Judiciário

Juiz Marcelo Bretas é acusado de negociar penas, orientar advogados e combinar com o MP, destaca reportagem Veja

Foto: Reprodução/Veja

Em outubro do ano passado, um advogado pouco conhecido em Brasília, mas famoso em algumas rodas do Rio de Janeiro, telefonou para o Supremo Tribunal Federal (STF). Havia muito se ouvia falar dele em gabinetes importantes da capital. Assustado, o criminalista acabara de ser alvo de mandados de busca e teve celulares e computadores apreendidos pela Polícia Federal. Nythalmar Dias Ferreira Filho, de 31 anos, queria uma audiência com o ministro Gilmar Mendes, um crítico ferrenho dos métodos considerados pouco ortodoxos empregados pelos investigadores da Lava-Jato. Ele se dizia vítima de perseguição e queria consultar o ministro sobre a possibilidade de obter um acordo de colaboração. Em troca de benefícios, se propunha a testemunhar e apresentar provas de graves ilegalidades que, segundo ele, foram cometidas pelo braço fluminense da operação. Sem saber exatamente do que se tratava, Mendes não o atendeu. O advogado, porém, não estava blefando e insistiu com outras autoridades. O que ele estava disposto a contar, afinal, tinha tudo para se transformar em mais um ruidoso escândalo judicial.

Cinco meses depois dessa primeira tentativa, Nythalmar assinou um acordo com a Procuradoria-Geral da República. VEJA teve acesso à íntegra dos anexos apresentados pelo advogado — os resumos dos segredos que o colaborador se compromete a revelar às autoridades. O alvo principal do delator é o juiz Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Lava-Jato no Rio de Janeiro. O magistrado ganhou notoriedade pelo seu trabalho à frente da 7ª Vara Federal em processos que resultaram na prisão de políticos importantes, como o ex-presidente Michel Temer e o ex-governador Sérgio Cabral, e de empresários do porte de Fernando Cavendish, ex-do­no da construtora Delta, e Eike Batista, que já foi um dos homens mais ricos do país. Segundo o criminalista, Bretas não é imparcial. Muito pelo contrário. Ele se comporta como policial, promotor e juiz ao mesmo tempo: negocia penas, orienta advogados, investiga, combina estratégias com o Ministério Público, direciona acordos, pressiona investigados, manobra processos e já tentou até influenciar eleições — evidentemente tudo à margem da lei.

Arte diálogo entre Nythalmar e Bretas

Nythalmar promete apresentar provas de todas essas acusações. A principal delas é a gravação de uma conversa entre ele, o juiz e um procurador da República encarregado da Lava-Jato. Em 2017, os três discutiam uma estratégia para convencer o empresário Fernando Cavendish a confessar seus crimes mediante o oferecimento de algumas vantagens judiciais. No áudio, cuja transcrição faz parte do material obtido por VEJA, o juiz diz a Nythalmar, representante de Cavendish, que havia sondado o Ministério Público sobre um acordo e, caso tudo saísse como combinado, poderia “aliviar” a pena do empresário. “Você pode falar que conversei com ele, com o Leo, que fizemos uma video­conferência lá, e o procurador me garantiu que aqui mantém o interesse, aqui não vai embarreirar”, diz Bretas ao advogado. Leo é o procurador Leonardo Cardoso de Freitas, então coordenador da Lava-Jato no Rio de Janeiro. O procurador também participava da conversa, realizada através de videoconferência. Na se­quência, Bretas garante que a sentença do empresário será abrandada.

“E aí deixa comigo também que eu vou aliviar. Não vou botar 43 anos no cara. Cara tá assustado com os 43 anos”, diz o juiz. Conhecido pela rigidez de seus veredictos, Bretas, ao citar os tais “43 anos”, se referia ao pânico que se espalhou entre os investigados quando ele anunciou sua decisão de condenar por corrupção o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, a 43 anos de prisão logo no início da Lava-Jato, em 2016. A sentença imposta a Pinheiro, naquele momento a maior da operação, gerou um temor generalizado nos réus. “Foi boa então você ter colocado 43 no Othon, né?”, elogia o advogado no diálogo gravado. Entre risadas, Bretas confirma: “É, ooo”. A conversa produziu os resultados esperados pela trinca. Logo Cavendish começou a confessar seus crimes e mais tarde assinou um acordo de delação premiada com o Ministério Público. O empreiteiro, entre outras revelações, confessou o pagamento de milhões em propina a vários políticos e, em troca, ganhou o direito de responder ao processo em liberdade.

ACUSAÇÕES - A delação tem oito anexos que tratam de manobras, combinações, estratégias, acordos e negociações ilegais que teriam sido feitas pelo juiz e pelos procuradores da força-tarefa da Lava-Jato no Rio de Janeiro – ./. Foto: Veja

No anexo da delação, em que detalha a importância do áudio apresentado como prova da suposta atuação irregular de Marcelo Bretas na Lava-Jato, o advogado diz que a conversa “demonstra de forma inequívoca que o juiz responsável, juntamente com os membros da força-tarefa, montou um esquema paraestatal, ilegal de investigação, acusação e condenação”. “O diálogo demonstra claramente que o juiz não só tinha ciência das colaborações antes de serem fechadas, bem como participava, negociava e intermediava com a ciência, participação e cooperação do MPF nas investigações, fato este gravíssimo”, relata o delator. Para garantir o direito de qualquer cidadão a um juiz imparcial, a lei proíbe que julgadores se aliem a acusadores ou a advogados em busca de um resultado judicial comum, que participem da produção de provas ou integrem as negociações para a formalização de acordos de colaboração. Qualquer atitude nesse sentido fere o devido processo legal e torna-se uma afronta ao estado democrático de Direito. No ano passado, o STF anulou uma condenação no caso Banestado por considerar que o então juiz Sergio Moro atuou de forma ilegal ao colher o depoimento de um delator e anexar documentos ao processo sem avisar a defesa.

Desde 2016, Nythalmar Ferreira atuava na Vara comandada por Marcelo Bretas. A proximidade dele com o juiz sempre suscitou rumores de que o jovem advogado recebia tratamento privilegiado, especialmente devido à sua rápida ascensão profissional e à invejável carteira de clientes que conquistou, o que lhe rendeu, inclusive, a investigação por tráfico de influência que resultou nas buscas em seu escritório. No acordo de delação, o advogado faz um raio-X de suas relações com o juiz da Lava-Jato fluminense e relata que de fã incondicional de pautas lavajatistas passou a presenciar pressões para que réus confessassem crimes em troca de penas mais brandas ou, no caso de empresários, a sobrevivência de seus negócios. Em um dos episódios mais notáveis desse comportamento impróprio, revela o delator, o juiz intermediou um acordo informal com o ex-governador Sérgio Cabral em que a moeda de troca seria poupar a ex-primei­ra-dama Adriana Ancelmo das investigações de corrupção.

No Anexo II do acordo de colaboração, Nythalmar afirma que, por volta de maio de 2018, a pedido do filho de Cabral, procurou Bretas com a proposta de livrar Adriana. O juiz concordou, ajustou os detalhes com o procurador Eduardo El Hage, então chefe da Lava-Jato no estado, e deu orientações para que Cabral e a ex-primeira-dama redigissem uma carta de próprio punho “abrindo mão de todo o patrimônio”. Para dissimular a combinação, Nythalmar afirma que o MP recorreu da decisão — tudo acertado entre as partes. Preso em Bangu 8, Sérgio Cabral passou a confessar seus crimes a Bretas em junho de 2018. Em agosto do mesmo ano, o magistrado revogou a prisão domiciliar de Adriana Ancelmo e autorizou que ela respondesse às acusações em liberdade. O delator informou que tem guardada uma gravação que “demonstra a participação, ciência e aquiescência de acordo similar” ao do ex-governador.

Desde o início da operação, os investigadores da Lava-Jato nunca esconderam suas desconfianças em relação à atuação dos juízes dos tribunais superiores de Brasília. No Anexo IV da delação, Nythalmar revela que Bretas e os procuradores se uniram numa manobra que constrangeria o ministro Gilmar Mendes, relator dos casos que envolviam o Rio de Janeiro. Em São Paulo, havia uma investigação que tinha como alvo o ex-presidente da empresa paulista de infraestrutura rodoviária (Dersa) Paulo Preto, apontado por delatores como operador financeiro do PSDB. Gilmar, como se sabe, tem ligações históricas com políticos do partido — ele foi indicado ao STF pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Na tentativa de pegar algum elo entre o investigado e o ministro, Bretas e os procuradores fluminenses tentaram transferir essa investigação para o Rio de Janeiro. Além do constrangimento, a mudança de jurisdição poderia ser usada como argumento para a escolha de um novo relator do caso. O objetivo da manobra era abrir “caminho, na visão deles, para a Lava-Jato de São Paulo ocorrer no Rio de Janeiro com mais tranquilidade, sem ser tolhida ou vigiada pelo ministro Gilmar Mendes”. O delator informou que é possível recuperar a troca de mensagens que existe entre ele e o juiz que detalham ponto a ponto essa estratégia.

Punido recentemente pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) por ter participado de atos políticos ao lado do presidente Jair Bolsonaro, Marcelo Bretas até há pouco tempo não escondia sua proximidade com detentores de mandatos eletivos. O mais notório deles, o ex-governador do estado Wilson Witzel (PSC), afastado do cargo após um processo de impeachment. Witzel e seu adversário nas eleições de 2018, o atual prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), protagonizam um tormentoso anexo do acordo de delação de Nythalmar. Sob o título de “interferências nas eleições de 2018”, o terceiro capítulo da colaboração premiada do advogado acusa Bretas de ter atuado deliberadamente para influenciar o resultado das eleições que alçaram Witzel ao Palácio Guanabara. Às vésperas do primeiro turno da disputa de 2018, o juiz teria vazado o depoimento de um ex-assessor de Paes, então líder nas pesquisas de intenção de voto, acusando o candidato de envolvimento em fraude de licitações e recebimento de propina. O delator informou ter ouvido do próprio Bretas a revelação de que ele nutria antipatia pelo ex-­prefeito e que “foi importante que a população fluminense soubesse quem era Eduardo Paes antes da eleição”.

Ainda de acordo com o delator, em busca de um armistício, já no segundo turno, o candidato Paes teria se comprometido, caso eleito, a nomear uma irmã de Bretas para uma secretaria no futuro governo. Nesse mesmo período, Nythalmar afirma ter havido outra negociação incomum envolvendo o juiz, Eduardo Paes e Wilson Witzel. Segundo ele, após ser derrotado por Witzel, Paes fez um acordo informal com o magistrado, por meio de um advogado de sua campanha, garantindo que abandonaria a política “em troca de não ser perseguido”. Witzel, por outro lado, nomeou Marcilene Cristina Bretas, a irmã do juiz, para um cargo na Controladoria-Geral do Estado. A VEJA, o juiz Marcelo Bretas disse que não conhece o teor da delação de Nythalmar, mas afirmou que não há irregularidades no trabalho da 7ª Vara e desqualificou as acusações de que atua­ria com parcialidade na condução da Lava-Jato fluminense. “A pessoa pode falar o que quiser. Já há algum tempo querem achar alguma coisa para indicar (contra mim), mas vamos esperar que alguém demonstre alguma coisa, porque falar realmente é muito fácil”, disse. O áudio, no caso, atrapalha o raciocínio do magistrado.

Aprovado pela Procuradoria-Geral da República, o acordo de delação do advogado ainda precisa ser homologado pela Justiça. Se isso acontecer — e se ele efetivamente conseguir provar todas as graves acusações que fez —, estará aberto o caminho para um segundo capítulo da Vaza-Jato. Em 2019, a partir da divulgação de diálogos captados por criminosos virtuais, a atuação da força-tarefa da Lava-Ja­to em Curitiba foi posta em xeque, manchando a credibilidade da operação e a imparcialidade do ex-­juiz Sergio Moro. Com as revelações de Nythalmar, o braço carioca da operação passa a correr o mesmo risco.

Veja

Opinião dos leitores

  1. Foi criado uma quadrilha dentro do sistema judiciário brasileiro para dá o golpe, tirar direitos do povo, entregar o pré sal e entregar nosso patrimônio. Todos devem pagar pelo que fizeram com o país, começando pelo moro e o dallagnol.

  2. Nada demais em dar um “incentivo” para que um criminoso cobfesse seus malfeitos. Delação premiada funciona assim. Ao que parece, o juiz não obteve vantagem pessoal. Então, segue o jogo.

    1. As pessoas nem sabem ou entendem as relações do judiciário e já começam a criticar o juiz. Lembre-se que TUDO Isso é uma narrativa da esquerda comprada pela direita para dar voz a apenas dois candidatos: Lula e Bolsonaro e de quebra vem Cabral, Cunha e sua turma. Aprendam pensar. Depois critiquem os Juízes.

  3. Calígula inalador de ozônio acusou o golpe. Ruminante fraco que nem o chefe miliciano dele…

  4. Lembro no inicio da lava jato, uma programa da veja hospedado no youtube com Guilherme Boulos e um jornalista chamado Demetrio Magnoli. Nesse programa o sr. Demetrio ja dizia que o PT, ao perder o poder, iria criar inúmeras narrativas que pudessem creditar o retorno de toda a quadrilha. Dão a entender que toda a corrupção, comprovada através de delações, documentos e horas de interrogatórios, não passaram de “perseguição” de um grupo de juízes. E o pior é que tem um bando de toPTeras que acreditam.

  5. Não vi nada demais. A suposta negociação foi apenas para convencer o cara a confessar seus crimes. Por que um criminoso iria confessar seus delitos se não obtiver alguma vantagem? Aliás, a tal “delação premiada” baseia-se nisso. E o juiz, ao que parece, não auferiu vantagem pessoal com isso. No Brasil, muitas vezes o poste quer mijar no cachorro. Segue o jogo.

  6. Não esperava nada diferente vindo de um juuzeco que vai para palanque dançar com Crivella e o Genocida “em nome de Deus”, fazendo política tacanha.

    1. Eu só vi um caçador de bandido no trecho em destaque. Leu alguma coisa além da manchete, amigo? Mexer com gente poderosa é isso mesmo, gravar um juiz… tem que respeitar esses mafiosos. E tem analfabeto funcional que ainda se deixa levar pelas narrativas encharcadas de interesses.

    1. Criança, vc saiu de qual sarjeta? Beijos de Luz do Calígula kkkk

  7. Aqui juntou a manada de zebu guzerá mugindo: Calígula (biba), Direita (des)honesta, dentre outros puxa-sacos pagos. Este blog virou uma estrebaria… mas nessa matéria aqui, o gado num solta nem peido…

    1. Calma criança, cuide do coração para não infartar, ainda quero tiver por aqui na Vitória do Bozo kķkkk bjs de Luz do Calígula

    2. O interessante é que aqui, ” no comentários do leitor”, o juiz já foi condenado . kkkkkkk Mil vezes canalhas . Seres desprezíveis que são sanguessugas do erário público e comedores de pão com mortadela. Estamos de olho!!!

  8. Hô BG, veja, Globo, UOL, foice de São Paulo e Estadão, aqui não. Não rebaixe ou se iguale a esses jornalecos escrôtos, sem credibilidade.

  9. Normal demais isso nos tribunais. O que está errado é uma revista que hoje presta um desserviço a população querer denegrir um juiz que mostrou ao brasileiro quem são os políticos que eles elegeram. Os juizes só mostraram a todos que para se ganhar dinheiro e ficar rico feito essas empreiteiras ou ao Eike tem que pagar propina a político.

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Geral

Ao ser preso, Silvinei levava carta dizendo que tinha câncer no cérebro e por isso não podia ouvir, nem falar

Foto: Polícia do Paraguai/Divulgação

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, preso após fugir do Brasil para o Paraguai, apresentou às autoridades aeroportuárias uma declaração médica em que afirma ser portador de glioblastoma multiforme grau IV, um câncer cerebral agressivo.

No documento, redigido em espanhol, Vasques diz não conseguir falar nem ouvir, solicitando que qualquer comunicação seja feita por escrito. “Não posso responder perguntas de forma falada. Se necessário, a comunicação pode ser feita por escrito”, escreveu.

Ele também declarou ter realizado radioterapia e quimioterapia em dezembro de 2025, em Foz do Iguaçu (PR), e que viajava para realizar um procedimento de radiocirurgia, com o objetivo de prolongar a vida. Apesar disso, afirmou estar lúcido e clinicamente apto para viajar, dentro das limitações de comunicação.

Segundo o texto, Vasques seguia de Assunção (Paraguai) para San Salvador (El Salvador) em voo da Copa Airlines, exclusivamente para tratamento médico, sem data definida de retorno ao Brasil.

A prisão preventiva foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes (STF) após a Polícia Federal apontar indícios de fuga, incluindo a perda de sinal da tornozeleira eletrônica e a constatação de que o apartamento do ex-diretor estava vazio. Vasques será transferido para Foz do Iguaçu e, depois, para Brasília.

Veja a carta:

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Política

Com 2025 chegando ao fim, Lula planeja viagens estratégicas ao exterior em 2026

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já traça as primeiras agendas internacionais de 2026. Embora o ano seja marcado pela disputa eleitoral, o Planalto trabalha com a previsão de ao menos quatro viagens ao exterior no primeiro semestre, voltadas ao fortalecimento de relações bilaterais e à ampliação de acordos comerciais.

A primeira parada pode ocorrer em janeiro, no Panamá, após convite feito pelo presidente José Raúl Mulino durante a Cúpula do Mercosul. Em fevereiro, Lula deve viajar à Índia e à Coreia do Sul. Na Índia, participará da abertura de um seminário sobre inteligência artificial e cumprirá visita de Estado, em meio ao esforço do governo brasileiro para ampliar o acesso de produtos nacionais ao mercado indiano.

A agenda na Coreia do Sul também é considerada estratégica, especialmente pelo interesse do Brasil em abrir espaço para a exportação de carne ao país asiático. Em março, o presidente ainda deve seguir para a Alemanha, onde participará da Feira de Hannover, principal evento mundial de inovação industrial, além de manter encontro bilateral com o primeiro-ministro Friedrich Merz.

No segundo semestre, a tendência é de redução das viagens internacionais em razão da campanha à reeleição. Ainda assim, Lula pode comparecer a cúpulas tradicionais do calendário diplomático, como o G7, que será realizado na França, além de encontros do Brics, da ONU, do G20 e da COP31, prevista para ocorrer na Turquia.

Com informações do Metrópoles

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Geral

STF abre brecha inédita e coloca em risco decisão do BC que liquidou o Banco Master

Foto: Carlos Moura/STF

Brasília acompanha um movimento considerado sem precedentes no sistema institucional brasileiro. O Supremo Tribunal Federal (STF) passou a sinalizar a possibilidade de interferir diretamente em uma decisão técnica do Banco Central, o que pode levar à anulação da liquidação do Banco Master, instituição investigada por suspeitas de irregularidades graves.

A movimentação ocorre sob a relatoria do ministro Dias Toffoli e levanta questionamentos sobre a autonomia do Banco Central, que por lei atua de forma independente para preservar a estabilidade do sistema financeiro. Especialistas destacam que, até hoje, o STF nunca havia revisado ou colocado em dúvida uma decisão técnica do BC nesse nível.

O indicativo mais recente dessa possível reviravolta foi a determinação de Toffoli para a realização de uma acareação envolvendo o controlador do Master, Daniel Vorcaro, o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton Aquino, e o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa. A iniciativa reforçou a expectativa de que a decisão de liquidação possa ser revista.

Nos bastidores, a estratégia de Vorcaro seria tentar descredibilizar o trabalho técnico da equipe do Banco Central, colocando em xeque os fundamentos usados para justificar a liquidação da instituição financeira.

Paralelamente, o Tribunal de Contas da União (TCU) também entrou no debate ao questionar a rapidez e os critérios adotados pelo BC no processo de liquidação do Master. As manifestações do órgão de controle acabaram abrindo espaço para o avanço de uma possível reversão da medida, algo que pode redefinir os limites entre decisões técnicas e interferências judiciais no sistema financeiro brasileiro.

Com informações do Diário do Poder

Opinião dos leitores

  1. “Cheirinho” de coisa estranha no ar…
    Tudo isso acontecendo no recesso do judiciário….Onde só questões de ordem urgente deveriam ser analisadas….O que não é o caso….Alguém está com receio da coisa evoluir sem controle….Nunca na história do país,algo dessa forma aconteceu…

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Geral

VÍDEO: População comemora transporte gratuito na volta do shows do Natal em Natal

Vídeo: Reprodução

Quem foi aos primeiros shows do Natal em Natal já sentiu a diferença na saída: a volta para casa está sendo feita de ônibus e sem pagar passagem. A medida, anunciada pela Prefeitura do Natal, foi comemorada pelo público, especialmente por quem depende do transporte coletivo para retornar após os eventos em Ponta Negra.

De acordo com a gestão municipal, entre a quinta-feira (25) e o dia 31 de dezembro, os usuários contam com linhas especiais e com o reforço do sistema Corujão, garantindo transporte gratuito apenas no retorno dos shows. Na ida, o passageiro paga a tarifa normal do sistema, com tarifa social de R$ 2,45 no feriado de Natal para quem utiliza o cartão NuBus, e valor integral de R$ 4,90 entre os dias 26 e 31.

Os shows, realizados entre os dias 25 e 30 de dezembro em Ponta Negra, contam com três linhas expressas — SE7, SE8 e SE9 — além das linhas Corujão N-73 e Corujão E. A operação atende todas as regiões da cidade, com destaque para a Zona Norte, garantindo deslocamento rápido e seguro após o encerramento das apresentações.

A linha SE7 faz a ligação direta entre Ponta Negra e a Zona Norte, com parada também na Praia do Meio, realizando 20 paradas ao longo do percurso. Já a SE8 atende exclusivamente bairros da Zona Norte, com 14 paradas, enquanto a SE9 percorre bairros como Neópolis, Pitimbu e Planalto, com 11 paradas no trajeto.

O embarque acontece na Avenida Engenheiro Roberto Freire, em frente ao Hotel Ponta Negra Flat. Entre os dias 26 e 30, as linhas operam a partir da 1h10, com saídas concentradas entre 2h15 e 3h40, garantindo fluxo contínuo de passageiros após os shows.

Ao todo, a operação especial conta com 50 ônibus e 53 viagens por noite, ampliando a oferta de transporte e reduzindo transtornos no retorno para casa. Para o público, a iniciativa representa mais conforto, economia e segurança durante a programação do Natal em Natal.

Com informações do G1

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Geral

Onda de calor coloca mais de mil municípios em risco e acende alerta para a saúde

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

A forte onda de calor que atinge três regiões do Brasil deixou mais de 1,2 mil cidades em oito estados sob alerta de grande perigo até a próxima segunda-feira (29). As temperaturas elevadas têm imposto riscos à saúde da população, especialmente para quem trabalha ao ar livre e grupos mais vulneráveis, como idosos e pessoas com doenças crônicas.

A exposição prolongada ao calor extremo pode provocar estresse térmico, desidratação e, em casos mais graves, hipertermia — quando a temperatura corporal ultrapassa os 40 °C, afetando órgãos vitais. O corpo tenta se regular por meio da transpiração, mas a perda excessiva de líquidos e sais minerais pode levar a tontura, fraqueza, confusão mental e até desmaios.

No Rio de Janeiro, a rede municipal de saúde registrou mais de 1,3 mil atendimentos em apenas três dias, possivelmente relacionados ao calor intenso. Entre os principais sintomas estão tontura, fraqueza, desmaios e queimaduras solares. Em Belo Horizonte, onde os termômetros ultrapassaram os 35 °C, moradores reforçaram cuidados como hidratação, uso de protetor solar e roupas leves.

Especialistas alertam que qualquer sinal de mal-estar deve ser levado a sério. A recomendação é evitar exposição direta ao sol nos horários mais quentes, buscar ambientes frescos, manter hidratação constante e procurar atendimento médico diante de sintomas persistentes, principalmente em pessoas com hipertensão ou outras condições de saúde.

Com informações do G1

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Geral

Após cirurgia, Bolsonaro permanece internado com foco em recuperação e controle de soluços

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue internado neste sábado (27), dois dias após passar por cirurgia para correção de uma hérnia inguinal bilateral. Segundo a equipe médica, o procedimento realizado no dia de Natal ocorreu dentro do previsto, e o ex-presidente permanece em cuidados pós-operatórios, com fisioterapia, uso de medicamentos para prevenção de trombose e acompanhamento clínico contínuo.

A previsão inicial é de até uma semana de internação, o que pode estender a permanência no hospital até o período do Ano Novo. Bolsonaro não precisou ser encaminhado à UTI após a cirurgia e já retornou ao quarto. A recuperação agora está concentrada no restabelecimento da autonomia para atividades básicas do dia a dia.

De acordo com o cirurgião Cláudio Birolini, o ex-presidente ainda necessita de auxílio para tarefas como tomar banho e se movimentar, o que impede, neste momento, a alta hospitalar. A equipe médica avalia diariamente a evolução do quadro para definir o melhor encaminhamento após a internação.

Além da recuperação cirúrgica, os médicos seguem monitorando crises de soluço que afetam Bolsonaro. Um procedimento específico chegou a ser cogitado, mas foi adiado após ajustes na medicação e na dieta. A necessidade de nova intervenção deve ser reavaliada nos próximos dias, possivelmente na segunda-feira.

Com informações do R7

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Economia

Interferência judicial no caso Master acende alerta sobre segurança jurídica no mercado

Foto: divulgação/Banco Master

Especialistas do mercado financeiro avaliam com apreensão a atuação do Judiciário no caso do Banco Master e alertam para riscos de insegurança jurídica. A liquidação extrajudicial da instituição foi decretada pelo Banco Central em 18 de novembro, após a identificação de uma fraude estimada em R$ 12 bilhões, envolvendo a criação de carteiras de crédito e fundos sem lastro para sustentar artificialmente a liquidez do banco.

Apesar da apuração conduzida pela autoridade monetária, decisões recentes passaram a questionar o processo. Na última semana, o ministro Jhonatan de Jesus, do TCU, solicitou explicações técnico-jurídicas ao BC, enquanto o ministro Dias Toffoli, do STF, determinou uma acareação entre o controlador do Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do BRB Paulo Henrique Costa e o diretor de Fiscalização do BC, Ailton de Aquino.

Para Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor de Política Monetária do Banco Central, os questionamentos são “fora de propósito”. Ele destaca que as decisões da autarquia são colegiadas e que não há controvérsia quanto à fraude. Segundo ele, a venda do banco ao BRB não ocorreu porque os ativos oferecidos eram inexistentes, o que levou à prisão dos envolvidos e à liquidação da instituição.

No mercado, a possibilidade de reversão da medida é vista como um cenário crítico. Fontes ligadas à gestão de riscos alertam para uma quebra de confiança no sistema regulatório brasileiro. A economista-chefe da Lifetime Investimentos, Marcela Kawauti, afirma que uma liquidação só ocorre após critérios rigorosos e que sua reversão poderia gerar incerteza e instabilidade no sistema financeiro nacional.

Com informações da CNN

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Geral

Voto de Moraes em 2023 afrouxou regra sobre atuação de escritórios de parentes

Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes votou, em agosto de 2023, pela inconstitucionalidade de um trecho do Código de Processo Civil (CPC) que restringia a atuação de magistrados em processos envolvendo escritórios de advocacia de cônjuges ou parentes. A decisão voltou ao centro do debate após a revelação de um contrato de R$ 129 milhões firmado entre o Banco Master e o escritório da esposa do ministro, Viviane Barci de Moraes.

A informação foi divulgada pela colunista Malu Gaspar e confirmada pelo colunista Tácio Lorran, do Metrópoles, e ganhou repercussão após relatos de que Moraes teria atuado junto ao Banco Central em favor da instituição financeira. O voto que derrubou o inciso VIII do artigo 144 do CPC foi redigido pelo ministro Gilmar Mendes e contou com o apoio de Moraes, além de Nunes Marques, André Mendonça, Dias Toffoli e Cristiano Zanin.

O dispositivo, em vigor desde 2015, impedia juízes de atuar em processos nos quais figurasse como parte cliente de escritório pertencente a cônjuge, companheiro ou parente até o terceiro grau, mesmo que o patrocínio fosse feito por outro advogado. Para Gilmar Mendes, a regra poderia gerar distorções e ferir o princípio do juiz natural.

No voto acompanhado por Moraes, o decano argumentou que a restrição poderia provocar uma “onda” de impedimentos e um custo administrativo elevado, dada a quantidade de julgamentos anuais no STF. Ficaram vencidos os ministros Edson Fachin, relator da ação, Rosa Weber, Cármen Lúcia e Luís Roberto Barroso.

Com informações do Metrópoles

Opinião dos leitores

  1. Pq será? Será que já estava prevendo um bolada de 129 MILHÕES chegando no bolso? Fora as outras que não foram reveladas… São tantas perguntas…

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Geral

Descaso do governo do RN deixa praias do litoral norte isoladas por dunas na RN-305 em Pitangui

Foto: Divulgação

Mais um verão chega e o mesmo problema de sempre: dunas móveis tomando conta da RN-305, a principal estrada de acesso às praias de Pitangui, Porto Mirim, Jacumã, Muriú para o norte e Graçandú e Barra do Rio.

O governo do Estado conhece a situação há anos, mas insiste em fingir que não vê. Resultado? Motoristas arriscam a vida em pistas cobertas de areia, turistas desistem de visitar a região e a economia local vai ladeira abaixo.

A areia invade a rodovia e encobre faixas inteiras da pista. À noite ou quando o vento está forte, dirigir ali virou loteria. O perigo de acidente é real e constante.

Foto: Divulgação

A resposta do poder público até agora? Mandar retirar a areia de vez em quando. Só isso. Uma semana depois, tudo volta ao normal – ou melhor, ao anormal. As dunas avançam de novo, a pista fica intransitável outra vez e ninguém faz nada de verdade para resolver o problema.

Moradores e especialistas falam em construir uma nova estrada, criar barreiras, fazer alguma coisa que funcione de vez. Mas cadê o projeto? Cadê o planejamento? O DER/RN tem a obrigação legal de manter essas estradas em condições de uso. Então por que não faz?

Enquanto o governo do Rio Grande do Norte se omite, quem sofre é o povo. Comerciantes veem o movimento cair porque turista não quer arriscar a vida numa estrada perigosa. Restaurantes, pousadas, barracas de praia – todos sentem o prejuízo. E não é só em Pitangui. São várias comunidades que dependem do turismo e estão sendo abandonadas por um governo que não faz o dever de casa.

Foto: Divulgação

O litoral potiguar tem potencial enorme para crescer, gerar emprego e renda. Mas como? Se nem chegar até as praias dá direito? A alta temporada chegou, as praias estão bonitas como sempre, mas o acesso continua precário e perigoso.

Não é possível que em pleno 2025 o governo ainda trate infraestrutura básica como favor. É obrigação. O DER/RN precisa parar de empurrar o problema com a barriga e apresentar uma solução definitiva. Não dá mais para aceitar remendo em problema que exige conserto.

A população do litoral norte merece respeito. Merece estradas seguras, desenvolvimento e oportunidade. Merece um governo que trabalhe, não que enrole. A areia vai continuar avançando – é da natureza dela. Mas a omissão não pode continuar. Essa é escolha do governo do Estado.

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Política

Governo Lula esconde por oito meses R$ 2,5 bilhões em honorários da AGU; dados só reaparecem após cobrança

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governo Lula deixou de divulgar, por oito meses, os dados sobre a distribuição de honorários advocatícios pagos a integrantes da Advocacia-Geral da União (AGU), que somam R$ 2,5 bilhões desde dezembro do ano passado. As informações pararam de ser publicadas no Portal da Transparência em novembro de 2024 e só voltaram a aparecer no dia 16 de julho após questionamentos da imprensa.

Os honorários são valores pagos a advogados públicos quando a União vence ações judiciais e são rateados entre cerca de 8 mil membros da AGU, incluindo aposentados. No último mês disponível, maio de 2025, o ministro-chefe da AGU, Jorge Messias, servidor de carreira desde 2006, recebeu R$ 21.096,23 em honorários. Ou seja, durante meses, ficaram sob sigilo pagamentos feitos inclusive ao próprio chefe do órgão.

Antes da interrupção, os dados eram divulgados mensalmente. Em outubro de 2024, último mês antes do apagão, 33 servidores receberam mais de R$ 100 mil em honorários, com pagamentos individuais acima de R$ 500 mil. Em maio deste ano, o maior valor registrado foi de R$ 478.701,19. Mudanças nas regras também elevaram os rendimentos, ao permitir que os honorários entrem no cálculo do terço adicional de férias.

A ocultação dos dados ocorre enquanto o governo Lula discursa contra “supersalários” e enfrenta dificuldades para fechar as contas públicas. Procurado, o Conselho Curador dos Honorários Advocatícios (CCHA) afirmou que a suspensão ocorreu por “incompatibilidades técnicas” com os sistemas da Controladoria-Geral da União (CGU) e prometeu retomar a divulgação nos próximos dias. A AGU disse que a responsabilidade pela publicação é exclusiva do CCHA.

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