Com alto índice de desaprovação popular, o governo Rosalba Ciarlini (DEM), que contou com o apoio dos deputados estaduais no primeiro ano de gestão, começou a receber, ontem, em plenário, críticas da própria base aliada, além das cobranças sucessivas da oposição. Em discursos exaltados, os deputados estaduais Walter Alves (PMDB), Nélter Queiroz (PMDB) e Tomba Farias (PSB) cobraram ações efetivas da administração democrata para resolver os problemas do Rio Grande do Norte.
As declarações em plenário expõem o que o Diário de Natal já havia antecipado: apesar da subserviência demonstrada pela Assembleia em relação ao governo, há uma insatisfação crescente dos deputados estaduais da base governista com a gestão do DEM. O PMDB, que ocupa as secretarias de Turismo e de Ação Social, na gestão de Rosalba, poderá deflagrar uma crise política no governo.
A crise pode ser acelerada caso se confirme, ainda esta semana, a saída do secretário estadual de Turismo, Ramzi Elali. Indicado pelo ministro Garibaldi Alves, o secretário tem demonstrado a sua insatisfação com a falta de espaço no governo. Na última terça-feira, ao participar do “Bom Dia RN”, da InterTV, Ramzi criticou a missão que o governo do estado enviou aos Estados Unidos para atrair investimentos para o turismo. Ramzi não foi convidado para fazer parte da missão.
Walter Alves e Nélter Queiroz, membros da base governista, deram um tom de independência aos seus discursos. “O PMDB não é subserviente ao governo Rosalba Ciarlini. Vamos levantar nossa voz a favor do que achamos certo”, disse Alves. Aliás, a leitura que se fazia ontem é que o discurso de Walter era um reflexo da insatisfação do seu pai, Garibaldi, com o tratamento que vem recebendo de Rosalba.
Já Nélter Queiroz disse que sua paciência está chegando ao limite. Reclamou da atuação do governo na segurança, saúde e educação. “Nem os serviços mais básicos do Estado estão funcionando. Talvez precisemos dar um “choque térmico” no governo Rosalba”.
O deputado oposicionista Tomba Farias também fez suas cobranças. “Esta casa foi palco de vários debates, de vários momentos onde nós clamamos por muitas melhorias para a nossa população, entre elas a convocação dos 824 policiais civis e militares, aprovados em concurso no ano de 2010. Tentamos vários diálogos, e nesta luta tem dois perdedores: os concursados e o próprio governo do Estado, que peca com a insegurança”, criticou Tomba.
Para o deputado pessebista, o governo não está correspondendo à ajuda que a Assembleia tem dado à administração. “Esta Casa tem sido paciente, amiga do governo em inúmeras horas. Tem escutado os apelos do presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Motta (PMN). Entretanto, está chegando a hora de o governo mostrar para o que veio e apresentar, de fato, ações de contrapartida. É preciso apresentar ações que garantam dias melhores para a população”, cobrou.
Fonte: Diário de Natal
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