Michael Heller, hoje com 80 anos, é um padre católico, cosmólogo, filósofo e professor polonês, que em 2008, disse ter sido capaz de comprovar matematicamente a existência de Deus. Logo, ele foi o vencedor de um dos prêmios acadêmicos mais importantes do mundo, o Templeton, concedido pela fundação homônima de estudos religiosos sediada em Nova York, conforme relatado pela BBC Brasil à época.
Em seus trabalhos ele abordou a origem do universo, apoiando-se em aspectos avançados da teoria da relatividade proposta por Albert Einstein, mecânica quântica e geometria não-comutativa. “Vários processos no universo podem ser caracterizados como uma sucessão de estados, de maneira que o estado anterior é a causa do estado que o sucede”, reportou ele em 2008. “Não estamos apenas falando de uma causa como qualquer outra. Estamos nos perguntando sobre a raiz de todas as possíveis causas”, disse em questionamento a causalidade primeira.
Segundo ele, a ideia de que a religião e a ciência são contraditórias é inverossímil. “A ciência nos dá o conhecimento, e a religião, o sentido”, disse. Logo, ambas seriam pré-requisitos para uma existência considerada por ele como decente. “Invariavelmente eu me pergunto como pessoas educadas podem ser tão cegas para não ver que a ciência não faz nada além de explorar a criação de Deus”, disse ele, conforme reportado pela BBC.
Heller acredita que a objeção religiosa para o ensino da evolução “é um dos maiores mal-entendidos”, porque “introduz uma contradição ou oposição entre Deus e oportunidade”, de acordo com o The New York Times. Sua teoria é baseada em um argumento chamado “Deus das lacunas”, que relaciona a ciência e religião e visa usar de uma divindade para explicar o que a ciência supostamente não pode.
Contudo, era de se esperar que sua teoria chamasse atenção de céticos, que atacaram a Fundação Templeton por sua suposta inclinação favorável as ideologias mais conservadoras da religião. Entre eles, estava o biólogo evolucionista Richard Dawkings, que já ganhou o prêmio outrora e contestou a instituição pelo prêmio pago em dinheiro, à época no valor de 820 mil libras esterlinas (ou 1,6 milhões de dólares), para um cientista “disposto a falar coisas boas da religião”.
Diferente disso, os jurados afirmaram que Heller mereceu a honraria por “desenvolver conceitos precisos e notavelmente originais sobre as origens e causas do universo, muitas vezes sob intensa repressão governamental”.
Ordenado em 1959, Heller pertence à Diocese de Tarnow, e de acordo com sua biografia, ele foi perseguido durante a era soviética, devido a sua ideologia comunista abertamente ateia e que ia contra o perfil católico conservador na Polônia. Além disso, o padre e cientista conhecia o Papa João Paulo 2º e a Igreja teria concedido a ele uma esfera de proteção que permitiu avançar em seus estudos.
Jornal Ciência via BBC / The New York Times
Apenas um comentário com relação ao título da matéria: uma teoria, por melhor ou mais genial que seja, não "prova" nada. É necessária a experimentação e a observação para comprovar e provar a teoria. Vejam que muitas das teorias de Albert Einstein só foram comprovadas recentemente. Portanto, com todo respeito que ele merece, por melhor que seja a teoria do Padre e estudioso Michael Heller, ela não prova nada. Pelo menos ainda não. É um pensamento especulativo muito bem elaborado, com regras e métodos e, até certo ponto, lógico; Mas não uma prova.