A Polícia Civil do Piauí colheu depoimento de Rodrigo Fernandes das Dores de Sousa, 27, irmão do ex-goleiro Bruno Fernandes, em que ele indica o local onde estariam os restos mortais de Eliza Samudio. A informação foi confirmada ao UOL nesta segunda-feira (4) pela assessoria da Polícia Civil do Piauí.
O depoimento foi colhido por meio de carta precatória pelo delegado Elídio Duarte, chefe da Delegacia de Polícia Interestadual do Piauí. Na fala ao delegado, ele teria indicado que os restos mortais da ex-amante de Bruno estariam em uma cidade do interior de Minas Gerais.
A assessoria de imprensa da polícia não soube informar qual foi o dia do depoimento, que ainda será enviado para averiguação.
O delegado-geral da Polícia Civil, Ridel Batista, disse que o pedido de depoimento foi feito pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, que ainda investiga o caso. “Foi um depoimento solicitado pela polícia do Rio em que pegamos alguns fatos da investigação do desaparecimento da Eliza”, resumiu Batista, dizendo que não poderia passar mais detalhes sobre o caso, por exemplo detalhar a cidade onde estariam os restos mortais.
Sumiço
Eliza desapareceu em 2010. Desde então a polícia já tentou localizar seu corpo por diversas vezes. Bruno cumpre pena de 22 anos por ter sido condenado, em 2013, pela morte dela.
No mês passado, o jogador se casou com a dentista carioca Ingrid Calheiros, com quem iniciou relacionamento amoroso durante o processo.
O irmão de Bruno também é suspeito de crimes no Piauí. Em setembro do ano passado, foi preso por suspeita de estuprar uma adolescente em Teresina. Outros estupros também são atribuídos a ele, que está detido em Teresina à espera de julgamento.
Por estratégia política, os deputados estaduais Hermano Morais e Eudiane Macedo, ambos do PV, desistiram de se filiar ao MDB do vice-governador Walter Alves e devem permanecer na federação PV-PT-PCdoB.
Segundo informações de bastidores, o recuo foi resultado de um cálculo eleitoral cuidadoso. Apesar da aproximação com o MDB, os dois parlamentares avaliaram que manter-se na federação garante mais segurança e previsibilidade para suas reeleições em 2026, quando o número de cadeiras na Assembleia Legislativa vai aumentar de 24 para 30.
Nos bastidores, Walter Alves e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ezequiel Ferreira (PSDB), articulam montar uma chapa com forte densidade eleitoral, voltada para ampliar a base de parlamentares no Legislativo potiguar. A ideia é consolidar um grupo competitivo com foco nas vagas proporcionais, aproveitando o novo cenário de expansão da Casa.
A migração para o MDB, embora pudesse abrir portas políticas, traz riscos: quem muda de partido precisa garantir espaço nas nominatas, estrutura de campanha, recursos e visibilidade dentro da nova legenda — pontos considerados incertos neste momento.
Assim, a decisão de Hermano e Eudiane de permanecer no PV é vista como um movimento pragmático e de autoproteção política, mantendo ambos integrados à estrutura da federação, que segue fortalecida no Estado sob influência direta do grupo da governadora Fátima Bezerra (PT).
O ex-governador do Rio Grande do Norte, Fernando Freire, 71 anos, será submetido a uma cirurgia no final da tarde desta terça-feira (7) após sofrer uma fratura no colo do fêmur. Ele está internado no Hospital Memorial, em Natal, após receber os primeiros atendimentos no hospital Walfredo Gurgel.
De acordo com o ex-deputado estadual Nelson Freire, que é primo de Fernando, o ex-governador passou mal na segunda-feira (6), enquanto almoçava em um restaurante no bairro do Tirol, na zona Leste da capital. “Ele foi vítima de uma queda ocasionada por uma repentina diminuição da pressão num restaurante em Natal e, em decorrência, fraturou o colo do fêmur”, informou.
O ex-governador foi inicialmente socorrido pelo Samu e levado ao Hospital Walfredo Gurgel, onde recebeu os primeiros atendimentos de urgência. À noite, foi transferido para o Hospital Memorial, onde está sendo acompanhado pela equipe médica.
Nelson Freire afirmou que o quadro de saúde do ex-governador é estável e que a expectativa é positiva para o procedimento. “A cirurgia a que será submetido ocorrerá hoje no final da tarde e os médicos e todos nós esperamos que seja muito bem-sucedida”, declarou.
O Rio Grande do Norte deve movimentar R$ 377,9 milhões com as compras de presentes e passeios do Dia das Crianças, aquecendo os setores de Comércio e Serviços. A constatação é da Pesquisa de Intenção de Compras realizada anualmente pelo Instituto Fecomércio RN (IFC) que aponta avanço nominal de 9,6% em relação a 2024, resultado que, descontada a inflação dos últimos 12 meses, representa um crescimento real próximo a 4% — sinal de um varejo estadual mais aquecido que a média nacional.
Em Natal, o comércio deve movimentar cerca de R$ 127,6 milhões neste ano, resultado que representa um crescimento discreto de 0,7% em relação a 2024. Apesar de uma aparente estagnação, o número é avaliado pelo IFC como reflexo do mercado maduro da capital, que ganha mais em conversão do que em volume.
A pesquisa mostra também que 69,8% dos entrevistados têm intenção de ir às compras. O tíquete médio está estimado em R$ 157,48 para presentes e R$ 180,51 para passeios. Além disso, a maioria dos clientes (70,5%) deve realizar a compra na semana que antecede a data e 75,5% afirma que vai pesquisar preços antes de concluir a compra. Quanto às formas de pagamento, prevalece a opção à vista, mencionada por 59,2% dos entrevistados.
*Mossoró avança acima da média estadual*
Em Mossoró, o cenário é de maior dinamismo. O comércio local deve registrar um volume de R$ 32,7 milhões, o que significa uma alta de 22,2% em relação ao ano passado — desempenho acima da média estadual. O percentual de intenção de compra é menor que o de Natal, com 57,8%, mas os dados apontam uma maior intensidade no gasto e evolução da intenção em comparação a 2024. Os consumidores devem desembolsar, em média, R$ 143,25 em presentes e R$ 158,68 em passeios.
No município, o comércio de rua se destaca, reunindo 45,2% das compras, enquanto a maioria dos consumidores (78,9%) também tende a deixar as aquisições para a semana anterior ao Dia das Crianças. A pesquisa de preços é praticada por 70,6% dos compradores. O mix de produtos mostra predominância dos brinquedos (69,5%), seguido pelo vestuário, que tem participação maior em Mossoró do que em Natal (42,8%). Os eletrônicos aparecem em crescimento, representando 13,4% das intenções. Diferente da capital, o parcelamento é a modalidade de pagamento mais utilizada, com 54,6% das escolhas.
*IFC sugere estratégias para vender melhor*
Com base nos resultados da pesquisa, o IFC sugere que, para a capital, que tem mercado mais consolidado, os empresários aproveitem o alto índice de pagamentos à vista. Ações como descontos para Pix, combos de presentes, como brinquedos e roupa, e ofertas relâmpago na semana de 5 a 12 de outubro ganham força. O ticket médio mais alto em passeios abre espaço para parcerias com cinemas, parques e restaurantes, em modelos do tipo “compre o presente e ganhe ingresso”.
Já para o mercado mossoroense, onde o consumo cresce de forma acelerada, o parcelamento tem papel central. No comércio de rua, principal canal da cidade, campanhas de vizinhança e horários estendidos ajudam a captar o público que deixa as compras para a última hora, que chega a 78,9% dos clientes.
A Polícia Militar do Distrito Federal vai reforçar a segurança na Esplanada dos Ministérios nesta terça-feira (7), em Brasília. Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estão convocando a população para participar de uma “caminhada pela anistia”.
A concentração será na Catedral e deve seguir até a alameda José Sarney, próximo ao Congresso. O movimento é organizado pelo pastor Silas Malafaia e tem sido divulgado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) — filho do ex-presidente — e outros parlamentares.
O planejamento, coordenado pelo 1º Comando de Policiamento Regional (1º CPR), contará com apoio do Departamento de Operações (DOP), do Comando de Policiamento Metropolitano Especializado (CPME) e do Comando de Policiamento de Trânsito (CPTRAN).
A PM não divulgou o número de policiais empregados na ação. Mas informou que também haverá atuação do Batalhão de Choque e ronda com cavalos e cães.
Numa gravação divulgada nas redes sociais, Malafaia alfinetou: disse que, ao contrário das manifestações da esquerda, o evento não contará com cantores e compositores. “Os artistas são as famílias das pessoas injustiçadas”.
O mote da convocação é fazer pressão sobre os parlamentares em meio a uma possível votação da anistia aos envolvidos nos atos criminosos do dia 8 de janeiro de 2023. “Eles precisam sentir a nossa força”, afirmou o senador Flavio Bolsonaro na gravação que circula nas redes sociais.
Com a aproximação do Dia das Crianças, o Inmetro reforça a importância de adquirir brinquedos com garantia de segurança. O órgão orienta que todos os produtos devem apresentar o selo do Inmetro, que indica que passaram por testes de qualidade antes de serem comercializados.
O órgão recomenda evitar compras no comércio informal e verificar a faixa etária indicada, o número de registro e se as informações na embalagem estão em português.
Nas compras feitas pela internet, os cuidados devem ser os mesmos. É fundamental conferir se o anúncio exibe o selo e o número de registro. Em caso de dúvidas, o consumidor pode entrar em contato com o atendimento da loja antes de concluir a compra.
O Inmetro também orienta que irregularidades sejam denunciadas por meio da Ouvidoria, disponível no site ou pelo telefone 0800 285 1818. Além disso, acidentes de consumo podem ser registrados no Sinmac, sistema que auxilia na fiscalização e na segurança dos produtos.
Aially Xavier, esposa do delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas, Gustavo Xavier, foi um dos alvos da operação Última Fase, da Polícia Federal (PF), que investiga supostas fraudes em concursos públicos, incluindo o Concurso Nacional Unificado (CNU) de 2024.
A residência do casal foi alvo de busca e apreensão depois que a investigação apontou que Aially poderia ter sido beneficiada pelo esquema ao concorrer ao cargo de auditor fiscal do trabalho. A PF identificou que o gabarito da candidata era idêntico ao de outros envolvidos no caso.
A corporação, no entanto, não detalha de que forma Aially teria atuado ou contratado terceiros para fraudar a prova. A análise de um celular possivelmente dela não encontrou informações relacionadas ao esquema.
Como funcionava a prova
Segundo a PF, a prova de auditor do CNU estava organizada em dois turnos: manhã e tarde, com três tipos de cadernos/gabaritos diferentes (1, 2 e 3). A prova da manhã continha 20 questões de múltipla escolha de conhecimentos gerais, e a tarde, 50 questões de conhecimentos específicos, todas com cinco alternativas.
O objetivo do sistema de diferentes cadernos era dificultar fraudes, já que as questões eram as mesmas, mas a ordem variava. A PF comparou os resultados dos investigados e constatou que alguns apresentavam respostas materialmente idênticas, incluindo erros iguais, indicando possibilidade de fraude.
Inicialmente, quatro pessoas foram identificadas com indícios de irregularidades. Posteriormente, a Cesgranrio, responsável pela organização do concurso, informou que outros candidatos também tinham gabaritos idênticos, incluindo Aially Xavier.
“Aially Soares Tavares Pinto Xavier: também identificada na primeira fase com o gabarito idêntico. A análise do material oriundo das quebras de sigilo corroborou a fraude desse grupo”, afirma trecho do pedido de busca deferido pela Justiça Federal.
Operação Última Fase
Na quinta-feira (2), a PF cumpriu 12 mandados de busca e apreensão e prendeu três pessoas preventivamente nos estados da Paraíba, Pernambuco e Alagoas. As investigações abrangem fraudes no CNU 2024, certames das Polícias Civis de Pernambuco e Alagoas, da Universidade Federal da Paraíba, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.
Entre os métodos descobertos está o uso de ponto eletrônico manipulado, removido posteriormente mediante procedimento médico.
Defesa
Procurada, Aially afirmou por meio de assessor que não há provas ou materialidade nas supostas irregularidades.
“É perfeitamente natural que numa prova concorrida como a do CNU haja gabaritos semelhantes, vários até. Chama atenção que a ordem de busca tenha partido de um delegado da Paraíba, sendo que Aially reside em Alagoas”, disse a nota.
Documentos enviados à CPMI do INSS revelam que Thaisa Hoffmann, esposa do ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Filho, comprou um SUV Porsche Cayenne híbrido por R$ 787 mil em agosto de 2024, em Curitiba (PR), por meio de sua empresa, a THJ Consultoria.
Entre 2022 e 2024, Thaisa também adquiriu três imóveis — dois em Curitiba e um em Brasília — totalizando R$ 3,47 milhões, todos pagos à vista. O maior deles é um apartamento no bairro Campo Comprido, em Curitiba, avaliado em R$ 2,5 milhões, além de uma sala comercial na capital paranaense e um apartamento às margens do Lago Paranoá, em Brasília.
Veículos de luxo e aumento de patrimônio
Um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) indica que Virgílio Filho havia reservado a compra de um Audi A5 Sedan Performance S Edition, avaliado em cerca de R$ 380 mil, mesmo após a Operação Sem Desconto. Em 2025, ele também adquiriu uma Mercedes-Benz GLB 35 AMG, avaliada em R$ 508,5 mil.
As apurações revelam que Virgílio recebeu pelo menos R$ 11,9 milhões de empresas ligadas a investigados no esquema conhecido como “Farra do INSS”, que envolvia descontos ilegais em benefícios de aposentados. Deste total, R$ 7,5 milhões foram repassados a Thaisa Hoffmann pelo lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”.
Virgílio, servidor de carreira da Advocacia-Geral da União (AGU), exerceu o cargo de procurador-geral do INSS em dois períodos: de abril de 2020 a junho de 2022 e de setembro de 2023 até seu afastamento judicial em abril de 2025. Após o afastamento, a AGU determinou sua exoneração.
CGU aponta aumento patrimonial de R$ 18,3 milhões
Segundo relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), Virgílio Filho teve um aumento patrimonial de R$ 18,3 milhões durante o período analisado, em parte devido a pagamentos de empresas ligadas a investigados.
O documento aponta ainda que o ex-procurador teria favorecido a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) ao ratificar o desbloqueio em lote de benefícios previdenciários, permitindo a inclusão de descontos associativos. O ato contrariou procedimentos internos do INSS e pareceres da área técnica.
O 7 de outubro de 2023 ficou marcado para sempre na história de israelenses e palestinos. Naquele sábado, combatentes do Hamas invadiram o sul de Israel, matando cerca de 1,2 mil pessoas e sequestrando 250 reféns. A ofensiva levou Tel-Aviv a iniciar uma resposta militar de grande escala, dando início a um conflito que, dois anos depois, ainda não chegou ao fim — e já deixou 67 mil mortos, além de transformar a Faixa de Gaza em ruínas.
Neste segundo aniversário, delegações de Israel e do Hamas se reúnem no Egito em busca de um acordo para encerrar a guerra. O clima, no entanto, é de cautela. As negociações seguem frágeis e podem ser suspensas a qualquer momento, já que persistem divergências profundas entre as demandas dos dois lados.
O esforço internacional está concentrado em torno do plano proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que busca pavimentar um caminho para o fim das hostilidades. A iniciativa tem apoio da maioria da comunidade internacional e também de grande parte das populações israelense e palestina, que desejam o encerramento da guerra.
Fome, deslocamentos e pressão interna
Nos últimos dois anos, Gaza foi assolada por uma epidemia de fome, com sucessivos deslocamentos internos da população. Atualmente, o Exército israelense mantém operações intensas na Cidade de Gaza com o objetivo declarado de “destruir os redutos do Hamas”.
Em Israel, a pressão interna para acabar com a guerra também cresce. A população cobra a libertação dos 48 reféns ainda mantidos em Gaza, manifesta cansaço com o prolongamento de um conflito que já se espalhou por sete frentes diferentes e sente os efeitos do isolamento diplomático e do aumento de ataques antissemitas em países como Estados Unidos e nações europeias.
Plano americano avança em etapas
Trump declarou que pretende concluir a “primeira fase” do acordo ainda nesta semana. Essa etapa envolve a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos, além da retirada parcial das tropas israelenses de algumas áreas de Gaza.
Nas fases seguintes, o plano prevê negociações mais complexas, como o desarmamento do Hamas, a retirada completa de Israel do território e a definição da governança futura da Faixa de Gaza.
“Eu tenho medo de ser otimista sobre esse plano”, disse Yuval Benziman, professor de Ciências Políticas da Universidade Hebraica de Jerusalém. “É difícil acreditar que Israel vai aceitar a Autoridade Palestina em Gaza nas fases futuras, e um Estado palestino parece improvável”.
Apesar disso, Benziman avalia que a conclusão da primeira etapa já seria uma vitória significativa para a sociedade israelense.
Negociações em Sharm el-Sheikh
As tratativas acontecem na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh e estão centradas na troca de reféns por prisioneiros. Israel quer receber os sequestrados de uma só vez e, em contrapartida, libertaria 250 palestinos condenados à prisão perpétua e cerca de 1.700 detidos durante o conflito, além de entregar os restos mortais de 15 palestinos por cada corpo de refém.
Estima-se que 48 reféns israelenses continuem em Gaza, dos quais apenas 20 estariam vivos. O Hamas, por sua vez, exige a libertação de figuras importantes, como Marwan Barghouti, condenado a cinco prisões perpétuas, e Ahmad Sa’adat, líder da FPLP, que cumpre pena de 30 anos por planejar o assassinato do ministro do Turismo israelense Rehavam Ze’evi, em 2001.
A desconfiança, porém, domina ambos os lados. O Hamas não pretende liberar os reféns sem garantias de que Israel vai se retirar de Gaza e não voltará a atacar.
“O Hamas não é ingênuo. Eles surpreenderam Israel em 7 de outubro de 2023 e conhecem bem nosso comportamento”, afirmou Michael Milshtein, chefe do Fórum de Estudos Palestinos no Centro Moshe Dayan, em Tel-Aviv. “Eles não vão devolver os reféns sem garantias de Trump. Os sequestrados são sua principal moeda de troca”.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse à emissora ABC que 90% do acordo já foi costurado. A Casa Branca enviou ao Egito o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, e o genro do presidente americano, Jared Kushner, para tentar fechar os últimos detalhes.
A proposta do governo federal de alterar as regras para a emissão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), retirando a obrigatoriedade das aulas em autoescolas, reacendeu o debate sobre a formação de novos motoristas e o futuro do setor de centros de formação.
O texto, que está em consulta pública, pretende reduzir custos e simplificar o processo de habilitação. A ideia é permitir que os candidatos escolham entre aulas presenciais tradicionais, cursos digitais oferecidos pela Senatran ou o acompanhamento de instrutores autônomos credenciados.
Segundo Ygor Valença, presidente da Federação Nacional das Autoescolas (Feneauto), a proposta traz impactos significativos para a segurança no trânsito e ameaça a sobrevivência do setor, que reúne cerca de 15 mil empresas e emprega aproximadamente 300 mil pessoas em todo o país.
“O texto apresentado não traz modernização nem desburocratização. O que está em curso é uma substituição do sistema atual, não um aprimoramento. Modernizar seria revisar as exigências já existentes, e não eliminar o processo de formação profissional”, afirmou Valença.
Preocupação com segurança
A federação vê a proposta como populista e alerta para os riscos de liberar a habilitação sem um processo de formação sólido. “Se hoje temos 20 milhões de pessoas dirigindo sem habilitação, liberar o processo sem preparo não vai resolver o problema, vai ampliá-lo. O foco deveria estar em fiscalização, educação e treinamento, não em flexibilizar a formação”, completou.
A medida promete reduzir em até 80% o custo da CNH, mas, segundo Valença, mais motoristas habilitados não significam necessariamente mais segurança no trânsito. Ele compara a proposta a um estádio que comporta 80 mil pessoas e recebe 100 mil: “Regularizar os que entraram sem ingresso não impede o colapso, apenas legaliza o erro”.
Reação política e jurídica
Mesmo que o texto avance após a consulta pública, a federação acredita que há caminhos para barrar a proposta. Como a legislação de trânsito é atribuição do Congresso, alternativas como um Projeto de Decreto Legislativo (PDC) ou questionamentos judiciais podem ser acionados.
A Feneauto também articula em Brasília para apresentar propostas alternativas. “Temos apoio de deputados e senadores que já manifestaram preocupação com o tema. Queremos uma proposta equilibrada, que reduza custos, mas preserve a segurança e o papel educativo das autoescolas”, disse Valença.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu nesta segunda-feira (6) com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em uma tentativa de viabilizar a votação da medida provisória que altera regras do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A MP é considerada crucial para o governo manter parte da arrecadação prevista no Orçamento de 2026, mas enfrenta forte resistência no Congresso.
A proposta, que foi editada após o recuo do governo em um decreto que elevava o imposto em diversas operações financeiras, perdeu força durante as negociações com parlamentares e corre risco de caducar. O texto precisa ser votado até quarta-feira (8); caso contrário, perde validade.
Segundo o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), Haddad enfatizou aos deputados a importância fiscal da medida e admitiu a necessidade de ajustes para garantir apoio político. “O ministro Haddad falou da importância da MP, são R$ 35 bilhões. O governo vai ter que fazer concessões, está claro isso. O governo está tentando salvar R$ 15 bilhões, R$ 17 bilhões”, disse Lindbergh.
A Fazenda defende que, mesmo que desidratada, a MP seja aprovada para assegurar parte da receita projetada e permitir que as contas públicas fechem dentro da meta. “O governo vai ter que fazer ajustes no futuro, mas considera que não é possível fechar um orçamento sem a previsão desta arrecadação”, completou o líder petista.
Principais pontos da MP
Aumento da alíquota sobre apostas esportivas de 12% para 18%;
Tributação de criptoativos;
Uniformização da alíquota de IR sobre aplicações financeiras em 17,5%;
CSLL entre 15% e 20% para instituições financeiras;
Corte de 10% em gastos tributários;
Regras mais rígidas para compensações de créditos tributários.
Inicialmente, a proposta incluía também a taxação de LCI, LCA e LCD — títulos de crédito hoje isentos —, mas essa parte foi retirada pelo relator, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), após pressão do Congresso e do setor financeiro.
O governo tenta, agora, costurar um acordo de última hora para evitar a perda total da arrecadação prevista com a MP.
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