
Cerca de 25 pessoas ficaram feridas em acidente envolvendo um ônibus da viação Jardinense que tinha como destino a cidade de Natal. O veículo derrapou e tombou na BR 427, ainda na cidade de Caicó. Jean Carlos dos Santos está inconsciente na urgência do Hospital Regional e três pessoas estão em situação delicada.
O clima é tenso e de muito desespero na cidade de Caicó. Pessoas ficaram presas às ferragens. A radialista Suerda Medeiros, através do twitter, relatou o drama de algumas vítimas do acidente: “Vi quando todo mundo tava caindo por cima de mim. Vidro, óleo. Meu braço esquerdo ficou preso, aí consegui movimentar a cabeça”.
Segundo Suerda, há um mutirão de médicos ajudando no atendimento no Hospital Regional de Caicó, onde a estrutura não comporta acidentes desta magnitude
Os médicos Silvio Santos, Aluizio Saraiva e Júlio Gregório partiram para reforçar o atendimento na unidade.
“Um dos pacientes grita e chora muito agora no Hospital Regional. Ele reclama de dores na coluna. É um jovem”, contou Suerda através do twitter.
Um deles, segundo informações em Caicó, teve o braço decepado no acidente.
Os moradores de Caicó, PM e Corpo de Bombeiros ajudam no atendimento e remoção das vítimas.
Segundo os relatos, o ônibus derrapou na pista e o motorista tentou controlar o veículo num trecho onde havia muito barro e areia. Acabou perdendo o controle e capotando o ônibus.
No twitter há muitas frases de passageiros reclamando da condição dos ônibus da empresa Jardinense e do atendimento. “Viajei domingo para Natal e o motorista fez uma ultrapassem tão irregular que quase bateu de frente com outro caminhão”, disse um passageiro.
Este mesmo usuário denunciou “Fora todas as vezes que compramos passagem para ônibus com ar condicionado e o sistema quebra no meio da viagem…”
O fato é que o estado da frota das empresas que fazem o transporte é lastimável. A omissão do estado na fiscalização dos transportes clandestinos no interior está quebrando as empresas formais.
A concorrência do transporte clandestino vem tirando a possibilidade de melhorias nos veículos e o estado atual da frota é crítico.
Um outro passageiro, via twitter, contou uma história perigosa relatando a falta de manutenção dos ônibus: “Falo dessa vez cobrando uma ação mais enérgica por parte dos órgãos responsáveis, uma vez que nossas vidas estão sendo colocadas em risco. Digo isso, porque é freqüente quebras de caixa de marcha, pneus estourados e todo tipo de problemas causados por uma verdadeira fábrica de sucatas ambulantes que se tornaram as empresas em questão”
Outro passageiro narrou uma viagem que um ônibus fez, pasmem, sem a porta: “Só para ilustrar, no dia 14 de dezembro do ano passado, o ônibus que faz a linha Caicó-Natal, saiu da rodoviária de Caicó às 18h sem a porta. Isso mesmo. Sem porta! E o que é mais grave de tudo isso: com a “fiscalização” forte de um funcionário do DER que fica “plantado” na rodoviária de Caicó”.
Alguns feridos foram transportados para o Hospital de Currais Novos, onde a capacidade de atendimento é mínima.
As ultimas informações e que tem três passageiros em estado grave.
Do Blog do BG: Algo precisa ser feito, urgente. Estamos falando de vidas, de pessoas que confiam o mais valioso que temos e não há garantias de nada, de bom transporte, nem de fiscalização.
Eis a primeira lista de feridos no acidentes. Não há vítimas fatais.
Damião dos Santos, 45 anos, Sitio Quipauá – Jardim do Seridó
Maria Jose de Medeiros – Natal
João Batista de Sousa – São Bento PB
Francisco Antonio da Silva – São Bento PB
Núbia Nóbrega Menezes – 45 anos
Erivan Dantas Diniz – Jardim do Seridó
Maria Pereira da Silva – Serra Negra do Norte
Sebastião Bernardes Filho – Passagem das Traíras
Heloisa Dantas Costa – 17 anos, Jardim do SEridó
Jéssica Paula Pereira
Alcino Medeiros de Araújo – Jardim do Seridó
Gostaria de sugerir a Bruno, em seu blog, que faça uma reportagem investigativa a respeito da atual situação do sistema de transporte do RN. Não é de hoje. Começou no Governo Garibaldi o completo sucateamento do transporte rodoviário. Lebremos que a Jardinense, como também qualquer outra empresa possui CNPJ e endereço, onde pode ser cobrada de suas responsabilidades. Já os cladestinos não tem nada disso. A grande questão não é que empresa X está falida, fato. A questão é que do modo que está não haverá quem assumir a vaga deixada por qualquer empresa que deixe de atuar. Algumas localidades no RN já estão sem trasnporte legalizado justamente pela falta de controle do orgão gestor-DER. Qualquer licitação a ser feita só terá demanda pelos locais minimamente fiscalizados e geridos. Isso sim é fato. Por fim gostaria de me solidarizar com as vitimas do recente acidente e seus familiares. Que Deus proteja e faça o proto reestabelecimento o mais rápido possível. Obrigado.
Ainda tem gente querendo defender a porcaria da Jardinense?
A culpa da empresa estar no estado que está é só dela. Se tem tantos clandestinos, é porque ela não fez por onde satisfazer a clientela. E na situação que esse lixo se encontra, os clandestinos, como estão chamando aqui, são alternativas mais seguras e confortáveis para os passageiros. Agora se pensarmos bem, a jardinense não é também uma empresa clandestina? Afinal, ela anda pelas estradas totalmente irregular e oferecendo riscos aos usuários.
A questão é a falta de fiscalização do DER/RN que esta fazendo vista grossa, não fiscalizando mais os ônibus antes da saída,pois é uma vergonha os ônibus da jardinsense que não tem as mínimas condições para fazer o transporte de passageiros.
Impossível não culpar a Jardinense pela sua precariedade. Se a Jardinense não tem condições favoráveis para fornecer aos seus clientes uma viagem digna, feche as portas! Fato! O acidente de hoje ainda não teve causas reveladas, mas fotografias mostram pneus carecas. A empresa está falida com culpa de alternativos ou não, e nós clientes não temos culpa e nem nada haver com isso. Onde estão os cintos de segurança dos ônibus que poderiam ter evitado que muitas pessoas tivessem se machucado?
Defender a Jardinense num momento desses é um desrespeito as vítimas de hoje e um desrespeito a nós consumidores.
Sou natural de Caicó e moro em Natal, tenho que pegar essa linha com freqüência. Já viajei em diversas condições: Em pé, sentado no piso central do ônibus, com mendigos pedindo esmola (coisa corriqueira) e bêbados perturbando a paz alheia. A Jardinense para em qualquer lugar e para todos, esquecendo da segurança de quem a empresa está transportando. Sem hipocrisia todos nós sabemos que uma viagem de Natal-Caicó é de 3 horas e meia a 4 horas de carro. Já fiz esse percurso em um ônibus da empresa num record de 8 horas! E sabe o motivo? Faltou gasolina à uns 20 km de Santa Cruz. Algo primordial ao funcionamento de um veiculo. Sou e estou indignado com este acidente, mas sofro mais ainda quando penso em voltar em casa para ver meus pais e irmãos e ter que viajar como se eu e outras pessoas fôssemos alguma mercadoria. Não culpo a Jardinense pelo acidente de hoje. O culpado somos nós, consumidores, que aceitamos e nos calamos diante do que temos direito, diante do que é nosso dever. Espero que nenhum engraçado me mande ir a Caicó de carro… Falo como alguém que não tem outro meio de ir a minha terra natal, sem ser nas mãos da sucateada Jardinense.
Desculpe o desabafo.
Alan de Araújo Roque
O ônibus não chegou a capotar, ele tombou! (Caso tivesse acontecido o mesmo a desgraça teria sido maior e a lataria estaria seriamente danificada). Não vamos confundir as coisas…
O que ocorre é que o transporte clandestino ganhou espaço exatamente pela precariedade do serviço prestado pela empresa em questão que não condiz com os preços cobrados pela passagem. Se é pra andar em transporte sem qualidade o usuário acaba optando pelo mais barato. Isso deve ser levado em conta. Quem usa serviço sabe!
Lastimável tal fato, os clandestinos tomaram o espaço, mas dizer que o motivo foi movido pela precariedade deixa obscuro a quais motivos e medidas que levaram ao mesmo.
Esquecemos que empresas formais, pagam com os impostos para realizar tal serviço, tem a desvantagem de ter que fornecer transporte gratuito para idosos, assim como outros servidores, fora o fato de existir a meia passagem para o estudante, esses e outros fatores por sua vez acaba diminuindo com a arrecadação da empresa e aumentando os custos para manter uma linha, sendo obrigado a fornecer transporte com ou sem passageiro.
Certamente o clandestino não precisa se preocupar com nenhuma dessas situações, fazendo seu transporte apenas em lotações…
O Governo esta se escondendo do dever de fiscalizar, ano passado se me recordo, ouve uma luz em tal caminho mas acabou parando devido a interesses políticos (votos).
Existe no RIO GRANDE DO NORTE cerca de 5 mil clandestinos… Fiquem cientes disso!