Os delegados Silvio Fernando e Daniele Filgueira concederam na manhã dessa terça-feira (06/05) uma entrevista coletiva, na Delegacia Geral de Polícia Civil (Degepol), para detalhar as investigações sobre o caso do assassinato o professor de muay thai Luís de França, ocorrido no dia 10 de fevereiro deste ano. Na manhã de hoje foi preso o soldado da Polícia Militar Moisés Gonçalo do Nascimento, de 41 anos, acusado de participação no homicídio.
O acusado foi preso na residência dele em São Gonçalo do Amarante por força de um mandado de prisão temporária e não resistiu à prisão. A prisão teve apoio dos policiais do BOPE. Segundo a delegada Danielle Filgueira, Moisés teria pilotado a moto que levou Iranildo até o local do crime e deu fuga a ele. “Testemunhas viram os dois momentos antes do crime na 3ª companhia do 9º Batalhão da PM, que fica situado no bairro Planalto, com as mesmas roupas usadas no homicídio”, contou.
Além disso, os dois teriam se encontrado na madrugada do domingo, um dia antes do crime, na Guarda da Rocam, onde Moisés estava de serviço e planejaram o crime. Iranildo e Moisés se conheceram no 9º Batalhão da PM onde trabalharam juntos e partir iniciaram uma relação de amizade. Mas após o crime os dois teriam se afastado. Moisés teria, inclusive, se queixado de Iranildo a colegas policiais dizendo “Não acredito que ele me colocou nessa roubada”. A delegada explicou que Moisés não imaginava que o assassinato teria tanta repercussão e que ele teria ficado desesperado.
De acordo com o titular da 11ªDP, delegado Silvio Fernando as investigações do crime foram encerradas. “Com essas duas prisões nós concluímos o caso”, disse. O principal suspeito de ser o executor do crime, o tenente da polícia militar Iranildo Félix de Sousa, foi preso no dia 24 de março por força de um mandado de prisão temporária. A prisão dele foi renovada por mais trinta dias.
O soldado Moisés estava lotado na Guarda da Rocam. Ele já tinha tirado licença médica anteriormente por problemas psiquiátricos e também já sofreu três atentados. Ele nega o crime.
Ameaças
A delegada Danielle Filgueira chegou a ser ameaçada de morte pelo soldado Moisés Gonçalo. “Policiais colegas dele chegaram até mim e disseram que eu tivesse cuidado com ele”, relatou. Fotos dela também foram encontradas no celular dele, o que foi entendido pela polícia como uma ameaça ‘velada’.
As ameaças se dão também pela investigação por parte da delegada de um seqüestro de mãe e filho, ocorrido no bairro de Cidade Nova, em 11 de dezembro de 2012, pelo qual Moisés foi indiciado. “Esse policial foi indiciado por esse seqüestro e também responde a uma denunciação caluniosa”, explicou doutora Danielle. As vítimas continuam desaparecidas.
Moisés também ameaçou de morte autoridades policiais e policiais que deporam sobre o caso.
Uma lista com os nomes dos delegados Silvio Fernando e Danielle Filgueira e outras pessoas foi encontrado no apartamento de Iranildo Felix, o que caracterizou para a polícia como pessoas listadas para morrer numa possível queima de arquivo.
O crime
Na manhã do dia 10 de fevereiro de 2014 o professor de musculação e lutador de MMA Luiz de França Sousa Trindade, de 25 anos, foi morto a tiros, em frente à academia Alta Performance, situada no conjunto Cidade Satélite, zona Sul de Natal. Na ocasião, o professor e atleta de jiu-jitsu Ademir Júnior, conhecido como Júnior Sustagen, também foi ferido pelos disparos.
A motivação do crime teria sido uma briga entre Iranildo e a vítima dentro da academia, onde Luiz de França teria expulsado o policial. “Nós colhemos novos depoimentos de pessoas que presenciaram a briga e a expulsão e isso foi tomado como o insulto por parte do militar”, detalhou a delegada Danielle.
As investigações do caso foram acompanhadas pelo Ministério Público. O comando da PM também deu apoio, facilitando as investigações.
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