O alemão Thomas Bach, 59, é o novo presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional). Ele, que ganhou medalha de ouro na esgrima na Olimpíada de Montréal-1976, foi eleito para o cargo nesta terça-feira em assembleia da entidade em Buenos Aires, na Argentina, e substituirá o belga Jacques Rogge, que comandou o COI nos últimos 12 anos.
O advogado, que também comanda o comitê de seu país, se torna assim o primeiro campeão olímpico e primeiro alemão a ocupar o cargo.
A eleição contou com duas rodadas de votação. Na primeira, houve empate entre dois candidatos, o taiwanês Ching-Kuo Wu e o cingapurense Ser Miang Ng. Os dirigentes tiveram que desempatar, e Wu foi desclassificado.
Na segunda, Bach teve 49 votos, contra 29 do porto-riquenho Richard Carrión. Os outros concorrentes ao cargo além de Ser Miang Ng, que teve seis votos na segunda eleição, eram o suíço Denis Oswald (com cinco votos) e o ucraniano Sergey Bubka (quatro).
Bach, que se tornou o nono presidente do COI, é membro da entidade desde 1991 e ocupava o cargo de vice-presidente havia sete anos. Em uma entrevista alguns dias antes da eleição, ele afirmou que uma de suas prioridades será a Olimpíada de 2016, no Rio.
Ele será responsável por declarar encerrados os Jogos-16 e também faz a avaliação da competição na cerimônia final. O COI está preocupado com a onda de protestos sociais no país.
“Com a vila olímpica, as pessoas poderão comprar casas acessíveis, que a infraestrutura de transporte será melhor. Não devemos esconder nada”, disse à BBC.
Apesar de forte, sua candidatura também esteve envolta em polêmica. Recentemente, documentário exibido por uma TV alemã acusou Bach de trapaças em competições de esgrima no passado e de ter inclinação anti-semita. Ele também foi acusado de ocultar nomes de envolvidos em um escândalo de doping em seu país.
Mesmo com outros seis candidatos ao seu lado, Bach sempre despontou como favorito. Foi o primeiro a lançar sua candidatura, em maio.
Além do alemão, o ex-atleta da esgrima fala perfeitamente inglês e francês, tem uma grande experiência quando o assunto é o COI e reúne os requisitos para se converter no chefe do movimento olímpico.
Uma de suas promessas é facilitar o processo de candidatura para os Jogos Olímpicos, assim como para o programa olímpico.
Entre suas múltiplas atividades, Bach, que já trabalhou para empresas como Adidas e Siemens, dirige a Câmara de Comércio Alemão-Árabe.
ERA ROGGE
Após 12 anos na chefia do COI, Jacques Rogge deixará como legado uma gestão que devolveu credibilidade ao COI. Quando assumiu, a entidade estava com a imagem arranhada pelo escândalo de propina nos Jogos de Inverno de Salt Lake City-2002.
Outra marca do belga foi ousar e levar Jogos Olímpicos para além do circuito Europa, Ásia e América do Norte. Em sua gestão foi escolhida a primeira sede sul-americana olímpica: o Rio, em 2016.
Folha
Comente aqui