Ir à festa de casamento, para os comes e bebes, todos querem. Mas à cerimônia, muita gente dá desculpas para não ir. É o caso da seleção brasileira masculina de basquete. Sem os astros da NBA, a equipe deu vexame na Copa América, da Venezuela, que classificará quatro países para o evento maior, o Mundial da Espanha-2014. Nesta terça-feira, pela última rodada do Grupo A, o Brasil foi eliminado pela Jamaica por 78 a 76, no pior dia da história de seu basquete, e terminou em último na chave, com quatro derrotas, para Porto Rico, Canadá, Uruguai e Jamaica. O cestinha do jogo foi o jamaicano Samuels, com 23 pontos. Pelo Brasil, Huertas e JP Batista fizeram 16, cada.
O Brasil e os EUA são os únicos que nunca deixaram de ir ao Mundial, que no ano que vem terá sua 17ª edição. Campeões olímpicos, os americanos estão garantidos em 2014, mas os brasileiros não obtiveram uma das quatro vagas em quadra. Agora, sem chances de classificação, o Brasil depende de um convite da Federação Internacional de Basquete (Fiba), para completar os 24 participantes, uma humilhação para o país bicampeão mundial em 1959 e 1963.
Também nesta terça, a Argentina fechou a primeira fase em primeiro no Grupo B, ao ganhar do México, por 98 a 78. Já a República Dominicana arrasou o Paraguai por 83 a 54. A segunda fase terá início amanhã.
Dispensas por vários motivos
Os brasileiros da NBA — Tiago Splitter, Anderson Varejão, Nenê Hilário e Leandrinho além dos novatos Lucas Bebê e Vitor Faverani — solicitaram dispensa à Confederação Brasileira de Basquete (CBB), por diversos motivos. Também saíram Augusto Lima e Marquinhos. Enquanto isso, Argentina, Canadá, México, Porto Rico e República Dominicana estão reforçados dos atletas da NBA. No Canadá, cinco atuam na liga profissional americana. Na Argentina, República Dominicana, México e Porto Rico, há um atleta em cada seleção.
Antes, vários jogadores brasileiros da liga americana também pediram dispensa de Pré-Olímpicos, Pré-Mundiais e até de Mundiais. Vale lembrar que o basquete brasileiro, no masculino, ficou fora das Olimpíadas entre Atlanta-1996 e Londres-2012. Só retornou na edição do ano passado.
Sem esses talentos, e com uma equipe sem o padrão de jogo que teria com atletas mais talentosos e experientes, o Brasil perdeu para Porto Rico (72 a 65); foi arrasado pelo Canadá (91 a 62); e anteontem, foi batido pelo Uruguai, para o qual não perdia há 18 anos (79 a 73).
O primeiro a ter pedido dispensa, em julho, foi Tiago Splitter, que nunca tomara tal atitude. Ele se sentia cansado da temporada na NBA, em que o seu San Antonio Spurs perdeu o título para o Miami Heat. Em seguida, vieram os pedidos de Anderson Varejão, Leandrinho e Nenê. Varejão, do Cleveland Cavaliers, recuperava-se de lesões e de uma embolia pulmonar, e Leandrinho, sem time na NBA, tratava lesão no punho direito.
Pivô do Washington Wizards, Nenê pediu para ser dispensado por causa de uma fascite plantar no pé direito. Nenhum dos três participara da Copa América de 2011, quando o Brasil obteve a vaga para Londres. Nas Olimpíadas, Splitter, Varejão, Leandrinho e Nenê jogaram.
O Globo
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