Desde que voltou a funcionar, o Portal da Transparência da Assembleia Legislativa tem mostrado um pouco, o mínimo, na verdade, sobre como nossos parlamentares têm aplicado os recursos públicos na atividade parlamentar.
A iniciativa da transparência é louvável, mas o mínimo oferecido no Portal da Transparência tem servido para levantar muito mais dúvidas do que para informar verdadeiramente os meios e porquês da aplicação dos recursos em questão.
Para facilitar um pouco a tarefa, o próprio portal disponibiliza um serviço de consulta às verbas de ressarcimento, que, em tese, devem ser utilizadas quando um parlamentar pede restituição de gastos decorrentes do exercício de seu mandato.
No período referente ao primeiro quadrimestre deste ano são informados apenas os valores globais aplicados em quatro itens em que se desdobram a transparência dos deputados, que são a divulgação da atividade parlamentar; locomoção/hospedagem/alimentação/locação de veículos; manutenção do escritório de apoio à atividade parlamentar e combustíveis e lubrificantes.
É a partir de maio, contudo, que as dúvidas apinham sobre as verbas de ressarcimento. Chama atenção não só os valores, mas também as condições dos gastos. As variantes vão desde contas de restaurantes, em um único dia, de mais de R$ 5 mil a locações de carros, também em data única, no valor de R$ 12 mil.
Veículos
O valor com aluguéis de carro saltam aos olhos. O deputado Dibson Nasser, por exemplo, ao fim de maio, pagou R$ 12 mil pelos serviços da Turisbuggy Rent a Car.
Fica a indagação, considerando que a empresa é de turismo, quais veículos foram locados e para qual finalidade. Isso não é detalhado.
Nelter Queiroz pagou a bagatela de R$ 6 mil, no dia 25 de maio, à Loky Rent a Car, situada no Conjunto Satélite. Não se informa mais nada além disso. Se foi um carro, dois, três, enfim, as circunstâncias do aluguel.
Raimundo Fernandes gastou mais um pouquinho no dia 31 de maio, foram R$ 6.500 pela locação de veículo(s). O colega Gustavo Fernandes foi mais econômico, quase R$ 5 mil a Sunline Viagens e Turismo.
Gula
Ressarcimento por gastos em restaurantes é um dos itens que mais aparece no pedido de restituição de verba.
Comecemos por George Soares, que no dia 02 de maio pagou uma conta de R$ 1.010,92 no Tábua de Carne e pediu ressarcimento. Coloquemos ao seu lado Ezequiel Ferreira. No dia 24 de maio gastou R$ 750,00, e antes no dia 20, pagou R$ 600,00.
Direito de pergunta: quem comeu e bebeu com eles? Certamente sozinhos eles não consumiram tanto. Mais: Como esses gastos se relacionam diretamente ao exercício da atividade parlamentar?
E o que dizer de um gasto declarado em nome do Terraço Bar Restaurante e Pizzaria no valor de R$ 5.148,36. Pois foi quanto Gesane Marinho gastou no dia 31/01/2011
Sinceramente, queremos acreditar que se trata de uma contratação para fornecimento de quentinhas. Mas, como muitas outras deficiências, isso não é esclarecido na prestação de contas.
Além do Tábua de Carne e Camarões, nosso deputados adoram frequentar o Capucci. Poti Júnior, num único dia, conseguiu comer e beber R$ 990,51. Como justificar?
O Blog traz o assunto à tona para levantar a discussão sobre como o dinheiro público tem sido utilizado através dos pedidos de ressarcimento de verba. Relembremos que há deficiências no conteúdo fornecido pelo portal. Talvez se fosse mais claro sanasse todas as dúvidas, ou terminasse de nos estarrecer.
Vamos levar essas indagações aos deputados da AL! #farra com o dinheiro público! até quando ?!