Se há um governante no Brasil que pode, atualmente, com muita propriedade, reclamar de uma herança maldita, esse governante é a presidenta Dilma Roussef. A julgar pela sucessão de denúncias e prisões envolvendo funcionários de Ministérios, Dilma está colhendo a corrupção, semeada no governo do seu antecessor.
Desde o início do ano, não se fala em outra coisa. Depois das denúncias de multiplicação do patrimônio que derrubaram o homem forte da Casa Civil, Antônio Palocci, a onda denúncias continua, envolvendo os Ministérios dos Transportes, Desenvolvimento Agrário, Agricultura, Cidades e Minas e Energia. Agora, chegou à vez da pasta do Turismo.
Hoje, a Polícia Federal, numa ação articulada com o Tribunal de Contas da União e com o apoio do Ministério Público Federal, prendeu 38 pessoas. Dentre elas estão o número 2 do Ministério do Turismo e secretário-executivo Frederico da Costa Silva, o ex-presidente da Embrater, Mário Moisés, diretores e funcionários do Ibrasi, uma organização sem fins lucrativos ligada à área do Turismo.
O objetivo da Operação “Voucher” foi desbaratar um esquema de desvio de recursos públicos – emendas parlamentares destinadas ao turismo – e aplicação irregular em cursos de capacitação para o turismo no Estado do Amapá. Valor: 4,4 milhões de reais.O episódio envolvendo o Turismo – controlado pelo PMDB – é apenas um dos casos de corrupção envolvendo setores do Governo Federal. Vejamos os principais:
TRANSPORTES– O ministro Alfredo Nascimento (PR) caiu depois que foi divulgado que a empresa do seu filho teve um aumento patrimonial de 86.500% e está sendo investigada sob suspeita de manter contatos com empresas que mantém negócios com o Ministério. Mais de 20 funcionários da pasta e de autarquias – dentre elas o DNIT – já foram exoneradas na maior faxina já realizada no ministério.
MINAS E ENERGIA – Reportagem publicada pela revista Época, com base em vídeos, documentos e cheques, informa que a PF e o Ministério Público Federal investigam denúncias de irregularidades na Agência Nacional do Petróleo, autarquia vinculada ao Ministério das Minas e Energias, sob o comando de Edison Lobão, do PMDB. Numa das gravações, dois assessores da ANP exigem propina de R$ 40 mil para resolver problema de um cliente. A revista também publicou cópia de cheque que um dos assessores da ANP recebeu de um advogado ligado ao maior adulterador de combustíveis do País. Em nota, a ANP afirmou que as denúncias se referem a fatos ocorridos há mais de dois anos e que os “assessores” já estão fora da agência.
AGRICULTURA – Na edição de 30 de julho da revista Veja, Oscar Jucá Neto, irmão do líder do Governo no Senado, Romero Jucá, chamou o PMDB, partido do ministro Wagner Rossi e do vice-presidente Michel Temer, de “Central de Negócios”. Jucá Neto foi diretor da Conab e exonerado do cargo por autorizar pagamento irregular no valor de R$ 8 milhões à empresa de um laranja.
Demitido, Jucá Neto foi ao ataque: acusou a Conab de estar atrasando o repasse de R$ 14,9 milhões à empresa Caramuru Alimentos para aumentar o montante a ser pago para R$ 20 milhões. Desse total, R$ 5 milhões seriam repassados a autoridades do Ministério da Agricultura.
DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO/MEIO AMBIENTE – Reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão, mostrou em julho a venda de lotes que deveriam ser destinados a famílias beneficiadas pela reforma agrária. Outra denúncia informa que madeireiros que destroem florestas em áreas de reforma agrária na região Norte do País. O esquema envolvendo ocupantes de cargos de confiança do Governo Federal.
O Incra disse, em nota, que as denúncias serão apuradas e relatórios serão enviados à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal. Como a denúncia envolve lotes de reforma agrária e área de proteção ambiental, os ministros Afonso Florence, do Desenvolvimento Agrário, e Izabela Teixeira, do Meio Ambiente, são alvos de questionamentos dos parlamentares, mas ainda não se pronunciaram sobre as denúncias.
CIDADES – A revista IstoÉ, de 30 de julho, publicou reportagens denunciando que o Ministério das Cidades, chefiado por Mário Negromonte, do PP, favorece empreiteiras que contribuíram com a campanha eleitoral do partido em 2010. Ainda de acordo com a reportagem, o ministro também estaria liberando recursos para obras consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas da União. Em nota oficial, Negromonte informou que as verbas destinadas às obras citadas pela revista foram aprovadas de acordo com projetos e licitações e que os contratos foram feitos antes dele assumir o ministério.
A Questão agora é qual será o próximo Ministério????
O que Lula plantou não está dando para colher. Quase tudo podre…..
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