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A surpreendente lei da Suécia que dá 6 meses de folga do trabalho para empreender

A SUÉCIA TEM UM SISTEMA ÚNICO DE CONCESSÃO DE LICENÇA AOS TRABALHADORES PARA QUE POSSAM LANÇAR UM NOVO NEGÓCIO (FOTO: ALAMY VIA BBC)

Jana Cagin nunca havia pensado em administrar sua própria empresa até ela e seu noivo terem “um daqueles momentos de iluminação” enquanto procuravam um novo sofá em uma loja da rede de móveis e decoração Ikea, em um subúrbio de Estocolmo, capital da Suécia.

Eles notaram que a gama de pernas para móveis disponíveis era muito limitada. Depois de vasculharem a internet e não encontrarem alternativas adequadas, tiveram a ideia de desenvolver sua própria marca de peças de reposição para móveis, para ajudar consumidores a dar um ar artístico às suas novas compras ou a produtos já existentes.

“Ficamos empolgados com essa ideia”, diz ela.

O casal começou a administrar o empreendimento em seu tempo livre. Mas, de acordo com Cagin, foi a possibilidade de tirar uma licença de seu trabalho como psicóloga organizacional que realmente permitiu que as coisas saíssem do papel.

“Começamos a buscar fornecedores, a sair na imprensa, a construir o site”, afirma.

A empresa também foi aceita em um programa de aceleração de empresas iniciantes, que ofereceu treinamento, workshops e orientação. “Se trabalhasse durante esse tempo, não teria conseguido participar, e isso realmente nos ajudou a acreditar em nossa ideia.”

Enquanto isso, saber que ela poderia voltar ao antigo trabalho se as coisas não dessem certo diminuiu o risco financeiro, especialmente porque seu parceiro era freelancer na indústria criativa.

“Nunca me vi como um empreendedora, então, poder ter esse tipo de segurança e algo para me apoiar teve um papel importante.”

Ela não voltou ao seu antigo emprego. Seis anos depois daquele “momento de iluminação”, que aconteceu quando Cagin tinha 31 anos, o negócio de comércio eletrônico do casal agora oferece maçanetas decorativas e revestimentos para armários, bem como pernas para uma variedade de móveis. Eles estão em 30 países e têm seis funcionários em tempo integral.

Licença para empreender é um direito legalmente consagrado no país
Embora nem todas as novas empresas tenham tanto sucesso, a experiência de Cagin de tirar uma folga do emprego fixo está longe de ser única na Suécia. Nas duas últimas décadas, os trabalhadores em tempo integral com empregos fixos passaram a ter o direito de se afastar por seis meses para iniciar uma empresa – ou, alternativamente, para estudar ou cuidar de um parente.

Os chefes só podem negar se houver razões operacionais cruciais que eles não conseguem administrar sem aquele integrante da equipe ou se a nova empresa for vista como concorrente direta. Espera-se que os funcionários retornem à mesma posição de antes após esse período.

MAX FRIBERG TIROU UMA LICENÇA DE SEU TRABALHO EM UMA CONSULTORIA, MAS AINDA TINHA RESERVAS, APESAR DA SEGURANÇA DE NÃO TER DEIXADO SEU EMPREGO (FOTO: REPRODUÇÃO/BBC NEWS BRASIL)

“Até onde sei, este é o único país que oferece um direito legalmente consagrado de tirar uma licença para o empreendedorismo”, explica Claire Ingram Bogusz, pesquisadora de empreendedorismo e sistemas de informação na Escola de Economia de Estocolmo.

“É comum que as pessoas tenham permissão do empregador para iniciar algo desde que isso não interfira com o emprego, e, uma vez que o negócio esteja funcionando, tirem então uma licença para ver se realmente conseguem fazer só aquilo na vida”, diz ela.

“É muito frequente, especialmente entre os empreendedores altamente qualificados que criam empresas de tecnologia.”

Max Friberg, de 31 ano, é um deles. Ele administra uma plataforma de software e optou por tirar uma licença da consultoria em que trabalhava, em vez de deixar o emprego, apesar de ter se dedicado ao projeto durante seu tempo livre por mais de um ano antes de fazer isso. Ele diz estar confiante.

Para ele, perder a vantagem competitiva e o “status social” que ele trabalhou durante anos para alcançar era uma preocupação tão grande quanto a insegurança financeira. A possibilidade de uma licença não remunerada ajudou bastante com algumas dessas preocupações.

“Tinha um emprego fantástico e trabalhado muito durante toda a universidade para obtê-lo e, depois, para mantê-lo e progredir”, explica ele. “Eu me questionava: ‘Estou fazendo uma loucura?’ Mas sentir que poderia voltar tirou um pouco desse medo.”

O segredo da inovação?

A Suécia, com uma população de apenas 10 milhões de pessoas, criou a reputação de ser um dos países mais inovadores da Europa nos últimos anos. As razões mais comumente citadas para que seu cenário de novas empresas crescesse tão rapidamente incluem forte infraestrutura digital, uma cultura de colaboração e seguro de desemprego privado acessível, o que proporciona uma rede de segurança social maior.

Medir exatamente o quanto o direito à licença não remunerada contribuiu para isso é complicado. Embora a tendência – particularmente no cenário tecnológico – tenha sido observada por acadêmicos, sindicatos e empregadores, não há bancos de dados nacionais que detalhem quantas pessoas registradas para tirar uma licença de trabalho iniciam um negócio.

Mas o que os números confirmam é que a crescente demanda por todos os tipos de licenças (incluindo a licença parental remunerada) coincide com o aumento do número de suecos que começam suas próprias empresas.

A SUÉCIA, COM UMA POPULAÇÃO DE APENAS 10 MILHÕES DE PESSOAS, CRIOU A REPUTAÇÃO DE SER UM DOS PAÍSES MAIS INOVADORES DA EUROPA (FOTO: ALAMY VIA BBC)

Em 2017, 175 mil pessoas entre 25 e 54 anos de idade foram licenciadas, em comparação com 163 mil em 2007, de acordo com dados oficiais. O escritório de registro de empresas suecas diz que 48.542 empresas limitadas foram registradas em 2017, em comparação com 27.994 em 2007.

Então, o que o resto do mundo pode aprender com o sistema de licenças não remuneradas da Suécia?

De acordo com Claire Ingram Bogusz, a tendência de se licenciar para abrir uma empresa precisa ser vista no contexto das leis trabalhistas notoriamente rígidas do país nórdico.

Elas tradicionalmente dificultam mais que patrões demitam funcionários em comparação com muitos países. A especialista argumenta que isso pode encorajar alguns funcionários a permanecerem em seus empregos quando têm segurança.

“As pessoas não desistem facilmente de um emprego [permanente] depois que conquistam um”, diz ela. “É análogo a ter uma casa ou um apartamento. Uma vez que você é o proprietário de um imóvel, não desiste dele facilmente.”

Adaptação do modelo

Samuel Engblom, chefe de política da Confederação Sueca para Empregados Profissionais, explica que o governo, sindicatos e empregadores na Suécia apoiam o direito de se afastar como “uma forma de promover a mobilidade no mercado de trabalho”.

“A maioria dos funcionários hesita em deixar um emprego que consideram seguro por algo tão inseguro quanto começar um negócio”, diz ele.

“Talvez seja uma visão bastante sueca – quero dizer, você poderia promover o empreendedorismo tornando-o mais lucrativo, e fazemos isso até certo ponto, mas você também pode promover o empreendedorismo tornando-o menos inseguro.”

Ting Xu, professor da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, cujo trabalho se concentra em finanças empresariais, argumenta que a ampliação do direito à licença não remunerada pode desempenhar um papel crucial no fomento do empreendedorismo, mesmo em países com mercados de trabalho muito mais flexíveis.

Ele cita um estudo de 2016 sobre como ajudar os futuros empreendedores de tecnologia a romper as barreiras geradas pelo medo do fracasso. A pesquisa descobriu que, embora o risco financeiro fosse a principal preocupação, o risco para a carreira estava em segundo lugar.

“O medo de perder uma carreira profissional estável se a sua empresa fracassa é algo que faz muitas pessoas não empreenderem”, argumenta. “Muitos países subsidiam financiamentos para empreendedores. No entanto, a redução do risco para a carreira pode ser igualmente importante e é frequentemente ignorada por quem toma decisões políticas.”

Embora sua pesquisa se concentre na licença parental, e não na licença não remunerada, ela fornece dados empíricos para respaldar essa ideia.

Ting fazia parte de uma equipe de cientistas que analisou uma reforma que ampliou a licença parental no Canadá de alguns meses para um ano inteiro em 2001. Eles descobriram que as mulheres que tiveram um período maior de licença eram mais propensas a serem empreendedoras cinco anos depois em comparação com aquelas que deram à luz antes da mudança.

“Esse resultado é uma forte evidência que mostra que, quando removemos o risco para a carreira, isso pode estimular o empreendedorismo”, conclui.

Há algum lado negativo?

Alguns observadores argumentam que pode ser mais difícil para os empregadores fora da Suécia permitir que os trabalhadores retornem aos seus antigos cargos depois de se ausentarem para administrar um negócio. Esses trabalhadores podem enfrentar discriminação em perspectivas futuras de carreira ou salário. No entanto, na Suécia, esse tipo de preconceito é contra a lei.

“Alguém ter saído e tentado algo novo, ter essa oportunidade e voltar, não é algo visto de forma negativa. É visto de forma neutra na pior das hipóteses e, provavelmente, até de forma positiva, porque a pessoa disse ‘ah, não, esse trabalho é o melhor para mim'”, explica Ingram Bogusz.

Ela argumenta que o foco dos suecos no equilíbrio entre trabalho e vida pessoal é um “grande fator a favor”, que pode não ser relevante em outros lugares.

“Na Suécia, espera-se que as pessoas tenham um equilíbrio em seu emprego – não apenas em termos de equilibrar suas vidas pessoais, mas também de equilibrar outras coisas que são importantes para elas ou que signifiquem crescimento pessoal. Começar um novo negócio pode ser [parte de] isso.”

Jessica Petterson é uma das pessoas que estão aproveitando ao máximo a oportunidade. A atriz de 30 anos está encerrando um período de licença não remunerada em que passou lançando um serviço de assistente virtual para instituições de caridade. Ela decidiu retornar ao seu emprego permanente em uma organização sem fins lucrativos e dar continuidade a seu empreendedorismo mais lentamente.

“Não ganho o suficiente com a minha empresa para me sustentar e quero comprar um apartamento em breve. Preciso voltar ao meu antigo emprego para receber um salário fixo todos os meses”, explica ela.

“Eles [meus gerentes] estão muito felizes comigo de volta. Eles me deram alguns outros projetos para me dedicar, para que eu não me sinta tão ‘estagnada’ quanto antes.”

No entanto, Samuel Engblom, da Confederação Sueca para Empregados Profissionais, ressalta que, embora muitos empregadores compartilhem dessa atitude positiva em relação à licença não remunerada, outros podem enfrentar desafios administrativos e financeiros ligados à cobertura das responsabilidades de um trabalhador durante a folga.

“Para o empregador, significa perder alguém que conhece o trabalho. Especialmente em campos em que há falta de trabalhadores qualificados, isso pode ser problemático”, diz ele.

Ele sugere que esses desafios podem ser ainda maiores em países com economias menos estáveis ​​do que a Suécia.

Um novo futuro?

É claro que tanto as vantagens quanto os desafios da licença não remunerada só são relevantes quando os funcionários têm empregos permanentes.

Enquanto a grande maioria dos suecos está em empregos estáveis, tem havido uma mudança em direção ao emprego temporário e à “economia do bico” nos últimos anos, que afetou em grande parte os trabalhadores mais jovens.

Em 2017, quase 50% dos jovens suecos entre os 16 e os 24 anos e 18% daqueles entre os 25 e os 34 anos estavam em trabalhos temporários, em comparação com 44% e 14% em 2009, respectivamente.

“É um problema que a Suécia enfrenta, assim como muitos outros países do mundo: essa polarização entre pessoas com empregos permanentes e aquelas que não têm”, diz Ingram Bogarz. “Para os trabalhadores da ‘economia do bico’ e freelancers, as licenças não fazem diferença.”

Legisladores suecos estão monitorando a tendência de perto. Recentemente, um comitê do governo foi solicitado a investigar como mais segurança poderia ser fornecida para estes tipos de trabalhadores.

Enquanto isso, o direito à licença não remunerada para funcionários permanentes parece ter vindo para ficar. Vários sindicatos chegaram a acordos coletivos com empregadores que expandem os direitos dos trabalhadores à licença não remunerada, oferecendo-lhes 12 meses de folga para tentar iniciar um negócio, em vez do requisito padrão de seis meses.

O que é vital que todos os empreendedores lembrem, de acordo com Ingram Bogarz, é que, independentemente de terem ou não direito a licença não remunerada, iniciar um negócio continua sendo algo arriscado.

“A desvantagem de passar do emprego permanente para o empreendedorismo é real aqui na Suécia, como em qualquer outro lugar. Você passa de um emprego estável e muitas vezes decente para receber uma quantia de dinheiro instável e provavelmente menor”, explica ela.

“Mas uma licença significa que você pode ter o melhor dos dois mundos: a segurança de um trabalho que não vai a lugar algum e o tempo livre para buscar o que é importante para você.”

Época, via BBC

 

Opinião dos leitores

  1. É porque na SUÉCIA existem 14 sindicatos….aqui na república das bananas existem 16.700 sindicatos mamando no dinheiro do VERDADEIRO TRABALHADOR, aqui no RN tem professora que nunca entrou em sala de aula , bancário que não sabe aonde fica o Caixa , enfermeiro que não sabe a cor de um sangue, metalúrgico que se aposentou por causa de um DEDINHO MINGO, Entenderam porque as coisas não funcionam no Brasil ? É porque uns trabalham e outros MAMAM DO DINHEIRO DO REAL TRABALHADOR

    1. Vai ver qto ganha um deputado, um ministro, um juiz, um secretário, e o que tem de mordomias no serviço público. a resposta é um salário razoável, nunca comparado com esses daqui, e nenhuma mordomias, nem assessores aos montes como é no Brasil. E olhe que é país de 1o mundo. Enquanto aqui, num país quebrado, esse povo são incontáveis, ganham rios de dinheiro, mordomias sem limites e muitos assessores. Por isso que estamos onde estamos. Enquanto não parar essa farra, ficamos na m****

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Licitação da COP-30 tem faxineiro a R$ 5 mil ao mês e ‘assistente de credenciamento’ a R$ 9 mil


Vista do espaço do Parque da Cidade, em Belém (PA), em fevereiro deste ano. Local na capital paraense receberá estrutura onde será realizada a COP-30 | Foto: Ricardo Stuckert / Presidencia da Republica

A concorrência da Organização de Estados Iberoamericanos (OEI) para a COP-30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, prevê valores elevados para a contratação de profissionais e para a locação e compra de vários itens. Resultado preliminar da licitação aponta para gastos de R$ 297,8 milhões, com preços de itens e serviços bem acima do mercado.

Procurada, a OEI disse que o certame ainda está em andamento e que os resultados até o momento são provisórios. A entidade disse ainda que o orçamento básico foi elaborado com base “em pesquisa realizada junto a fornecedores especializados, bem como em contratações similares feitas anteriormente pela OEI e por órgãos da Administração Pública”. A metodologia usada está alinhada com a legislação brasileira, diz a entidade.

O termo de referência incluído no edital da concorrência estimava um gasto total de R$ 595,6 milhões. Duas empresas ofereceram desconto de 50%, o que ainda assim deixou os valores a serem contratados a níveis elevados.

O edital previa, por exemplo, contratar 200 “auxiliares de serviços gerais” de limpeza a R$ 10.355,24 ao mês. Como o desconto de 50% da proposta vencedora, cada profissional receberia o equivalente a R$ 5.177,62 ao mês. Para a contratação de 40 “assistentes de credenciamento”, responsáveis por entregar o crachá aos participantes, a cotação inicial era de R$ 17.875,00 por profissional. Com o desconto, cada um receberia o equivalente a R$ 8.937,5 mil mensais.

O edital também prevê a contratação de “runners”, um tipo de faz-tudo responsável por “realizar tarefas variadas de apoio à produção”, como “entrega de documentos e materiais” e “apoio a demandas emergenciais”. No termo de referência, esse profissional está cotado a R$ 15.972,16. Com o desconto de 50% das propostas vencedoras, cada um sai a R$ 7.986,08 mensais.

Uma recepcionista bilíngue, já na proposta vencedora, ganharia o equivalente a R$ 9,75 mil mensais – são 40 dessas no edital. Já o “motorista de carrinho elétrico” sairia a R$ 5,6 mil mensais. A hora extra do “intérprete consecutivo” de língua inglesa sairia a R$ 320, já com o desconto de 50% das propostas ganhadoras.


Termo de referência da OEI para um dos lotes da COP 30: salário mensal de faxineiro foi orçado em R$ 10,3 mil Foto: OEI / Reprodução

Nos itens físicos, chama a atenção o valor estimado para o aluguel de notebooks: são 600 máquinas ao valor de R$ 3,75 mil mensais, já com o desconto; e mais 150 máquinas de “alto desempenho” a R$ 6,5 mil mensais. O resultado preliminar na licitação indica ainda a compra de 2 mil canetas esferográficas personalizadas, ao preço de R$ 4,91 – firmas especializadas neste tipo de brinde oferecem produtos similares a partir de R$ 2,90.

Como mostrou o Estadão, desde o começo do governo Lula a OEI já fechou 21 contratos com 19 ministérios e empresas públicas, que somam mais de R$ 710 milhões. Só para organizar a Cúpula do G-20, no final do ano passado, e a COP-30, a entidade embolsará até R$ 30,6 milhões em taxas de administração. O aumento do número de contratos da OEI com a União se deu após a edição de dois decretos de Lula, que aumentaram a taxa de administração máxima cobrada pela entidade e simplificaram as regras de contratação.

Iniciada em 13 de janeiro, a concorrência da OEI é dividida em dois lotes. O maior deles é o do chamado “lote azul”, para as estruturas temporárias que precisarão ser construídas para abrigar a conferência, no valor total de R$ 423,5 milhões. O segundo, do “lote verde”, diz respeito à organização do evento, à compra de brindes, despesas com alimentação e outros, no valor total de R$ 172,1 milhões.

Juntos, os dois lotes somam R$ 595,6 milhões, bem mais que os R$ 423,5 milhões do orçamento inicial apresentado pela OEI ao governo federal.

Em 7 de março foi anunciado um resultado provisório, com a vitória de um consórcio liderado pela empresária Rita Ganem, de Brasília; e da firma DMDL Ltda, de São Paulo, especializada em montagem de estruturas temporárias para eventos.

Ambas as empresas já atuaram na organização da reunião da Cúpula do G–20, no fim do ano passado. O evento também foi organizado pela OEI, mas segundo a entidade, as duas empresas não foram contratadas diretamente pela organização, e sim diretamente pelo governo Lula.

O resultado 07 de março de 2025 deu a vitória à DMDL nos dois lotes, azul e verde, e trouxe o Consórcio Pronto RG, liderado por Rita Ganem, em segundo lugar. Pelas regras do certame, a DMDL deverá escolher somente um dos lotes. Em ambos os lotes, as duas empresas vencedoras apresentaram propostas com o mesmo valor, equivalente a 50% do total do termo de referência. Somadas, as propostas vencedoras para os dois lotes dão R$ 297,8 milhões.

O valor apresentado tanto pela DMDL quanto pelo Consórcio Pronto RG eram o menor possível, pois o edital da OEI permitia propostas com no máximo 50% de desconto em relação ao total do termo de referência.

O que diz a OEI

Procurada, a OEI disse que os preços indicados nos termos de referência se basearam em “pesquisa realizada junto a fornecedores especializados, bem como em contratações similares feitas anteriormente pela OEI e por órgãos da Administração Pública”. “Essa metodologia segue os parâmetros definidos nos manuais, normas e resoluções internas da OEI no Brasil, os quais estão alinhados aos princípios da legislação brasileira, conforme previsto no Acordo Básico firmado com o Governo Federal”, disse a entidade.

“Vale destacar que os valores indicados no Edital representam estimativas máximas e que, em geral, os contratos efetivamente firmados podem alcançar até 50% de economia em relação ao valor inicialmente estimado, uma vez que os itens são submetidos à disputa entre as proponentes”, diz a organização internacional.

“Informamos ainda que o processo licitatório ainda está em curso, sem adjudicação definitiva até o momento. Ressaltamos que os processos licitatórios serão conduzidos com base em critérios objetivos, previamente definidos nos editais, garantindo julgamento técnico e isonômico, em conformidade com os princípios da impessoalidade e seleção da proposta mais vantajosa. Todos os participantes serão avaliados estritamente com base nas exigências técnicas”, diz a OEI.

Estadão Conteúdo

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Anvisa pretende dificultar comercialização do Ozempic no Brasil

Foto: Florian Gaertner/Photothek/GettyImages

A Anvisa decidirá nesta quarta-feira (16) se farmácias serão obrigadas a reter receitas médicas no momento da compra de medicamentos como Ozempic, Wegovy, Saxenda e similares.

Atualmente, o consumidor já é obrigado a mostrar o pedido médico ao farmacêutico no momento da compra. A discussão, que pode definir a nova regra, foi iniciada há um mês.

Os diretores do órgão devem discutir critérios para a prescrição, controle, embalagem e rotulagem de medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos de uso sob prescrição, isoladas ou em associação, como as citadas acima.

Se a proposta for aprovada, as farmácias deverão ficar com as receitas.

Dados da própria Anvisa, apontam que 32% das notificações de casos adversos no Brasil envolvem o uso desses medicamentos de forma não indicada em bula. O índice é mais que o triplo da média global, que é de 10%.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

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Estudante é sequestrada durante assalto dentro da UFRN em Natal

Centro de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi

Uma estudante da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) denunciou que foi vítima de um assalto com sequestro dentro do campus universitário em Natal. O caso aconteceu na noite do último dia 9 de abril, mas somente agora foi tornado público.

A universitária relatou que estava saindo da instituição por volta das 22h, e estava entrando no seu carro, no estacionamento do setor de Biociências, quando foi abordada por um homem armado.

O criminoso determinou que a vítima sentasse no banco de passageiro com cabeça baixa e a ameaçou. O homem ainda fez um pix de R$ 400 do celular da estudante e determinou que ela apagasse um aplicativo que permitia o rastreamento do aparelho.

“Durante o sequestro, ele fez ameaças explícitas, afirmando que, caso a polícia fosse acionada, ele voltaria para me encontrar dentro da própria universidade”, relatou a vítima.

Após alguns minutos, a estudante foi liberada em uma área de matagal em Ponta Negra e o homem fugiu levando o carro e outros bens dela. A mulher contou com ajuda de moradores da região para chamar o pai. Um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia de Plantão da Zona Sul de Natal.

Procurada, a UFRN informou à reportagem do g1-RN que vai se posicionar sobre o caso na tarde desta terça-feira (15).

“Podia ter acontecido coisas piores, né? Ele somente quis assaltar ela, mas poderia ter acontecido algo muito pior”, afirmou Kivia Moreira, coordenadora do Movimento de Mulheres Olga Benário, na UFRN, que está abrindo uma ouvidoria para receber denúncias de crimes na instituição.

Ainda de acordo com a coordenadora, outra tentativa de sequestro de uma estudante aconteceu no dia seguinte. Um suspeito teria se aproximado de uma estudante, em um carro, pedido uma informação e, em seguida, determinou que ela entrasse em um carro, mas ela negou. Em seguida, o homem teria seguido a mulher.

De acordo com Kívia, a estudante buscou abrigo no restaurante universitário, mas não encontrou nenhum vigilante. Em seguida, ela foi até uma parada de ônibus, onde ficou com outros estudantes, até o suspeito deixar a região.

O sequestro aconteceu na mesma semana em que vários estudantes denunciaram casos de importunação sexual dentro dos ônibus circulares que atendem o campus universitário.

Até o dia 9 de abril, cerca de 20 boletins de ocorrência foram registrados, segundo a Polícia Civil. A Ouvidoria da UFRN também confirmou que recebeu pelo menos 29 denúncias sobre a onda de importunação sexual no circular. A Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) abriu inquérito para investigar denúncias.

Movimentos estudantis estão organizando protestos para dar visibilidade ao problema de insegurança.

g1-RN

Opinião dos leitores

  1. Bem que a PF poderia fazer umas incursoeszinha por lá. Na época daquela reitora turista, proibiu a PM de pegar os viciados lá dentro

  2. Não era nem pra fazer boletim de ocorrência, a comunidade universitária é contra a presença da polícia no campus, quando acontecer esse tipo de crime, chamem o reitor.

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Geral

Motta rejeita decidir sozinho e indica que levará projeto de anistia pelo 8/1 a líderes na Câmara

Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse nesta terça-feira (15) que não decidirá sozinho sobre o projeto de lei da anistia a presos pelo 8 de janeiro de 2023 e indicou que deve levar a proposta para discussão no colégio de líderes.

O grupo reúne os líderes da todas as bancadas partidárias da Casa, além de governo, oposição, minoria e maioria. Esta é a primeira fala de Motta sobre tema, após intensa pressão de bolsonaristas, que protocolaram requerimento de urgência do projeto na segunda-feira (14).

“Democracia é discutir com o Colégio de Líderes as pautas que devem avançar. Em uma democracia, ninguém tem o direito de decidir nada sozinho. É preciso também ter responsabilidade com o cargo que ocupamos, pensando no que cada pauta significa para as instituições e para toda a população brasileira”, afirmou no X, antigo Twitter.

Com o requerimento em mãos, o texto do partido de Jair Bolsonaro (PL) já poderia ter sua tramitação de urgência analisada diretamente no plenário. Mas a decisão final cabe a Motta, que faz a pauta de votações da Câmara.

Com a declaração, o presidente da Casa divide a responsabilidade com os líderes de pautar ou não o projeto que tem apoio de bolsonaristas e a resistência do STF (Supremo Tribunal Federal) e do Executivo.

Esta semana na Câmara é de esvaziamento, com feriado e líderes viajando, o que garante tempo para uma eventual saída negociada de Motta com o Judiciário. A próxima reunião de líderes deve ser no dia 24 de abril.

Folhapress

Opinião dos leitores

  1. Todo mundo entendeu essa viagem dele. 10 dias fora para dar tempo ao “tempo”. Cara de pau mesmo.

  2. No Brasil é assim, os líderes têm uma posição e os liderados têm outra, com os eleitores acontece o mesmo, os eleitores têm uma opinião, os políticos têm outra opinião bem diferente da do eleitor.

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Jornal ‘O Globo’ se desculpa por piada sobre saúde e internação de Jair Bolsonaro

Imagem: reprodução/X

O jornal O Globo faz uma correção e um pedido de desculpas após não identificar que a publicação da manchete “Intestino de Bolsonaro se adianta e já está preso” se tratava do conteúdo de humor da coluna ‘Sensacionalista’.

O jornal foi alvo de críticas nas redes sociais após ter feito a publicação como se fosse notícia real. Após repercussão negativa da manchete no X, o periódico retirou do ar a publicação original e se desculpou com o público na mesma rede social.

“CORREÇÃO: Por um erro de edição, O GLOBO não identificou como sendo da coluna de humor Sensacionalista um post sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro. Pedimos desculpas aos leitores”, publicou.

Opinião dos leitores

  1. Fez bem em pedir desculpas, mas não apaga o lixo que esse grupo é tá?
    Porcaria de jornalismo, são vendidos, tudo por dinheiro, o bom é que o povo já está sabendo, o imperio desmoronou.
    Tá igual a lula, não engana mais a ninguém.

  2. E sempre assim, falam o que quer e depois vem com desculpas. CANALHICE SEM LIMITE, GLOBOLIXO🤮

  3. A globo lixo aliás tudo da globo não presta as novelas so mostra o que não presta e uma escória do jornalismo

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Diretor da Abin é intimado pela PF após suposta espionagem contra Paraguai

Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, foi intimado a prestar depoimento à Polícia Federal (PF) após as suspeitas de espionagem ao Paraguai. O ex-número 2 da Agência, Alessandro Moretti, também foi intimado.

Os depoimentos devem ocorrer na quinta-feira (17), na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília (DF). As oitavas fazem parte do inquérito da Abin Paralela.

As oitivas ocorrem após dois agentes da Abin afirmarem à PF que o Brasil fez um ataque hacker ao Paraguai para obter informações sobre as negociações com a Usina Hidrelétrica de Itaipu.

O vazamento da informação fez com que a PF abrisse uma apuração sobre o caso.

Moretti foi exonerado do cargo de diretor-adjunto em 30 de janeiro de 2024, após a PF apontar suspeitas de que a gestão da agência atuou para dificultar investigações sobre o caso de espionagem ilegal no governo de Jair Bolsonaro (PL) da Abin Paralela.

Na época, a própria permanência de Corrêa foi questionada por petistas que pregavam uma renovação na Abin. O órgão é, desde o início deste governo Lula, subordinado à Casa Civil, do ministro Rui Costa (PT).

A PF já tem um “rascunho” do relatório da investigação, mas tem adiado a entrega do relatório final. A previsão de término até o fim deste mês.

CNN Brasil

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Colégio Porto promove ação educativa contra o bullying com foco em comunicação e respeito

O Colégio Porto realiza nesta quarta-feira, dia 16 de abril, mais um momento do seu projeto anti-bullying, direcionado aos estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental – Anos Finais – à 2ª série do Ensino Médio. O ponto alto do evento será a palestra da psicóloga convidada Stephanie Barbosa, que abordará o tema “A Comunicação Não Violenta (CNV) e o respeito às diferenças”.

A iniciativa, organizada pelo Núcleo de Apoio Psicopedagógico (NAPPE) da escola, tem como objetivo primordial trabalhar a inclusão, a aceitação das diferenças e fomentar a importância da comunicação na resolução de conflitos.

A orientadora pedagógica do Colégio Porto, Kennia Ísis, ressalta a importância do projeto para o ambiente escolar e destaca o histórico positivo na instituição. “Nos últimos cinco anos, esse projeto tem sido implementado em nossa escola e os resultados são realmente positivos. Ele não apenas ajuda a conscientizar os alunos sobre o que é o bullying e suas consequências, mas também promove a empatia, o respeito e a solidariedade entre os estudantes. Ao abordar esse tema de forma aberta e educativa, conseguimos reduzir incidentes de bullying e criar um clima de apoio mútuo.”

A expectativa é que a edição deste ano reforce ainda mais a cultura de respeito e a importância da comunicação não violenta entre os estudantes, contribuindo para um ambiente escolar cada vez mais positivo e acolhedor. “É uma iniciativa que não só transforma a escola, mas também prepara os jovens para serem cidadãos mais conscientes e respeitosos na sociedade.”

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Ministro Wellington Dias diz que ter carteira de trabalho assinada não é motivo, por si só, para sair do Bolsa Família

Foto: reprodução/YouTube/Canal .Gov

O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, defendeu nesta terça-feira (15) as mudanças feitas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Bolsa Família. Segundo ele, o número de beneficiários há mais de 10 anos no programa “já foi bem maior”, ainda que, hoje, “assinar a carteira de trabalho” não signifique o fim do pagamento do benefício.

“Quando alguém assina a carteira de trabalho, isso não é motivo, por si só, para cancelar benefício. Na verdade, o objetivo é alcançar a superação da pobreza”, declarou o ministro em entrevista ao programa “Bom dia, Ministro”, do CanalGov.

Das 20,6 milhões de famílias inscritas no Bolsa Família, 7 milhões recebem dinheiro do programa há 10 anos ou mais, de acordo com dados de fevereiro de 2025.

Esse número representa 34,1% do total e mostra a dificuldade que algumas parcelas da população têm em deixar de depender do Estado para se manter.

Os dados são exclusivos e foram obtidos via Lei de Acesso à Informação, com cruzamento de informações do Ministério do Desenvolvimento Social.

Ao ser perguntado sobre esses dados, Dias afirmou que o número dos que recebem dinheiro do programa há 10 anos ou mais “já foi bem maior”. O ministro disse que o cenário “representa um desafio” para o governo, mas que é “animador”.

Poder 360

Opinião dos leitores

  1. Nós trabalhamos como loucos pra sustentar nossas famílias e também para sustentar mais de 6 milhões de vagabundas que não dão um no em um pingo d’água

  2. Enquanto isso, o brasileiro médio deixa seu couro e sangue pagando impostos, para sustentar vagabundos de todas as esferas, seja ela política ou não. Falo de todas! Entendedores entenderão.

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Geral

[VÍDEO] Bolsonaro caminha ao lado de médicos após cirurgia no intestino: “Sem desistir! Vamos adiante, Brasil”

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou nesta terça-feira (15) um vídeo em que aparece caminhando pelos corredores do Hospital DF Star, em Brasília, onde se recupera de uma cirurgia para desobstrução intestinal, realizada no último domingo (13).

Nas imagens publicadas nas redes sociais, Bolsonaro é auxiliado por enfermeiras e acompanhado de perto por médicos que compõe o staff do local. O ex-mandatário utiliza um andador para ajudá-lo no deslocamento.

Bolsonaro segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e não tem previsão de alta. Segundo boletim médico divulgado mais cedo, ele “mantém estabilidade clínica, sem dor, sangramentos ou outras intercorrências”.

A cirurgia de domingo, que durou cerca de 12 horas para ser concluída, foi a sexta desde a facada sofrida pelo ex-presidente durante a campanha presidencial de 2018.

Também nesta terça, Bolsonaro compartilhou sua primeira mensagem depois do procedimento cirúrgico. Ele disse ter vivido mais um “milagre” e afirmou estar “concentrado” em sua recuperação.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

    1. São os mesmos que comem coxão duro mas acreditam que é uma picanha com aquela gordurinha. Bando de besta.

    2. BOLSONARO É O MAIOR BUNDA SECA DO BRASIL TÁ OK

    3. ESSE BOLSONARO É O MAIOR CAGA MOLE DO BRASIL TÁ OK

    4. Será que “ mito “ se lembra quando durante a pandemia de covid ele dizia em alto e bom som: “ Deixem de MiMiMi, deixem de frescura…”Fica a pergunta.

    5. Esse povo pensa que desde o atendimento de Santa Cruz, esses médicos e profissionais da saúde que atenderam o nosso Presidente estão blefando.
      Uma dep Estadual e uma vereadora de Natal, engrossam essa lista, vieram a público e soltaram vários relinchos.
      São pessoas que não tem a menor compaixão pelos seres humanos.
      Tenho pena dessas que se dizem representantes do povo, logo elas que dizem que são do governo do amor?
      Por caridade.

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Jornalismo

Cadê o leite? Fazendeiro flagra porco mamando nas tetas das vacas em fazenda do RN

 

Foto: Reprodução

O mistério sobre o sumiço do leite das tetas das vacas em uma fazenda no interior do Rio Grande do Norte teve uma conclusão inusitada. Os produtores rurais descobriram que um porquinho que tinha sido adotado pela família era quem estava mamando tudo.

Agricultora e dona da fazenda em Carnaubais, na região Oeste potiguar, Anailma Francisca dos Santos contou que o porco foi rejeitado pela mãe, ao nascer, e acabou sendo doado a ela por um amigo.

De acordo com ela, ao chegar à fazenda onde a família cria bovinos, o porquinho acabou sendo alimentado pelas vacas. O bicho tem 5 meses e ainda não recebeu um nome.

“Um dia, meu esposo foi tirar leite das vacas e quando chegou lá, não tinha leite. Porque o porco tinha mamado. Mas a gente não sabia que era ele. Quando foi à tarde, que fomos enchiqueirar o gado, ele estava mamando”, conta Anailma.

Segundo a produtora, o porquinho acompanha ela e o esposo no momento em que eles vão buscar o gado no pasto. E ele mama em três vacas da fazenda, que são consideradas mansas. Anailma disse que isso nunca tinha acontecido antes, na propriedade.

“Achei interessante, né? A gente nunca tinha visto essa ‘arrumação’. Eu sempre vi bacurim mamar nos peitos da porca. Mas na vaca assim, eu nunca vi”, admitiu

O veterinário e professor da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), Raimundo Barreto Júnior, explica que os donos do animal devem ter cuidado para que o porquinho não machuque as tetas da vaca com os dentes.

Além disso, o contato do animal de uma outra espécie com as tetas da vaca, pode provocar mastite, uma inflamação nas glândulas mamárias.

“O bezerro come capim e ração. O suíno, já tem o contato com alimentos no chão. Então, ele tem outro tipo de microorganismos na boca. As glândulas mamárias dessa vaca estão adaptadas a se defender mais dos mircoorganismos comuns ao bezerro. Então, há o risco de mastite”, explicou.

O ideal, de acordo com o especialista, seria tirar o leite e oferecer ao porquinho de outra forma, como em uma mamadeira, por exemplo.

“Deixar ele mamar, até pode. Mas é importante ficar atento à possibilidade da inflamação na vaca”, reforçou o veterinário.

G1RN

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