Diversos

Jesus que nasce para todos: como as religiões interpretam o Natal

Por interino

natal-na-igrejaPara quem não é cristão, a sensação de comemorar o Natal, o nascimento de Jesus Cristo, pode ser a mesma de participar de uma festa na casa de um desconhecido. Com antigas raízes pagãs e voltando-se recentemente a um simbolismo que perde sua conexão com Cristo, o Natal é comemorado pela grande maioria das pessoas do mundo – e de diferentes credos. E, cristãos ou não, todos compartilham, nesse período, do chamado “espírito natalino”.

Por isso, IHU On-Line conversou com alguns líderes religiosos locais para ver como cada um, a partir da sua fé, vivencia esse ambiente marcado por uma das maiores festas cristãs.

A reportagem é de Moisés Sbardelotto.

O Natal tem uma história longa e variada, marcada também por uma mistura religiosa de fundo. Em dezembro, no hemisfério norte, já havia uma celebração milenar por ocasião do solstício de inverno. Na Europa, os povos se reuniam para comemorar a luz e o nascimento após a pior fase do inverno, quando poderiam, enfim, olhar para frente esperando tempos melhores – e com mais sol. Na Roma antiga, os festejos iniciavam exatamente no dia 25 de dezembro, em homenagem ao nascimento do Deus Sol, conhecido como “Natalis Solis Invcti” (O Nascimento do Sol Invencível). Com a oficialização do cristianismo no Império Romano, várias datas festivas foram cristianizadas. Assim, da comemoração do nascimento da luz e do sol para o nascimento de Jesus foi apenas uma questão de ajuste. As primeiras manifestações do Natal propriamente cristão no dia 25 de dezembro remontam ao ano 354, como indica um manuscrito em Roma. Mais tarde, a data foi reconhecida oficialmente pelo Papa Julius I (337 -352).

Para o padre jesuíta José Ivo Follmann, o rito ou a simbologia central do Natal é a recordação do nascimento de Jesus em Belém, numa estrebaria, numa manjedoura, à margem da sociedade – ou seja, o presépio. “Deus entra na história da humanidade à margem daqueles lugares onde ele seria esperado”, afirma.

Nesse sentido, a pastora Cleide Schneider, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, acrescenta que o Natal é a celebração da “presença do Deus que virou gente e habitou entre nós, como diz o texto bíblico”. “Jesus vem de uma forma muito simples e humilde para indicar que também nas coisas humildes ali Deus se manifesta”, afirma.

“Ele rompe fronteiras”, resume Pe. José Ivo. E, por isso, também tem um alcance nas demais crenças.

Um dos aspectos destacados também é a correlação que permeia todas as religiões. Mesmo que cada uma possua suas características próprias, algumas celebrações acabam ultrapassando as fronteiras teológicas. Esse é um dos pontos citados por Dejair Rauber, ou Pai Dejair de Ogum, do Africanismo. Ele afirma que, devido ao sincretismo, durante muitos anos a religião africana foi perseguida e marginalizada, e qualquer prática de outro culto, a não ser o católico, era contravenção. Então, com o tempo, a religião africana no Brasil passou a fazer algumas homenagens ao Oxalá, que é o orixá respectivo a Jesus Cristo no africanismo, especialmente no período do Natal, mesmo sem um cunho de festividade.

José Carlos Bandeira, trabalhador do Movimento Espírita, afirma que, apesar de não comemorar a data, o espiritismo aproveita essa época para buscar a integração com os “amigos espirituais elevados”, já que as pessoas melhoram sua condição para se aproximar mais de Deus. “O que interessa é que, nesse momento, em função da vibração mais elevada ao redor das pessoas, esses espíritos superiores conseguem se aproximar mais do planeta. Então, nós somos até melhor assistidos. É uma época mais privilegiada no ano, as pessoas são mais tocadas de fraternidade, de amor”, comenta.

Segundo Bandeira, mesmo que não seja uma religião cristã, o espiritismo concede a Jesus um lugar privilegiado. “Uma das melhores respostas que nós encontramos no Livro dos Espíritos, é quando os espíritos respondem a Kardec que o melhor modelo e guia da humanidade é ‘Jesus’. Uma palavra só”, comenta.

Mesmo no Africanismo, que sempre entendeu que as forças divinas estavam sempre misturadas ao humano, Cristo é aceito como uma divindade, explica Pai Dejair. “Apesar de a religião africana de raiz não cultuar Jesus Cristo, aqui no Brasil o povo de matriz africana passou a respeitá-lo, porque foi aqui que tivemos conhecimento do cristianismo”, explica. Para Dolores Dorneles, ou Mãe Dolores de Bará Lodê, da Nação Afro Cabinda, a celebração do Natal “é a da união entre os povos, entre toda a nação”. E com a presença de Jesus, sim. “Para nós, ele é Oxalá, o pai maior de todas as religiões, tanto da religião Afro, quanto da religião de Umbanda e a de Candomblé”.

Em Jesus, segundo Pe. Follmann, é que está a grande radicalidade do Natal: “Deus que se faz alguém, um de nós, que assume a nossa natureza humana, em todas as suas conseqüências. Tanto que sofreu a morte violenta, porque a humanidade não conseguiu suportar esse tipo de manifestação tão humana”, explica. Segundo ele, a figura de Jesus, seu jeito de ser, foi a revelação do ser humano ao próprio ser humano. E por isso foi rejeitado, porque a humanidade não estava preparada para receber uma mensagem tão forte. “No fundo, o que está revelado no Natal? Que existe o lado divino da humanidade. Deus se faz um de nós para mostrar que nós fazemos parte dele”, resume.

Em outras religiões não-cristãs, também existem festas que acompanham esse período. No Judaísmo, é o momento de celebrar a Chánuka (ou Hanukkah, “dedicação” ou “inauguração”). O líder religioso da Sociedade Israelita Brasileira de Cultura e Beneficência de Porto Alegre, Guershon Kwasniewski, que se prepara para o o rabinato, explica que a celebração da Chánuka geralmente coincide com o Natal, mas que, enquanto conteúdo, não tem relação. “Lembramos a vitória dos macabeus, pelo ano 168 a.C., contra o rei Antiocus, da Síria, que tinha profanado o Templo de Jerusalém”, explica. Ele conta que, quando os macabeus retomaram o templo profanado, encontraram só um recipiente com óleo sagrado, que poderia manter o fogo sagrado aceso por apenas um dia. E, por um milagre, esse óleo acabou durando oito dias. “Por isso, hoje em dia, um candelabro de nove braços é aceso ao lado das janelas nos lares judaicos para lembrar o milagre acontecido. O candelabro é colocado junto à janela para também compartilhar a luz com os nossos semelhantes”, comenta.

Segundo Kwasniewski, o Judaísmo reconhece o Deus todo-poderoso, criador do universo, e as criaturas de Deus, os humanos. “Portanto, nosso relacionamento com Deus é um relacionamento de parceiros para continuar a sua obra de Criação”, diz. Nesse sentido, ele sugere que “o espírito natalino deveria acompanhar as pessoas o ano todo e não ficar restrito a dezembro. Dezembro – continua – é um período em que podemos resgatar o paraíso: ninguém briga, todo mundo é cordial, as pessoas baixam menos nos hospitais, ninguém quer ficar doente, ninguém quer perder as festas, todo mundo se cumprimenta”. Para ele, é justamente isso que falta no resto do ano. “Poderíamos espalhar um pouco dessa energia que se concentra agora nesta última parte de dezembro”, aconselha.

E esse parece ser também o desejo dos demais religiosos. “Deveríamos respeitar a fraternidade, o amor ao semelhante, tirar um pouco essa coisa comercial”, comenta José Bandeira. “As pessoas se reúnem para comer e beber e se esquecem de parar por alguns minutos para agradecer. É o momento do aniversário. E qual é o presente que Jesus gostaria de receber? É amor, é fraternidade entre os homens, entre os seus irmãos”, diz. Para Bandeira, é preciso lembrar-se de dar as mãos e “erguer os pensamentos numa prece de agradecimento por essa oportunidade que Deus nos concedeu de ter uma pessoa entre nós com um quilate desses que foi Jesus”.

Para a pastora Cleide, o Natal é um momento em que podemos resgatar muito a partilha, a comunhão, o estar juntos, valorizando os sinais e momentos pequenos de gratidão a Deus. “Não é preciso grandes festas, grandes presentes. Mas a compreensão, o respeito, a solidariedade. Esse é o sentido próprio do Natal, que já está bastante esquecido”, indica.

A mensagem do Natal, segundo Pe. José Ivo, é não procurar Deus onde ele não se encontra e também não tentar colocar Deus onde ele não se encontra. “Devemos estar atentos ao lugar que Deus escolhe para entrar na humanidade, que é à margem, no meio daqueles que são mais desprezados, daqueles que são mais excluídos. É ali que nós encontramos o Deus que é vida, o Deus que é amor”, explica. “E não vamos encontrar no meio da prepotência, no meio da riqueza, no meio da discriminação, no meio da violência, no meio de tudo aquilo que estraga a vida. Deus está presente onde há simplicidade, onde há serviço, onde há atenção às pessoas, onde há amor, onde há respeito”.

E como uma verdadeira festa, o Natal não é comemorado sozinho. “A grande lição do Natal é esta: no nosso jeito de ser, nós também devemos procurar nos tornar presentes para os outros, nos colocar a serviço dos outros”, comenta Pe. José Ivo.

De certa forma, é o que todas as crenças ensinam. Talvez, olhando novamente para o presépio neste Natal, para aquela imagem de um Deus que se faz criança pobre e rejeitada pelo mundo, possamos reconhecer novamente o amor desse Deus que todas as religiões buscam seguir. E acolhê-lo, para que nasça entre nós.

http://www.ihu.unisinos.br/noticias/noticias-arquivadas/19114-jesus-que-nasce-para-todos-como-as-religioes-interpretam-o-natal

Opinião dos leitores

  1. Religião é todo conhecimento que liga criatura e criador. Neste sentido, a filosofia espírita é uma religião. E acima de tudo, cristã.

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Geral

Fruticultura domina exportações do RN à Europa e responde por quase 74% do total

Foto: Adriano Abreu

A fruticultura potiguar foi responsável por quase três quartos das exportações do Rio Grande do Norte para a União Europeia entre janeiro e novembro de 2025. No período, o setor movimentou US$ 153,9 milhões, o equivalente a 73,7% dos US$ 275 milhões exportados pelo estado ao bloco europeu, segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec). Melões, melancias, mamões, mangas e bananas lideram a pauta.

O desempenho garantiu ao RN um superávit expressivo de US$ 140,3 milhões na balança comercial com a UE e reforça o papel estratégico do agronegócio na economia estadual. Além das frutas, também aparecem na lista de exportações produtos como óleos combustíveis, querosene de aviação, minérios de tungstênio e granito, mostrando uma base produtiva diversificada, ainda que fortemente ancorada no agro.

Para o secretário de Agricultura, Guilherme Saldanha, o estado vive um momento histórico. Ele afirma que o RN é hoje o maior exportador de frutas do Brasil e projeta que o setor feche o ano próximo dos US$ 200 milhões em vendas externas. “Isso tem impacto direto na geração de emprego e renda e na atração de investimentos, especialmente em polos como o Baixo-Açu”, destacou.

Já o presidente do Coex-RN, Fábio Queiroga, atribui os números à qualidade da produção e ao bom momento da safra. Ele lembra que o setor superou gargalos da pandemia e agora vive plena capacidade de exportação, especialmente para a Europa, enquanto o mercado americano segue afetado por barreiras tarifárias. “A expectativa é fechar 2025 com chave de ouro e preparar um 2026 ainda mais promissor”, disse.

Apesar dos resultados, o presidente da Faern, José Álvares Vieira, faz um alerta. Segundo ele, o setor opera no limite, pressionado por custos elevados, exigências sanitárias rigorosas e problemas logísticos. “Sem políticas públicas que garantam crédito, infraestrutura e segurança jurídica, o RN corre o risco de perder competitividade em um mercado global cada vez mais exigente”, afirmou.

Com informações da Tribuna do Norte

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Mundo

Papa lamenta recusa da Rússia a cessar-fogo de Natal: “Grande tristeza”

Foto: Reuters/Yara Nardi

O papa Leão XIV afirmou nesta terça-feira (23) que recebeu com “grande tristeza” a recusa da Rússia em aceitar um cessar-fogo de Natal na guerra contra a Ucrânia. A declaração foi dada a jornalistas do lado de fora de sua residência em Castel Gandolfo, na Itália, e reforça o apelo do Vaticano por ao menos uma pausa humanitária no conflito.

“Entre as coisas que mais me entristecem está o fato de que, aparentemente, a Rússia recusou um pedido de cessar-fogo”, disse o pontífice, que voltou a pedir respeito ao dia de Natal como um momento de paz. Segundo ele, mesmo uma trégua de 24 horas já teria um valor simbólico e humanitário diante da escalada de violência.

Leão XIV, o primeiro papa americano da história, fez um novo apelo “às pessoas de boa vontade” para que o Natal seja respeitado em todo o mundo. “Talvez nos ouçam e haja pelo menos um dia de paz”, afirmou, destacando o papel moral e espiritual da data cristã.

A guerra na Ucrânia se arrasta desde fevereiro de 2022, quando a Rússia iniciou a invasão em larga escala e passou a ocupar cerca de 20% do território ucraniano. Moscou anexou quatro regiões do país vizinho e mantém ofensivas no leste, enquanto Kiev intensifica ataques contra alvos estratégicos dentro da Rússia.

Apesar de ambos os lados negarem ataques deliberados a civis, o conflito já deixou milhares de mortos e feridos. Estimativas dos Estados Unidos apontam que cerca de 1,2 milhão de pessoas foram mortas ou feridas desde o início da guerra, em um cenário que segue sem perspectivas concretas de cessar-fogo.

Com informações da CNN

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Geral

Fim de ano deve lotar rodoviária de Natal, com alta de 22% no fluxo de passageiros

Foto: Adriano Abreu

A movimentação no Terminal Rodoviário de Natal deve crescer 22% até o fim do ano em comparação com 2024. A estimativa da Socicam, administradora do espaço, aponta cerca de 17,5 mil embarques entre esta terça-feira (23) e o dia 28 de dezembro, impulsionados pelas viagens típicas do período natalino.

Para atender à demanda, a frota já foi reforçada com 83 veículos extras. Entre os destinos mais procurados dentro do Rio Grande do Norte estão Pipa, Mossoró, Caicó e Areia Branca. Já nas viagens interestaduais, Fortaleza, Recife, Caruaru e Salvador lideram a procura.

No transporte intermunicipal, a expectativa é ainda mais elevada. A Transpasse calcula que cerca de 14 mil pessoas embarquem ou desembarquem em Natal entre os dias 23 e 24, número superior ao projetado inicialmente. Segundo a entidade, o crescimento foi estimado com base no fluxo registrado no fim de ano passado.

Mossoró, Caicó e Pau dos Ferros seguem como os principais destinos, mas cidades serranas e litorâneas também apresentam aumento na demanda. Ao todo, 22 ônibus extras foram disponibilizados para as linhas intermunicipais, além do reforço do transporte alternativo.

De acordo com a Transpasse, o fluxo interno no estado supera o das viagens para outros estados neste período. A expectativa é de nova ampliação da frota para o Réveillon, diante da tendência de aumento ainda maior na procura por passagens.

Com informações da Tribuna do Norte

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Geral

VÍDEO: Se Viviane não fosse esposa, Moraes acionaria a PF, avalia Josias de Souza

 

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Vídeo: Reprodução/UOL

Ao comentar o caso envolvendo o Banco Master, o colunista Josias de Souza, do UOL, afirma que Alexandre de Moraes adotaria outro critério se estivesse julgando a situação com o mesmo rigor que aplica aos réus que chegam ao Supremo. Para o jornalista, se Viviane Barci não fosse esposa do ministro, o episódio já teria motivado a abertura de investigação pela Polícia Federal.

Moraes quebrou o silêncio por meio de nota oficial e negou ter feito lobby junto ao Banco Central para favorecer interesses ligados ao Banco Master, cliente do escritório de advocacia de sua mulher. Segundo o ministro, as conversas com o presidente do BC, Gabriel Galípolo, trataram exclusivamente das sanções impostas a ele pela Lei Magnitsky.

Na avaliação de Josias, tanto a nota de Moraes quanto a do Banco Central evitam deliberadamente mencionar o Banco Master, elemento central da controvérsia. Reportagens de Malu Gaspar, em O Globo, e Daniela Lima, no UOL, apontam que o banco, sim, foi tema das conversas, o que eleva o caso de uma simples “impertinência” para um cenário de suspeição.

Isso porque Viviane Barci mantinha contrato de R$ 129 milhões com o Banco Master, prevendo pagamentos mensais de R$ 3,6 milhões por três anos. Para o colunista, a conexão entre as ligações ao BC e o vínculo financeiro da banca da esposa do ministro exige apuração formal.

Josias conclui que o caso pede investigação rigorosa. Se não partir da Polícia Federal, avalia, a pressão política deve levar o tema ao Senado, por meio da instalação de uma CPI.

Com informações do UOL

Opinião dos leitores

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Política

Moraes teria feito seis ligações a Galípolo em um único dia sobre venda do Banco Master

Foto: Lula Marques/ Agência Brasil – Wilton Junior/Estadão

O ministro do STF Alexandre de Moraes teria ligado até seis vezes no mesmo dia para o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para tratar do andamento da venda do Banco Master ao Banco de Brasília (BRB). Os contatos fariam parte de, ao menos, cinco conversas sobre o tema, incluindo uma reunião presencial, em meio à análise de uma operação que buscava evitar a liquidação da instituição controlada por Daniel Vorcaro.

Os relatos apontam que a intensidade dos contatos ocorreu justamente quando o Banco Central estava dividido sobre aprovar ou barrar o negócio. A atuação de Moraes teria reforçado argumentos usados por Vorcaro, como a tese de que grandes bancos resistiam à operação por temer concorrência. O BC acabou rejeitando a compra em setembro, citando falta de comprovação de viabilidade econômico-financeira.

As ligações contradizem a versão oficial apresentada por Moraes e pelo Banco Central, que afirmaram que os contatos tiveram como foco os efeitos da Lei Magnitsky, aplicada ao ministro pelos Estados Unidos em julho. Nenhuma das notas divulgadas citou o Banco Master ou a operação com o BRB.

O caso ganhou maior repercussão após vir à tona que o escritório de advocacia de Viviane Barci, esposa de Moraes, mantinha contrato com o Banco Master que previa pagamentos mensais de R$ 3,6 milhões, podendo chegar a R$ 129 milhões. O acordo foi encerrado após a liquidação do banco, em novembro.

Diante das revelações, o episódio já provocou reação no Congresso, com parlamentares defendendo a abertura de CPI para investigar possível conflito de interesses e eventual advocacia administrativa junto ao Banco Central, ampliando a pressão política sobre o ministro do STF.

Com informações do Estadão

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Geral

Mineiro acusa João Maia de tentar desestabilizar candidaturas do PT para 2026

Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

O deputado federal Fernando Mineiro (PT) afirmou que as declarações do deputado João Maia têm como objetivo desestabilizar as candidaturas do PT nas eleições de 2026. Para Mineiro, o barulho em torno do vice-governador Walter Alves (MDB) reflete mais interesses pessoais do que decisões políticas concretas.

A matéria é do Diário do RN. Ao comentar a fala de João Maia, que apontou um suposto acordo entre Walter Alves e o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), Mineiro disse que o parlamentar “tem lado” e tenta enfraquecer o projeto governista. Segundo ele, João Maia não fala em nome de Walter e atua a partir de seus próprios cálculos eleitorais.

Mineiro reforçou que o PT mantém inalterada a estratégia para 2026, com Cadu Xavier como pré-candidato ao Governo do Estado e a governadora Fátima Bezerra como pré-candidata ao Senado. Para o deputado, não há qualquer motivo concreto para rever esse plano.

O parlamentar também rebateu narrativas sobre uma suposta “bomba fiscal” deixada pela atual gestão. Segundo ele, a própria pré-candidatura de Cadu demonstra que o Estado é governável, apesar das dificuldades históricas. “Se fosse inviável, ninguém estaria disputando para governar”, resumiu.

Sobre o silêncio de Walter Alves após as declarações de João Maia, Mineiro afirmou que isso não pode ser interpretado como concordância. Ele lembrou que o vice-governador ainda não apresentou posição oficial e que o diálogo interno no MDB faz parte da dinâmica política.

Por fim, Mineiro criticou o que chamou de uso de especulações para alimentar um clima artificial de crise. Para ele, há uma tentativa de desviar o foco do debate sobre projetos para o Rio Grande do Norte e enfraquecer o campo governista às vésperas do ano eleitoral.

Com informações do Diário do RN

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Geral

Francisco e Natália pressionam Walter Alves por definição sobre 2026: “Já passou da hora”

Fotos: Eduardo Maia/ALRN // Bruno Spada/Câmara // José Aldenir / Agora RN

Parlamentares do PT no Rio Grande do Norte reagiram nesta terça-feira (23) às declarações do vice-governador Walter Alves (MDB), que admitiu a possibilidade de não assumir o governo em 2026, após eventual renúncia de Fátima Bezerra (PT). Walter também não descartou disputar vaga de deputado estadual e apoiar o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União), adversário do PT.

Em entrevista ao Agora RN, o deputado estadual Francisco do PT e a deputada federal Natália Bonavides cobraram um posicionamento claro e formal do vice-governador. Para eles, a indefinição prolongada gera insegurança política e tensiona uma aliança construída com base em compromissos previamente firmados.

Francisco afirmou que “já passou da hora” de Walter encerrar as especulações e lembrou que o PT já definiu sua estratégia eleitoral: Cadu Xavier como pré-candidato ao governo e Fátima Bezerra ao Senado. Segundo ele, esse arranjo foi discutido anteriormente com o MDB e teve, inclusive, manifestações públicas de apoio do ex-senador Garibaldi Alves Filho.

O líder do governo na Assembleia ressaltou que, enquanto não houver comunicação oficial de Walter ao PT e à governadora, deve prevalecer a palavra dada. Para Francisco, qualquer apoio a outro projeto ao governo representaria, na prática, um rompimento político com a aliança atual.

Natália Bonavides afirmou que, até agora, não existe uma definição concreta por parte do vice-governador, apenas declarações isoladas e especulações. “Espero que ele se posicione de forma nítida e que cumpra os compromissos assumidos com Fátima, Lula e o PT”, declarou.

A deputada reforçou que o PT já tem um projeto definido para o Brasil e para o Rio Grande do Norte, com Lula à reeleição, Fátima ao Senado e Cadu Xavier ao governo estadual, além do objetivo de ampliar as bancadas no Congresso e na Assembleia Legislativa.

Com informações do Agora RN

Opinião dos leitores

  1. A dupla de nulidades tem o DNA impregando na destruição do Estado, querem que Walter fale, mas esquecem que Fátima, se mantem em silêncio sobre a situação de insolvência e da ingovernabilidade do Estado. Quem Fátima se manifeste de forma clara!

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Esporte

Ginasta do RN entra para a Seleção Olímpica Brasileira e faz história rumo a Los Angeles 2028

Foto: Divulgação

O esporte do Rio Grande do Norte alcançou um feito inédito com a convocação de Isabela Anselmo para a Seleção Brasileira Adulta de Conjunto de Ginástica Rítmica. A atleta da AGINAT América foi chamada pela Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) e passa a integrar oficialmente o ciclo olímpico com foco nos Jogos de Los Angeles, em 2028.

Com apenas 15 anos, Isabela se torna a primeira ginasta potiguar a alcançar uma seleção adulta da modalidade, quebrando uma barreira histórica para o estado. A convocação coloca o RN em evidência no cenário nacional e reforça o crescimento da ginástica rítmica fora dos grandes centros tradicionais do país.

A trajetória da atleta é marcada por rápida evolução. Isabela iniciou na Associação de Ginástica de Natal aos 9 anos, sem experiência prévia na modalidade, e em poucos anos se destacou tecnicamente, passando a integrar conjuntos competitivos em nível nacional e internacional.

Recentemente, ela foi um dos destaques do conjunto da AGINAT América no Campeonato Sul-Americano, realizado em Posadas, na Argentina, onde o Brasil conquistou quatro medalhas de ouro e o título geral da competição, resultado que pesou diretamente na convocação.

Sob a orientação da técnica Gilmara dos Santos Lira, o chamado de Isabela simboliza o sucesso de um projeto esportivo baseado em planejamento, formação de base e alto rendimento, além de abrir caminho para novas gerações da ginástica potiguar.

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Geral

Lula minimiza tarifa dos EUA e diz que impacto para o Brasil foi “irrelevante”

Foto: Wilton Junior/Estadão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a taxação imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros acabou sendo irrelevante para a economia do país. A declaração foi feita durante cerimônia no Palácio do Planalto, nesta terça-feira, ao comentar o balanço do ano e o cenário internacional. Segundo Lula, apesar do alarde inicial, o tarifaço não produziu efeitos significativos.

“O ano termina bem. O preço dos alimentos está caindo e as pessoas estão voltando a acessar coisas que ficaram mais caras. Mesmo a taxação que os Estados Unidos fizeram contra o Brasil terminou sendo irrelevante”, disse o presidente, em tom otimista. Lula ainda ironizou previsões de conflito diplomático com o então presidente norte-americano, afirmando que a relação terminou de forma amistosa.

A fala ocorreu durante a assinatura de um decreto que reconhece a cultura gospel como manifestação cultural nacional. O evento reuniu parlamentares evangélicos, ministros e representantes de igrejas, além de apresentações artísticas. Lula destacou que a iniciativa partiu da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) e classificou o ato como um gesto de respeito e valorização da comunidade evangélica.

O presidente também aproveitou o discurso para criticar o ambiente político atual, marcado, segundo ele, pelo ódio e pela desinformação. Lula afirmou que o Brasil precisa ser “menos dominado por algoritmos” e defendeu a recuperação do humanismo nas relações sociais e políticas, especialmente nas redes digitais.

Encerrando a solenidade, Lula disse viver um momento de reflexão pessoal e política, ao se aproximar dos 80 anos. Para ele, o país atravessa um período decisivo, em que será necessário enfrentar mentiras, radicalização e disputas ideológicas com mais diálogo e compromisso com a verdade.

Com informações do Estadão

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Política

Caso Banco Master expõe elo entre Moraes, BC e reação política em Brasília; veja cronologia

Foto: Ton Molina/NurPhoto via Getty Images

A liquidação do Banco Master virou um dos episódios mais ruidosos do fim do ano em Brasília ao envolver o ministro do STF Alexandre de Moraes, o Banco Central e a atuação do escritório de advocacia de sua esposa, Viviane Barci de Moraes. O caso ganhou tração após reportagens revelarem contratos milionários, contatos diretos com a cúpula do BC e reação imediata do Congresso.

O primeiro ponto veio à tona em 11 de dezembro, quando O Globo revelou que o Banco Master firmou contrato com o escritório de Viviane Barci para atuação junto ao Banco Central, Receita Federal e Congresso. O acordo previa pagamento total de até R$ 129 milhões, com parcelas mensais de R$ 3,6 milhões entre 2024 e 2027. Após a liquidação extrajudicial do banco, os repasses teriam sido interrompidos.

A crise escalou em 22 de dezembro, com a reportagem de Malu Gaspar, do O Globo, apontou que Alexandre de Moraes teria procurado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ao menos quatro vezes para tratar de temas relacionados ao Master. As informações indicam contatos telefônicos e pelo menos uma reunião presencial. A revelação provocou reação no Congresso, com parlamentares anunciando a preparação de pedidos de impeachment contra o ministro e a discussão de uma CPI para apurar possível interferência indevida.

No dia 23, Moraes e o Banco Central se manifestaram oficialmente. O ministro afirmou que as reuniões com Galípolo trataram exclusivamente dos efeitos da aplicação da Lei Magnitsky contra ele e sua esposa, negando qualquer pressão ou conversa sobre a compra do Master pelo BRB. O BC confirmou os encontros com o ministro, limitando o tema às sanções internacionais. Moraes também negou telefonemas para tratar da operação e disse que o escritório de sua esposa jamais atuou no caso junto ao BC.

O pano de fundo do episódio é a tentativa frustrada de venda do Banco Master ao BRB, vetada pelo Banco Central em setembro por falta de comprovação de viabilidade econômico-financeira. Dois meses depois, o controlador do banco, Daniel Vorcaro, foi preso pela Polícia Federal e passou a ser investigado por fraudes contra o sistema financeiro, encerrando um capítulo que segue sob forte escrutínio político e institucional.

Com informações da CNN

Opinião dos leitores

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