A permuta do estádio Juvenal Lamartine por um hospital na Zona Oeste da capital tem despertado polêmica e dúvidas, sem que ninguém venha a público para explicá-las.
A primeira delas, uma das mais simples, é se esse novo hospital virá equipado ou se se trata de uma troca de terreno por um prédio construído, situação na qual nós, contribuintes, sairemos perdendo.
Permutar o Juvenal Lamartine por um hospital público depende de duas etapas: a primeira diz respeito ao levantamento do valor do terreno, sendo obrigatório que haja proximidade de custo com o preço do novo hospital.
Depois disso, uma lei específica deverá ser criada para gerar a vinculação da alienação do terreno e a inversão do patrimônio em hospital público. Até agora nenhum interessado se manifestou sobre o assunto.
É curioso que o Estado defenda a permuta do Juvenal Lamartine por um Hospital de Trauma, quando poderia conceder destino mais nobre à área em questão.
Estimado entre R$ 16 e R$ 20 milhões, o JL é cobiça da indústria da construção civil. A polêmica envolvendo o estádio, diante de números tão significativos já se justifica, mas não queremos acreditar que a mesma governadora que soube valorizar as áreas públicas de Mossoró, quando prefeita, fará o contrário, por interesse de terceiros, em Natal.
Em seu Twitter, o ex-secretário estadual de Justiça e Cidadania, Leonardo Arruda, fez comentários pertinentes sobre o nosso vizinho, a Paraíba. Por lá, o Estado não precisou permutar nenhum bem público para a construção de seus hospitais de trauma.
A ideia da permuta partiu do procurador geral do Estado, Miguel Josino, a quem se louve a iniciativa de apressar a construção de um novo hospital de trauma para o Rio Grande do Norte, tão prometido quanto esquecido por gestões anteriores.
Há de se registrar, todavia, que um trauma maior, deletério e imperdoável, é tratar a coisa pública, que poderia servir ao interesse público, como uma moeda de escambo.
Por mais sérias que sejam a intenção do Estado em ter um hospital, é necessário que se blinde o patrimônio público. Do contrário, os contraventores travestidos de assessores haverão de enxergar aí, algo que certamente já o fizeram, um modo de tirar proveito da situação.
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