Foto: Fabiano Rocha
O alojamento em que estavam os meninos do sub-15 e sub-17 do Flamengo, vítimas do incêndio deste madrugada, era um contêiner, resquício da primeira fase do novo Ninho do Urubu, o Centro de Treinamento do clube em Vargem Grande, na Zona Oeste do Rio.
No início desta década, todas as dependências que atendiam ao futebol no Ninho do Urubu, tanto da base quanto dos profissionais, eram formadas por contêineres – estruturas temporárias que dispunham de janelas e ligação com ar condicionado. Em novembro de 2010, o clube iniciou sua primeira campanha para angariar fundos para instalações definitivas, vendendo “tijolinhos” entre torcedores, num esforço que foi acelerado principalmente nas gestões Patricia Amorim (2010-12) e Bandeira de Mello (2013-2018), sobretudo com a venda da sede do Morro da Viúva, no Flamengo, aprovada em 2017 e oficializada em 2018, para a construtora Cyrela.
Em dezembro de 2018, o clube inaugurou o novo módulo para o futebol profissional no Centro de Treinamento. Elogiada por sua modernidade, ela permitiu que as outras instalações fossem dedicadas à base. Ainda assim, havia uma previsão de que essas estruturas fossem desativadas ainda em fevereiro, com a transferência dos meninos para o antigo módulo usado pelos profissionais desde 2016.
“Normalmente, você tem cerca de 30 garotos, divididos por várias categorias de idade, instalados nessas estruturas. São meninos que chegam para avaliação, que moram longe, às vezes até de outros Estados, e acabam ficando ali, porque o clube oferece essa estrutura”, afirmou Júnior, comentarista do Grupo Globo e ex-jogador do Flamengo.
Oficialmente batizado como Centro de Treinamento George Helal, o terreno foi comprado com a venda de Júnior ao Torino-ITA, naquele ano.
O Flamengo determinou luto oficial e bandeiras a meio mastro. Os treinos foram cancelados.
O Globo
No Brasil as evidências, geralmente trágicas, terminam desmentindo o passado, comumente eivado de incompetência e cinismo sem controle.