Depois de patrocinar, no primeiro semestre deste ano, alguns dos momentos mais tensos e também mais patéticos que o Palácio Padre Miguelinho já vivenciou, a Câmara Municipal do Natal volta a primar pela falta de respeito aos cidadãos responsáveis pela eleição de alguns dos seus 21 integrantes. Uma semana depois da renúncia do relator, vereador Heráclito Noé, a Comissão Especial de Inquérito formada, a muito custo, para investigar contratos firmados pela Prefeitura do Natal, perde outro integrante.
Hoje, quando a CEI dos Contratos começou a ouvir integrantes da administração municipal, o vereador Franklin Capistrano renunciou à condição de integrante da Comissão, que fica agora reduzida a três vereadores. Assim como Noé, Capistrano faz parte da base de sustentação política da gestão da prefeita Micarla de Sousa.
Não é de hoje que a Câmara vive dando espetáculos deprimentes de falta de respeito ao cidadão e eleitor. No primeiro semestre, instalou a CEI dos Alugueis na tentativa de aplacar os ânimos de um movimento de jovens contra a administração municipal. Depois, tentando esvaziar o movimento, o presidente da Câmara, vereador Edivan Martins, matou a CEI e ainda pediu à Justiça a desocupação da Câmara.
O ato de esperteza política só fez aumentar a força do movimento, que atraiu a OAB e angariou apoio de outras instituições. Quando tudo caminhava para uma operação policial para retirada dos jovens, eis que o Superior Tribunal de Justiça concedeu liminar permitindo que os jovens continuassem ocupando o pátio da Câmara.
Dessa forma, o Legislativo Municipal se viu obrigado a instalar, com outro nome, a CEI que foi extinta antes de funcionar. De quebra, os vereadores criaram uma segunda CEI. Transformada em CEI dos Contratos, a extinta CEI dos Alugueis enfrenta agora, de novo, problemas de esvaziamento, patrocionado pela bancada situacionista.
A Câmara tem agora, pela frente, o desafio de mostrar à população natalense que se trata de uma instituição merecedora de crédito. Se possível for. Do contrário, confirmará a impressão de que não passa de uma espécie de filial do Poder Executivo.
Se encarar sua missão com altivez e seriedade, a Câmara começará o resgate de sua própria imagem, combalida por tantas demonstrações de desrespeito aos eleitores. Se falhar de novo, vai abrir caminho para reações inimagináveis e bastante desagradáveis. Se houver vereador querendo pagar pra ver…
isso mesmo, o eleitor elege epode destituir, temos que aprender a votar e EXCLUIR DEZ ESSE APROVEITADORES DO PODER
A Câmara de Natal é realmente filial.
Esses atos da Camara devem ser divulgados exaustivamente para que a população saiba em quem estão votando. Atos como este de hoje na Camara são a prova dos desmandos praticados por políticos inescrupulosos que habitam a casa do Povo Natalense. Nós os elegemos e então nós temos a obrigação de lutar para que estes não retorne ao legislativo municipal.