Política

Sem ganhar eleição, PMDB emplaca 3º presidente em 30 anos

jose-sarney-itamar-franco-e-michel-temer-1462920793571_615x300Sem vencer nenhuma eleição para Presidência da República em seus 50 anos de história, o PMDB assumirá o cargo pela terceira vez em pouco mais de 30 anos. Com a confirmada ascensão de Michel Temer, o partido passa a ter “100% de aproveitamento” de seus três vices, que chegaram à Presidência.

O primeiro governo federal do PMDB se iniciou em 1985, com José Sarney. Ele assumiu a Presidência por causa da morte de Tancredo Neves, também peemedebista, que venceu a eleição indireta em janeiro daquele ano, mas adoeceu e morreu antes mesmo de tomar posse.

Sarney, porém, não tinha nenhum histórico no PMDB e se filiou em agosto de 1984, deixando o PDS num acordo com setores mais conservadores para poder concorrer como vice de Tancredo.

O segundo presidente peemedebista também se filiou em cima da hora. Itamar Franco assinou ficha em maio de 1992, quando o governo Collor já enfrentava uma grave crise de popularidade. Itamar foi eleito pelo PRN, junto com Collor, mas deixou o partido após uma reforma ministerial feita em abril daquele ano. Em 2 de outubro, assumiu como presidente interino após abertura de processo de impeachment –que viria a ser aprovado em dezembro.

A reportagem do UOL procurou a assessoria de imprensa do PMDB na terça-feira (10) para que comentasse sobre a nova ascensão de um peemedebista ao poder. Foram feitos contato por telefone e por dois e-mails, mas até a publicação da reportagem não houve resposta.

Derrotas nas urnas

O PMDB nasceu como MDB, em 24 de março de 1966, após o Ato Institucional 2, que instalou o bipartidarismo no país. Em 30 de junho de 1981, o partido se transformou em PMDB e é hoje a legenda mais antiga e com maior número de filiados do país: 2,4 milhões de pessoas.

Desde a redemocratização e a retomada das eleições diretas para presidente, o PMDB tentou por duas vezes chegar ao cargo máximo do país, mas as tentativas acabaram marcadas por fiascos.

Em 1989, o PMDB lançou Ulysses Guimarães ainda sob a égide de ter lutado pelas Diretas Já e liderado a Constituição de 1988. Porém, ficou apenas na 7ª colocação, com 4,6% dos votos válidos.

Em 1994, foi a vez de Orestes Quércia ser candidato pelo partido, mas recebeu 4,3% dos votos, quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi eleito no primeiro turno.

Em 2002, o PMDB concorreu à chapa majoritária de José Serra (PSDB) com a vice-candidatura de Rita Camata –derrotada em segundo turno por Lula. Em 2010, voltou ao poder com a eleição de Michel Temer como vice de Dilma Rousseff (PT).

“Em mil pedaços”

Segundo o cientista político Michel Zaidan Filho, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), uma das explicações para os insucessos do PMDB nas urnas é a falta de um conteúdo ideológico definido.

“Não há nenhuma sinergia entre os setores nacional e regional. Esses chefes políticos não se movem por ideologia. Eles fazem alianças que avalizem os projetos políticos”, afirmou.

“E o PMDB também se deu mal por conta da polarização entre Lula e Collor, em 1989; e entre Lula e FHC, em 1994. Não que eles não merecessem, mas não havia espaço para outros nomes.”

Zaidan Filho afirma que o partido foi mudando ao longo dos anos e não é hoje nem sombra do que era nos anos 1980. “O PMDB perdeu importância, como o outro partido –o PDS, depois PFL e hoje DEM– originário da ditadura. Depois da transição para a democracia, ele se tornou elefante branco, sem definição ideológica clara, sem comando. Também deixou de ser de centro-esquerda, tornou-se um partido de oligarquias regionais”, disse.

“Apesar da maior capilaridade da história, está repartido em mil pedações. O PMDB não tem dono.”

O cientista ainda lembra que Michel Temer será o primeiro peemedebista de carteirinha a assumir a Presidência, já que Sarney e Itamar ingressaram no partido às vésperas de assumir o poder.

“Sarney foi da Arena, da UDN, depois PDS e PFL, ou seja, não tinha ligação com o PMDB. Ele foi fruto de uma aliança do partido com liberais. Já Itamar, apesar de ter integrado o antigo MDB, saiu e não tinha ligação histórica com o PMDB”, afirmou.

“Depois que assumiu, ele virou um pedaço do partido, que era o pedaço da oposição. Ele nunca teve unanimidade e, de fato, não tinha a confiança dos grupos.”

UOL

Opinião dos leitores

  1. Eles nunca tiveram um grande nome para concorrer a presidência .por isso são fortes no legislativo,pra que possam tomar de assalto o executivo .nem a Dilma e menos ainda o Temer teriam chances sem o apoio do LULA,esses dois são zero a esquerda em popularidade!!!

  2. Como assim "sem ganhar eleição"? Por acaso ele era ou não o vice de Dilma ? Que eu saiba quem vota no Presidente vota no Vice também! Muito mal formulado o título dessa matéria.

    1. Taí… falou bonito e explicou bem.
      Afinal, se Temer tivesse sido o candidato a presidente e Dilmanta candidata a vice, Temer COM CERTEZA teria vencido.
      Faz sentido mesmo Yuri.
      Obrigado pela explicação claríssima!
      Valeu!

    2. Temer venceria com margem melhor do que a anta que ensinava aos jovens estudantes uma palavra que não existe "PRESIDENTA" e deu no que deu.

    3. Se é nessa linha de pensamento Yuri então ele também deveria ter sido responsabilizado pelo crime que "supostamente" Dilma cometeu e também deveria ser afastado.
      Se Temer fosse candidato e Dilma vice ele so venceria por causa da vice, na época ela tinha melhor aceitação popular que ele.

      PMDB, PT, PSDB nao importa a sigla, todos são corruptos.

    4. Não entendi o comentário de (postíticos corruptos), acho que a matéria é: "Sem ganhar eleição, PMDB emplaca 3º presidente em 30 anos", comentei acerca de dizerem que Temer não ganhou a eleição, o que é falso. Se ele é corrupto ou não, acredito não ser o objeto dessa matéria. Porém, sem querer defender ninguém até porque não perderia meu tempo com isso, se Temer cometeu atos que gerem crime de responsabilidade eu apoio que seja ele punido da mesma forma que a Presidente foi, respeitando o devido processo legal, o que não pode é condenar o Vice Presidente pelos crime cometidos pela Presidente, eles foram eleitos juntos mas são pessoas distintas, inclusive em relação as atribuições pertinentes a cada um.

    1. Apoiada e o Itamar foi o melhor que já passou pela cadeira na era da democracia!!

    1. Se tem anta pra o escorpião andar no lombo, pq ele iria se arriscar a atravessar o rio nadando…???

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Mundo

Governo Trump pede à Suprema Corte que acelere a decisão sobre tarifas

Foto: Alex Brandon/AP

O governo dos Estados Unidos pediu à Suprema Corte que agilize a análise sobre a imposição de tarifas comerciais depois que um tribunal decidiu que o presidente Donald Trump não tem autoridade para impor algumas das taxas anunciadas.

O procurador-geral John Sauer pediu ao tribunal superior que “acelere a resolução deste caso na medida do possível, dada a enorme importância de confirmar rapidamente a plena validade legal das tarifas do presidente”.

O pedido ocorre após uma decisão tomada no final de agosto por um tribunal federal de apelações, que concluiu que Trump extrapolou sua autoridade ao usar poderes econômicos emergenciais para impor os impostos.

No entanto, os juízes permitiram que as tarifas permanecessem em vigor até meados de outubro, dando tempo a Trump para levar o caso à Suprema Corte.

Desde que retornou à Casa Branca em janeiro, Trump invocou a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional para impor tarifas “recíprocas” a quase todos os parceiros comerciais dos Estados Unidos.

O presidente dos EUA usou poderes semelhantes para impor tarifas especiais a países como México, Canadá e China, que ele acusa de não fazerem o suficiente para conter a migração irregular e o fluxo de fentanil para os Estados Unidos.

O tribunal de apelações decidiu que ele havia excedido sua autoridade. E também questionou os acordos de Trump com importantes parceiros comerciais, como a União Europeia, levantando a questão do que aconteceria com os bilhões de dólares arrecadados desde que as tarifas foram impostas se a Suprema Corte, de maioria conservadora, não ficasse do seu lado.

Em uma declaração apresentada com a petição, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, alertou que a decisão do tribunal inferior havia retirado do governo uma “vantagem substancial na negociação”.

Estadão

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Geral

Bondinho descarrilha em Lisboa e mata ao menos 17

Foto: Patricia de Melo Moreira/AFP

O Elevador da Glória, conhecida atração turística de Lisboa, descarrilhou nesta quarta-feira (3), matando pelo menos 17 pessoas e ferindo outras 21 —os carros do bondinho têm capacidade máxima para 42 pessoas. Segundo o jornal O Público, o acidente foi causado por um cabo de segurança que se rompeu, fazendo com que o funicular se chocasse contra um prédio.

O descarrilamento ocorreu às 18h08 (14h08 em Brasília), quando o elevador fazia uma curva na Calçada da Glória. Sete dos feridos estão em estado grave, segundo as autoridades, que mobilizaram 62 socorristas e 22 veículos, entre ambulâncias, caminhões de bombeiros e viaturas policiais.

Até a madrugada desta quinta (4), ainda não havia registro de brasileiros entre as vítimas, informou o Itamaraty em nota.

Por volta das 20h30, no horário local, os bombeiros conseguiram retirar todas as vítimas presas nas ferragens, disse o chefe da corporação, Alexandre Rodrigues. A maioria dos feridos foi encaminhada para o Hospital São José, o mais próximo do local do acidente. O Inem (Instituto Nacional de Emergências Médicas) disse que há pessoas com sobrenomes estrangeiros entre as vítimas. Os corpos foram levados para o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses para identificação.

Imagens mostram o funicular completamente destruído após o acidente. O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que ocupa cargo equivalente ao de prefeito, estava no local da tragédia. Em entrevista coletiva, Moedas não deu mais informações sobre os feridos ou a causa do acidente, dizendo apenas que “Lisboa está de luto”.

Em nota, a Carris disse que o bondinho estava com a manutenção em dia. “Foram realizados e respeitados todos os protocolos de manutenção. A manutenção geral é feita a cada quatro anos e ocorreu em 2022, e a reparação intercalar é concretizada de dois em dois anos, tendo a última sido em 2024. Também têm sido escrupulosamente cumpridos os programas de manutenção mensal, semanal e a inspeção diária”, afirmou a empresa em nota.

O presidente de Portugal disse lamentar o acidente. “O Presidente da República apresenta o seu pesar e solidariedade às famílias afetadas por esta tragédia e espera que a ocorrência seja rapidamente esclarecida pelas entidades competentes”, afirmou Marcelo em nota.

Já o primeiro-ministro decretou um dia de luto nacional para a quinta-feira (4), cancelou sua agenda e enviou condolências às famílias das vítimas. “O governo está, desde os primeiros momentos, acompanhando a situação e a resposta das autoridades”, disse Montenegro em comunicado. “Sendo a prioridade imediata o socorro às vítimas, as autoridades competentes realizarão no devido tempo as averiguações necessárias para apurar as causas deste lamentável acidente”, concluiu.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, publicou em sua conta no X uma mensagem em português lamentando o acidente. “É com tristeza que tomei conhecimento do descarrilamento do famoso ‘Elevador da Glória’. Os meus sentimentos com as famílias das vítimas”, escreveu a alemã.

Folha de S.Paulo

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Esporte

Ancelotti inicia testes na seleção com jogo no Maracanã após garantir vaga na Copa

Foto: Pedro Kirilos/Estadão

A seleção brasileira enfrenta o Chile nesta quinta-feira, às 21h30, no penúltimo compromisso pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Com o Brasil já classificado, a partida no Maracanã, assim como o duelo com a Bolívia, dia 9, em El Alto, servirá para o técnico Carlo Ancelotti fazer testes e preparar o time para buscar o Hexa no Mundial.

Na véspera, nesta quarta, Ancelotti confirmou que vai levar a campo um time com quatro atacantes, mantendo a formação utilizada na vitória por 1 a 0 sobre o Paraguai, na rodada anterior em São Paulo. A tendência é que o quarteto ofensivo seja formado por Raphinha, Estêvão, João Pedro e Gabriel Martinelli.

“Queremos fazer uma boa pressão ofensiva e jogar rápido com bola. Acho que podemos repetir o jogo contra o Paraguai para a torcida ficar contente com o nosso jogo”, afirmou Ancelotti.

Uma incógnita é se Estêvão vai jogar pela ponta-esquerda, como no Chelsea e na função que desempenhava no Palmeiras, ou se o prodígio será deslocado para o meio, com Raphinha aberto pela ponta. “O futebol moderno perdeu um pouco esse tipo de jogador, que joga por dentro, como meia. O Estêvão tem muita qualidade e pode jogar também por dentro”, argumentou Ancelotti.

O comandante italiano deixou claro que deseja ver uma equipe intensa, jogando rápido com a bola, mas sem esquecer o cuidado com a defesa, que saiu incólume nos dois primeiros jogos sob seu comando. O zagueiro Gabriel Magalhães e o lateral-esquerdo Douglas Santos devem ser as novidades no time brasileiro.

Será a primeira vez do técnico de 66 anos no Maracanã. Apesar de a vaga já estar garantida, ele afirmou que será uma partida especial e, por isso, espera ver a seleção saindo vencedora. “Uma nova experiência que guardarei para sempre. É o Templo do Futebol. Eu espero o máximo, que a equipe jogue bem, que tome confiança, que tenha uma boa atitude, intensidade no jogo. É o caminho que queremos correr até o Mundial.”

Segundo a CBF, 45 mil ingressos já haviam sido comercializados até quarta-feira. Antes de a bola rolar, a cantora Ivete Sangalo se apresentará.

O Brasil ocupa a terceira posição nas Eliminatórias, com os mesmos 25 pontos do vice-líder Equador, mas com saldo inferior (8 a 5). Por sua vez, o Chile está na lanterna, com apenas 10 pontos, e não tem mais chance de classificação.

Estadão

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Geral

Câmara aprova projeto que veda descontos associativos em aposentadorias

Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (3), um projeto de lei que acaba com a cobrança de descontos associativos em aposentadorias e pensões de segurados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

O texto foi aprovado de forma simbólica. Os destaques foram rejeitados.

A aprovação do projeto responde ao escândalo de descontos ilegais a aposentadorias e pensões que atingiu o INSS. O caso ganhou projeção nacional em abril após operação da PF (Polícia Federal) e da CGU (Controladoria-Geral da União).

No total, as entidades teriam cobrado de aposentados e pensionistas um valor estimado de R$ 6,3 bilhões, entre os anos de 2019 e 2024.

O projeto relatado por Danilo Forte (União-CE) aglutinou 62 outros projetos de lei que propunham mecanismos para proteger aposentados e pensionistas.

Ao propor a vedação de descontos associativos, o relator Danilo Forte sublinhou que o processamento desse tipo de mensalidade “compromete diretamente a capacidade do INSS de cumprir com a sua missão constitucional de garantir proteção previdenciária tempestiva aos segurados.”

“O INSS não foi criado para atuar como intermediário de relações privadas entre beneficiários e entidades associativas e, por isso, a utilização da estrutura estatal para operacionalizar descontos que não guardam relação direta com o sistema de previdência social constitui desvio de finalidade e uso inadequado de recursos públicos”, completou.

O substitutivo, entretanto, preservou a possibilidade de descontos na folha decorrentes de crédito consignado, mas é previsto o uso de ferramentas tecnológicas seguras e acessíveis. Fica vedada a contratação de crédito consignado ou o desbloqueio por procuração, ou por central telefônica.

O texto ainda prevê que, quando houver descontos indevidos de mensalidade associativa ou de crédito consignado, a entidade responsável fica obrigada a restituir o valor integral atualizado ao beneficiário em até 30 dias.

Há ainda a previsão de que o Fundo Garantidor de Créditos possa ser utilizado como mecanismo de ressarcimento nos casos de descontos indevidos caso o INSS, em ação de regresso, não obtenha êxito na cobrança dos valores junto à instituição financeira.

CNN

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Geral

Raul Gil é internado em hospital de São Paulo após mal-estar

Foto: Celso Tavares/G1

O apresentador Raul Gil está internado no Hospital Moriah, na Zona Sul de São Paulo, informou o seu filho, Raul Jr., nesta quarta-feira (3). O apresentador passa por exames após uma indisposição.

“Meu pai passou por uma indisposição hoje à noite e foi até o hospital, que fica perto da casa dele, para fazer alguns exames. Ele está sendo atendido pelos médicos, mas está tudo bem, graças a Deus, sem nenhum problema. Sempre que tem alguma indisposição, ele faz exames de sangue. Ele se cuida muito e está sempre atento, fazendo o máximo possível”, disse Raul Jr.

Primeiramente, a assessoria do apresentador havia dito que ele estava no Hospital Albert Einstein, o que foi corrigido pelo seu filho mais tarde.

A TV Globo entrou em contato com o hospital, mas não recebeu retorno até o momento.

Em 2023, o apresentador foi internado no mesmo hospital para realizar um procedimento cirúrgico na próstata. Segundo informações do SBT na época, Raul Gil realizou uma “raspagem de próstata” com objetivo de tratar o aumento da glândula, condição que pode causar obstrução do canal urinário.

G1

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Geral

Ministro avisa a partido que deixará Lula, mas tenta ganhar tempo para manter cargo

Foto: Ricardo Stuckert / PR

O ministro do Turismo, Celso Sabino, avisou à cúpula do União Brasil que seguiria o partido no rompimento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A sinalização ao partido ocorreu nesta quarta-feira (3/9), após almoço com o mandatário no Palácio da Alvorada. Mas sua legenda acredita que ele tenta ganhar tempo para manter-se no cargo, enquanto o governo sinalizou desejo de permanência do titular da pasta, desde que atendidas condições de alinhamento político total ao Planalto.

Durante o encontro, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, reforçou o recado de que quem permanecer no governo deve demonstrar comprometimento com o projeto de reeleição. Ficou explícito que Sabino precisaria se esforçar para arregimentar a ala do União Brasil que deseja continuar alinhada a Lula, mesmo que esse grupo seja minoritário na sigla. O Planalto quer dedicação na busca de votos em projetos importantes na Câmara.

O União deu um prazo de 30 dias para que Sabino deixe o governo. Foi uma sinalização de que o partido não pretende seguir um tom extremista de oposição, e abriu espaço para que ele conduza uma transição na pasta. Mas caciques da própria legenda acreditam que ele usará esse tempo para arregimentar apoio na bancada de deputados, para viabilizar a permanência no cargo, pelo menos, até a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30).

Calcula-se que, dos deputados do União, cerca de 13 tendem a votar com o governo nas pautas de interesse do presidente Lula. Outros ainda poderiam ser convencidos, a depender do projeto e do que o Executivo possa oferecer em termos de condições políticas. É esse grupo que deve ser o foco de Sabino nos próximos dias, segundo interlocutores.

Fontes palacianas também afirmam que o futuro eleitoral do ministro foi citado no encontro. Deputado licenciado pelo Pará, Sabino deseja concorrer ao Senado em 2026, e o apoio e presença de Lula na sua campanha é visto como um dos pilares para um eventual sucesso nas urnas. Nesse sentido, a dedicação do presidente ao projeto do auxiliar deve acontecer na mesma proporção em que ele corresponda às expectativas do Planalto.

Sabino vive uma situação singular. Ele chegou ao cargo em julho de 2023, diante da insatisfação do União Brasil com a então ministra Daniela do Waguinho (RJ). Os deputados reclamavam que ela não os representava. Agora, o deputado que se tornou ministro graças à sua boa relação com a bancada se vê sem apoio institucional do partido para permanecer no posto.

Rompimento com Lula

Os presidentes do União Brasil, o advogado Antônio Rueda, e do PP, o senador Ciro Nogueira (PI), determinaram o afastamento de qualquer filiado de cargos no governo Lula na terça-feira (2/9). Os partidos integrarão uma federação e passarão a funcionar como um só a partir de 2026, e buscam fortalecer o nome do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) para concorrer ao Planalto.

A ordem da Executiva Nacional da federação foi lida por Rueda no Salão Verde da Câmara. Ela determina que “detentores de mandato renunciem a qualquer cargo que ocupem na máquina federal”. Ele citou que o descumprimento levará a afastamento por tempo determinado, e a insistência poderá levar a punições disciplinares. A medida “representa um gesto de clareza e coerência”, disse o presidente do União Brasil.

A decisão de determinar somente a demissão de filiados, mas permitir indicações indiretas, beneficia o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e também o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Eles manterão seus indicados no governo Lula, que preza pela relação pessoal com ambos.

Metrópoles

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Geral

Waack: Um cenário sufocante se desenha para o Brasil

Vídeo: CNN Brasil

O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda não levou a Casa Branca a adotar medidas adicionais contra autoridades brasileiras ou contra o próprio país. Ainda.

Caso essas medidas venham — o que é considerado um cenário altamente provável —, elas se somarão a um cerco já sufocante. Bancos brasileiros foram questionados por autoridades do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos sobre o cumprimento da Lei Magnitsky, que, até o momento, foi aplicada apenas contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

Esse tipo de questionamento por parte dos Estados Unidos é uma prática comum quando há a intenção de sancionar instituições financeiras que continuem prestando serviços a pessoas já sancionadas.

Paralelamente, a investigação aberta pelo Representante de Comércio dos Estados Unidos contra práticas brasileiras vem se mostrando bastante agressiva. Esse processo tem sido alimentado por uma série de empresas americanas de diversos setores — entre eles, concorrentes do agronegócio — que viram na atual conjuntura uma oportunidade de obter vantagens sobre empresas e exportadores brasileiros.

Hoje, representantes de empresas brasileiras, com o apoio da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, dirigiram-se ao Departamento de Estado norte-americano na tentativa de estabelecer algum canal de diálogo. No entanto, foram recebidos apenas com cumprimentos formais e ouviram o recado claro de que a atual crise nas relações entre Brasil e Estados Unidos é de natureza exclusivamente política — e que qualquer tentativa de resolução terá que passar diretamente pelo presidente Donald Trump.

Como é de conhecimento público, o presidente Lula (PT) não considera que valha a pena sequer tentar estabelecer contato com Trump.

O cenário é extremamente difícil, e até mesmo negociadores internacionais experientes admitem jamais terem presenciado algo semelhante na história das relações entre os dois países. E a tendência é de agravamento.

CNN – William Waack

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Geral

STF vê anistia debatida na Câmara como inconstitucional, e Alcolumbre vai propor texto alternativo no Senado

Foto: Saulo Cruz/Agência Senado/

Após intensa negociação no Congresso sobre uma eventual anistia aos envolvidos nos supostos atos golpistas de 8 de janeiro, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já passaram o recado de que a iniciativa, caso prospere no Legislativo, deve ser barrada pela Corte por ser inconstitucional. Com o início do julgamento da suposta trama golpista, a pressão para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados aumentou em Brasília, até mesmo com a admissão por parte do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de que discutirá o assunto ainda este mês. A proposta ganhou tração a partir de conversas envolvendo figuras importantes do Centrão, que veem chance de Bolsonaro apoiar uma candidatura à Presidência do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se houver uma concertação nacional a favor dos acusados de atentar contra as instituições democráticas.

Ontem, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), também contribuiu para colocar o tema no centro do debate, ao afirmar que apresentaria uma alteração na tipificação do crime de abolição do estado democrático de Direito, o que poderia favorecer figuras secundárias nos ataques de 2023.

Em meio às costuras, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou em entrevista à GloboNews que a oposição tem os votos necessários no Congresso para aprovar uma anistia. O esforço do partido de Bolsonaro e de siglas do Centrão vai além e conta com a mobilização do próprio Tarcísio, que tem procurado ministros do STF para fazer um apelo a favor dos que estão na mira da Justiça.

Atuação de Tarcísio

A avaliação de caciques desses partidos, com apoios parciais em PSD e MDB, é que a anistia passou a simbolizar a consolidação de uma coalizão eleitoral para 2026. Nesse arranjo, a proposta funcionaria como condição exigida por Bolsonaro para apoiar Tarcísio, num pacto que fortalece o governador nacionalmente e unifica a oposição em torno de uma agenda comum.

O apoio de Tarcísio também traz o endosso dos presidentes do PSD, Gilberto Kassab, e do Republicanos, Marcos Pereira, na visão de líderes partidários envolvidos nas articulações. Os dois chefes de partidos estão diretamente envolvidos na pressão para pautar o texto, ainda que, a interlocutores, não se comprometam com o mérito da iniciativa, sustentando que um acordo sobre o conteúdo ainda precisa ser ajustado.

Em Brasília desde terça-feira, Tarcísio se reuniu ontem no fim da tarde com Motta e Ciro Nogueira para falar sobre as negociações em torno da pauta e para avaliar o andamento do julgamento da trama golpista, que pode condenar Bolsonaro na semana que vem. À noite, já em São Paulo, o governador teve um jantar com o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ) e o pastor Silas Malafaia.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que Tarcísio mergulhou de cabeça na articulação. Já Valdemar Costa Neto reforçou o ponto de vista de que a intenção é beneficiar o ex-presidente.

— Estamos discutindo ainda o texto da anistia. Estamos em um ponto em que um cidadão é julgado sem direito à defesa. Bolsonaro era para estar sendo julgado em primeira instância. Vamos tentar incluí-lo depois.

O líder do PDT na Câmara, Mário Heringer (MG), reclamou das articulações e disse que elas sinalizam justamente emparedar o governo e o STF.

— Não há qualquer sentido do Legislativo fazer movimentos, nesse momento, que possam de uma maneira ou outra, parecer provocações ou desarmonia com Executivo e Judiciário. Movimentos bruscos ou abruptos podem refletir negativamente na nossa estabilidade democrática. Momento inoportuno.

A oposição avalia o inverso:

— Agora que o STF vai condenar Bolsonaro, queremos anistia para todos. Não existe mais anistia light. Isso era antes — disse Sóstenes.

Durante o julgamento da trama golpista, o relator Alexandre de Moraes mandou um recado sobre o debate de uma anistia:

— A impunidade, a omissão e a covardia não são opções para a pacificação.

Diante do cenário, o governo decidiu que irá procurar Motta e líderes para tentar neutralizar a articulação pela anistia. O movimento tem sido interpretado por auxiliares de Luiz Inácio Lula da Silva como uma ação para rifar Bolsonaro e catapultar a candidatura de Tarcísio.

Articuladores do petista afirmam que não irão deixar o assunto correr solto na Casa. Uma ala entende a pauta da anistia fragiliza Hugo Motta, que já lida com a repercussão negativa da PEC da Blindagem Parlamentar e do projeto que aumenta número de cadeiras de deputados.

Em publicação nas redes, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, não tratou da anistia, mas fez uma menção indireta ao tema. Ela afirmou que quem estiver no governo precisa ter compromisso com a “democracia e o estado de direito”.

O Globo

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Geral

Tarcísio quer anistia por lealdade a Bolsonaro, dizem aliados

Foto: Redes sociais

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), está liderando as negociações sobre o projeto de lei da anistia, em uma movimentação que, segundo aliados, demonstra sua lealdade política. A articulação visa beneficiar pessoas envolvidas em eventos considerados antidemocráticos pela PGR (Procuradoria-Geral da República).

A estratégia começou a ser delineada em 19 de agosto, durante um jantar em Brasília que celebrava a federação entre PP e União Brasil. No encontro, Tarcísio discutiu com presidentes de partidos do Centrão – Ciro Nogueira (PP), Antônio de Rueda (União) e Valdemar Costa Neto (PL) – os detalhes do projeto de anistia.

Ampliação das Articulações

Após o jantar, o governador paulista conseguiu ampliar o apoio ao projeto, convencendo Marcos Pereira (Republicanos) a participar das negociações. O texto em discussão busca contemplar um amplo espectro de casos, incluindo tanto acusados de planejamento quanto aqueles que participaram diretamente dos atos de depredação na sede dos Três Poderes.

As articulações políticas de Tarcísio se estendem também ao diálogo com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Além disso, o governador paulista prometeu trabalhar para obter o apoio do Podemos, partido que integra sua base política em São Paulo, demonstrando sua capacidade de mobilização em diferentes esferas do poder.

CNN

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Geral

TJRN mantém contratos da Saúde de Natal e rejeita pedido da COOPMED por nova licitação

Foto: Adriano Abreu

A Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) decidiu, em sede de embargos de declaração, manter em vigor os contratos firmados por meio da Dispensa de Licitação Eletrônica nº SMS 003/2025, realizada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Natal.

A decisão, proferida pelo juiz convocado Luiz Alberto Dantas Filho, esclareceu pontos questionados pelas cooperativas médicas COOPMED/RN e COOPSAÚDE, que pediam a republicação do edital e a reabertura de prazo para apresentação de propostas, alegando restrições à competitividade do certame.

Segundo o magistrado, ainda existem dúvidas jurídicas sobre a necessidade de republicação do aviso de dispensa, mas essa questão será analisada de forma definitiva pela Primeira Câmara Cível, em julgamento conjunto com outros recursos relacionados ao processo.

Enquanto isso, os contratos firmados com as empresas vencedoras permanecem válidos, a fim de garantir a continuidade dos serviços de saúde considerados essenciais.

O Município de Natal defendeu, nos autos, que enfrenta há mais de três anos um “vácuo contratual” na prestação dos serviços, mantidos de forma precária pela própria COOPMED/RN, e que a paralisação do procedimento causaria grave risco ao interesse público.

A decisão também afastou, de forma provisória, a exigência de registro no Conselho Regional de Administração (CRA/RN) para a fase de habilitação das empresas, requisito que havia sido contestado pelas cooperativas.

Com o entendimento firmado, o TJRN determinou que o processo siga para a Procuradoria-Geral de Justiça, reforçando a relevância da matéria, que será apreciada de forma colegiada pela Primeira Câmara Cível em data ainda a ser definida.

Justiça Potiguar

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