Tribuna do Norte
![Por decisão dos motoristas, parte da frota de ônibus foi recolhida no início da noite. Paradas das principais vias ficaram lotadas Por decisão dos motoristas, parte da frota de ônibus foi recolhida no início da noite. Paradas das principais vias ficaram lotadas](https://assets.blogdobg.com.br/uploads/2021/04/image-placeholder.jpg)
“Alguns pediram aos professores para serem liberados justamente por causa disso”, afirmou a estudante de Engenharia de Alimentos, Renata dos Santos. Os episódios ocorridos à tarde e a continuidade à noite esvaziou o Campus central da UFRN de tal forma que, por volta das 22h, havia poucos estudantes aguardando transporte.
Tiago Galdino da Silva reside no município de Boa Saúde e faz um curso profissionalizante em Natal, na avenida Antônio Basílio, zona sul da capital. “A gente ficou com medo de ser pego numa situação constrangedora dessa e pedimos para sair mais cedo”.
Até às 21h30 de ontem as linhas de transporte coletivo circulavam normalmente, apesar do Seturn ter anunciado que iria retirar os carros de circulação em virtude dos atentados. O motorista Jourivan Jerônimo Silva, da empresa Reunidas, linha 73, disse que até aquela hora “não havia recebido qualquer orientação” para recolher o ônibus à garagem.
Um outro motorista, da empresa Santa Maria, dizia à entrada da garagem da empresa, no conjunto Cidade Satélite [zona sul], que por volta das 22 horas havia sido avisado para voltar com o ônibus: “Eu estava na última viagem, em Ponta Negra [bairro], e fiz apenas metade do percurso”, disse ele.
Usuária de transporte coletivo, Luzia Maria da Silva disse que logo no fim da tarde, as pessoas comentavam sobre o atentado dentro do campus da UFRN, onde é funcionária. Muitos trabalhadores e estudantes se perguntavam como voltariam para casa devido à paralisação parcial das atividades de cobradores e motoristas.
Nos bares, o movimento era considerado normal para uma sexta-feira. Mas ao menos em uma casa noturna do bairro de Ponta Negra, na zona sul, houve o cancelamento de um evento. “Depois dessas notícias de assaltos, incêndios e ataques nos ônibus, ficamos com medo. Decidi não realizar a festa”, disse o empresário que preferiu não se identificar.
Apesar do secretário de Segurança Pública, Aldair da Rocha, garantir que o efetivo policial foi dobrado, a reportagem da TRIBUNA DO NORTE observou apenas duas viaturas no período que esteve percorrendo as principais avenidas das regiões Sul e Oeste da capital entre às 20h e 23h de ontem.
O posto da Policiamento Rodoviário Estadual localizado na Via Costeira estava fechado por volta das 22 horas. “As informações são desencontradas. A gente sabe o que aconteceu, mas não sabemos o motivo”, disse Luana Sobral, estudante.
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