Josias de Souza:
Nem só de Jucá é feito o quadro da Conab. A folha salarial da estatal vinculada ao Ministério da Agricultura abriga também:
Um filho do senador Renan Calheiros, uma ex-mulher do deputado Henrique Eduardo Alves, um neto do deputado Mauro Benevides, um sobrinho do morto Orestes Quércia…
Parte da parentela foi nomeada sob Lula. Outra parte, sob Dilma Rousseff. Tudo sob o pemedebê Wagner Rossi, ex-presidente da Conab e atual ministro da Agricultura.
A árvore genealógica do PMDB começou a ser sacudida por Oscar Jucá Neto. Pilhado em malfeitos, caiu disparando para o alto: “Ali só tem bandido.”
O lodo que escorreu da horta levou a fina flor do PMDB a meter-se num exercício de retórica. Construíram-se sinuosas teorias sobre o nepotismo.
Para Romero Jucá, irmão do acusado/acusador, quem indica não tem nada a ver com o comportamento do indicado:
Jucazão pediu “desculpas” a Dilma, lavou as mãos e saiu de fininho: “A oposição vai fazer uma onda por motivação política. Mas a presidente entendeu minha posição.”
O morubixaba José Sarney deu bom dia ao óbvio: “Parentes no governo sempre criam problemas, seja para o governo ou para o parente.”
Depois, serviu refresco a Jucazão: “No caso do senador Jucá, ele pediu desculpas porque as declarações não eram dele.”
Acusado de chefiar uma usina de desvios, o ministro Rossi, plantado no governo pelo vice Michel Temer, desancou Jucazinho.
Se é calúnia, porque não processa o detrator? “Não quero agravar as circunstâncias desagradáveis para o irmão de Jucá Neto ou para sua família.”
Sobre Jucazão, Rossi disse: “Não somos responsáveis pelo que nossos parentes fazem.”
De fato, levando-se o PMDB ao pé da letra, ninguém é responsável por coisa nenhuma. Longe disso.
A conversão da Agricultura em horta caseira decorre da ação de um bando de irresponsáveis.
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