Diversos

Brasil lançará missão à Lua até 2020 para estudar vida no espaço

15040369Um time de cientistas de instituições de ponta do Brasil, com parceria da iniciativa privada, pretende lançar até 2020 a primeira missão do país à Lua: um nanossatélite com experimentos científicos.

Batizado de Garatéa-L, ele terá o objetivo de realizar pesquisas para estudar características da vida no espaço.

Os brasileiros pretendem aproveitar um dos nichos mais promissores da exploração espacial: os nanossatélites. Enquanto os dispositivos tradicionais são geringonças do tamanho de carros populares que facilmente ultrapassam as três toneladas, os chamados “cubesats” são muito mais compactos e podem confortavelmente ficar abaixo dos 8 kg.

“O fato de eles serem pequenos não os torna menos poderosos. Esta é uma área em que muitas empresas eram bastante céticas, mas que hoje recebe bastante investimento. Os bons resultados atraíram as maiores fabricantes do mundo”, explica Lucas Fonseca, engenheiro espacial da empresa Airvantis e gerente do Garatéa-L.

O projeto reúne pesquisadores de boa parte dos centros de excelência em espaço do Brasil: o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), a USP, o LNLS (Laboratório Nacional de Luz Síncrotron), o Instituto Mauá de Tecnologia e a PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul).

Juntos, os cientistas estão delimitando os detalhes dos experimentos que serão levados ao espaço, mas os projetos iniciais já transparecem a ambição do grupo. Além da pesquisa lunar em si, o Garatéa-L dará ênfase à astrobiologia, o ramo que estuda as condições de vida no espaço.

A missão custará R$ 35 milhões e a captação de verbas ainda não teve início. O financiamento é o principal obstáculo. “É mais fácil fazer ciência de ponta na Lua do que conseguir as verbas necessárias”, diz o líder da missão.

“É mais fácil fazer ciência de ponta na Lua do que conseguir as verbas necessárias”, compara o líder da missão.

Nos mais de 50 anos do programa espacial brasileiro, não faltaram planos para explorar o espaço profundo, mas as iniciativas geralmente esbarravam na falta de verbas. Por conta do histórico negativo, a equipe que capitaneia o projeto decidiu buscar fontes alternativas de financiamento, além de pleitear verbas de agências de fomento.

“É triste, mas o Brasil não honrou seus compromissos. Nem com a Nasa para a construção da Estação Espacial Internacional, nem com o ESO (Observatório Europeu do Sul) com os telescópios. Por isso, sendo bem realista, nós optamos por uma via que não dependa de recursos do governo”, justifica o responsável pela missão.

A ideia é criar uma combinação de investimentos privados, tanto através de patrocínio como também de negociação de royalties e direitos de uso do conhecimento gerado e até de eventuais patentes.

BUSCANDO A VIDA

O nome da missão vem do tupi-guarani, em que garatéa significa busca vida. A nomenclatura foi escolhida devido ao forte componente da missão de estudo da vida. O “L” foi acrescentado no fim para indicar que se trata de uma missão lunar, uma vez que o grupo também conduz a Garatéa em balões de grande altitude (a cerca de 35 km de altura).

Apesar de significar “busca vida”, o cientista principal da missão, Douglas Galante, apressa-se a explicar que não se trata de uma tentativa de encontrar vida no satélite da Terra.

“Já sabemos há muito tempo que a Lua é um ambiente muito hostil à vida. O que nós tentamos fazer agora é usar um satélite na Lua para testar os limites da vida em ambiente hostil”, diz o pesquisador do LNLS (Laboratório Nacional de Luz Síncroton) em Campinas.

Quando estamos na Terra, seu campo magnético serve como um escudo contra a perigosa radiação que vem do espaço. Fora do planeta, essa defesa contra os efeitos nocivos dos raios cósmicos já não existe. E são precisamente os efeitos disso que os pesquisadores querem analisar.

Embora os detalhes dos experimentos ainda não estejam fechados, o grupo pretende enviar pelo menos dois experimentos para avaliar os danos causados a colônias de bactérias no ambiente inóspito do espaço.

“Deverão ser seis meses de exposição intensa a essa radiação. Algo inédito. Vamos testar a resposta de sistemas biológicos a esse fundo de radiação e outros fatores de estresse”, completa o pesquisador.

A Garatéa-L vai expor mais do que bactérias aos raios cósmicos: estão previstos também experimentos com tecidos humanos. A ideia é ver também como esse material reage ao ambiente hostil do espaço. Segundo o responsável da missão, é possível que os dados coletados sejam úteis inclusive para auxiliar na preparação de missões tripuladas de longa duração, como uma eventual viagem a Marte.

“O objetivo principal é avaliar o efeito da micro-gravidade e da radiação lunar (espaço profundo) numa cultura de células humanas. Com isso, busca-se entender como essas células se comportam em termos de proliferação, sobrevida e alterações genéticas durante a exposição ao ambiente hostil do espaço”, explica Thais Russomano, médica, pesquisadora de medicina espacial da PUC-RS e uma das responsáveis pelo experimento.

“As análises das células a serem efetuadas durante a missão lunar vão depender da capacidade técnica que estará disponível para tanto. Nós ainda estamos na fase de várias definições”, pondera ela.

DESAFIO

Envolvido na missão Rosetta da ESA (Agência Espacial Europeia) –primeira a conseguir pousar uma sonda em um cometa, em 2014–, o gerente do projeto Garatéa-L, Lucas Fonseca, diz sempre ter sido um apaixonado pelo espaço e que sempre sonhou em fazer pesquisa de ponta nesta área no Brasil.

“Eu sempre pensei muito em como o Brasil poderia fazer pesquisa em espaço profundo com um valor mais em conta, mais adaptado à nossa realidade. E os cubesats permitem esse tipo de estudo. É revolucionário, a miniaturização permite muita coisa, ao mesmo tempo que é também um grande desafio de engenharia”, diz Fonseca.

A ideia do grupo é usar a miniaturização e experiências anteriores de economia para baratear a missão ao máximo.

Previsto para 2020, o lançamento será uma parceria das agências espaciais europeia e do Reino Unido com duas empresas britânicas, dentro de sua primeira missão comercial de espaço profundo –a Pathfinder.

O material será posto em órbita pelo foguete indiano PSLV-C11, o mesmo que enviou com sucesso a missão Chandrayaan-1 para a Lua, em 2008.

Com cerca de 7,2 kg o nanossatélite brasileiro terá a companhia de dispositivos semelhantes fabricados por outros países, com diferentes objetivos.

Os responsáveis pelo Garaté-L pretendem aproveitar a missão ainda para fazer um trabalho amplo de divulgação científica e de popularização da ciência com crianças e, em especial, com jovens mulheres.

A apresentação pública do trabalho será na noite desta terça-feira (29), na Escola de Engenharia de São Carlos da USP.

Folha Press

 

Opinião dos leitores

  1. E nao tem um cibazol num posto de saude do interior. O primeiro a viajar deve ser o idealizador dessa babaquice.

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Brasil

DATAFOLHA: 19% dos brasileiros convivem com facções e milícias

SÃO PAULO, SP, BRASIL, 21-01-2013, 10h00: Agentes da secretaria de saúde tentam convercer usuários de crack a se internarem voluntáriamente em clínicas de reabilitação no centro de São Paulo. (Foto: Marcelo Camargo/ABr)

Foto: Reprodução

Facções criminosas e milícias ampliaram o alcance territorial e social no Brasil, segundo um levantamento do Datafolha divulgado nesta 5ª feira (16.out.2025).

A pesquisa, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que 19% dos brasileiros vivem em áreas onde o crime organizado está presente —o equivalente a cerca de 28,5 milhões de pessoas.

Os dados indicam um aumento expressivo em relação a 2024, quando 14% dos entrevistados relataram conviver com grupos criminosos, proporção que representava 23 milhões de habitantes.

A presença desses grupos foi mais mencionada em capitais, no Nordeste e em cidades com mais de 500 mil moradores.

No recorte de renda, 19% dos que recebem até 2 salários mínimos (R$ 3.036) e 18% dos que ganham entre 5 e 10 salários (R$ 7.590 a R$ 15.180) disseram conviver com o crime organizado.

O levantamento mostra uma disparidade racial: 23% dos entrevistados que se autodeclaram pretos afirmaram viver em áreas sob influência de facções, contra 13% entre os brancos.

Entre os que relataram viver próximos de grupos criminosos, 27% disseram saber da existência de cemitérios clandestinos em seus municípios —quase o dobro da taxa observada na população geral, de 16%.

Já 40% declararam ver cracolândias no trajeto cotidiano até o trabalho ou a escola. Ambos os índices cresceram em relação ao ano anterior.

Policiais de folga e de farda
Outro dado do estudo mostra o avanço de atividades ilegais paralelas. Um em cada 5 entrevistados afirmou que há policiais de folga prestando serviços de vigilância privada nos bairros onde moram —prática proibida na maioria dos Estados. A taxa passou de 18% em 2024 para 21% neste ano.

Apesar disso, o Datafolha não encontrou correlação entre a oferta irregular de segurança e a presença do crime organizado, afastando a hipótese de que esses serviços atuem como embrião de milícias.

A pesquisa também registrou crescimento nos relatos de violência policial. Ao todo, 16% dos entrevistados disseram ter presenciado ações violentas da PM —percentual que sobe para 25% entre jovens de 16 a 24 anos e para 21% entre homens e moradores de grandes cidades. Em 2024, a taxa geral era de 14%.

Outros 8% relataram ter familiares ou conhecidos desaparecidos, o que corresponde a 13,4 milhões de pessoas. O problema é mais frequente nas classes D e E.

A pesquisa foi concluída antes de operações policiais que investigaram a infiltração do PCC (Primeiro Comando da Capital) nos setores de combustíveis e financeiro.

O levantamento ouviu 2.007 pessoas com 16 anos ou mais em 130 municípios, de 2 a 6 de junho de 2025, sobre experiências e percepções de violência.

Poder 360

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Brasil

MERMÃO: “Quem acabou com a guerra em Gaza chama-se Lula!”, diz sobrinho de Dilma

Foto: Reprodução
O vereador de Belo Horizonte Pedro Rousseff (PT), sobrinho da ex-presidente Dilma Rousseff, disse, em postagem na rede social X desta terça-feira (14), que “Quem ACABOU com a GUERRA em Gaza chama-se LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA! (sic.).” O presidente Lula (PT) não teve qualquer envolvimento no acordo de paz entre Hamas e Israel.

Como embasamento, ele simula uma equação matemática: “Trump AJUDOU a financiar a GUERRA = Lula FEZ O ACORDO pela PAZ! (sic.)“. Além disso, citou uma fala de Lula: “O Mundo precisa GASTAR dinheiro não com ARMAS. Sim com COMIDA para MATAR A FOME de MILHÕES de pessoas. (sic.)” O vereador terminou agradecendo a Lula.


Na última segunda-feira (13) o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou o acordo de cessar-fogo entre Hamas e Israel. O presidente americano mediou as negociações por paz. De acordo com Trump, a segunda fase do plano de paz já começou.

Logo após desembarcar no Egito, Trump liderou a Cúpula Internacional da Paz, com outros 30 líderes mundiais. O presidente recebeu os membros na porta do evento. O gesto chamou a atenção, sobretudo porque um dos recebidos foi Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina. Impedido de entrar nos Estados Unidos para participar da Assembleia-Geral das Nações unidas, em setembro, Mahmoud conversou com Trump durante o aperto de mãos.

Trump busca o acordo de paz desde que iniciou seu segundo mandato, em janeiro de 2025. Lula, por outro lado, é alvo de críticas por equiparar Israel e Hamas.

Opinião dos leitores

  1. Se LULA acabou com a guerra em GAZA, Então eu não tenho duvida Neuma que quem marou ODETE ROITMAN foi BOLSONARO

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Judiciário

Alcolumbre atende governo e cancela sessão para analisar vetos de Lula

Foto: Waldemir Barreto

O presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), decidiu cancelar a sessão conjunta prevista para esta quinta-feira (16). O adiamento da sessão do Congresso Nacional atende a um pedido do governo e ainda não há nova data para a sessão.

A pauta prevista era a análise de vetos presidenciais à Lei Geral do Licenciamento Ambiental. Na véspera, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), teve reunião para debater um possível acordo com Alcolumbre.

O governo é contra a derrubada dos vetos e teme repercussão negativa com a proximidade da COP 30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), que será realizada em Belém (PA).

“A decisão atende a uma solicitação da Liderança do Governo no Congresso”, informou Alcolumbre em nota divulgada pela assessoria.

Inicialmente, a pauta da sessão conjunta desta quinta também incluiria a análise do projeto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) do próximo ano. A pedido do governo, no entanto, a proposta ainda não foi votada na CMO (Comissão Mista de Orçamento).

O Executivo ainda analisa o envio de possíveis ajustes na LDO, após o Congresso deixar caducar a medida provisória sobre alternativas ao aumento do IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras).

O chefe da equipe econômica, ministro Fernando Haddad, defende recuperar ao menos uma parte da MP que perdeu validade e que tinha apoio entre parlamentares.

CNN

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Esporte

Potiguar Kaline se emociona com primeira convocação para Seleção Brasileira: “Não tenho nem palavras”

Foto: Sandy James

A emoção tomou conta da potiguar Kaline. A atacante, de 19 anos, foi convocada pela primeira vez para a Seleção Brasileira, para disputar dois amistosos contra o México pela equipe sub-20 comandada por Camila Orlando. Natural de Nova Cruz, interior do Rio Grande do Norte, a jogadora se emocionou ao receber a notícia.

Em publicação nas redes sociais, o Sport, clube que Kaline defende desde a temporada passada, mostrou o momento (assista abaixo) em que a atacante soube da convocatória na última quinta-feira (9), antes do jogo contra o Botafogo-PB pela semifinal da Copa Maria Bonita.

“Não tenho nem palavras para falar. Só tenho a agradecer mesmo, a todos vocês que estiveram comigo desde sempre”, disse a jogadora emocionada.

A atacante começou sua trajetória no futebol atuando no futebol paraibano, onde defendeu Kashima e VF4. Em 2023, reforçou o ABC na disputa do Campeonato Potiguar Feminino. Ela chamou atenção do Sport que a contratou na temporada seguinte para a disputa do Campeonato Brasileiro Sub-20, sendo destaque com dez gols marcados em dez jogos disputados.

Na mesma temporada, Kaline chegou ao time principal e fez gols importantes na campanha que resultou no acesso à primeira divisão do Brasileirão, inclusive no jogo decisivo contra o Athletico-PR.

Além de Kaline, outra potiguar convocada foi a atacante Gisele, de 18 anos. Nascida em Santo Antônio, município que fica a 90 km de Natal, Gisele atualmente está no Grêmio, clube que defende desde 2023.

Preparação

Os amistosos contra o México fazem parte da preparação do Campeonato Sul-Americano de 2026. A primeira partida acontecerá no Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga, o OBA. Já a segunda, no Estádio Olímpico Ludovico Teixeira, o Estádio Olímpico. Os horários serão divulgados em breve, conforme informou a CBF.

Tribuna do Norte

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Cidades

Água mineral terá reajuste no RN a partir de novembro

Foto: Divulgação

O valor pago nas águas minerais e adicionadas de sais vai passar por reajuste a partir do dia 1° de novembro em todo o Rio Grande do Norte. Com a revisão no preço do produto na fonte, o garrafão de 20 litros pode chegar a custar valores entre R$9 e R$15, conforme a decisão de cada indústria envasadora atuante no estado.

De acordo com o Sindicato das Indústrias de Cervejas, Refrigerantes, Águas Minerais e Bebidas em geral do Rio Grande do Norte (Sicramirn), o aumento é uma medida de adequação econômica necessária à sobrevivência das empresas, manutenção dos empregos gerados e a continuidade dos processos constantes de qualidade e segurança do produto.

“O aumento reflete um esforço de equilíbrio diante da elevação de custos que impactam cada elo da cadeia de uma forma diferente. Nosso compromisso é garantir que o consumidor continue recebendo um produto seguro e de excelência, dentro das normas sanitárias e ambientais exigidas”, destaca o presidente do Sicramirn, Joafran Nobre.

Entre os principais fatores considerados para a correção estão a inflação acumulada em cerca de 5% nos últimos 12 meses, a subida de índices de atacado (IGP-M e IGP-DI), o reajuste do salário mínimo, o encarecimento de matérias-primas específicas para fabricar rótulos, tampas e lacres, e a alta de custos operacionais e logísticos, como energia elétrica, combustível e outros.

Outro ponto de impacto é o preço do vasilhame, fabricado a partir de resina precificada em dólar, cuja cotação passou por forte oscilação no último ano.

Setor mantém compromisso com qualidade e segurança

No RN, mais da metade da população consome água mineral natural e/ou adicionadas de sais em suas residências e em estabelecimentos comerciais. No estado, o setor é reconhecido pela adoção do Selo de Controle Fiscal, mecanismo que assegura a procedência e a qualidade do produto entregue ao consumidor.

Fiscalizado pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e pela Vigilância Sanitária, as indústrias produtoras de água mineral e adicionadas de sais atendem a rigorosos sistemas de controle de segurança alimentar, desde a captação, até o envase e a distribuição.

Atualmente, o RN conta com 35 indústrias envasadoras, responsáveis por produzir cerca de 507 milhões de litros de água envasada por ano e por gerar aproximadamente 10 mil empregos diretos e indiretos.

Portal da Tropical

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Judiciário

Ex-presidente da Funai é condenado por perseguir servidores

Foto: Reprodução

A Justiça Federal do Amazonas condenou o ex-presidente da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) Marcelo Augusto Xavier da Silva a 10 anos de prisão pelo crime de denunciação caluniosa. Cabe recurso contra a decisão.

Ex-dirigente do órgão no governo de Jair Bolsonaro (PL), Marcelo Xavier foi acusado pelo MPF (Ministério Público Federal) de perseguir servidores do órgão, integrantes da Associação Waimiri Atroari e representantes de outras entidades que atuam em defesa de indígenas.

De acordo com a acusação, Xavier tinha como objetivo aprovar a parte da Funai no processo de licenciamento ambiental do Linhão do Tucuruí, linha de transmissão de energia entre Manaus e Boa Vista.

A decisão foi proferida pelo juiz Thadeu José Piragibe Afonso, da 2ª Vara Federal Criminal em Manaus (AM). O juiz afirmou que o ex-presidente atuou para “intimidar e pressionar” os funcionários a aprovar o licenciamento durante o governo Bolsonaro.

Segundo o magistrado, o ex-presidente solicitou à PF (Polícia Federal) a abertura de investigações contra os funcionários do órgão.

“O intuito do acusado de conferir celeridade ao processo de licenciamento do Linhão, ignorando formalidades administrativas, apontamentos técnicos e a própria história da população indígena diretamente envolvida, mostra-se patente e delineia a motivação por detrás do pedido de instauração do inquérito: retaliar e pressionar seus subordinados a tocar para frente o licenciamento da obra”, afirmou.

O magistrado também acrescentou que o acusado sabia que as acusações não tinham fundamento.

“As vítimas, além de inocentes, não apresentavam qualquer motivação ou conduta criminosa. Sua inclusão nos procedimentos foi infundada tecnicamente, dolosa subjetivamente e instrumentalizada politicamente, somente porque contrariava os interesses políticos a que o ex-presidente da Funai nutria devoção.”

Poder 360

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Geral

Governo brasileiro planeja concessões em etanol e minerais críticos em negociação com os EUA

Foto: Folhapress

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) definiu um conjunto de possíveis ofertas aos Estados Unidos na mesa de negociação sobre as tarifas aplicadas contra produtos brasileiros. A primeira reunião presencial entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e representantes americanos, incluindo o secretário de Estado Marco Rubio e o representante comercial Jamieson Greer, ocorre nesta quinta-feira (16).

O encontro, segundo integrantes do governo brasileiro, será uma oportunidade inicial de ouvir as demandas dos EUA, sem caráter definitivo. A equipe brasileira já identifica três frentes para sinalizar abertura: etanol, minerais críticos e big techs. A intenção é deslocar a negociação para o campo comercial, em resposta à aplicação de tarifas de até 50% pelo governo americano e sanções adicionais, como suspensão de vistos e penalidades financeiras a autoridades.

No setor de etanol, o Brasil estuda retomar o regime de cotas ou criar mecanismos para permitir a entrada de etanol americano em portos do Sudeste, o que preocupa produtores e políticos do Nordeste devido à menor competitividade das usinas locais. Sobre minerais críticos, o governo avalia propor uma parceria de investimento com os EUA, garantindo uma cota de compra em troca do financiamento da exploração desses recursos.

Em relação às big techs, as discussões são limitadas, já que envolvem decisões do Congresso e do STF. Ainda assim, o governo brasileiro pode propor grupos de trabalho para tratar da regulação do setor feita pela Anatel e outros pontos de interesse.

Paralelamente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e aliados participaram de reuniões em Washington no Departamento de Estado, no Departamento do Tesouro e na Casa Branca. Segundo o empresário Paulo Figueiredo, as conversas foram positivas, sem indicativos de mudança na política americana, mas vistas como potencialmente benéficas para interesses comerciais brasileiros.

Com informações da Folha de SP

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Economia

Estatais federais acumulam déficit de R$ 8,9 bilhões em 12 meses, aponta BC

Foto: Antonio Lacerda/EFE

As empresas públicas controladas pelo governo federal registraram um déficit de R$ 8,9 bilhões nos 12 meses encerrados em agosto de 2025, segundo dados do Banco Central. O valor é mais que o dobro do prejuízo registrado no mesmo período até agosto de 2024.

Com o aumento dos déficits, o governo precisou elevar os gastos para manter o funcionamento das estatais. As subvenções federais, transferências diretas do Tesouro Nacional, somaram R$ 27 bilhões no ano passado, R$ 3 bilhões a mais que em 2024.

Entre as maiores beneficiárias estão a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), vinculada ao Ministério da Educação e responsável pela gestão de hospitais federais, que recebeu cerca de R$ 11,5 bilhões, seguida pela Embrapa, voltada ao desenvolvimento tecnológico do agronegócio.

O caso dos Correios ilustra o cenário deficitário das estatais. No primeiro semestre de 2025, mesmo com aumento da receita com vendas e serviços para R$ 8 bilhões, a empresa registrou prejuízo líquido de R$ 4 bilhões, alta de mais de 220% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O resultado negativo é atribuído principalmente à elevação dos custos operacionais e das despesas administrativas, reforçando o desafio do governo em equilibrar a operação financeira das empresas públicas.

Com informações da CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. Tudo dominado, a “cumpanherada” com as contas abarrotadas de grana, e o povo pagará, “mais isso é bom para o pobre”

  2. Um desgoverno de A a Z com individuos INCOMPETENTES e omisos, levando o País ao fundo do poço e também um congresso de parasitas coniventes e relapsos. O afastamento deste individuo da presidencia da Republica se faz necessario URGENTEMENTE.

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Geral

Facções e milícias alcançam vizinhança de 28,5 milhões de brasileiros, aponta Datafolha

Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress

Pesquisa Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta que facções criminosas e milícias alcançaram a vizinhança de 19% da população brasileira, o que equivale a pelo menos 28,5 milhões de pessoas. O levantamento mostra um crescimento de cinco pontos percentuais em relação a 2024, quando 14% dos entrevistados relataram conviver com o crime organizado.

O estudo ouviu 2.007 pessoas com mais de 16 anos em 130 municípios de todas as regiões do país, entre 2 e 6 de junho, abordando situações de violência, presença do crime organizado, roubos, agressões e golpes financeiros. A presença de facções e milícias foi mais frequente em grandes cidades, capitais e na região Nordeste. A percepção sobre o crime organizado é similar entre diferentes faixas de renda: 19% dos que ganham até dois salários mínimos e 18% daqueles com renda de cinco a dez salários afirmaram conviver com grupos criminosos próximos.

A pesquisa também mostra diferenças raciais: 23% das pessoas que se autodeclaram pretas relatam a presença ostensiva do crime organizado, contra 13% da população branca. Entre os que convivem com o crime organizado, há maior frequência de relatos sobre cemitérios clandestinos e cracolândias em trajetos diários. Um em cada quatro entrevistados nessas áreas conhece cemitérios clandestinos, enquanto quatro em cada dez relatam encontrar cracolândias, números acima da média nacional.

O levantamento também abordou a oferta de vigilância privada por policiais de folga, prática proibida em grande parte dos estados, e que foi relatada por 21% dos entrevistados, alta em relação a 18% em 2024. Não houve coincidência relevante entre esses relatos e a convivência com crime organizado, indicando que nem toda segurança privada ilegal atua como milícia. A pesquisa também aponta que 16% já presenciaram abordagens violentas da Polícia Militar, índice mais elevado entre jovens de 16 a 24 anos, homens e moradores de grandes centros.

Além disso, 8% dos entrevistados afirmaram ter parentes ou conhecidos desaparecidos, equivalente a 13,4 milhões de pessoas, predominando nas classes D e E. Para Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum, os dados reforçam a necessidade de coordenação entre órgãos de segurança e políticas duradouras de combate ao crime organizado. “Quando se coordena as diferentes agências e suas competências, o resultado é muito bom. O problema é que a escala disso ainda é muito residual”, afirmou.

Com informações da Folha de SP

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Geral

Plano de Lula para “salvar” Correios revive receita antiga e ineficaz

Foto: Reprodução

O governo federal apresentou nesta semana um plano de reestruturação dos Correios, que prevê cortes de despesas, demissões, venda de ativos e renegociação de contratos com fornecedores. Até o momento, a estatal não divulgou o número de desligamentos, a economia estimada nem o prazo para a execução das medidas.

Segundo o documento, os Correios precisarão de um empréstimo de R$ 20 bilhões, intermediado por um consórcio de bancos com garantia do Tesouro, para evitar o colapso financeiro. Esse recurso se soma a operações anteriores, incluindo um empréstimo de R$ 1,8 bilhão concedido em junho, reforçando a dependência da estatal de socorros externos.

Especialistas e analistas do setor destacam que o plano segue um roteiro já utilizado em administrações anteriores, incluindo ajustes temporários, demissões voluntárias e fechamento de agências. Apesar de medidas semelhantes terem gerado lucros pontuais, a empresa voltou a apresentar déficits nos últimos anos, evidenciando a dificuldade de implementar uma reestruturação sustentável.

Os Correios enfrentam desafios históricos de eficiência e governança. Ao longo das últimas décadas, a empresa registrou rombos em fundos de pensão, desvios de recursos e limitações na competitividade. A estatal mantém sua função social, entregando correspondências e encomendas em áreas remotas, mas ainda depende de recursos do governo para manter a operação.

Entre os pontos centrais do novo plano estão a modernização de processos e a redução de custos, medidas que se repetem em ciclos anteriores sem alteração significativa na estrutura da companhia. A expectativa é de que a execução do programa, combinada à supervisão do governo, permita retomar equilíbrio financeiro, mas o histórico sugere que soluções mais estruturais podem ser necessárias para garantir a sustentabilidade de longo prazo.

Com informações da coluna de Malu Gaspar, do jornal O Globo

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