Por Josias de Souza
O cenário de ruína da Petrobras justifica a abertura de uma CPI. E a operação montada pelo Planalto para evitá-la comprova a sua necessidade. Por isso mesmo, o risco de dar certo é mínimo.
PMDB e PT são sócios em diretorias com teto de vidro na Petrobras. Na CPI, os interesses dessas duas potências do Legislativo se ajustam às conveniências do Executivo. Uma mão suja a outra.
Se não conseguirem convencer pelo menos três silvérios governistas a retirarem suas assinaturas do pedido de CPI, já protocolada no Senado, o Planalto e seus aliados reencenarão o teatro que assou pizzas nas últimas CPIs. O enredo é conhecido.
Começa com o recrutamento de uma milícia parlamentar para compor a maioria na CPI. Passa pelo duopólio do comando: o PMDB na presidência e o PT na relatoria. Ou vice-versa.
Para o grand finale, um relatório que combine com esse contexto geral em que eles mesmos cometem os delitos, eles mesmos investigam e eles mesmos absolvem. Em minoria, resta à oposição gritar contra os exageros da coreografia.
O espetáculo tende a melhorar se algum detalhe escapar às preocupações cenográficas do Planalto. Não se deve esquecer que essa CPI nasceu da nota escrita por Dilma com o propósito de puxar para baixo o fio da meada que acomodara no seu colo o descalabro da refinaria de Pasadena.
É preciso saber se Nestor Cerveró, o ex-diretor da Petrobras a quem Dilma terceirizou o desastre, já foi devidamente ensaiado por seus padrinhos do PMDB e do PT para desempenhar o papel de incompetente ou de desonesto. Uma declaração enviesada de Cerveró pode fazer o melado escorrer.
Os presidenciáveis Aécio Neves e Eduardo Campos não perdem por esperar. Ganham. Suas pretensões políticas nunca tiveram tanta visibilidade como agora. As mancadas de Dilma tornaram-se oportunidades que a dupla aproveita.
A infantaria do Planalto esfrega na cara dos antagonistas de Dilma o escândalo Alstom-Siemens e as suspeitas de malfeitos no porto pernambucano de Suape. A tropa rival ameaça trazer à boca do palco a Eletrobras e a Transpetro, feudos de José Sarney e de Renan Calheiros.
Há na PF, no TCU e no Ministério Público inquéritos, processos e ações sobre as mazelas em debate. Diz-se que esse trabalho torna dispensável a CPI. Meia-verdade. O lufa-lufa da CPI no mínimo dá visibilidade às tramóias. Com sorte, pode esbarrar num “fato novo”.
A inteligência convencional ensina que um governo que leva a Petrobras ao balcão não é sério. E os políticos que enfiam na estatal seus apadrinhados não fazem isso por patriotismo. A CPI obriga o Planalto e seus sócios a executarem sob refletores um balé de elefantes. É horroroso. Porém, a sete meses da eleição, pode ser útil na hora de decidir em quem votar.
O PT rasgou a cartilha faz tempo. Isso não se discute mais. No que está certo. Já dia Cazuza: "Ideologia? Eu quero uma pra viver." E zefini.
Tem que haver essa CPI.
O PT causou um rombo na empresa, maior patrimônio dos brasileiros.
Sem falar em milhares de trabalhadores que perderam parte do seu FGTS, que foi usado para comprar ações da Petrobrás.
Acompanho esse blog e vejo muitas colocações dos leitores.
Lembro de algumas muito pertinente e se minha memória não falha: NÃO FOI O PT O PARTIDO QUE MAIS "CRITICOU" QUANDO OS PARTIDOS BARRAVAM AS CPIs???
NÃO FOI O PT O PARTIDO QUE MAIS FOI AOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO, COM PALAVRAS DURAS, DE ORDEM, CONTRA AS MANOBRAS USADAS PARA CPI VIRAR PIZZA?
PORQUE ESSA MUDANÇA DE POSTURA? O PT NÃO SE DIZ ou DIZIA UM PARTIDO SÉRIO? E ESSE LAMAÇAL DE CORRUPÇÃO QUE ESTAMOS VENDO??
O ESTADO BRASILEIRO É TÃO FRÁGIL QUE PRECISA DE MIL E UM RECURSOS PARA CONDENAR POLÍTICOS QUE PRATICAM ATITUDES COMO ESSAS DA PETROBRAS – CHEGA – MUDA BRASIL!!!!