O domingo foi realmente movimentado para a economia potiguar. Logo nas primeiras horas, a entrevista do empresário Flávio Rocha, do Grupo Guararapes/Riachuelo, já tinha tomado conta das redes sociais.
Todos aproveitaram para dar uma descascada em cima do Governo do Estado quanto ao empenho do desenvolvimento na área no RN. Isso porque, na entrevista, Flávio contou que o grupo já demitiu cerca de sete mil pessoas em apenas um ano, interrompendo um crescimento, e também contou que optou por abrir uma nova fábrica no vizinho Ceará, porque o RN é hostil. Enfim, foi um soco na boca do estômago. E olhe que o empresário tem laços de amizade com várias pessoas ligadas ao governo. Imagine se não tivesse.
Mas assim que a entrevista ganhou notoriedade, a governadora Rosalba Ciarlini e o secretário baiano Benito Gama, titular da pasta de Desenvolvimento Econômico (Sedec), trataram logo de ligar pra Fávio Rocha para acalmar os ânimos e colocar um ponto final na história.
Quanto a conversa da Rosa, o blog não teve acesso aos detalhes, mas fontes governistas confirmaram que ela ligou para reafirmar o apoio do governo às empresas e para colocar o Governo como parceiro do desenvolvimento da economia potiguar.
Quanto ao secretário, confira a postagem que a jornalista Thaisa Galão publicou em seu blog:
Da forma como o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico Benito Gama define a entrevista do empresário Flávio Rocha à TN de hoje, engana-se quem aposta numa crise entre o Grupo Guararapes-Riachuelo e o governo Rosalba Ciarlini.
Em suas declarações fortes sobre o clima do Estado ao empresariado, considerado hostil, Flávio deixa claro que a governadora e o secretariado são receptivos, mas o clima é hostil no estado, o que faz seu grupo se sentir ‘expulso’.
Conversando agora com o secretário Benito Gama, ele afirmou que tem falado com muita frequência com Flávio, visitou a fábrica em Natal, e entendeu da seguinte forma o clima ‘hostil’ a que ele se refere:
“Natal não ia mais ter Copa, nós provamos que vai. Não vai ter o estádio, mas vai. Não vai ser construído com dinheiro do BNDES; vai. Agora essa greve dos trabalhadores do estádio, que a gente sabe o porquê. Não vai ter mobilidade urbana, mas vai. O aeroporto de São Gonçalo não vai sair, vai; não fica pronto para a Copa; fica. Então é esse ambiente que é negativo”, declarou Benito Gama, afirmando ser esse o seu sentimento, já que não falou com Flávio depois da entrevista.
“Acho que Pernambuco e Ceará fizeram ataques fortes ao Rio Grande do Norte nos últimos anos e realmente, o clima é muito negativo no Estado, temos que reconhecer isso”, disse Benito, concordando com as declarações de Flávio Rocha.
“Estamos lutando muito para mudar isso, eu tenho a impressão que Flávio se referiu a isso e essa é uma análise dos últimos anos que a gente tenta mudar. A única obra grande que se fez nos últimos anos foi uma ponte”, relatou Benito Gama, deixando claro que as reclamações do empresário Flávio Rocha remetem a um passado mais longo do que o pouco mais de um ano do atual governo.
Comente aqui