O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou que o presidente da Síria, Bashar al-Assad, deve renunciar ao seu cargo, mas só após uma negociação. O ditador comanda o país desde 1990 e atravessa, desde 2011, sua maior crise, com guerra civil envolvendo em lados opostos suas forças militares, opositores, curdos e, principalmente, o Estado Islâmico, que já domina boa parte de seu território.
A afirmação de Kerry veio durante encontro com o Ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, neste sábado (19), em Londres, na Inglaterra. Na visita, o secretário norte-americano afirmou que o mandatário sírio não deve sair “neste dia ou neste mês” do poder, mas ao final de um “processo” no qual “todas as partes envolvidas” entrem em um consenso.
Desde o início da guerra civil nas terras de Assad, os EUA são pressionados a tomar posição em relação ao conflito. O Exército sírio é acusado de matar milhares de opositores e de usar armas químicas contra a sua população – crime de guerra proibido pelos tratados internacionais e passíveis de intervenção do exterior.
Além disso, o governo sírio enfraquecido tornou o território do país em praticamente uma terra de ninguém, onde extremistas como o Estado Islâmico usam da violência e intimidação contra civis.
Parceira da Síria, a Rússia usa há anos seu poder de veto para impedir ações militares que possam tirar Assad do poder. Nesta semana, Putin posicionou caças e tanques russos em bases aéreas no território sírio, país com localização-chave no Oriente Médio e rico em petróleo.
Em seu discurso, Kerry também rebateu que os EUA estejam preocupados com a participação russa para tentar por fim ao conflito, mas disse que “os comandantes militares dos dois países precisam manter contato”.
IG
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