Menos de 48 horas após a cirurgia na perna esquerda de Anderson Silva, fraturada na derrota para o americano Chris Weidman, na madrugada de domingo, os fãs do ex-campeão dos pesos médios do UFC tiveram uma boa notícia. Na noite desta segunda-feira, o médico Steven Sanders, responsável pela intervenção cirúrgica no brasileiro, disse que o ‘Spider’, que já anda de muletas, vem mostrando, no hospital, ansiedade pela volta ao octógono.
— A primeira pergunta do Anderson no pré-operatório foi: ‘Quando eu posso treinar?’. Após a cirurgia, ele repetiu essa pergunta algumas vezes —disse o médico, dando a entender que o ex-campeão, a princípio, descarta a aposentadoria.
Sobre a recuperação do brasileiro, Sanders – que classificou como ‘séria’ a lesão – disse:
— Ainda é cedo para prever. Mas se fosse para dar um palpite, diria que de três a seis meses a fratura deve estar consolidada. E de seis a nove meses ele deverá voltar a treinar.
O médico também falou que o lutador – que fraturou a tíbia e a fíbula – deve ficar mais alguns dias no hospital em Las Vegas. Nas próximas semanas, Anderson Silva deverá estar apto a colocar a perna esquerda no chão.
De acordo como cirurgião ortopedista do UFC, a velocidade no atendimento ao brasileiro foi fundamental para o sucesso do procedimento no hospital.
Sanders também descartou a possibilidade de o ex-campeão dos pesos médios do UFC já tivesse uma pré-disposição para uma fratura na perna esquerda:
– A natureza do osso dele estava completamente normal, não havia nada que explicasse ou que indicasse uma pré-disposição para esse tipo de lesão. Do ponto de vista médico, o que aconteceu com o Anderson, caso ele volte a treinar, não deve deixá-lo com uma pré-disposição maior para sofrer nova lesão no futuro na área afetada – observou o ortopedista.
Na intervenção cirúrgica, foi colocada uma haste de titânio na tíbia esquerda de Anderson. Como a fíbula foi estabilizada, o brasileiro não precisou passar por uma segunda cirurgia.
Maior cachê da noite
Apesar da derrota no UFC 168, o ex-campeão dos pesos médios foi quem recebeu o maior cachê no evento em Las Vegas: US$ 600 mil (R$ 1,4 milhão). O valor foi maior até mesmo que o do seu algoz, que embolsou US$ 400 mil (R$ 937 mil). Ainda no domingo, poucas horas após a cirurgia, o brasileiro fez questão de tranquilizar seus torcedores:
— Quero agradecer a todos os meus fãs e amigos pelas mensagens de carinho. Estou bem. Agora preciso estar junto da família. Um bom descanso com meus filhos e minha esposa vai me ajudar na recuperação. Obrigado, Brasil — escreveu o ex-campeão dos pesos médios do UFC, em uma rede social.
Para a família do brasileiro, que acompanhou a luta pela televisão, a cena da fratura do lutador foi algo chocante. Que o diga seu tio, Benedito, que mora em Curitiba e é considerado um pai para o lutador. Aos 79 anos, ele passou mal após a luta e chegou a ser internado com palpitações.
— Foi demais aquilo ali — disse seu Benedito, que há dois anos pedira para o sobrinho se aposentar dos octógonos.
Após quase sete anos de invencibilidade e dez defesas de cinturão, Anderson Silva foi superado por Weidman no dia 6 de julho. A luta do último sábado era a primeira chance para o brasileiro recuperar o cinturão da categoria.
Um dos poucos amigos que acompanharam o Spider no hospital, o também lutador Rodrigo Minotauro falou da emoção de reencontrá-lo:
— Uma coisa que me marcou muito no meu primeiro encontro foi ele, após abrir os olhos, pedir desculpas por não ter conseguido trazer a vitória para o Brasil — disse Minotauro.
O Globo
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