Foto: reprodução/metrópoles
Com 82 criminosos na lista de alerta vermelho da Interpol, o Brasil encerra o ano na nona colocação dos países que lideram em número de nacionais entre os foragidos mais procurados do mundo. Até a primeira quinzena deste mês, a lista incluía, ao todo, 6.671 nomes, dos mais diversos locais do planeta.
Na primeira posição do ranking, aparece a Rússia, com 3.046 criminosos, uma diferença relevante para o segundo colocado, El Salvador, que tem 855 foragidos em “alerta vermelho”. A maioria dos russos incluídos na lista é procurada pelo próprio país, por crimes relacionados a terrorismo, organização criminosa e participação em forças consideradas ilegais pelo governo de Vladimir Putin.
Em El Salvador, o número expressivo de foragidos é reflexo da política de encarceramento em massa e perseguição implantada, nos últimos anos, pelo presidente Nayib Bukele. Mais de 70 mil salvadorenhos foram presos, em um período de 19 meses. Ao todo, existem mais de 100 mil pessoas detidas, o que faz do país a maior prisão do mundo em taxas proporcionais.
Toda essa investida, alvo de denúncias frequentes de descumprimento de direitos humanos e ausência de processos legais, gera críticas ao presidente e, claro, provocou a fuga de centenas de pessoas do país. Bukele administra El Salvador em estado de exceção desde 2022, quando destituiu o procurador-geral e substituiu juízes da Suprema Corte por aliados.
Em terceiro lugar no ranking da Interpol, aparece a Argentina, com 237 nomes, seguida pela Índia em quarto, com 209. Confira abaixo o ranking dos países com mais criminosos na lista de alerta vermelho:
Brasileiro na lista da Interpol
Entre os brasileiros que aparecem na lista da Interpol, estão pessoas acusadas de assassinato, tráfico de drogas, roubos qualificados, assaltos e crimes financeiros. Dos 82 nomes, 76 são homens e seis são mulheres. Na “ala feminina”, por exemplo, está Heloísa Gonçalves Duque Soares Ribeiro, de 74 anos, conhecida como “Viúva Negra”.
Foragida há mais de três décadas, ela é suspeita de matar cinco ex-companheiros, entre 1971 e 1993, para ficar com heranças milionárias. Apesar disso, ela foi condenada por um dos crimes, apenas, ocorrido em 1991, que é referente ao quarto companheiro, o coronel Jorge Ribeiro. Ele foi amarrado, torturado e morto com marretadas na cabeça, no Rio de Janeiro.
A inclusão de um nome da lista da Interpol não significa que a pessoa é procurada por crimes cometidos no próprio país, pelo contrário. Há muitos casos em que os foragidos cometeram delitos em outros países e os dados foram inseridos no sistema por solicitação das polícias desses locais.
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