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Jesus que nasce para todos: como as religiões interpretam o Natal

Por interino

natal-na-igrejaPara quem não é cristão, a sensação de comemorar o Natal, o nascimento de Jesus Cristo, pode ser a mesma de participar de uma festa na casa de um desconhecido. Com antigas raízes pagãs e voltando-se recentemente a um simbolismo que perde sua conexão com Cristo, o Natal é comemorado pela grande maioria das pessoas do mundo – e de diferentes credos. E, cristãos ou não, todos compartilham, nesse período, do chamado “espírito natalino”.

Por isso, IHU On-Line conversou com alguns líderes religiosos locais para ver como cada um, a partir da sua fé, vivencia esse ambiente marcado por uma das maiores festas cristãs.

A reportagem é de Moisés Sbardelotto.

O Natal tem uma história longa e variada, marcada também por uma mistura religiosa de fundo. Em dezembro, no hemisfério norte, já havia uma celebração milenar por ocasião do solstício de inverno. Na Europa, os povos se reuniam para comemorar a luz e o nascimento após a pior fase do inverno, quando poderiam, enfim, olhar para frente esperando tempos melhores – e com mais sol. Na Roma antiga, os festejos iniciavam exatamente no dia 25 de dezembro, em homenagem ao nascimento do Deus Sol, conhecido como “Natalis Solis Invcti” (O Nascimento do Sol Invencível). Com a oficialização do cristianismo no Império Romano, várias datas festivas foram cristianizadas. Assim, da comemoração do nascimento da luz e do sol para o nascimento de Jesus foi apenas uma questão de ajuste. As primeiras manifestações do Natal propriamente cristão no dia 25 de dezembro remontam ao ano 354, como indica um manuscrito em Roma. Mais tarde, a data foi reconhecida oficialmente pelo Papa Julius I (337 -352).

Para o padre jesuíta José Ivo Follmann, o rito ou a simbologia central do Natal é a recordação do nascimento de Jesus em Belém, numa estrebaria, numa manjedoura, à margem da sociedade – ou seja, o presépio. “Deus entra na história da humanidade à margem daqueles lugares onde ele seria esperado”, afirma.

Nesse sentido, a pastora Cleide Schneider, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, acrescenta que o Natal é a celebração da “presença do Deus que virou gente e habitou entre nós, como diz o texto bíblico”. “Jesus vem de uma forma muito simples e humilde para indicar que também nas coisas humildes ali Deus se manifesta”, afirma.

“Ele rompe fronteiras”, resume Pe. José Ivo. E, por isso, também tem um alcance nas demais crenças.

Um dos aspectos destacados também é a correlação que permeia todas as religiões. Mesmo que cada uma possua suas características próprias, algumas celebrações acabam ultrapassando as fronteiras teológicas. Esse é um dos pontos citados por Dejair Rauber, ou Pai Dejair de Ogum, do Africanismo. Ele afirma que, devido ao sincretismo, durante muitos anos a religião africana foi perseguida e marginalizada, e qualquer prática de outro culto, a não ser o católico, era contravenção. Então, com o tempo, a religião africana no Brasil passou a fazer algumas homenagens ao Oxalá, que é o orixá respectivo a Jesus Cristo no africanismo, especialmente no período do Natal, mesmo sem um cunho de festividade.

José Carlos Bandeira, trabalhador do Movimento Espírita, afirma que, apesar de não comemorar a data, o espiritismo aproveita essa época para buscar a integração com os “amigos espirituais elevados”, já que as pessoas melhoram sua condição para se aproximar mais de Deus. “O que interessa é que, nesse momento, em função da vibração mais elevada ao redor das pessoas, esses espíritos superiores conseguem se aproximar mais do planeta. Então, nós somos até melhor assistidos. É uma época mais privilegiada no ano, as pessoas são mais tocadas de fraternidade, de amor”, comenta.

Segundo Bandeira, mesmo que não seja uma religião cristã, o espiritismo concede a Jesus um lugar privilegiado. “Uma das melhores respostas que nós encontramos no Livro dos Espíritos, é quando os espíritos respondem a Kardec que o melhor modelo e guia da humanidade é ‘Jesus’. Uma palavra só”, comenta.

Mesmo no Africanismo, que sempre entendeu que as forças divinas estavam sempre misturadas ao humano, Cristo é aceito como uma divindade, explica Pai Dejair. “Apesar de a religião africana de raiz não cultuar Jesus Cristo, aqui no Brasil o povo de matriz africana passou a respeitá-lo, porque foi aqui que tivemos conhecimento do cristianismo”, explica. Para Dolores Dorneles, ou Mãe Dolores de Bará Lodê, da Nação Afro Cabinda, a celebração do Natal “é a da união entre os povos, entre toda a nação”. E com a presença de Jesus, sim. “Para nós, ele é Oxalá, o pai maior de todas as religiões, tanto da religião Afro, quanto da religião de Umbanda e a de Candomblé”.

Em Jesus, segundo Pe. Follmann, é que está a grande radicalidade do Natal: “Deus que se faz alguém, um de nós, que assume a nossa natureza humana, em todas as suas conseqüências. Tanto que sofreu a morte violenta, porque a humanidade não conseguiu suportar esse tipo de manifestação tão humana”, explica. Segundo ele, a figura de Jesus, seu jeito de ser, foi a revelação do ser humano ao próprio ser humano. E por isso foi rejeitado, porque a humanidade não estava preparada para receber uma mensagem tão forte. “No fundo, o que está revelado no Natal? Que existe o lado divino da humanidade. Deus se faz um de nós para mostrar que nós fazemos parte dele”, resume.

Em outras religiões não-cristãs, também existem festas que acompanham esse período. No Judaísmo, é o momento de celebrar a Chánuka (ou Hanukkah, “dedicação” ou “inauguração”). O líder religioso da Sociedade Israelita Brasileira de Cultura e Beneficência de Porto Alegre, Guershon Kwasniewski, que se prepara para o o rabinato, explica que a celebração da Chánuka geralmente coincide com o Natal, mas que, enquanto conteúdo, não tem relação. “Lembramos a vitória dos macabeus, pelo ano 168 a.C., contra o rei Antiocus, da Síria, que tinha profanado o Templo de Jerusalém”, explica. Ele conta que, quando os macabeus retomaram o templo profanado, encontraram só um recipiente com óleo sagrado, que poderia manter o fogo sagrado aceso por apenas um dia. E, por um milagre, esse óleo acabou durando oito dias. “Por isso, hoje em dia, um candelabro de nove braços é aceso ao lado das janelas nos lares judaicos para lembrar o milagre acontecido. O candelabro é colocado junto à janela para também compartilhar a luz com os nossos semelhantes”, comenta.

Segundo Kwasniewski, o Judaísmo reconhece o Deus todo-poderoso, criador do universo, e as criaturas de Deus, os humanos. “Portanto, nosso relacionamento com Deus é um relacionamento de parceiros para continuar a sua obra de Criação”, diz. Nesse sentido, ele sugere que “o espírito natalino deveria acompanhar as pessoas o ano todo e não ficar restrito a dezembro. Dezembro – continua – é um período em que podemos resgatar o paraíso: ninguém briga, todo mundo é cordial, as pessoas baixam menos nos hospitais, ninguém quer ficar doente, ninguém quer perder as festas, todo mundo se cumprimenta”. Para ele, é justamente isso que falta no resto do ano. “Poderíamos espalhar um pouco dessa energia que se concentra agora nesta última parte de dezembro”, aconselha.

E esse parece ser também o desejo dos demais religiosos. “Deveríamos respeitar a fraternidade, o amor ao semelhante, tirar um pouco essa coisa comercial”, comenta José Bandeira. “As pessoas se reúnem para comer e beber e se esquecem de parar por alguns minutos para agradecer. É o momento do aniversário. E qual é o presente que Jesus gostaria de receber? É amor, é fraternidade entre os homens, entre os seus irmãos”, diz. Para Bandeira, é preciso lembrar-se de dar as mãos e “erguer os pensamentos numa prece de agradecimento por essa oportunidade que Deus nos concedeu de ter uma pessoa entre nós com um quilate desses que foi Jesus”.

Para a pastora Cleide, o Natal é um momento em que podemos resgatar muito a partilha, a comunhão, o estar juntos, valorizando os sinais e momentos pequenos de gratidão a Deus. “Não é preciso grandes festas, grandes presentes. Mas a compreensão, o respeito, a solidariedade. Esse é o sentido próprio do Natal, que já está bastante esquecido”, indica.

A mensagem do Natal, segundo Pe. José Ivo, é não procurar Deus onde ele não se encontra e também não tentar colocar Deus onde ele não se encontra. “Devemos estar atentos ao lugar que Deus escolhe para entrar na humanidade, que é à margem, no meio daqueles que são mais desprezados, daqueles que são mais excluídos. É ali que nós encontramos o Deus que é vida, o Deus que é amor”, explica. “E não vamos encontrar no meio da prepotência, no meio da riqueza, no meio da discriminação, no meio da violência, no meio de tudo aquilo que estraga a vida. Deus está presente onde há simplicidade, onde há serviço, onde há atenção às pessoas, onde há amor, onde há respeito”.

E como uma verdadeira festa, o Natal não é comemorado sozinho. “A grande lição do Natal é esta: no nosso jeito de ser, nós também devemos procurar nos tornar presentes para os outros, nos colocar a serviço dos outros”, comenta Pe. José Ivo.

De certa forma, é o que todas as crenças ensinam. Talvez, olhando novamente para o presépio neste Natal, para aquela imagem de um Deus que se faz criança pobre e rejeitada pelo mundo, possamos reconhecer novamente o amor desse Deus que todas as religiões buscam seguir. E acolhê-lo, para que nasça entre nós.

http://www.ihu.unisinos.br/noticias/noticias-arquivadas/19114-jesus-que-nasce-para-todos-como-as-religioes-interpretam-o-natal

Opinião dos leitores

  1. Religião é todo conhecimento que liga criatura e criador. Neste sentido, a filosofia espírita é uma religião. E acima de tudo, cristã.

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Política

Ala do governo sugere que Jorge Messias ajuste articulação para conseguir vaga no STF

Foto: BRENO ESAKI/METRÓPOLES

Integrantes influentes do governo Lula avaliam que o advogado-geral da União, Jorge Messias, precisa recalibrar sua estratégia para superar resistências no Senado e garantir a aprovação para o Supremo Tribunal Federal. A orientação, discutida nos bastidores, é que ele reduza o foco em entidades jurídicas e líderes evangélicos e concentre seus esforços diretamente nos senadores que ainda se opõem ao seu nome.

A informação é do Igor Gadelha, do Metrópoles. Segundo interlocutores do governo no Legislativo, Messias foi aconselhado a buscar aproximação com lideranças estratégicas da Casa, capazes de influenciar votos e abrir caminho para sua aprovação. A aposta é que um diálogo mais direto e político com os parlamentares pode ser decisivo para reverter parte das resistências.

Durante essas conversas, o indicado de Lula também foi orientado a apresentar alternativas para temas sensíveis ao Senado, especialmente questões ligadas às emendas parlamentares — um dos principais pontos de incômodo entre congressistas. A expectativa é que um gesto claro de diálogo ajude Messias a construir a base mínima necessária para assumir a vaga no STF.

Com informações do Metrópoles

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Geral

Crise dos Correios se aprofunda e força governo a bloquear gastos de ministérios

Foto: Divulgação/Correios

A situação financeira dos Correios se deteriora rapidamente e já compromete o equilíbrio das contas públicas. Em meio ao pior cenário da última década, a estatal acumula prejuízo superior a R$ 4 bilhões no primeiro semestre de 2025 — valor que pode alcançar R$ 10 bilhões até dezembro. Em 2024, o déficit já havia passado de R$ 2,5 bilhões, agravando uma sequência de anos negativos. Antes dominante no mercado de encomendas, a empresa viu sua fatia despencar para cerca de 25% devido à falta de investimentos e à concorrência mais moderna.

O rombo crescente obrigou o governo federal a revisar suas projeções para as estatais, elevando a estimativa de déficit de R$ 6 bilhões para R$ 9 bilhões em 2025. Como a nova regra fiscal exige compensações quando as empresas públicas ultrapassam o limite estipulado, o Executivo precisou contingenciar R$ 3 bilhões do orçamento dos ministérios. Economistas alertam que a crise exige medidas profundas, incluindo a revisão de atividades e até abertura ao capital privado, dada a dificuldade dos Correios em investir e se modernizar.

Para enfrentar o quadro crítico, a direção da estatal lançou um plano de reestruturação que prevê cortes de despesas, parcerias e busca por novos financiamentos. O pacote inclui um programa de demissão voluntária voltado à redução de 10 mil dos atuais 83 mil funcionários, o fechamento de cerca de mil agências deficitárias e a venda de imóveis para levantar aproximadamente R$ 1,5 bilhão. A estatal também avalia fusões, aquisições e negociações de empréstimos que podem chegar a R$ 20 bilhões.

Mesmo com o plano, especialistas avaliam que a reversão do quadro só será possível com mudanças estruturais. Para analistas, a governança da empresa precisa ser profissionalizada e aberta à participação privada, como ocorre em modelos internacionais. Na visão de economistas, uma gestão técnica e independente poderia definir quais áreas devem permanecer sob controle estatal e quais poderiam ser privatizadas ou operadas em parceria, garantindo eficiência e continuidade dos serviços postais no país.

Com informações do G1

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Geral

BC prepara nova rodada de apurações sobre irregularidades no Banco Master

Foto: Ana Paula Paiva/Valor

Após decretar a liquidação do Banco Master na semana passada, o Banco Central se organiza para abrir uma série de procedimentos administrativos destinados a investigar irregularidades atribuídas à instituição de Daniel Vorcaro — preso pela Polícia Federal na Operação Compliance Zero, junto com outros seis executivos. As apurações internas devem ir além das fraudes já identificadas pela PF e pelo Ministério Público e que motivaram as prisões.

As informações são do blog da Malu Gaspar, do O Globo. O BC também mira o fundo Bravo, um FIDC ligado ao Master e administrado pela Reag, empresa investigada na Operação Carbono Oculto por suspeitas de ligação entre fintechs e o PCC. O fundo, que declarava patrimônio de R$ 8 bilhões, nunca apresentou documentos detalhando suas operações e funcionou por pouco mais de um ano, entre julho de 2023 e novembro de 2024. No Senado, o senador Eduardo Girão articula uma investigação legislativa ampla sobre supostas operações fraudulentas envolvendo o Master, o BRB e possíveis transações associadas ao crime organizado.

Técnicos do Banco Central relataram à PF e ao MP terem sofrido pressão política inédita durante o período em que o Master ainda operava, segundo relatos divulgados ao longo das investigações. Outra irregularidade sob análise é o não recolhimento dos depósitos compulsórios, obrigação legal dos bancos para garantir a segurança do sistema financeiro — prática que, segundo apurações, o Master deixou de cumprir desde julho.

As novas frentes de investigação podem resultar na inabilitação de Vorcaro e demais dirigentes para atuar no sistema financeiro. No pedido de habeas corpus apresentado ao STJ, a defesa do Master argumentou que as prisões ocorreram sem a existência de apurações internas do BC. Fontes da autarquia, porém, afirmam que a prioridade inicial foi comunicar as fraudes às autoridades e estruturar a liquidação do banco, sem necessidade de abrir previamente processos administrativos formais.

Com informações do O Globo

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Política

Hugo Motta rompe articulação institucional com líder do PT e amplia tensão na Câmara

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados e Ton Molina/Fotoarena/Estadão Conteúdo

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), confirmou nesta segunda-feira (24) o rompimento da relação institucional com o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ). A crise, antecipada pela imprensa, reflete uma série de atritos recentes envolvendo a condução de projetos e a articulação política no Congresso.

Entre os episódios que aumentaram a tensão está a decisão de Hugo Motta de colocar o deputado Guilherme Derrite à frente das negociações do PL Antifacções — proposta enviada originalmente pelo governo Lula. Aliados do presidente da Câmara afirmam também que ele se irritou com uma campanha contra sua atuação, que teria sido promovida por influenciadores ligados ao PT. Motta atribui a articulação ao próprio Lindbergh, que negou as acusações nas redes sociais e disse que Hugo deve assumir as consequências de suas escolhas.

O afastamento preocupa lideranças da Câmara, que veem risco direto para pautas de interesse do governo, já que o Planalto não dispõe de votos suficientes para aprovar projetos mais sensíveis sem apoio articulado. Uma das questões que pode ser impactada é o debate sobre a anistia aos condenados pelo 8 de janeiro, tema que voltou ao radar após a prisão preventiva de Jair Bolsonaro.

A crise interna na Câmara ocorre paralelamente ao desgaste entre o governo e o Senado. Para lidar com a resistência de Davi Alcolumbre à indicação de Jorge Messias ao STF — e com o enfraquecimento da alternativa de Rodrigo Pacheco — aliados do Planalto já cogitam mudanças na liderança governista, incluindo a possível substituição do senador Jaques Wagner (PT).

Com informações da CNN

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Geral

Lula volta ao Brasil para tentar consolidar indicação de Jorge Messias ao STF

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retorna a Brasília nesta terça-feira (25) após compromissos na África do Sul e em Moçambique, trazendo como prioridade destravar no Senado a nomeação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal. Atual advogado-geral da União, Messias foi indicado por Lula na última quinta-feira (20), mas enfrenta resistência significativa entre parlamentares.

A principal barreira está no Senado, onde muitos defendiam a ida do ex-presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para a Corte. A disputa nos bastidores já havia adiado o anúncio da indicação, que inicialmente seria feito ainda em outubro. A pressão pela escolha de Pacheco, articulada por Davi Alcolumbre (União-AP), levou Lula a segurar o gesto até depois da COP30.

O clima se tornou público na segunda-feira (24), quando a equipe de Messias e Alcolumbre divulgaram notas oficiais trocando recados. Embora em tom institucional, ficou claro que Alcolumbre — responsável por pautar a sabatina na CCJ — tem poder para acelerar ou retardar o processo. O senador afirmou apenas que a análise será feita “no momento oportuno”, preservando ritos e permitindo que cada parlamentar vote livremente.

A articulação política também envolve as eleições de 2026. Lula deseja que Pacheco concorra ao governo de Minas Gerais e avalia que o atual AGU, por ser evangélico, pode ajudar na aproximação com um segmento tradicionalmente distante do PT. Hoje, o STF conta apenas com um ministro evangélico, André Mendonça, indicado por Jair Bolsonaro. Messias, que é frequentador da Igreja Batista, também carrega a memória de ter atuado no governo Dilma Rousseff, fator que pesa no ambiente já sensível do Senado.

Com informações do R7

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Geral

Atores que pagaram ‘mico’ na abertura da COP30 protestam por falta de pagamento

Foto: Redes sociais

Artistas que participaram fantasiados de animais na cerimônia inicial da COP30, em Belém, voltaram aos holofotes — agora para cobrar o pagamento dos cachês prometidos. O grupo, que já havia sido alvo de críticas e piadas nas redes sociais pela encenação, afirma que não recebeu nem a primeira parcela do valor acertado.

Segundo uma das atrizes, cada profissional deveria receber R$ 5 mil, divididos em duas parcelas de R$ 2,5 mil, sendo a primeira com vencimento em 5 de novembro. Durante o protesto, ela declarou que o grupo foi “enrolado” pelos responsáveis e que está reivindicando apenas o mínimo. Cartazes exibidos pediam “paguem os artistas da Free Zone” e “queremos nossos direitos pagos”.

Os artistas relatam que houve um depósito de R$ 1.500 como tentativa de conter a mobilização, mas o valor foi considerado insuficiente. “A gente está aqui sendo feito de palhaço”, desabafou a manifestante, cobrando a regularização dos pagamentos.

A apresentação, realizada no pavilhão da sociedade civil, durou poucos minutos e viralizou após as imagens dos performers rastejando vestidos de animais circularem nas redes. A cobrança por pagamento ocorreu poucas horas depois do discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que abriu oficialmente a conferência destacando os impactos das recentes tragédias climáticas.

Com informações do Diário do Poder

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Política

“Pauta-bomba” de Alcolumbre pode custar R$ 24 bilhões ao país: governo promete veto e confronto no STF

Foto: Arquivo

O governo federal já bateu o martelo: se o Senado aprovar a mudança nas regras de aposentadoria dos agentes comunitários de saúde, haverá veto imediato. E, caso o veto seja derrubado, a briga segue direto para o STF. O alerta foi dado pelo ministro interino da Fazenda, Dario Durigan, que classificou a proposta como “ruim do ponto de vista econômico” e com “impacto muito grande nos cofres públicos”, segundo informações do PlatoBR.

A manobra foi incluída na pauta pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, como retaliação à indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o STF — Alcolumbre queria Rodrigo Pacheco na vaga deixada por Barroso. O governo vê a ação como uma provocação política que ameaça as regras fiscais e pode abrir um rombo bilionário no orçamento.

Durigan ainda não tem o valor exato, mas projeções preliminares apontam impacto de R$ 24 bilhões. O ministro acionou Ministério da Previdência, Casa Civil e equipe econômica para estimativas detalhadas e reforçou que o Executivo fará de tudo para impedir a aprovação. “Precisamos construir pontes políticas, mas se a matéria avançar, vamos ter que vetar e recorrer ao STF para restabelecer as regras fiscais básicas do país”, avisou.

A disputa promete ser intensa: Alcolumbre aposta na pressão política para aprovar a “pauta-bomba”, enquanto o governo de Lula se prepara para um confronto direto com o Senado.

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Política

Câmara de Natal esclarece impasse na cassação de Brisa Bracchi nesta terça (25)

Foto: Arquivo

A Câmara Municipal de Natal esclarecerá o impasse no processo de cassação da vereadora Brisa Bracchi (PT) nesta terça-feira (25), às 9h30, em coletiva de imprensa. Estarão presentes o presidente da Casa, membros da Mesa Diretora, representantes da Procuradoria e vereadores da Comissão Especial responsável pelo caso. O objetivo é apresentar informações atualizadas e responder dúvidas da imprensa sobre um processo que já virou um dos mais controversos da atual legislatura.

A sessão que poderia cassar Brisa estava marcada para o dia 18, mas foi suspensa pelo Tribunal de Justiça do RN (TJRN) após recurso da defesa da parlamentar. O argumento: irregularidades no procedimento e violência política e de gênero. Desde então, qualquer tentativa de avançar esbarra na Justiça, mantendo a decisão pendente.

Quando a Câmara remarcou a sessão para o dia 19, o TJRN suspendeu novamente, apontando o mesmo problema da primeira tentativa: descumprimento do prazo mínimo de 72 horas para notificação. A convocação foi enviada às 9h23 para uma sessão no dia seguinte, às 11h, violando a legislação e o Regimento Interno da Casa.

Com isso, o processo de cassação permanece parado, sem previsão de nova deliberação. A Câmara afirma que seguirá à disposição da imprensa e da população, aguardando as próximas orientações judiciais. Enquanto isso, Brisa Bracchi mantém seu mandato, e a expectativa é que o caso continue sob os holofotes da opinião pública.

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Política

VÍDEO: Ramagem desafia Moraes, cita Magnitsky e pede anistia ampla: “Tirano da toga”

Imagens: Reprodução/Instagram

O deputado federal Alexandre Ramagem não se intimidou. Em vídeo publicado nas redes sociais na noite desta segunda-feira (24) , ele acusou o ministro do STF Alexandre de Moraes de ser um “violador de direitos humanos” sancionado pelos EUA pela Lei Magnitsky e lançou o desafio: se Moraes quiser sua extradição, terá que levar todo o processo da tentativa de golpe para análise americana. Ramagem chamou Moraes de “tirano da toga” e disse que a ação é “nula do começo ao fim”.

O deputado afirmou que o governo norte-americano apoia sua permanência nos EUA, segundo informações do PlatoBR. Ele pediu ainda que a bancada evangélica e do agronegócio se mobilizem para aprovar uma “anistia ampla, geral e irrestrita” na Câmara e no Senado. “Se pautar, passa. Conseguimos aprovar com os votos delas”, disse.

A ordem de prisão contra Ramagem, assinada por Moraes, enfrenta obstáculos. Para ser cumprida, ele precisaria ser incluído na lista vermelha da Interpol e, mesmo preso, qualquer pedido de extradição poderia ser barrado devido às sanções dos EUA contra o ministro do STF.

O deputado vive em um condomínio de luxo com “praia caribenha” artificial, piscinas gigantes, quadras esportivas, trilhas e spa, no bairro de North Miami. Apesar da condenação de 16 anos, 1 mês e 15 dias pelo STF, Ramagem segue fora do alcance das autoridades brasileiras.

Opinião dos leitores

  1. Não se intimidou?
    Kkkkkkkkkkkkkkk
    Pernas pra que te quero…a carreira foi grande.
    Nenhuma novidade, só mais um bolsonarista covarde e fujão.

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Política

VÍDEO: Filhos de Bolsonaro pressionam Congresso para acelerar anistia e ignoram redução de penas: “Nosso foco é aprovar agora”

Imagens: Reprodução/Instagram

O senador Flávio Bolsonaro anunciou nesta segunda-feira (24) que a oposição vai pressionar a Câmara para aprovar o PL da Anistia, que perdoa condenados pela chamada trama golpista. Segundo ele, discutir a redução das penas, como propõe o PL da Dosimetria, está fora de cogitação. “Nosso objetivo único é aprovar a anistia na Câmara e, se der certo, no Senado”, afirmou após reunião com líderes do PL em Brasília.

Flávio reforçou que não haverá acordo sobre dosimetria e que a estratégia será usar artifícios regimentais para aprovar o perdão. A ideia é incluir a anistia por destaque no texto do projeto, evitando negociações sobre penas individuais. Antes da prisão de Jair Bolsonaro, no sábado (22), o presidente da Câmara, Hugo Motta, chegou a sinalizar retomada do debate, mas o desgaste político e o ano pré-eleitoral complicam qualquer movimentação.

O senador Rogério Marinho, líder da oposição, classificou a prisão como injusta e política, destacando que não houve devido processo legal e criticando a cobertura da imprensa. Em vídeo nas redes, ele afirmou que nenhum outro tornozelado no país recebe vigilância 24 horas com drones e equipes da PF de cada lado da casa.

Rogério não poupou críticas ao STF. “Como é que alguém, com mais de 70 anos, vigiado pela Polícia Federal de todos os lados, é acusado de um crime impossível? O presidente Bolsonaro está sendo punido e censurado, sem direito de defesa, só para satisfazer uma narrativa política de perseguição”.

Bolsonaro, tornozeleira e prisão

A prisão de Bolsonaro pela Polícia Federal, respaldada pela PGR, foi justificada pelo risco de fuga diante de uma vigília convocada pelo próprio Flávio em frente ao condomínio do pai. O ex-presidente cumpre sentença de 27 anos e 3 meses pelo STF, após violar a tornozeleira eletrônica. Um vídeo registrado por servidora do Centro Integrado de Monitoração Eletrônica mostra Bolsonaro tentando destruir o dispositivo.

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