Luiz Edson Feltrim (Relacionamento Institucional e Cidadania) e Otávio Damaso (Regulação). Os diretores Sidnei Marques (Organização do Sistema Financeiro) e Tony Volpon (Assuntos Internacionais) votaram pela elevação da Selic em 0,5 ponto percentual.

Em comunicado, o Copom informou que as incertezas em relação à economia brasileira e global justificou a manutenção da taxa. “Avaliando o cenário macroeconômico, as perspectivas para a inflação e o atual balanço de riscos e considerando as incertezas domésticas e principalmente externas, o Copom decidiu manter a taxa Selic em 14,25% ao ano, sem viés”, destacou o texto.

Os juros básicos estão nesse nível desde o fim de julho do ano passado. Com a decisão do Copom, a taxa se mantém no mesmo percentual de outubro de 2006. A Selic é o principal instrumento do banco para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Oficialmente, o Conselho Monetário Nacional estabelece meta de 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos, podendo chegar a 6,5%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumulou 10,71% nos 12 meses terminados em janeiro, a maior taxa desde outubro de 2003.

No Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, divulgado ontem (1º) pelo Ministério do Planejamento, a equipe econômica estimou que o IPCA encerre 2016 em 7,1%. O mercado está mais pessimista. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, o IPCA fechará o ano em 7,57%.

Fonte: Agência Brasil

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Economia

Copom surpreende e mantém taxa básica de juros em 14,25% ao ano

dinheirojpg13061022842pmO Comitê de Política Monetária do Banco Central manteve a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) em 14,25% ao ano, surpreendendo os analistas do mercado, que esperavam elevação de pelo menos 0,5 ponto percentual como medida para tentar conter a escalada da inflação.

Em comunicado, o Banco Central diz que considerou a “elevação das incertezas domésticas e, principalmente, externas” para manter a taxa Selic. “O Copom decidiu manter a taxa Selic em 14,25% ao ano, sem viés, por seis votos a favor e dois votos pela elevação da taxa Selic em 0,50 ponto percentual”, informa o BC.

Às vésperas da reunião do Copom, o presidente do BC, Alexandre Tombini, divulgou uma inesperada nota comentando as previsões do FMI sobre a economia brasileira. A atitude embaralhou as projeções do mercado financeiro, que horas antes de decisão ainda não tinha uma opinião predominante sobre o rumo dos juros.

O comentário ainda reverberou entre ex-diretores do BC, que se mostraram perplexos diante das declarações de Tombini. Ao mesmo tempo, a sinalização de menos agressividade no aperto monetário agradou ao governo e ao PT, que já espera uma mudança na orientação da política monetária.

Em meio a uma profunda recessão e elevação das projeções para a inflação, o BC se viu dividido entre subir os juros – e ancorar as expectativas sobre a evolução dos preços – ou manter inalterada a Selic e evitar uma queda ainda maior da economia.

Com a manutenção da Selic nesta quarta-feira, o Brasil segue disparado como maior pagador de juro real (descontada a inflação) do mundo. Nas projeções da Infinity Asset, só um corte da magnitude de 4,5 pontos porcentuais faria com que o Brasil saísse da liderança do ranking.

De outubro de 2014, quando estava em 11% ao ano, a julho de 2015, a taxa Selic cresceu 3,25 pontos percentuais, resultado de sete elevações seguidas. Na reunião de setembro do ano passado o Copom decidiu suspender o aperto monetário, mantendo o patamar dos juros básicos pela primeira vez em meses.

A Selic é usada nas negociações de títulos públicos e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.

Fonte: IstoÉ

Opinião dos leitores

  1. Em fim prevaleceu o BOM SENSO. A Taxa Selic se manteve no mesmo patamar 14,25%, já considerada muito alta e não tem influência nenhuma no controle da inflação. O aumento da inflação é devido a ajustes dos preços administrados, a desvalorização do real e NÃO PELO CONSUMO. O governo ainda não percebeu QUE JÁ EXISTE UMA REDUÇÃO DO CONSUMO , pelo endividamento do brasileiro ( cartão de crédito), o custo da energia elétrica, e dos combustíveis, pelo desemprego e pela alta dos preços generalizada.

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Economia

Poupança passa a render mais que maioria dos fundos de investimento após alta da taxa Selic

A elevação da taxa Selic (juros básicos da economia) para 8% ao ano beneficiou quem guarda dinheiro na poupança. Por causa da fórmula em vigor desde o ano passado, que atrelou a remuneração da caderneta aos juros básicos, o rendimento da aplicação subiu de 5,25% para 5,6% ao ano.

De acordo com levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a mudança na taxa Selic deixa a poupança mais rentável que a maioria dos fundos de investimento. Apenas nos casos em que os fundos cobram taxas de administração baixas e o dinheiro fica aplicado por mais tempo, a caderneta torna-se menos vantajosa.

Segundo a Anefac, a poupança rende menos que os fundos somente quando a taxa de administração corresponde a 0,5% ao ano se o dinheiro ficar aplicado pelo menos dois anos. Em quase todas as outras simulações, a poupança tem rendimento maior. A exceção é para as aplicações de um a dois anos em um fundo com taxa de administração de 0,5% ao ano. Nesse caso, o fundo rende o mesmo que a poupança.

Pela regra em vigor, quando a taxa Selic está maior que 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês (6,17% ao ano) mais a taxa referencial (TR), tipo de taxa variável. Quando os juros básicos da economia estão iguais ou inferiores a 8,5% ao ano, a caderneta rende 70% da taxa Selic mais a TR. No entanto, a taxa referencial é igual a zero quando a Selic está igual ou menor que 8% ao ano, o que torna o rendimento totalmente atrelado aos juros básicos.

A fórmula só vale para o dinheiro depositado na poupança a partir de 4 de maio de 2012. Para os depósitos anteriores, o rendimento segue a regra antiga, de 0,5% ao mês mais a TR. Os demais direitos de quem aplica na caderneta foram mantidos, como a isenção de taxa de administração e de impostos.

Apesar da remuneração maior, a poupança continua rendendo menos que a inflação esperada para 2013. De acordo com o boletim Focus, pesquisa com instituições financeiras divulgada toda semana pelo Banco Central, a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deverá fechar o ano em 5,81%. No Relatório de Inflação, divulgado no fim de março, o próprio Banco Central projeta que o IPCA encerrará 2013 em 5,7%.

Da Agência Brasil

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Economia

Nova alta da Selic dificulta recuperação de uma indústria já estagnada, diz CNI

A alta de 0,5 ponto percentual na taxa Selic é ineficiente para combater a inflação e prejudica a recuperação da economia e dos investimentos, criticou a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em comunicado, a entidade alegou que a elevação da taxa básica de juros impõe mais dificuldades para a indústria, que já está estagnada, retomar o crescimento.

“Como acaba de mostrar o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, a indústria permanece estagnada. Segundo a CNI, neste cenário, o aumento nos juros é ainda mais prejudicial ao setor, justamente o de maior capacidade de recuperação e de contribuição à retomada da economia. Sem uma participação expressiva da indústria, o país cresce pouco”, ressaltou.

Segundo a CNI, a inflação alta no Brasil decorre de problemas estruturais da economia brasileira, como o elevado custo dos serviços, setor que não sofre concorrência das importações e repassa rapidamente os aumentos de custos para os consumidores. A entidade cobrou medidas complementares, além da política monetária, para lidar com o problema.

“Para a CNI, a elevação isolada dos juros não é a melhor forma de enfrentar essa equação, porque prejudica a expansão dos investimentos e dificulta o aumento da oferta”, concluiu o comunicado.

Da Agência Brasil

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