Saúde

Regeneron diz que sua terapia com coquetel de anticorpos previne Covid-19

Foto: Nexu Science Communication/Reuters

Os resultados provisórios de um teste em andamento mostram que o coquetel de anticorpos monoclonais da Regeneron evitou a Covid-19 entre as pessoas com alto risco de infecção, disse a empresa em um comunicado à imprensa nesta terça-feira, 26.

O estudo envolveu 400 pessoas que foram expostas ao novo coronavírus. Metade dos indivíduos receberam injeções da terapia de anticorpos, conhecida como Regen-Cov, e metade recebeu um placebo.

O número de infecções foi menor entre os que receberam o tratamento e eram todos assintomáticos, disse a empresa. Entre aqueles que receberam a terapia, as infecções não duraram mais do que uma semana, enquanto 40% das infecções no grupo do placebo duraram de três a quatro semanas.

Nenhuma das pessoas infectadas que receberam a terapia tinha altas cargas virais, enquanto 62% das pessoas no grupo placebo que foram infectadas tinham altas cargas virais. Houve uma morte e uma hospitalização no grupo que recebeu o placebo, e nenhuma morte ou hospitalização no grupo de tratamento.

“Esses dados usando Regen-Cov como uma vacina passiva sugerem que pode reduzir a transmissão do vírus, bem como reduzir a carga viral e da doença naqueles que ainda são infectados”, disse George Yancopoulos, presidente e diretor científico da Regeneron em um comunicado à imprensa.

“Mesmo com a disponibilidade emergente de vacinas ativas, continuamos a ver centenas de milhares de pessoas infectadas diariamente, espalhando ativamente o vírus para seus contatos próximos. O coquetel de anticorpos Regen-Cov pode ajudar a quebrar essa cadeia, fornecendo imunidade passiva imediata para aqueles com alto risco de infecção, em contraste com as vacinas ativas que levam semanas para fornecer proteção. ”

A Regeneron espera ver os dados completos do estudo no início do próximo trimestre e disse que discutirá com a Food and Drug Administration dos EUA se deve expandir a autorização de uso de emergência para a terapia. O EUA permite que ele seja usado para tratar pessoas com Covid-19 leve ou moderado que não estão hospitalizadas, mas estão em alto risco de desenvolver sintomas graves e necessitar de hospitalização.

A Eli Lilly and Company anunciou na semana passada que sua terapia de combinação de anticorpos monoclonais, conhecida como LY-CoV555 ou Bamlanivimab, ajudou a prevenir Covid-19 entre residentes de asilos e funcionários em um estudo de Fase 3.

CNN Brasil

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Saúde

Terapia com plasma convalescente da Covid-19 é eficaz nos dez primeiros dias de sintomas, indica estudo brasileiro

(Foto: Pixabay)

Dados de um estudo brasileiro feito com 104 portadores de Covid-19 indicam que a terapia com plasma sanguíneo de convalescentes da doença é uma alternativa segura e pode trazer benefícios principalmente se aplicada nos dez primeiros dias de sintomas.

A pesquisa contou com apoio da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e foi conduzida por pesquisadores dos hospitais Israelita Albert Einstein e Sírio-Libanês, em colaboração com um grupo do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP). Os resultados foram divulgados na plataforma medRxiv, em artigo ainda sem revisão por pares.

“Do ponto de vista da segurança, mostramos se tratar de um procedimento de baixo risco, equivalente ao de qualquer transfusão sanguínea. No que diz respeito aos benefícios, observamos que evoluíram melhor os pacientes tratados mais precocemente. Mas, como foi um estudo de braço único [sem grupo controle tratado com placebo], nossa capacidade para avaliar a eficácia é limitada”, explica o hematologista José Mauro Kutner, docente do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein e um dos autores do artigo.

Segundo o pesquisador, o ensaio clínico foi desenhado em março de 2020, quando ainda se conhecia pouco sobre a Covid-19 e a segurança da terapia, desenvolvida em 1891 para o tratamento de difteria e usada experimentalmente em surtos de infecções respiratórias, como gripe H1N1 (2009-2010), síndrome respiratória aguda grave causada pelo Sars-CoV-1 (2003) e síndrome respiratória do Oriente Médio causada pelo Mers-CoV (2012).

O método consiste em transfundir nos doentes um componente do sangue rico em anticorpos contra o patógeno a ser combatido, obtido de doadores que já se recuperaram da infecção. A ideia é que os anticorpos doados ajudem a reduzir a carga viral no organismo, evitando que o quadro se agrave. No Brasil, foi autorizado apenas o uso compassivo ou no âmbito da pesquisa clínica.

Por se tratar de um estudo de braço único, todos os participantes receberam o tratamento, mas em diferentes quantidades e fases da doença. Ao final, os pesquisadores compararam a evolução do quadro nos subgrupos. Foram incluídos apenas voluntários com mais de 18 anos e que apresentavam comprometimento respiratório importante – parte já estava em unidade de terapia intensiva (UTI) e os demais em vias de serem internados.

“Como esperado, os pacientes com mais idade, os obesos e os portadores de comorbidades evoluíram pior, mas isso não tem relação com o tratamento. O que nos chamou a atenção foi que os voluntários que já apresentavam anticorpos próprios contra o Sars-CoV-2 antes de receberem a transfusão de plasma foram mais beneficiados pela terapia do que aqueles que não tinham anticorpos próprios. Esse achado parece ser inédito na literatura científica”, conta Kutner.

Contrariando as expectativas dos cientistas, os participantes que receberam plasma com concentrações mais altas de anticorpos neutralizantes – um tipo específico capaz de bloquear a infecção das células – não necessariamente evoluíram melhor que os demais. Na avaliação de Kutner, esse resultado provavelmente se deve ao fato de que todos os 104 pacientes receberam doses acima da quantidade mínima de anticorpos neutralizantes recomendada por estudos europeus e pela FDA [Food and Drug Administration, agência de vigilância sanitária dos Estados Unidos], que é de um para 160 (1:160), ou seja, após diluir o plasma 160 vezes ainda deve ser possível encontrar ao menos um anticorpo neutralizante no soro.

“O principal achado é que os voluntários tratados precocemente, nos dez primeiros dias após o início dos sintomas, evoluíram melhor do que aqueles que receberam o plasma depois desse período”, comenta Kutner.

Os dados brasileiros vão ao encontro de estudos internacionais já divulgados. O mais recente foi publicado no New England Journal of Medicine por pesquisadores da Fundación Infant, na Argentina. Segundo o artigo, para ser eficaz, a terapia deve ser administrada dentro de 72 horas após o início dos sintomas e o plasma deve ter uma alta concentração de anticorpos neutralizantes. Se essas condições forem cumpridas, afirmam os autores, o tratamento pode diminuir a necessidade de oxigênio pela metade. A pesquisa argentina incluiu 160 pacientes com 65 anos ou mais, divididos aleatoriamente em dois grupos, sendo um deles o controle.

Vírus-neutralização

A análise prévia do plasma transfundido nos pacientes do Einstein e do Sírio-Libanês foi conduzida no ICB-USP, sob a coordenação do professor Edison Luiz Durigon. O grupo usou uma técnica conhecida como vírus-neutralização (VNT), que envolve o cultivo do Sars-CoV-2 in vitro e, por esse motivo, requer estrutura laboratorial com nível 3 de biossegurança (NB3) e equipe altamente treinada.

Como explica o pesquisador, o anticorpo neutralizante é aquele que se liga à parte mais superficial da proteína spike, usada pelo Sars-CoV-2 para se conectar com o receptor da célula humana e viabilizar a infecção. Essa região da proteína é conhecida como RBD (sigla em inglês para domínio de ligação ao receptor). “A VNT não é uma técnica trivial e ainda está restrita a grandes centros de pesquisa. Porém, têm surgido métodos mais simples para analisar o plasma, o que pode facilitar o uso da terapia”, comenta Durigon.

O pesquisador ressalta, contudo, que o tratamento envolve custos significativos. Além dos testes-padrão para qualquer doação de sangue, como os que visam detectar a presença de patógenos causadores de doenças transmissíveis, é preciso avaliar a quantidade de anticorpos neutralizantes e ter uma estrutura de banco de sangue para armazenar o material. “A administração da terapia é estritamente hospitalar e requer acompanhamento médico. Não é, portanto, uma panaceia, mas pode ajudar alguns pacientes de grupos de risco a combater a infecção ainda no início”, avalia Durigon.

Galileu

Opinião dos leitores

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Diversos

Ex-líder de terapia nos EUA de ‘cura gay’ se revela homossexual

McKrae Game Foto: Reprodução/YouTube(Post and Courier)

Um homem que fundou uma dos maiores programas de terapia de conversão de gays – a chamada “cura gay” – revelou-se homossexual.

McKrae Game, de 51 anos, comandou por duas décadas o Hope for Wholeness, grupo que atua na Carolina do Sul (EUA), prometendo fazer homossexuais se tornarem heterossexuais.

O americano costumava classificar a homossexualidade como um “grande ardil”. Agora, McKrae decidiu se desculpar pela “nociva prática que feriu gerações” e a ele mesmo.

A terapia antigay, baseada em aconselhamento psicológico e ensinamentos religiosos, é proibida em 17 estados americanos. O slogan do programa de McKrae era “Para se libertar da homossexualidade por meio de Jesus Cristo”.

Dois anos atrás, McKrae foi demitido do Hope for Wholeness.

“Fui um fanático religioso que feriu pessoas. Pessoas disseram ter tentado o suicídio por minha causa e das coisas que eu dizia. Eu estava errado, por favor me perdoem”, desabafou o americano ao “Post and Courier”.

McKrae ainda está casado com Julie Game.

Extra – O Globo

 

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Diversos

Médico da TV vai se submeter a terapia para 'curar homossexualidade'

102_2354-alt-blog-gayO médico Christian Jessen, de 36 anos, que apresenta em TV britânica o programa “Embarrassing Bodies”, decidiu se submeter a uma série de controvertidas terapias para “curar a homossexualidade”. A iniciativa faz para de um documentário que está sendo produzido pelo Channel 4, com o título de “Cure Me, I’m Gay”.

Jessen, que vive uma relação gay estável de longa data, decidiu se submeter aos tratamentos por considerar que, como médico, terá melhores condições de analisar o antes e o depois.

Tratamentos “contra a homossexualidade”, que são defendidos por alguns grupos religiosos e da extrema-direita, incluem choques elétricos, indução de náusea após sessão de material visual homoerótico, orações, exorcismo, hipnose e visitas a bordéis para sexo com mulheres.

No documentário, Jessen vai conversar com pacientes que procuraram médicos interessados em “curar a homossexualidade” e com pessoas que alegam ter sido “curadas”.

Em entrevista ao site da entidade Ditch The Label, o britânico da TV disse sofrer preconceito por ser um médico gay.

O Globo

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Diversos

Terapia mostrada em filme inclui sexo entre profissional e paciente

A pessoa tem um problema sexual e vai fazer terapia para tentar resolver. Um dia, o psicólogo propõe a ela algo mais prático: sessões com um “terapeuta sexual substituto”, profissional que vai para a cama com o paciente.

Pouco difundida, essa técnica do sexo explícito começa a ser mais conhecida. O motivo é o filme “As Sessões”, que estreou aqui na sexta.

Premiado no Festival Sundance de Cinema de 2012, o longa fez de Helen Hunt candidata ao Oscar de melhor atriz coadjuvante de 2013.
Hunt interpreta Cheryl Cohen Greene durante terapia sexual com o poeta Mark O’Brien (John Hawkes), paralítico.

Divulgação
Helen Hunt como a terapeuta Cheryl Greene e John Hawkes como o paciente vítima de poliomielite em cena do filme "As Sessões"
em cena do filme “As Sessões”

 

Aproveitando o sucesso do filme, Greene lança seu livro “As Sessões: Minha Vida como Terapeuta do Sexo” (BestSeller, 280 págs., R$ 29,90), em que conta sua história e a de vários outros clientes, além de O’Brien.

Virgem aos 38 anos, O’Brien acaba aprendendo com Greene a manter suas ereções espontâneas, a penetrar uma mulher (ela) e a levá-la ao orgasmo.

Essa modalidade terapêutica foi criada nos anos 1960/1970 pelo casal de sexólogos americanos William Master e Virgínia Johnson, os primeiros a preconizar um tratamento exclusivamente sexual. “Eles passaram a tratar dificuldades sexuais com terapia comportamental, usando as terapeutas substitutas para ‘treinar’ o paciente a fazer sexo”, diz a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do programa de estudos de sexualidade da USP.

Após a revolução sexual, surgiram outras técnicas, e a do substituto sexual não ficou entre as mais valorizadas. (mais…)

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