Havia quem dissesse que a segunda edição do UFC no Rio de Janeiro não tinha potencial para ser melhor do que a primeira, em agosto do ano passado, abençoada com um cartel que teve Anderson Silva, Maurício Shogun e Rodrigo Minotauro.
Pois esse argumento caiu por terra assim que o evento da madrugada deste domingo começou.
Mas, comecemos pelo fim, claro.
José Aldo tinha um adversário complicado pela frente. Chad Mendes é forte e um excelente wrestler. Por isso, fez o jogo que se esperava e tentou levar o brasileiro para o chão. Mas se surpreendeu, e revelou isso depois, com a maneira como o manauara defendeu suas tentativas de queda.
E foi numa dessas que Aldo acabou com a coisa. No fim do primeiro rounde, Mendes tentou levar o brasileiro ao chão. Não só não conseguiu como levou uma joelhada no rosto, no contra-ataque. Foi para o solo e, faltando um segundo para o fim do assalto, foi nocauteado.
Aldo não se conteve. Saiu correndo para a torcida, quebrou todos os protocolos e levou até uma bronca de Dana White. Mas valeu. Devolveu, certamente, todo o carinho que o público teve com ele, desde o começo, sempre.
Antes dele Vitor Belfort já havia dado um belo aperitivo. Em mais um combate complicado, ele até sentiu quando foi acertado no olho direito pelo americano Anthony Johnson, que pesou 92 kg (!!!) horas antes da luta. Mas, depois, fez um bom jogo de chão, mostrou seu jiu-jítsu, que andava sumido, e venceu com um mata-leão. Sim, por finallização, o que não acontecia há muito tempo.
Belfort critcou a falta de profissionalismo do rival, mas disse que lutaria de qualquer jeito, com ele pesando o que fosse. Johnson, ao que se sabe, foi demitido por Dana White, que não tolerou o vacilo do americano.
Merecido.
Nas lutas dos demais brasileiros, destaque total para o nocaute de Edson Barbosa em cima do inglês Terry Etim. Um nocaute sensacional, um dos mais sensacionais da história do UFC, com um chute giratório maravilhoso, o famoso ura-mawashi do caratê. E numa situação complicada, no terceiro round, num combate que ele vinha perdendo.
Barbosa, merecidamente, levou R$ 240 mil a mais, como bônus de melhor luta e melhor nocaute da noite. Foi demais.
Além deles, Rousimar Palhares, o Toquinho, bateu o americano Mike Massenzio com uma… Chave de perna! Sim, sim, mais uma vez, é impressionante o aproveitamento dele com esse golpe.
E Carlo Prater foi declarado vencedor contra Erick Silva, em decisão muito polêmica e contestada por todo mundo do árbitro Mario Yamasaki. Silva derrubou e foi para cima do rival, dando muitos socos na cabeça dele. O juiz interpretou que alguns deles foram ilegais, na parte de trás.
Yamasaki começou a ser confrontado ainda no octógono, por Joe Rogan, o entrevistador oficial do UFC. “Não vi nada de ilegal ali. Acho que você errou. Para mim, Erick Silva venceu a luta”, disse. White reafirmou as mesmas palavras, tanto é que anunciou que Silva seria tratado como vencedor e, assim, receberia a bolsa como tal.
A coisa foi polêmica. Ao ponto de White dizer que talvez seja a hora de o UFC começar a utilizar replays para tomar decisões assim e evitar decisões equivocadas.
Haja polêmica…
No card preliminar, Felipe Sertanejo bateu Antônio Carvalho, por decisão unânime dos juízes; Mike Pyle nocauteou Ricardo Funch, com uma joelhada no primeiro rounde, naquele que seria o único revés de um brasileiro na noite; Yuri Marajó passou pelo japonês Michihiro Omigawa, também na decisão unânime; Gabriel Napão triunfou sobre Edevaldo Lula, com um mata-leão; e Thiago Tavares superou o canadense Sam Stout, em outra unanimidade dos árbitros.
E a torcida, se não lotou 100% a Arena HSBC, deu mais um show. Muito barulho, muito apoio, muita energia dispensada aos brasileiros, que corresponderam com um evento de alto nível.
Que venha a edição de São Paulo, no meio do ano, com Anderson Silva, Wanderlei Silva, Vitor Belfort e Chael Sonnen (oxalá!) & Cia.
Fonte: Bom Dia
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