Tribuna do Norte:
Nos primeiros cinco meses deste ano, o número de acidentes na Via Costeira diminui 43% em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do Comando de Policia Rodoviária Estadual. De janeiro a maio deste ano, foram registrados 26 acidentes no trecho, deixando 10 feridos e uma vítima fatal. No mesmo período de 2010, foram 46 acidentes, com sete feridos e nenhuma morte.
A queda no número de acidente vai de encontro a sensação de insegurança dos que trafegam pela via, principalmente após a sua ampliação – entregue no ano passado. Os próprios policiais que trabalham no posto de fiscalização compartilham dessa sensação e – sem conhecer os dados oficiais do CPRE – disseram à reportagem da TRIBUNA DO NORTE que tinham a impressão que a quantidade de acidente havia crescido.
Trabalhando há quatro anos no posto fixo de fiscalização da Polícia Rodoviária Estadual, o soldado PM Bezerra explica que o número de colisão de veículos apostes tem preocupado. “Desde a duplicação, o número de colisões entre veículos, envolvendo postes, aumentou muito. Quase toda semana registramos esse tipo de acidentes.” Para ele a imprudência e o desrespeito à sinalização por parte dos motoristas, são os maiores causadores de acidentes.
O policial tem mesmo razão quando levanta o problema das colisões de veículos com postes. Entre os que caíram e os que se sustentam, mesmo tortos, a TRIBUNA DO NORTE contabilizou quatro ao longo da rodovia estadual. O que restou de um deles está na saída de uma curva no sentido centro-zona sul, a menos de 50 metros do posto permanente da Polícia Rodoviária Estadual.
O último acidente desse tipo ocorreu no final-de-semana passado, quando um condutor colidiu contra um poste de iluminação no canteiro central, há poucos metros da fiscalização policial. A maioria dos acidentes ocorrem em áreas próximas às curvas.
Na manhã da última segunda-feira, também era possível observar destroços de um veículo e restos de um poste caído nas proximidades do Hotel Pestana. As placas de trânsito e os radares medidores de velocidade não são suficientes para inibir o condutor que opta por dirigir em alta velocidade.
Viatura
Nem mesmo os carros da polícia escapam dos acidentes na Via Costeira. No início da semana, uma viatura da Polícia Militar seguia no sentido Mãe Luiza-Ponta Negra, quando o motorista perdeu o controle do veículo em uma das curvas e capotou. Nenhum dos cinco policiais saiu ferido
Sentido Centro-Ponta Negra é o mais perigoso
Na época em que foi entregue a nova ampliação da Via Costeira, em 2010, muito se falou sobre os problemas que a obra poderia trazer para o trânsito. Antigamente, sem o canteiro central, muitos motoristas se arriscavam na contramão para realizar ultrapassagens, porém havia mais espaço às manobras emergenciais de quem tentava evitar acidentes.
Motoristas que trafegam pelo local ressaltam que no sentido Centro-Ponta Negra, no qual há apenas duas pistas e sem espaço para acostamento, a via se torna mais perigosa. O trecho apresenta muitas curvas próximas aos retornos e um canteiro central, que por um lado não é alto suficiente para evitar que os veículos atravessem para o outro lado durante um acidente e, por outro, tem altura o bastante para provocar capotamentos. Nas curvas, a estabilidade dos veículos pode ser prejudicada e o pequeno espaço para manobras torna a direção perigosa, principalmente quando se está em alta velocidade.
No sentido Ponta Negra-Centro a situação é um pouco melhor, com acostamentos em alguns trechos e, principalmente, curvas menos acentuadas, já que os retornos interferem mais no sentido contrário da via.
O antigo diretor de Obras e Operações do Departamento de Estradas e Rodagens (DER), Caio Pascoal, declarou em agosto de 2010 à TRIBUNA DO NORTE, logo após duas mortes na via, que as mudanças na avenida Senador Dinarte Mariz permitiram a ampliação da pista de 11 m para 14 m, sendo 7 m em cada sentido, além de 1,20 m de canteiro central.
“É importante frisar que a Via Costeira não é uma rodovia de velocidade”, destacou o gestor, à época, complementando: “As curvas são as mesmas de antes. É a alta velocidade que provoca os acidentes. Agora está muito melhor, tem até retorno.”
Fatais
Somente no mês de julho de 2010, já após a duplicação da Via Costeira, foram registrados dois acidentes com vítimas fatais no local. No final da manhã de 27 de julho, a bióloga Helena Fagundes Bouth, 25, morreu após colidir seu veículo, um Peugeot 206, com um ônibus da empresa Santa Maria, em frente ao restaurante Tábua de Carne. No dia 8 do mesmo mês, uma batida entre um caminhão, um táxi e um Uno culminou na morte instantânea do taxista Francisco de Assis Hermínio, de 60 anos. Ele foi vítima de politraumatismo. Na colisão, a passageira do táxi, Rosângela Costa Ferreira, 28, e o motorista do Uno, o soldado do Corpo de Bombeiros, Carlos Eduardo Medeiros Maciel, 36, ficaram gravemente feridos.
Alguns apelidam de "via posteira" e dizem que ficou muito perigosa depois da ultima intervenção. Utilizo todos os dias a via costeira e não acho que ficou mais perigosa. O perigo esta na irresponsabilidade de muitos que a utilizam como auto estrada.
Carlos vc está completamente correto.
NENHUMA estrada é perigosa! Basta dirigirmos com prudência! Se a via Costeira (ou qualquer outra) tivesse 50 vias de rolamento, nenhum buraco e sendo uma reta, todos iam dizer que era perigosa também.