A pré-campanha eleitoral do Rio Grande do Norte vive dias decisivos.
Já é possível, apontar, sem margem para erros, a estratégia dos principais partidos e políticos do Estado.
No centro das atenções está o PMDB do deputado Henrique Alves e do senador-ministro Garibaldi Alves Filho.
Henrique sempre sonhou em ser governador do Estado. Costurou um acordão, mas só seria candidato em caso de unanimidade. Coisa impossível de ser obtida no momento atual. O Rio Grande do Norte vive um período negativo em vários setores. A segurança pública e a saúde viraram áreas muito problemáticas. A geração de empregos e a atração de novos empreendimentos enfrentam uma entressafra. O turismo anda mal das pernas e a Educação ainda não deu mostras de recuperação, apesar de um bom trabalho que vem sendo feito pela equipe comandada pela professora Betânia Ramalho.
E o Rio Grande do Norte anda à procura de um bom gestor, um gerente capaz de tirar o Estado da crise em que se encontra. O filho de Aluízio Alves já provou, mais de uma vez, que não é de trocar o certo pelo duvidoso. E hoje sua reeleição para deputado federal é tranquila e a reeleição para presidente da Câmara dos Deputados, um dos postos mais influentes da República, é algo possível.
Por isso, na falta de unanimidade, o PMDB foi buscar o ex-senador e ex-ministro Fernando Bezerra, um empresário vitorioso e quando foi Senador e Ministro, mostrou competência.
Enquanto o PMDB está tentando atrair outros partidos para sua aliança, o Partido dos Trabalhadores faz o caminho contrário.
O PT de Fátima Bezerra e Fernando Mineiro já disse que não participará de alianças que contem com o DEM de José Agripino, o PPS de Wober Júnior e o PSDB de Rogério Marinho, adversários no plano local e nacional.
O PT também já excluiu o PSB de Eduardo Campos e Wilma de Faria por causa do projeto nacional.
O PT tem como prioridade absoluta a reeleição da presidente Dilma. E Eduardo Campos não somente se afastou de Dilma e do PT como também fez uma aliança com Marina Silva, que não conseguiu registrar o seu novo partido, se transferindo para o PSB.
E é justamente aí que o projeto do PMDB parece ganhar corpo a cada dia. O PMDB não pretende isolar o DEM de José Agripino e o PSDB de Rogério Marinho.
O PR de João Maia também caminhará junto com o PMDB.
Uma outra questão a ser analisada é a posição do Democratas. Rosalba Ciarlini não parece dar sinais de que vai se recuperar administrativa e politicamente até maio e o DEM teria de buscar uma alternativa para disputar a sucessão estadual.
Se conseguisse teria, hoje, poucos partidos, para firmar alianças. O PP, que o cunhado Betinho Rosado tomou de Ricardo Motta, o PTB, presidido por Aldair da Rocha, e outros partidos, considerados nanicos.
Hoje, no DEM, a ordem é fortalecer as candidaturas a deputado federal e estadual. José Agripino tentará, de todas as maneiras, salvar o mandato do filho Felipe e os mandatos de José Adecio, Leonardo Nogueira e Getulio ou Leonardo Rêgo. Nem que para isso seja necessário se afastar do casal Rosalba Ciarlini e Carlos Augusto Rosado.
E para completar o quadro de crise no governo, Rosalba Ciarlini foi afastada do cargo pelo Tribunal Regional Eleitoral e só se mantém na Governadoria por força de uma liminar da ministra Laurita Vaz, do Tribunal Superior Eleitoral.
Outro posicionamento a ser considerado é o do PSD do vice-governador Robinson Faria, que há anos tenta se viabilizar como candidato a governador.
Fora da composição feita pelo PMDB, o PSD de Robinson e o PT de Fátima Bezerra fariam um campanha praticamente suicida sozinhos.
Sem espaço numa aliança forte, o PT poderá desistir do projeto de lançar Fátima Bezerra ao Senado. E, pelo mesmo motivo, Robinson Faria apesar de negar veementemente, poderá até mesmo continuar sendo vice-governador, desta forma buscando fortalecer o projeto de reeleição do filho Fábio e garantindo uma boa bancada na Assembléia.
Resta o PDT do prefeito Carlos Eduardo Alves que já disse várias vezes que não pretende deixar a Prefeitura para concorrer ao Governo. Carlos Eduardo, se decidisse se lançar na disputa pelo Governo do Estado, teria que deixar o cargo de prefeito até o final de março, início de abril. Ele prefere ser candidato à reeleição e tentar a sorte em 2018.
Por fora, ainda corre o PROS de Ricardo Motta e seu filho Rafael, que trabalha para ser candidato a deputado federal. Com as maiores bancadas da Assembléia Legislativa e da Câmara Municipal de Natal, o PROS quer espaço na chapa majoritária do PMDB. Se contentaria com o lugar de vice-governador ou com uma boa contra-partida de estrutura e votos.
Eis o cenário atual do xadrez político do Rio Grande do Norte.
O que está cristalino hoje é uma composição do PMDB com José Agripino, com João Maia e com Wilma de Faria, que já descartou ser candidata a deputada federal, mas mantém o projeto de ser candidata ao Governo ou ao Senado, dependendo das alianças.
Dificilmente, Wilma teria o apoio do PMDB para ser candidata ao Governo. Mas, para o Senado, a conversa muda.
Façam suas apostas.
Caro Bruno, imagine somente o cenário LOCAL. Vamos fazer um exercício de reflexão. Imaginemos um acordão envolvendo PMDB, DEM e PSB. Wilma sendo candidata ao Senado pelo acordão. Fátima sendo candidata ao Senado pelo PT.
Qual a sua opinião sobre a disputa?
Será que os escândalos do Foliaduto, Operação Higia e outros escândalos do RN iriam influenciar?
Como a população iria ver mais um retorno de beijos e abraços entre Jajá, Wilminha e Gari?
Abraços.