Fronteira entre Brasil e Venezuela, perto da cidade de Santa Elena de Uairén. Grupo atacou unidade militar venezuelana na região e roubou um lote de armas Foto: BRUNO MANCINELLE / AFP
O governo brasileiro vai ignorar o pedido realizado pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de capturar e entregar suspeitos de cometerem atentados a bases militares e policiais venezuelanas que Caracas afirma terem se refugiado em território brasileiro. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores disse que o Brasil não tem “satisfações a prestar” ao governo venezuelano.
“O Brasil não tem quaisquer satisfações a prestar ao regime ilegítimo venezuelano sobre a presença de nacionais venezuelanos em território nacional”, diz a nota do Itamaraty, enviada ao GLOBO.
A nota é uma resposta a acusações feitas pelo presidente Nicolás Maduro na noite de segunda-feira, onde afirmou que um lote de armamentos roubados estaria em solo brasileiro e classificou o ocorrido como um “ataque terrorista”. Na ocasião, Maduro dirigiu-se nominalmente ao presidente Jair Bolsonaro, pedindo que o Brasil detenha os suspeitos e os entregue às autoridades venezuelanas, juntamente com as armas. Ele disse ainda que 11 pessoas foram presas, entre civis e militares desertores.
O Itamaraty também reiterou que o governo brasileiro “não tem qualquer participação nas ações em questão ocorridas dentro do território venezuelano”. Essa posição já havia sido formalizada na manhã de segunda-feira, depois de acusação do ministro do Comunicação venezuelano, Jorge Rodríguez, de que os acusados teriam tido ajuda brasileira antes de cometer os atentados.
Rodriguez afirmou que os acusados passaram pelo Brasil antes de realizar a ação. Em pronunciamento ao vivo na TV estatal, o ministro disse, sem apresentar provas, que os homens receberam treinamento em Cali, na Colômbia, antes de serem transportados até o Peru e dali, por terra, até Manaus. Em seguida, foram até a cidade fronteiriça de Pacaraima, em Roraima, onde, segundo o chavista, ficaram hospedados em um hotel por 15 dias, recebendo ali “instruções e detalhes” sobre os ataques.
Colômbia, Peru e Equador
Jorge Rodríguez apontou ainda diretamente para o governo da Colômbia, que, segundo ele, protegia os acusados do ataque e teria agido em conluio com os deputados oposicionistas Gilber Caro, Gaby Arellano, José Manuel Olivares e Ismael León. Ele mencionou o oposicionista Vilca Fernández, que hoje vive no Peru e foi chamado de “psicopata perigoso”.
O governo do Peru negou qualquer participação no episódio, chamando de falsas as acusações feitas pelo chanceler Jorge Arreaza, de que o grupo estaria baseado no país. Em comunicado, o chanceler Gustavo Meza-Cuadra ainda reiterou seu compromisso com “uma solução pacífica” que “permita o retorno para a democratização e o fim do regime ilegal de (Nicolás) Maduro”.
A Chancelaria colombiana também rechaçou as acusações de Caracas, afirmando que tratam-se de “acusações temerárias por parte de um regime que apenas tenta distrair a atenção frente aos graves problemas internos ao inventar inimigos externos”. O Ministério de Relações Exteriores do Equador, por sua vez, classificou as acusações como “audaciosas e sem fundamento” e disse “rechaçar com firmeza” a acusação “frívola” que “não passa de uma mera tentativa de desviar a atenção para o fracasso econômico, a violação dos direitos humanos, emigração massiva e ilegitimidade institucional”.
Quatro unidades atacadas
De acordo com informações oficiais, na madrugada de domingo um grupo de 12 homens pertencentes à etnia pemón, liderados por Andrés Antonio Fernández atacou uma base de infantaria na região de Gran Sabana, no estado de Bolívar, que faz fronteira com o Brasil. Foram levados 112 fuzis, 120 granadas, três lançadores de foguetes, três metralhadoras, dez bazucas e dez caixas de munição, além de um caminhão. As autoridades disseram que quase todos os equipamentos foram recuperados. Um militar teria sido levado como refém.
Ataques a unidades militares
Segundo a Venezuela, os homens que atacaram bases militares e policiais no Sul do país no domingo treinaram em Cali (Colômbia), se deslocaram até o Peru e depois seguiram para Manaus e Pacaraima, no Brasil.
O Globo
Devia complementar que: se tiver algum brasileiro querendo ir pra lá ou fazer turismo, será dado todo apoio. Não sei porquê a esquerdalha não quer ir pra lá, evo morales, jean wills, Fátima bezerra, lula nem pensar, só na parcerias.