a primeira partida após a traumática eliminação da Copa do Brasil, o ABC voltou a encontrar o América em mais um jogo decisivo no Nazarenão. Vindo de derrota no último encontro, a equipe de Leandro Campos largou na frente com um gol de Raul, aos 19 minutos do primeiro tempo, mas voltou a levar uma virada e ficou numa condição mais difícil para conquistar o título estadual. Com gols de sua dupla de atacantes: Isac e Lúcio, ambos no segundo tempo, o alvirrubro está a um empate da conquista de seu primeiro campeonato após oito anos de jejum. Caso vença por um gol de diferença, os abecedistas vão levar a decisão para os pênaltis.
Como era de se esperar num clássico decisivo, sobraram determinação e aplicação tática e faltou espetáculo. As duas equipes disposta a promover uma verdadeira batalha disputaram cada palmo dentro do campo de jogo, mas o América manteve a maior posse de bola durante toda etapa. As surpresas na escalação das equipes que vinham sendo guardadas a sete chaves pelos dois treinadores simplesmente não existiram e o gol do ABC não saiu de nenhuma jogada ensaiada, mas sim de uma falha coletiva da zaga americana.
Aos 19 minutos, quando tentava aprontar um contra ataque, Norberto vacilou, perdeu a bola para Jérson que lançou Berg pela esquerda. Esse foi a linha de fundo, cruzou, Fabiano tentou cortar, não conseguiu e a bola sobrou no pé de Raul, que de puxeta colocou no fundo da rede. A partir desse momento o jogo se transformou num confronto de ataque contra defesa.
Disposto a empatar o placar a qualquer custo, o América foi dono absoluto da situação, mas seu maior pecado foi insistir nos cruzamentos para área, que a defesa alvinegra buscava aliviar o perigo como podia. Para não dizer que as jogadas foram improdutiva, Wanderson quase marcou um gol olímpico e depois surpreendeu o goleiro Camilo com um chutaço da entrada da área, obrigando o goleiro abecedista a realizar uma excelente defesa. Bileu ainda salvou uma bola em cima da linha do gol, tocada por Isac, após uma confusão na área alvinegra. O predomínio americano foi tão grande, que o placar de 1 a 0 para o ABC não traduziu o que se viu em campo.
No segundo tempo o panorama da partida continuou exatamente o mesmo, o América centralizava sua jogadas todas pelo lado direito de seu ataque, em busca de explorar a deficiência de marcação do ABC pelo setor. Encurralado em seu próprio campo e sem uma saída eficiente da defesa para o ataque, os alvinegros não levavam perigo ao gol adversário e com isso o alvirrubro era o senhor absoluto da situação.
Como o gol era questão de tempo diante da pressão exercida, o empate surgiu aos 17, numa jogada individual de Isac, que voltou ter uma boa apresentação e aliviou a expectativa americana quando acertou uma pencada na bola de fora da área, sem chance de defesa para Camilo, que nem viu por onde a bola passou. Depois disso o time continuou forçando as jogadas pela direita e foi numa escapada pelo setor, aos 30 minutos, que Pingo apareceu novamente de forma decisiva. Ele ganhou na velocidade do seu marcador e cruzou alto, na cabeça de Lúcio que decretou a virada no marcador.
Sem alternativa ofensiva e sofrendo pressão, Leandro Campos colocou Adriano Pardal no lugar de Washington, figura decorativa em campo. Ai o ABC ganhou sua jogada de escape, mas só chegou com perigo com Edson, que arriscou um chute de longa distância e obrigou Fabiano a realizar sua primeira defesa difícil em todo jogo. Marcando muito forte, o América aproveitou o fato do alvinegro ficar reduzido a dez homens, com saída de Edson contundido, e continuou pressionando atrás de aumentar a vantagem para fazer o confronto de volta, no dia 6 de maio, de forma mais tranquila no Frasqueirão, mas não deu. Ainda assim a torcida fez a festa por mais uma virada em cima do rival.
Tribuna do Norte
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