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Apocalipses reais: 12 maneiras de o mundo acabar; veja as possibilidades mais prováveis – e as mais esdrúxulas

Arte: Super Interessante

Desde que o mundo é mundo, vira e mexe ele acaba. Pior: o planeta tem data para morrer. Mesmo que a humanidade evite guerra nuclear, aquecimento global ou o que for e sobreviva a pancadas com asteroides, novas eras glaciais ou invasões alienígenas, o fato é que já estamos perto do fim da linha – geologicamente falando, pelo menos. Se o planeta fosse uma pessoa com a expectativa de vida na casa dos 80 anos, neste momento ele seria um senhor de 66.

A Terra nasceu há 4,6 bilhões de anos. Quando chegar aos 5,6 bilhões, porém, será um planeta morto. A vida por aqui tem só mais 1 bilhão de anos pela frente, e isso na mais estupidamente otimista das hipóteses. É que o Sol vai estar mais forte e brilhante lá na frente e fazer evaporar todos os oceanos da Terra. Isso, por sua vez, causará um efeito estufa ainda mais devastador, tornando o planeta inteiro um inferno escaldante. Mas dificilmente vamos chegar até lá e testemunhar esse cenário. A vida na Terra praticamente acabou 5 vezes. Isso só no último meio bilhão de anos. A mais conhecida dessas fases de extinção em massa aconteceu há 65 milhões de anos. As vítimas mais famosas você conhece bem: os dinossauros. Já a extinção mais severa foi há 251 milhões de anos, matando 83% de todos os gêneros de espécies existentes então.

O mundo já acabou para 99% de todas as espécies que surgiram desde que a primeira de todas as formas de vida apareceu, há 3,5 bilhões de anos.

As criaturas que hoje habitam a Terra são apenas uma pequena fração de todas que já existiram. E as razões para seu sumiço são as mais diversas. A maior probabilidade, então, é que o mundo vai acabar temporariamente diversas vezes nos próximos milhões de anos – e muito provavelmente levar a gente junto. Dependendo da causa, pode até mesmo acontecer em breve. Veja agora as 12 receitas mais prováveis para acabar com a brincadeira da vida neste nosso pequeno canto da galáxia.

Os finais mais prováveis

(Otávio Silveira e Luiz Iria/Superinteressante)

1. Um belo de um asteroide

Há mais de mil deles perto da Terra, esperando a hora de cair. Sim os astrônomos estimam que existam mais ou menos 1.100 mil desses bólidos com 1 km de diâmetro mais passando rotineiramente pelas redondezas da Terra – todos com o potencial de causar uma catástrofe planetária. Astrônomos têm trabalhado duro para descobrir esses objetos – já foram encontrados cerca de 800. O Brasil também está engajado nessa busca, com um telescópio instalado em Pernambuco, cujo objetivo é justamente monitorar esses pedregulhos. E acompanhá-los é preciso, embora não muitos astrônomos façam esse esforço após a descoberta inicial.

“De todos os asteroides descobertos, 80% são perdidos logo em seguida”, afirma Daniela Lazzaro, pesquisadora do Observatório Nacional especializada em asteroides e líder do Projeto Impacto, que se dedica a descobri-los no céu. “Eles são monitorados por pouco tempo, uma órbita preliminar é calculada, vê-se que não vão se chocar com a Terra e depois eles são abandonados.”

O problema é que o mundo dá voltas. Ou melhor, os mundos dão voltas. Enquanto giram ao redor do Sol, como são relativamente pequenos, os asteroides podem mudar de órbita e aí entrar em rota de colisão com a gente. Daniela trabalha na busca e na caracterização desses bólidos – para se certificar de que eles não vão mesmo trombar com a Terra. De toda forma, sempre há o risco de um objeto ser descoberto em cima da hora em rota de colisão – e não haver tempo para tomar alguma medida, como lançar uma bomba atômica que desvie a rota do objeto.

Ser atingido por um asteroide, enfim, é um método testado e aprovado para o extermínio em massa, que o digam os dinossauros, extintos numa pancada com um pedregulho de 10 km de diâmetro 65 milhões de anos atrás. Se um episódio similar acontecesse hoje, seria o fim para nós também. O problema não é tanto o impacto em si, que é localizado, mas as consequências dele. Sobem trilhões de toneladas de poeira na atmosfera e a luz do Sol é bloqueada por meses. As plantas morrem. Sem o pasto, o que o boi vai comer? E, sem o gado, o que será das churrascarias rodízio? Você entendeu a ideia… A estimativa dos cientistas sobre a frequência de impactos realmente catastróficos varia bem – os intervalos podem ser largos (a cada 1 bilhão de anos) ou nem tanto (a cada 100 milhões de anos). Mas o que passa o recado de forma ainda mais clara vem lá de cima: vira e mexe, os astrônomos encontram um asteroide que passou ou passará raspando pela Terra. E é como no futebol. O sujeito chuta uma bola na trave, duas, três… Uma hora sai o gol.

2. Quebra-pau nuclear generalizado

Ah, mais isso é tão anos 50… Não a ameaça nuclear segue viva, e seguirá assim para sempre, já que não dá para desinventar as armas atômicas. Há 22 mil ogivas nucleares no mundo. Os donos dos maiores arsenais continuam sendo Estados Unidos e Rússia. Mas, como a Guerra Fria congelou faz tempo, o risco de uma catástrofe atômica acabou, certo? Errado. O problema é que neste momento vários países não exatamente amigáveis andam desenvolvendo suas próprias armas nucleares, caso do Irã. Se o país anunciar que tem a bomba, ele dará início a uma corrida nuclear em todo o Oriente Médio, que já é um barril de pólvora hoje. Se começa uma guerra fria por lá, a chance de que ela esquente é real. E ainda existe a hipótese de que algum grupo terrorista arranje suas próprias ogivas. Daí para uma guerra global suicida, pode ser um pulo.

3. Supervulcões

Quando um vulcão no Chile ou na Islândia começa a soltar cinzas no ar, já é um transtorno. Mas tudo isso é fichinha perto do que podem fazer os supervulcões. Um supervulcão é tão grande que nem dá para ver. A boca dele fica no chão e está coberta de terra. E que boca: caberia uma cidade inteira dentro dela. “Uma das primeiras evidências dos supervulcões foi a descoberta de enormes vales circulares, alguns com 30 a 60 km de largura, que se pareciam com as caldeiras localizadas no topo de muitos dos vulcões mais conhecidos do planeta, só que em tamanho família”, conta o geólogo russo Ilya Bindeman, especialista no assunto. Imagina-se que o famoso parque americano Yellowstone seja todo ele a boca de um supervulcão, ainda que coberta de terra, e que haja outros na Indonésia e na Nova Zelândia. “Caso um deles entrasse em erupção, recobriria sua região do globo de cinzas em questão de horas”, diz Bindeman, indicando que, nos Estados Unidos, isso aconteceu pelo menos 4 vezes nos últimos 2 milhões de anos. A última há 640 mil anos, e nada impede que a próxima aconteça em breve. O maior problema é que as erupções afetam dramaticamente o clima e alteram a composição da atmosfera.

Mesmo nas erupções dos vulcões convencionais, já se vê uma queda na temperatura média do planeta (as cinzas que eles soltam bloqueia a luz solar). No caso dos gigantes em ação, nosso mundo poderia virar uma geladeira. Isso sem falar que os gases ejetados por vulcões podem abrir rombos na camada de ozônio, que proteje a superfície da radiação nociva do Sol. “Uma erupção de supervulcão tem a força da colisão de um pequeno asteroide, mas ocorre com frequência dez vezes maior”, diz Bindeman.

4. SOL ASSASSINO

Esse não tem erro. É o fim certo da Terra. O Sol, muito gradualmente, vai se tornando mais quente com o passar do tempo. No passado, era mais frio. No futuro, estará mais ativo. Em cerca de 1 bilhão de anos, a coisa vai ferver. Literalmente.

O aumento da radiação solar provocará a evaporação de toda a água da Terra. O acúmulo de vapor aumentará ainda mais a temperatura e terminaremos não muito diferentes de Vênus, com temperaturas de 400 °C. Depois vai piorar. Quando o Sol chegar ao fim de sua vida, daqui a 7 bilhões de anos, ele vai crescer até ocupar 3/4 do céu. Será tanto calor que as montanhas derreterão. E depois o Sol aumenta mais um pouquinho, engolindo a Terra. A única saída seria ir empurrando o planeta para cada vez mais longe do Sol, no mesmo ritmo em que ele esquentasse.

Outros finais plausíveis

(Fabrício Lopes/Superinteressante)

5. A extinção do nosso campo magnético

O campo magnético da Terra é uma entidade bacana: faz com que todas as bússolas apontem para o norte. Sem ele (ou seja, sem as bússolas), as Grandes Navegações do século 16 teriam acontecido séculos mais tarde. E hoje este texto talvez não estivesse em português. Mais: diversas espécies migratórias evoluíram com um sexto sentido capaz de detectar o campo magnético para guiar suas rotas de viagem. Mas hoje, que o GPS substituiu a bússola, ele é pouco mais que uma curiosidade, não?

Negativo. Ele é importante para a vida na Terra. O campo magnético funciona como uma barreira protetora contra a radiação nociva que vem do espaço. É um campo de força invisível, feito de energia. E ainda bem que ele está firme sobre a nossa cabeça: esses raios cósmicos são extremamente perigosos. Radioativos, eles atravessam nosso corpo e danificam nosso DNA, causando mutações. Em geral, o resultado desse processo é o surgimento de cânceres. Péssimo.

Tudo bem, a atmosfera também tem um papel nessa proteção, mas o trabalho é dividido com o campo magnético. Juntos, eles têm uma eficiência equivalente à de uma parede espessa de concreto. Agora as más notícias. Não é inconcebível que o campo magnético da Terra um dia bata com as 10. Na verdade, cientistas têm monitorado a intensidade do campo nas últimas décadas e sua intensidade tem caído drasticamente. “O campo geomagnético primário enfraqueceu quase 10% desde que foi medido pela primeira vez, nos anos 1830”, afirma o geofísico Peter Olson, da Universidade Johns Hopkins. Ninguém acredita que esse seja um sinal do fim.

Na verdade, o consenso é de que se trata de um sintoma de que o campo magnético da Terra está se invertendo. É isso mesmo: quando o processo terminar, a bússola vai apontar para o sul. Do lado de fora da Terra, nenhuma mudança visível. Todo o processo acontece do lado de dentro. É o ferro derretido na região externa do núcleo que se movimenta, alimentado pelo calor interno do planeta, e propicia a transmissão de cargas elétricas, produzindo o campo magnético. Vira e mexe, há uma inversão de polos mesmo. O sul magnético vira norte, e vice-versa.

Se for só isso, não é nada dramático. Apenas algumas aves vão sofrer um pouco para se adaptar, mas não estaremos diante de uma catástrofe. Mas a hipótese de que o campo magnético da Terra seja desligado de vez no futuro não pode ser completamente afastada. De fato: há evidências de que esses campos magnéticos não duram mesmo para sempre. Em Marte, por exemplo, é possível detectar sinais de que já houve um. Mas hoje nem sinal dele. Essa é uma das razões de haver tanta radiação na superfície lá – e nenhuma (ou quase nenhuma) vida.

6. Um hipervírus

Imagine um vírus letal como o HIV, mas que se espalha fácil como o da gripe. Se a natureza não produzir um por conta própria, nós poderemos fazer por conta própria. A possibilidade de combinar a engenharia genética ao arsenal de organizações terroristas é mais que especulação. Com a tecnologia de hoje, dá para fabricar vírus terríveis usando o código genético deles. Para provar que dá pé, pesquisadores da Universidade de Nova York criaram do zero um novo vírus da pólio. A mesma técnica tem como ser aplicada a vírus mais violentos, capazes de virar armas biológicas, caso do da varíola. “Nosso trabalho serve como prova do que pode ser feito”, afirma Jeronimo Cello, um dos autores do estudo. E, quando uma armar pode ser feita, alguém acaba fazendo.

7. Um aquecimento global de proporções venusianas

Você até já enjoou de ouvir falar em aquecimento global, o fato de que o mundo deve esquentar 4 ou 5 °C nos próximos 100 anos. Ok. Mas e se forem 400 °C? É o que o efeito estufa causou em Vênus, onde faz 480 °C. À noite… Isso pode acontecer aqui? “A humanidade está engajada num experimento maciço e descontrolado no clima terrestre”, afirma o biólogo David Grinspoon, um especialista em estudos planetários. “A investigação de Vênus deu aos cientistas novos lampejos sobre como responder a uma questão básica: quão estável é o clima terrestre?” A resposta mais confiável até agora: não sabemos.

8. Uma espiral glacial

Resfriamento global. Nos anos 70, esse seria o responsável mais provável pelo fim do mundo. Agora, que só se fala em aquecimento global, o resfriamento saiu de moda. Mas como hipótese continua tão realista quanto antes. Ou mais. Pesquisas relativamente recentes mostram que podemos, sim, acabar congelados. E a Terra, toda coberta de neve, dos polos até a linha do Equador. Por quê? Porque isso já aconteceu antes.

As evidências de uma Terra Bola de Neve (é assim que a teoria é chamada) vêm de meio bilhão de anos atrás. Elas foram levantadas por Paul Hoffman, de Harvard, e seus colegas, em 1998, ao estudar sedimentos na Namíbia. Há 600 milhões de anos, aquela região devia estar próxima da linha do Equador, mas suas rochas continham sinais inconfundíveis de geleiras, seguidos por uma camada marcada por depósitos de carbonatos, associada a mares muito rasos.

Para Hoffman, eram evidências claras de pelo menos um episódio Terra Bola de Neve. Isso ia ao encontro dos cálculos que o cientista russo Mikhail Budyko fez nos anos 60: ele calculou que, se a quantidade de gelo nos polos passasse certo limite, ela iria se expandir para tomar o globo todo. Como? Se a superfície é mais clara, ele reflete mais radiação do Sol. Quando o gelo começa a se expandir, sua superfície branca passa a refletir mais energia solar de volta para o espaço, em vez de absorvê-la.

Com isso, o planeta fica mais frio, e aparece mais gelo, que aumenta a reflexão, e assim por diante, até ficar tudo congelado. “Essa teoria ganhou apoio cauteloso da comunidade científica desde que nós a introduzimos primeiro”, afirma Hoffman. Contudo, ele admite que ninguém sabe direito, até hoje, o que inicia um processo descontrolado de resfriamento e, por isso mesmo, não há quem se arrisque a dizer que não vai acontecer de novo.

Finais esdrúxulos

Artwork of a pulsar. Pulsars are very rapidly spinning neutron stars the dead cores of massive stars rotating on their axes often hundreds of times every second. Radio and optical beams of radiation, emitted from the pulsar’s magnetic poles, flash across our line of sight and the star appears to blink on and off as it spins. (Mark Garlik/Getty Images)

9. Envenenamento da atmosfera

Imagine que a evolução da vida na Terra acabe por produzir uma bactéria que emita uma substância altamente tóxica, letal a quase todas as formas de vida. Esse gás iria se acumulando na atmosfera e, em questão de tempo, envenenaria completamente o ar, levando a uma onda global de extinções – o fim da humanidade incluído. Fantasia? Pois saiba que já aconteceu, e nós só herdamos o planeta por causa disso, até.

Cerca de 3,5 bilhões de anos atrás, a vida já dava seus primeiros passos seguros no planeta. E foi nessa época que surgiram as primeiras criaturas capazes de fazer a fotossíntese. Hoje, achamos a capacidade de converter a luz do Sol e o gás carbônico em oxigênio uma coisa linda. Naquela ocasião, contudo, a novidade não foi apreciada. A imensa maioria das bactérias primitivas não queria nada com o oxigênio. Elas haviam nascido e evoluído num ambiente livre desse gás.

Então, quando tiveram de encará-lo na atmosfera, foi… digamos que foi uma aula prática de darwinismo. Aquilo era veneno para elas. Talvez você não se sensibilize com o sumiço de bactérias, mas vale dizer que elas eram tudo que existia na Terra naquela época. E o dramático é que o aumento da quantidade de oxigênio, do zero para os 20% da atmosfera que vemos hoje, parece ter acontecido bem rapidamente.

Foi bom para os poucos micro-organismos que aprenderam a tirar energia do oxigênio – caso dos nossos antepassados unicelulares, que deram origem não só à gente como também a todas as outras formas de vida – das bactérias modernas aos peixes, lagartos e gorilas, todos nossos parentes. E fãs de oxigênio. Mas foi péssimo para a maior parte da vida da época, claro.

Os responsáveis por lançar esse veneno no ar foram os antepassados das plantas – algas microscópicas que faziam a fotossíntese. Mas não foram só elas as reponsáveis. Por centenas de milhões de anos, o oxigênio que elas produziam era simplesmente absorvido pelas rochas – é o que acontece quando a lataria do seu carro enferruja: o aço suga oxigênio, ele “oxida”. Mas uma hora esse processo diminuiu drasticamente, e boa parte do oxigênio que as algas produziam ficou livre no ar.

O motivo? “Rochas antigas estão ajudando a produzir um quadro de como isso se deu”, afirma Lee Kump, geólogo da Universidade Estadual da Pensilvânia. Aparentemente, vulcões levaram ao solo rochas já altamente oxidadas, incapazes de absorver mais do elemento. Ok. Mas é possível acontecer outro envenenamento global como esse? A evolução não é previsível, mas, em momentos de grandes mudanças ambientais, ela costuma se acelerar. Há um ano, inclusive, pesquisadores da Nasa descobriram uma forma de vida que se alimenta de arsênico, um veneno. Era só uma bactéria. Mas nossos antepassados respiradores de oxigênio também eram.

10. Bilhar estelar

O Universo parece até um lugar relativamente organizado, quando contemplamos belas imagens do espaço. Pois ele é tudo, menos isso. O tempo todo coisas estão se chocando umas com as outras. A probabilidade de uma estrela colidir com o Sol, enquanto ambos giram em sua órbita ao redor do centro da Via Láctea, é baixíssima. Mas não é preciso que elas batam para fazer o estrago.

Se uma estrela passar relativamente perto da outra, pode ser o suficiente para desestabilizar a órbita dos planetas – a Terra incluída. Seria sem dúvida o fim para nós. “Um evento desses costuma acontecer na nossa região da galáxia a cada 10 mil anos”, destaca Cassio Leandro Barbosa, astrônomo da Universidade do Vale do Paraíba, em São José dos Campos. “Mas, como a área em que está o Sol é relativamente vazia, o risco é menor.” O que não quer dizer

11. Champagne supernova

Supernovas são os eventos mais energéticos do Universo. Quando uma estrela se torna supernova (ou seja, explode), pode brilhar mais do que uma galáxia inteira, que em geral contém centenas de bilhões de estrelas – Andrômeda, nossa vizinha, tem 1 trilhão… Na nossa modesta Via Láctea, que abriga um pouco menos de 400 bilhões de sóis, pipoca uma supernova a cada 100 anos.

Se uma acontecesse perto de nós, a energia da explosão poderia acabar conosco. Se não destruindo o planeta inteiro, pelo menos banhando-o em tanta radiação que nenhuma forma de vida poderia resistir. E o pior: há uma estrela dupla, chamada Eta Carinae, que está a 7,5 mil anos-luz de distância e prestes a explodir. É próximo o bastante para causar estragos na Terra – o que não dá para saber é o tamanho dos danos que os raios energéticos da explosão da estrela pode causar. Agora, uma ressalva: “prestes”, em astronomia, é nos próximos 30 mil anos.

12. A lei da natureza

“Somos a coisa mais fantástica que a Terra já produziu. Ninguém, nenhuma outra forma de vida, pode com a gente.” Se entrevistássemos um tubarão, ele poderia muito bem declarar isso. Tubarões são o suprassumo da predação, o topo da cadeia alimentar. O que eles não sabem é que existe uma espécie surgida há apenas 200 mil anos e que nos últimos 100 agregou tecnologia o bastante para varrer todos os tubarões da face da Terra se assim julgar necessário. Por isso mesmo, somos tão vaidosos quanto os tubarões poderiam ser. Então achamos que pode acontecer qualquer coisa, menos sermos eliminados por um predador. Estamos errados. Mas, por ora, a despeito de todas as ameaças, dá para acreditar que o nosso mundo aguenta as pontas por um bom tempo.

Epílogo: as religiões e o fim do mundo

(zu_09/Getty Images)

O mistério do fim do mundo é uma das maiores forças de inspiração das religiões. Na maioria dos casos, é só uma metáfora para a ideia de renovação, de começo de um novo ciclo – uma ideia parecida com a da ciência, diga-se.

Desde sempre, teólogos e profetas de todas as crenças têm debatido como o mundo vai terminar. Há uma certa obsessão com o tema. Afinal, uma história que não acaba fica sem um acerto de contas. Como então as autoridades lá de cima vão separar os bons e os maus, os justos dos canalhas, o joio do trigo? Para as religiões, o fim do mundo é uma peça importante do quebra-cabeça. A tradição judaica claramente se debruçou um bocado sobre esse problema, motivada sobretudo pelas circunstâncias. Quando os persas (ou macedônios, ou romanos, ou… coloque aqui o opressor da vez) pagarão por seus crimes contra o povo de Israel? Dá-lhes Juízo Final.

No Velho Testamento bíblico, o Livro de Daniel, escrito no século 2 a.C., dá o tom: ele prevê a vinda do Messias, destinado a libertar os judeus do jugo de seus opressores e iniciar uma era de paz interminável. O fim do mundo, aqui, é algo bom: um novo começo. O cristianismo é uma continuação direta da tradição jucaica, com uma importante modificação: o Messias já deu uma passada pela Terra para formar um novo pacto entre Deus e os homens (basicamente zerar a conta da humanidade e redimi-la de seus pecados), mas deve voltar numa futura oportunidade para libertar os cristãos, derrotar o Anticristo e seus aliados e, por fim, iniciar uma era de paz interminável. É a mesma lógica: quando João escreveu seu Apocalipse, anunciado por trombetas celestiais, no século 1, os cristãos estavam sendo perseguidos e mortos pelos romanos. Assim como, quando o Livro de Daniel foi escrito, os judeus estavam sob o jugo dos macedônios.

O fim do mundo como danação para os maus e redenção para os bons também acontece na religião muçulmana, nascida no mesmo caldo, no Oriente Médio. Mas nem judeus, nem muçulmanos, nem cristãos estavam sendo particularmente criativos. Zoroastro, por exemplo, já pregava a vinda de um profeta, Shaosyant, que ressuscitaria os mortos de sua cova e os levaria a um julgamento. No zoroastrismo, firmado em algum ponto entre os séculos 10 e 5 a.C., quando a hora chegar, um anjo de fogo derreterá as montanhas e o mundo será coberto por um oceano de lava.

Os vivos e os mortos então terão de atravessá-lo descalços. Para os bons, será como caminhar sobre leite. Para os maus, não. Versões alternativas mesmo são mais comuns entre religiões mais antigas. Para o hinduísmo, por exemplo, que tem mais de 3 mil anos, a questão não é tanto o bem e o mal, mas a natureza do Universo. Ele seria cíclico, passando por fases de atividade e de repouso, e diversos deuses hindus parecem ter sua função específica na trama. Brahma, o maior deles, é o Criador. Cada dia na vida dele dura 4 bilhões de anos dos nossos – período que representa um ciclo na história do Universo, ou kalpa.

Os maias, badalados por causa de 2012, tinham essa mesma pegada cíclica. A data tão mencionada, 21/12/2012, marca o final de um ciclo num de seus calendários (eles usavam quatro calendários diferentes, dependendo da escala de tempo). Esse que ficou famoso começa em 11 de agosto de 3114 a.C. e termina depois de 1 milhão e 872 mil dias (5 125,37 anos). Ou seja, precisamente em 21/12/2012. Mas não existe uma ideia de “fim do mundo” ali. É só o fim de um ciclo mesmo, para o começo de outro.

O inusitado é que essa visão cíclica do mundo é a que mais aproxima a religião da ciência. Sabe-se que o Universo, tal qual existe hoje, nasceu no Big Bang, há 13,7 bilhões de anos. Pelas contas dos cosmólogos, ao que parece, ele vai continuar se expandindo, até esfriar e terminar na mais absoluta sem-gracice. Contudo, existe a possibilidade de que, daqui a vários bilhões de anos (ninguém sabe quantos), o Cosmos troque a expansão pela contração.

Isso levaria, em última análise, a um Big Crunch (o contrário de Big Bang), que provavelmente representaria um reset no Universo, para então começar tudo de novo, com uma nova expansão. Em suma, um novo ciclo. E uma coisa é certa: você estará lá. Provavelmente na forma de energia, aquilo que sobra depois que cada um dos átomos que forma o seu corpo for destruído. Mas que vai estar, vai. Então… até o próximo ciclo!

Super Interessante

 

Opinião dos leitores

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Política

Centrão discorda do governo Lula e vê ‘erro’ em anúncio de isenção do IR

Foto: Wilton Junior/WILTON JUNIOR/Estadão

Lideranças do Centrão na Câmara dos Deputados discordam da decisão do governo Lula de anunciar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Deputados influentes na Casa ouvidos pela Coluna do Estadão dizem que o movimento é um “erro” do Palácio do Planalto.

O motivo é que a discussão sobre o IR neste momento, na visão desses parlamentares, contamina a tramitação do pacote de corte de gastos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já que significa aumento de despesas.

Ampliar a faixa de isenção do IR foi uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas não era esperada para tão cedo. O tema é popular e parlamentares consideram difícil votar contra. Por isso, os líderes do Centrão não queriam tratar do assunto agora. A expectativa era focar na contenção de gastos para que o governo consiga cumprir o arcabouço fiscal. A isenção do Imposto de Renda embaralha ainda mais um fim de ano no Congresso que já conta com atraso no Orçamento e nos projetos de regulamentação da reforma tributária.

Interlocutores do governo, contudo, dizem que era mesmo necessário criar um fato positivo politicamente antes de lançar medidas impopulares do pacote, que obrigatoriamente trará contenção de despesas e pode até mesmo afetar a aprovação de Lula, que tenta manter apoio da população para as eleições de 2026.

Estadão

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Política

Bancada evangélica pressiona por PEC das Igrejas e manifesta frustração com Lira

Mário Agra / Câmara dos Deputados

Autor da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) das Igrejas, o deputado federal Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), disse, nesta quarta-feira (27), que a Frente Parlamentar Evangélica, conhecida como bancada evangélica, está “frustrada” com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pela demora na votação da proposta.

A ideia da matéria é ampliar os benefícios fiscais para entidades religiosas, mas restringir os descontos nos impostos à aquisição de bens e serviços para “campanhas gratuitas” e de duração limitada.

“Esperamos, que na semana que vem, após os anúncios que serão feitos hoje, a gente finalmente consiga votar essa PEC que vai fazer com que a imunidade dos templos religiosos, já prevista pelo Constituinte em 1988, finalmente ocorra no Brasil. O governo vai anunciar cortes no orçamento e parece uma coisa paradoxal o governo fazer cortes e a gente votar uma lei que traz imunidade”, disse Crivella.

A Casa votaria a proposta em 13 de novembro, mas um homem ateou bombas em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal) e explodiu um carro próximo a Casa. Isso fez a sessão ser suspensa. A bancada, contudo, esperava votar a PEC esta semana, mas esbarrou no anúncio de corte de gastos por parte do governo federal, que deve acontecer nos próximos dias.

“Esperamos, que na semana que vem, após os anúncios que serão feitos hoje, a gente finalmente consiga votar essa PEC que vai fazer com que a imunidade dos templos religiosos, já prevista pelo Constituinte em 1948, finalmente ocorra no Brasil”, continuou.

O deputado ponderou que a emenda constitucional não terá ação imediata, pois ainda precisará passar pelo Senado. “A imunidade é uma coisa que as igrejas têm direito. está na Constituição desde 1948, o que nós queremos fazer agora é esclarecer que essa imunidade tem que alcançar os tributos que incidem no consumo de bens e de serviços”, defendeu Crivella.

R7

 

 

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Economia

SALÁRIO MÍNIMO: Haddad confirma nova regra que limita aumento

Ministro da Fazenda anunciou medidas em pronunciamento na noite desta quarta-feira (27/11). Além disso, o abono salarial agora passa a ser limitado até 1 salário mínimo e meio. Regra anterior era de até dois salários mínimos.

A valorização real do piso nacional será limitada ao intervalo de 0,6% a 2,5% ao ano, assim como teto de gastos do arcabouço, embora esse detalhamento não tenha sido feito por Haddad na TV.

Ao falar sobre as novas regras que limitam o aumento do salário mínimo durante o seu pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, o ministro da Fazenda destacou que os reajustes continuarão a ser acima da inflação.

— Já devolvemos ao trabalhador e à trabalhadora o ganho real no salário mínimo. Esse direito, esquecido pelo governo anterior, retornou com o presidente Lula. E com as novas regras propostas, o salário mínimo continuará subindo acima da inflação, de forma sustentável e dentro da nova regra fiscal — afirmou.

Haddad ainda destacou que o governo de Jair Bolsonaro havia abandonado os aumentos reais do salário mínimo.

Com informações O Globo

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Brasil

No Reino Unido, mulher mantém criança em gaveta debaixo da cama por três anos e cena faz policiais chorarem

Foto: Reprodução

Uma mãe foi condenada no Reino Unido após manter a própria filha presa em uma gaveta colocada debaixo da cama por três anos. A criança permaneceu no local desde o dia do nascimento até ser resgatada. O caso ocorreu em Cheshire e chocou o tribunal.

As autoridades descobriram o episódio após um namorado da mulher — cuja identidade não foi revelada — ter tropeçado na gaveta e descoberto a criança. Ele acionou serviços sociais e espalhou a notícia.

A mãe se declarou culpada e disse ter ficado assustada com a gravidez. O motivo de deixá-la na gaveta é que a mulher teria medo de seu ex-namorado, pai da bebê, a descobrisse. A acusada alegou ter vivido um relacionamento abvsivo. Apesar disso, declarou que a filha não “fazia parte da família”.

A criança era alimentada com cereais por meio de uma seringa. O promotor do caso, Sion ap Mihangel, disse que a menina “foi mantida em uma gaveta no quarto, não foi levada para fora, não foi socializada, não interagiu com mais ninguém”. Quando encontrada, a garota tinha desnutrição grave e desidratação.

Durante os relatos no tribunal, policiais chegaram a chorar diante de detalhes considerados terríveis. O julgamento ocorreu em outubro e a mulher foi acusada de crueldade infantil, abandono, negligência geral e subalimentação da vítima.

Fonte: Metrópoles

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Brasil

Haddad finalmente anuncia pacote fiscal e promete economia de R$ 70 bilhões em 2 anos

 Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Depois de uma espera de mais de um mês e de sucessivas reuniões entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e alguns dos principais ministros do governo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), finalmente anunciou as principais medidas do pacote de corte de gastos do Executivo federal, que vinha sendo aguardado com um misto de tensão e expectativa pelo mercado.

Segundo o ministro, a economia gerada pelo pacote fiscal deve chegar a R$ 70 bilhões nos próximos dois anos.

“Essas medidas que mencionei vão gerar uma economia de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos e consolidam o compromisso deste governo com a sustentabilidade fiscal do país”, afirmou Haddad.

Em um pronunciamento de 7 minutos e 18 segundos em rede nacional de TV, na noite desta quarta-feira (27), o chefe da equipe econômica anunciou as primeiras medidas do pacote fiscal e também confirmou que o governo vai isentar do Imposto de Renda (IR), a partir de 2026, os contribuintes que recebem até R$ 5 mil mensais. Atualmente, estão isentos aqueles que ganham até R$ 2.259,20 por mês.

A elevação da faixa de isenção do IR é uma promessa de campanha de Lula e, segundo interlocutores no Palácio do Planalto, se tornou quase uma “obsessão” do presidente da República desde que assumiu o terceiro mandato, em janeiro do ano passado.

Como forma de compensação ao aumento das despesas por causa da ampliação da faixa de isenção, o governo propõe a taxação de lucros e dividendos superiores a R$ 50 mil por mês, que hoje estão isentos. A estimativa do Planalto é a de que essa taxação compensaria integralmente a elevação do gasto com a isenção ampliada do IR.

“Anunciamos hoje também a maior reforma da renda de nossa história. Honrando os compromissos assumidos pelo presidente Lula com a aprovação da reforma da renda, uma parte importante da classe média, que ganha até R$ 5 mil por mês, não pagará mais imposto de renda”, disse o ministro.

De acordo com o chefe da equipe econômica, a isenção “não aumentará os gastos do governo” “A nova medida não trará impacto fiscal, ou seja, não aumentará os gastos do governo. Porque quem tem renda superior a R$ 50 mil por mês pagará um pouco mais”, afirmou.

Ambas as medidas anunciadas por Haddad dependem de aprovação do Congresso Nacional.

O ministro da Fazenda também anunciou medidas para conter os gastos públicos, a principal preocupação dos agentes econômicos. Entre elas, estão:

  • Inclusão da política de aumento do salário mínimo nas limitações do arcabouço fiscal;
  • Proposta para acabar com salários acima do teto constitucional, os chamados “supersalários”;
  • Um chamado para que beneficiários de programas sociais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), atualizem seus dados, caso não o tenham feito nos últimos dois anos;
  • Mudanças nas regras de aposentadorias e pensões dos militares, como o fim da morte ficta – que permite o pagamento de pensão a parentes de quem foi expulso das Forças Armadas;
  • Fixação de idade mínima de aposentadoria dos militares (55 anos), acompanhada de uma regra de transição.

De acordo com as estimativas da equipe econômica, o conjunto de medidas do pacote fiscal deve gerar uma economia de cerca de R$ 30 bilhões a R$ 40 bilhões por ano.

Fonte: Infomoney

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Brasil

[VÍDEO] Advogado do Facebook defende que retirada de conteúdos sem ordem judicial deve ser limitada a determinados crimes

Advogado do Facebook defende que retirada de conteúdos sem ordem judicial deve ser limitada a determinados crimes.

“Essa Corte tem uma fartíssima jurisprudência de repugnância à censura”, destacou José Rollemberg Leite Neto

Para o defensor, as exceções ao Artigo XIX do Marco Civil da Internet devem ser limitadas aos crimes de exploração sexual infantil, terrorismo, abolição vi0lenta ao Estado de Direito e golpe de Estado.

“Conceitos abertos como ‘fake news’, ‘desinformação’ e ‘crimes contra a honra’ incentivariam remoções excessivas”, prosseguiu Rollemberg.

Fonte: Metrópoles

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Brasil

Golpe não aconteceu por Bolsonaro ser covarde, diz Gleisi

Foto: Reprodução/gleisi.com.br

A presidente do PT nacional, a deputada Gleisi Hoffmann, disse nesta 4ª feira (27.nov.2024) que não aconteceu um golpe de Estado no Brasil pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ser “covarde”. Afirmou que ele saiu do país após as eleições de 2022 para fugir.

Não se concretizou o golpe porque Bolsonaro é um covarde, um medroso, não teve coragem de ir até o final. Na minha visão, ele resolveu ir embora para ver de fora a tentativa de golpe e o 8 de janeiro”, disse Hoffmann em entrevista à CNN.

Hoffmann declarou que a forma de “pacificar o país” deve ser “punir com rigor” todos os envolvidos na suposta tentativa de golpe, inclusive os manifestantes extremistas que invadiram e depredaram os prédios públicos da Praça dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.

PT É CONTRA COMISSÃO PARA DISCUTIR PL DA ANISTIA

A petista afirmou que o partido é contra a instalação de uma comissão na Câmara para discutir o PL (Projeto de Lei) que prevê anistia para os envolvidos no 8 de janeiro.

“Sempre deixamos claro ao deputado Hugo Motta (Republicanos) que não temos acordo com PL da anistia. Seria muito ruim para o parlamento brasileiro continuar com o debate sobre isso”, afirmou.

Hoffmann disse ainda que o partido pediu que o PL fosse arquivado.“Entramos com um requerimento para que se arquive esse projeto e deixe que a justiça encaminhe a punição para esses fatos.”

OPERAÇÃO DA PF

A PF (Polícia Federal) realizou em 19 de novembro uma operação que mirou suspeitos de integrarem uma organização criminosa responsável por planejar, segundo as apurações, um golpe de Estado para impedir a posse do governo eleito nas eleições de 2022. O sigilo do inquérito sobre a organização foi derrubado pelo ministro Alexandre de Moraes nesta 3ª feira (26.nov).

Em 21 de novembro, os agentes indiciaram o ex-presidente Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa, o general Braga Netto, o ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, e outras 34 pessoas por envolvimento no caso.

Segundo a corporação, o indiciamento reflete a existência de elementos suficientes para indicar a participação dos citados em uma trama para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ainda conforme a corporação, o grupo também planejava a prisão e execução do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Os crimes investigados, segundo a PF, configuram, em tese, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado e organização criminosa.

Fonte: Metrópoles

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Brasil

Governo quer abono salarial limitado a quem ganha até R$ 2.640

Foto: Diogo Zacarias / MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também anunciará medidas impopulares no pronunciamento que fará em cadeia nacional de televisão na noite desta quarta-feira (27/11).

Uma das medidas, segundo o texto do pronunciamento ao qual a coluna teve acesso, é uma restrição maior para os trabalhadores que têm direito ao abono salarial, espécie de 14º salário.

Hoje, o benefício é garantido para quem ganha até dois salários mínimos, o equivalente a R$ 2.824. Na TV, Haddad anunciará que a proposta do governo é limitar o abono para quem ganha até R$ 2.640.

Segundo o chefe da equipe econômica, o valor de R$ 2.640 será corrigido pela inflação “nos próximos anos” e “se tornará permanente quando corresponder a um salário mínimo e meio”.

“Para atender as famílias que mais precisam, o abono salarial será assegurado a quem ganha até R$ 2.640. Esse valor será corrigido pela inflação nos próximos anos e se tornará permanente quando corresponder a um salário mínimo e meio”, dirá Haddad.

Grande parte das medidas do pacote de ajuste fiscal anunciado pelo ministro da Fazenda ainda precisará ser votada e aprovada pelo Congresso Nacional para que as medidas entrem em vigor.

Fonte: Metrópoles

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Geral

Após cessar-fogo no Líbano, Netanyahu sinaliza que deve focar no Irã

Foto: Spencer Platt/Getty Images

Após anunciar um acordo de cessar-fogo com o Hezbollah, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sinalizou que os esforços de Israel devem ser direcionados contra o Irã, apontado como a mente por trás de grupos rebeldes que atuam na região.

Durante discurso nesta terça-feira (26/11), o premiê israelense afirmou que um dos objetivos da trégua com o grupo libanês é “focar na ameaça iraniana”.

Sem dar maiores detalhes, Netanyahu voltou a afirmar que sua principal prioridade é evitar que o Irã, liderado pelo aiatolá Ali Khamenei, obtenha uma arma nuclear.

“Estou determinado a fazer tudo o que for necessário para impedir que o Irã obtenha uma arma nuclear. Essa ameaça sempre foi minha principal prioridade e é ainda mais hoje, quando você ouve os líderes do Irã declararem repetidamente sua intenção de obter armas nucleares. Para mim, remover essa ameaça é a missão mais importante para garantir a existência e o futuro do Estado de Israel”, declarou.

Outros dois pontos que viabilizaram e justificaram a implementação do cessar-fogo com o Hezbollah, segundo o mandatário israelense, é a reestruturação das forças militares de Israel e o isolamento do Hamas na região.

Apesar de não dar maiores detalhes do que pode acontecer daqui para frente, a declaração de Netanyahu surge em meio ao aumento de temperatura na tensão entre Israel e Irã, que passaram a se atacar diretamente neste ano após décadas de ameaças e retórica inflamada.

Ponto de virada
A possibilidade de um conflito direto entre Israel e Irã ganhou força após o início da guerra na Faixa de Gaza, onde o regime iraniano se colocou ao lado do Hamas.

Depois de meses, as ameaças foram colocadas em prática a partir de abril, quando o Irã atacou o território israelense pela primeira vez, em retaliação a um bombardeio israelense contra o consulado do Irã na Síria.

O episódio, que contou com mais de 300 drones e mísseis atacando diretamente Israel, marcou o ponto de virada para ambos os lados. O ato foi respondido com um bombardeio israelense direcionado ao território iraniano, que não causou grandes estragos.

Cinco meses depois, apesar da relativa calmaria entre as duas nações rivais, Israel e Irã voltaram a entrar em conflito direto após os assassinatos de lideranças do Hamas e do Hezbollah.

Após as mortes de Ismail Haniyeh e Sayyed Hassan Nasrallah, antigas autoridades do Hamas e Hezbollah, respectivamente, o regime do aiatolá Ali Khamenei ordenou um novo bombardeio contra o território israelense.

A ação aconteceu no dia 1º de outubro, e foi classificada pelo Irã como “legal, racional e legítima”. O país persa ainda prometeu um “ataque esmagador”, caso o governo Netanyahu decidisse responde ao ataque.

Apesar da ameaça de vingança, Israel voltou a bombardear o Irã dias depois, em 25 de outubro, visando instalações militares do país persa, além de sistemas de defesa aérea. O Irã, no entanto, diz não ter registrado grandes danos em suas estruturas e abriu novamente o ciclo de ameaças. Até o momento, no entanto, uma resposta ainda não aconteceu.

Fonte: Metrópoles

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Geral

[VÍDEO] Flávio Bolsonaro defende anistia ‘ampla’ e diz que Moraes vai ‘sofrer consequências’ por abusos

senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, sofre perseguição política, após a divulgação dos relatórios da Polícia Federal na íntegra. Flávio ainda afirmou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes descumpre leis e que será necessária uma anistia geral, inclusive para o magistrado. Ele fez um discurso em plenário do Senado nesta terça-feira (26).

-Essa perseguição contra Bolsonaro e contra a direita não começou em 2022, em 2023 ou em 2024. Começou muito antes, mas, para ser breve aqui, o único caminho para alguma normalidade e para algum reequilíbrio entre os Poderes é uma anistia, que tem que ser ampla, geral e irrestrita. — disse o parlamentar. — Estou cada vez mais convicto disso, que inclua, inclusive, o ministro Alexandre de Moraes, porque ele já deu vários exemplos de descumprir a lei do impeachment, no seu art. 39, inciso II, que fala muito claramente. Eu vou ler aqui, para não falar errado: “proferir julgamento, quando, por lei, seja suspeito na causa”.

Flávio completou:

— O que começa errado não tem como terminar certo. Nunca vi ninguém que faz o que Alexandre de Moraes está fazendo no mundo que, em determinado tempo, não vá sofrer as consequências pelas ilegalidades, arbitrariedades e abusos que cometeu.

O relatório de 884 páginas da Polícia Federal adicionou novas provas ao inquérito da suposta tentativa de golpe de Estado relatado pelo ministro Alexandre de Moraes. Foram indiciados pela PF o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas.

Uma das provas é uma agenda encontrada na casa do general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Bolsonaro, contendo “diretrizes” sobre como “disseminar ataques ao sistema eleitoral”. Em uma agenda azul, com uma logomarca de um banco público, Heleno alerta para a necessidade de “estabelecer um discurso sobre urnas eletrônicas e votações”. E pontua: “É válido continuar a criticar a urna eletrônica”.

A PF identificou ainda um plano golpista, chamado de “Operação 142”, na mesa de um assessor do general Braga Netto — ex-ministro da Defesa e da Casa Civil do governo Bolsonaro — na sede do PL. Segundo as investigações, o documento mostra que Braga Netto e seu entorno “tinham clara intenção golpista, com o objetivo de subverter o Estado Democrático de Direito”.

Fonte: O Globo

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