Sobre a “antecipação” da aposentadoria, as boas e más línguas da área jurídica apontam a crise no Tribunal como o principal motivo. Coube a Caio Alencar a chefia da comissão interna que investiga os desvios no setor de precatórios. É o momento de maior fragilidade da história da Corte, envolvida em um noticiário policial, que culminou com o afastamento de dois desembargadores e a prisão de uma servidora. O trabalho, o próprio Caio concede, não é exatamente tranqüilo. Pressões, constrangimentos, dificuldades.
Mas o motivo da aposentadoria, nas palavras dele, não está ligado à crise, mas justamente às convicções. “O limite é o bom senso do juiz. Chega uma hora que não dá mais para julgar e não é a lei que deveria dizer o momento certo para se afastar. É o bom senso mesmo. Chega ao meu gabinete a miséria da sociedade e quando o juiz começa a absorver isso, é hora de parar. Achei que não posso mais jurisdicionar”, aponta.
O desembargador nasceu, em Martins, numa família de proprietários de terras, políticos, advogados e juízes. O caminho do Direito foi natural. Formado em 1970, Alencar já tencionava ser magistrado. Mas o primeiro concurso foi para o Ministério Público.
Após quase três meses desde a abertura das atividades legislativas de 2025, os projetos prioritários do governo federal ainda tramitam em “marcha lenta” na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Apenas umas das propostas listadas como prioritárias chegou à sanção.
Em fevereiro deste ano, o então ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, apresentou ao Congresso uma lista de 48 propostas de destaque para análise neste ano. Da lista, apenas uma matéria foi sancionada. Outras 21 foram aprovadas por pelo menos uma Casa legislativa, conforme levantamento feito pela CNN.
O único projeto aprovado pelos parlamentares e sancionado foi o que facilita a alocação de recursos federais para a drenagem e o manejo de águas da chuva em locais afetados por calamidade pública.
A Câmara concentra a análise da maioria das propostas – 32 delas, enquanto 12 tramitam no Senado. Outros três temas prioritários têm matérias semelhantes tramitando nas duas Casas ao mesmo tempo.
Entre os itens com maior prioridade, estão a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e o segundo projeto de regulamentação da reforma tributária. Ambos estão em tramitação, mas sequer chegaram na fase de realização de audiências públicas.
Ritmo lento
A demora para o avanço dos projetos se deve a um ritmo lento de atividade das comissões e dos plenários das Casas. Entre os poucos itens de destaque aprovados desde o início do ano, estão o projeto da reciprocidade econômica, a liberação do pagamento de restos a pagar e o Orçamento de 2025.
Além disso, feriados e viagens internacionais dos presidentes das Casas têm impactado o ritmo de votações.
Nesta semana, os presidentes Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP) viajaram para Roma para o funeral do papa Francisco. Ambos retornam no início da próxima semana, mas as sessões serão reduzidas devido ao feriado do Dia do Trabalhador.
Na segunda semana de maio, os presidentes devem voltar a se ausentar da Casa para participar de um evento empresarial em Nova York. Antes, no fim de março, os chefes legislativos acompanharam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em tour pela Ásia.
Prioridades na Câmara
As duas maiores prioridades do governo estão tramitando na Câmara. É o caso do projeto que amplia a isenção do IR e a proposta de emenda à Constituição (PEC) sobre a segurança pública no país.
A mudança no Imposto de Renda será analisada por uma comissão especial, que ainda não foi instalada. Governistas esperam o início dos trabalhos do colegiado na próxima semana, mas o feriado do Dia do Trabalhador deve esvaziar o Legislativo.
Já a PEC da Segurança começará a ser analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Um relator para o texto ainda não foi designado. A proposta foi oficialmente encaminhada na semana passada, mas há meses foi alvo de negociações do Executivo, especialmente com governadores.
Outras prioridades do Planalto incluem a regulamentação da inteligência artificial e a revisão do Plano Nacional de Educação (PNE). Ambas também devem ser discutidas em comissões especiais, que aguardam a instalação.
O ritmo lento de votação na Casa é criticado por parte dos deputados. Um parlamentar ouvido pela CNN, sob reserva, ironizou a “previsibilidade” da pauta – prometida por Motta quando foi eleito – e se queixou sobre a ausência de votações no plenário.
América e Treze ficaram frente a frente na tarde deste sábado (26), na Arena das Dunas, em Natal. Em campo, além dos três pontos, estava a quebra de um tabu. É que desde 2005 os duelos entre Dragão e Galo terminavam empatados. O de hoje, no entanto, terminou com uma goleada sonora do Alvirrubro, que com gols de Dudu, Hebert (2x) e Carlos Henrique (contra), venceu por 4 a 0 e agora é líder do Grupo 3 da Série D. O Alvinegro de Campina Grande, por sua vez, amarga sua segunda derrota na competição e é o lanterna provisório.
O primeiro tempo começou equilibrado, com América-RN e Treze se alternando no comando da posse de bola. Porém, a partir dos 20 minutos, o Dragão foi extremamente superior ao time paraibano e só não abriu o placar na metade da etapa inicial, com Souza, porquê Andrade fez um milagre. Aos 43, no entanto, após uma série de tentativas falhas de invadir a área, Dudu entrou livre, deixou dois marcadores para trás e estufou as redes trezeanas, no que foi o último ato da etapa inicial do jogo.
Na etapa final, o Treze voltou disposto a tentar o empate. Dione, logo aos três minutos, arriscou de longe e obrigou Renan Bragança a fazer boa defesa. Mesmo com mais posse de bola, o Galo deixava espaços para o Dragão, que aproveitou a brecha para, aos 27 minutos, aumentar a contagem. Apesar das mudanças promovidas por Felipe Surian, o Alvinegro não teve forças para sequer diminuir, enquanto que o Alvirrubro, já na reta final, viu Hebert fazer mais um e Carlos Henrique, contra, transformar a vitória em goleada.
Com o resultado, o América se recupera da estreia sem vitória e ganha moral para a sequência da competição. O próximo compromisso do time será fora de casa, contra o Central/PE, na terceira rodada.
Foto: SERVIÇO DE IMPRENSA PRESIDENCIAL DA UCRANIA / AFP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou o presidente russo Vladimir Putin por ataques a áreas civis da Ucrânia.
A declaração foi feita neste sábado (26), após o encontro do americano com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, no Vaticano. A ida ao funeral do papa Francisco foi a primeira viagem oficial de Trump ao exterior em seu segundo mandato.
“Não havia motivo para Putin disparar mísseis contra áreas civis, cidades e vilas nos últimos dias”, escreveu Trump em sua rede social.
“Isso me faz pensar que talvez ele não queira parar a guerra, que esteja apenas me enrolando e que precise ser tratado de maneira diferente, por meio de bancos ou sanções secundárias. Muita gente está morrendo”, concluiu.
Na última quinta-feira (24), um ataque russo com mísseis e drones atingiu ao menos quatro bairros de Kiev, capital da Ucrânia. Segundo autoridades locais, 12 pessoas morreram, mais de 60 ficaram feridas e incêndios foram registrados em vários edifícios residenciais.
Trump também responsabilizou seus dois antecessores, Barack Obama e Joe Biden, pela guerra entre Ucrânia e Rússia. E disse que está apenas “tentando limpar a bagunça” que eles deixaram.
Na publicação, o presidente americano não comentou sobre o encontro com Zelensky na Basílica de São Pedro, o primeiro desde a troca de farpas na Casa Branca em fevereiro. O presidente da Ucrânia disse que a reunião foi “muito simbólica”.
À revelia do TCU (Tribunal de Contas da União), o governo tenta emplacar a criação de forma permanente de mais um fundo privado que pode fazer gastos fora do Orçamento. Um projeto de lei que autoriza a participação da União no fundo privado de Apoio à Infraestrutura para Recuperação e Adaptação a Eventos Climáticos Extremos está na pauta de votação da próxima segunda-feira (28) na Câmara dos Deputados.
A proposta é relatada pelo petista Nilto Tatto (SP), que juntou num projeto de lei do líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), o conteúdo de duas medidas provisórias do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), editadas no ano passado.
Uma das MPs permitiu a criação do fundo de natureza privada com aporte de R$ 6,5 bilhões para a reconstrução do Rio Grande do Sul após as enchentes que atingiram o estado. Com a votação do projeto, o fundo, que é administrado pela Caixa Econômica Federal, passa a ser permanente, podendo receber outros aportes da União.
O presidente do TCU em entrevista à Folha recomenda que a tramitação legislativa do novo fundo privado espere resultado da auditoria sobre fundos privados. “Se o Congresso esperasse um pouco mais, ele poderia agir, deliberar essa nova lei com mais elementos”, disse Vital do Rêgo. Ele vai levar o tema aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), em reunião marcada para a próxima semana.
O uso de fundos privados, que ficam fora do Orçamento da União, para bancar políticas públicas foi condenado pela área técnica do TCU, que considera que a União tem recorrido a eles para driblar o Orçamento e fugir dos limites do arcabouço fiscal, que impõe um teto de gastos. Eles veem risco para as contas públicas.
O TCU indicou no julgamento do Pé-de-Meia, em fevereiro, que não vai aceitar que o governo use dinheiro dos fundos privados, em que a União é cotista, para financiar despesas para o pagamento de políticas públicas fora do Orçamento.
Acórdão do julgamento destaca que qualificar como despesa pública os dispêndios de fundos privados “que reputa serem tipicamente de Estado, além de carecer de fundamentação jurídica, colocaria em risco de funcionamento de outros programas essenciais, além do Pé-de-Meia”. O programa de bolsas tem sido financiado com recursos de fundos privados.
Para o TCU, o uso de fundos privados passa a percepção de que há um cumprimento meramente formal do arcabouço fiscal. O julgamento do Pé-de-Meia tem sido apontado como um freio de arrumação para o crescimento do uso de fundos privados pelo governo Lula.
Após o julgamento, Vital do Rêgo designou o ministro Bruno Dantas para relatar a auditoria que está mapeando todas as despesas e políticas públicas financiadas por meio de recursos que não transitam diretamente pelo Orçamento, o que incluiu os fundos privados.
No relatório preliminar, apresentado nesta semana, o TCU alertou que o uso de fundos privados em políticas públicas, como o Pé-de-Meia, gera antagonismo entre as políticas fiscal e monetária, cenário para aumento de juros, alteração no câmbio e impacto na inflação.
“Tem que passar pelo orçamento. Isso já ficou claro no Pé-de-Meia. Ele tem que ser orçamentado em 120 dias”, disse o Vital do Rêgo numa referência ao prazo que o TCU deu ao governo, em fevereiro para incluir as despesas do programa no Orçamento de 2025.
O projeto relatado por Tatto já começou a ser discutido em plenário, no noite da última quarta-feira, quando a liderança do governo deixou claro que não abre mão de manter a palavra “privado” na designação do fundo.
O deputado da oposição Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) apresentou um destaque para retirar a palavra “privado”. Para a líder da minoria, deputada Caroline de Toni (PL-SC), os fundos privados permitem um orçamento paralelo, que esconde a realidade das contas públicas.
“Essa é uma das maiores distorções apresentadas pelo governo. Se, de fato, todos os aportes aos chamados fundos privados estivessem no Orçamento da União como despesas primárias, por que então tanta resistência em nomear esses fundos como públicos, como é natural e transparente? Por que o esforço do governo em manter a palavra “privado” na redação do projeto?”, diz.
A líder da minoria destaca que o esse não é um caso isolado. Ela citou o fundo previsto na Lei do Mover, voltada à política industrial.
Procurado pela reportagem, o relator disse que não poderia falar porque estava em trânsito de uma viagem da Índia para o Brasil. O deputado Carlos Zarattini (PT-SP), que leu o parecer de Tatto no plenário, defendeu o projeto e rechaçou a ideia de que se trata de um orçamento paralelo.
“O gasto desse fundo de natureza privada é executado pelo conselho gestor, que tem uma determinada programação, ele vai executando. A execução é que não está no orçamento, mas o aporte de dinheiro é um aporte público orçamentário”, disse.
Segundo ele, a crítica ao uso de fundos privados é uma visão que o mercado financeiro quer emplacar. Ele disse que o fundo do projeto tem recursos para obras que atravessam dois, três anos. “A melhor forma de você agilizar é criar o fundo de natureza privada.”
Na sua avaliação, como o fundo já existe, se o projeto for votado retirando a palavra privado ficará um vazio jurídico. E admitiu que, se houver sobra do dinheiro do fundo, poderá ser usada para outros fundos.
Esses larápios sabem que entrar no órgão STF (não podemos chamar de tribunal) que conseguem uma liminar. Quando não tiver mais onde tirar dinheiro, vão atrás da poupança do povo. E ainda vão terceirizar a culpa na maior cara de pau. Deviam ir pegar dinheiro dos fundos de pensão (Caixa, BB, petrobras).
Nesta sexta-feira (25), a Prefeita de Extremoz, Jussara e sua equipe entregaram a tão sonhada obra de calçamento que liga Araçá à Vila de Fátima. A obra contou com investimento de mais de R$ 700 mil para calçar mais de 2 km de estrada. A obra vai transformar a realidade da comunidade e adjacências.
Esta obra vai facilitar o deslocamento e trazer mais conforto e segurança para quem vive e também circula na região. A obra vai impactar de modo positivo várias comunidades que usam a rua como ponto de passagem.
“Esta obra foi sonhada pela nossa Zona Rural e agora chegou a hora de entregar este sonho. Esta não é apenas uma obra de mobilidade urbana, um simples calçamento, esta obra significa mais dignidade e qualidade de vida para os moradores da nossa querida Extremoz.” afirmou a prefeita Jussara.
A prefeitura de Extremoz segue transformando a cidade e realizando entregas que mudam a realidade da cidade.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) continua “estável clinicamente, sem febre ou alterações da pressão arterial”, segundo informou o boletim médico divulgado neste sábado (26).
Bolsonaro está internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, desde que passou por uma cirurgia em 13 de abril, para corrigir complicações no intestino.
Segue o tratamento para controle das alterações dos exames laboratoriais do fígado, que encontra-se em recuperação. Persistem os sinais de gastroparesia (retardo do esvaziamento do estômago) e ainda não apresentou movimentos intestinais espontâneos, o que impede momentaneamente a alimentação por via oral ou pela sonda gástrica”, diz o documento.
O ex-presidente segue com a orientação de não receber visitas, além dos familiares, e ainda não tem previsão de alta.
No entanto, políticos e religiosos têm visitado o ex-presidente no hospital, caso do pastor Silas Malafaia e do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
O procedimento cirúrgico em Bolsonaro foi realizado para tratamento de uma “suboclusão intestinal” – uma obstrução parcial do intestino causada por aderências formadas após múltiplas cirurgias anteriores, em decorrência da facada que levou em 2018.
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), cancelou seu pedido de destaque no julgamento virtual da decisão que determinou a prisão do ex-presidente Fernando Collor. O destaque levaria o caso ao plenário físico. Agora, a análise virtual continua, e já há maioria para manter a prisão de Collor.
Na quinta-feira, o ministro Alexandre de Moraes rejeitou um recurso da defesa de Collor e determinou sua prisão. A decisão de Moraes começou a ser julgada pelos demais ministros na sexta-feira, mesmo dia em que o ex-presidente foi detido pela Polícia Federal (PF).
Depois de autorizar que Débora Rodrigues cumpra prisão preventiva em casa, no fim de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes concedeu o mesmo benefício a pelo menos outros 11 envolvidos no 8 de Janeiro.
O caso de Débora passou a repercutir nacionalmente por causa da pena fixada por Moraes, que impôs a condenação de 14 anos de prisão. Apesar da divergência apresentada pelo ministro Luiz Fux, o STF formou maioria para condená-la com base na pena imposta por Moraes.
A polêmica se deu em meio a uma forte pressão do Congresso para a aprovação de projeto que pode anistiar os condenados pelo 8 de Janeiro e, dias depois de o julgamento ser iniciado, Moraes permitiu que Débora cumprisse a pena na residência dela.
O mesmo foi concedido a pelo menos outros 11 alvos do STF pelo 8/1. Em todos os casos, a prisão domiciliar vem acompanhada de uma série de medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, proibição do uso de redes sociais e recebimento de visitas.
Veja os envolvidos no 8/1 autorizados a cumprir prisão domiciliar
Aildo Francisco Lima
Claudio Mendes dos Santos
Eliene Amorim de Jesus
Fabrízio Cisneros Colombo
Gilberto da Silva Ferreira
Marco Alexandre Machado de Araújo
Marlucia Ramiro
Nelson Ribeiro Fonseca Junior
Ramiro Alves da Rocha Cruz Júnior
Sérgio Amaral Resende
Jorge Luiz dos Santos
Em parte dos casos, os réus ainda não foram julgados e continuam aguardando a análise do processo pelo STF.
É a situação de Aildo Francisco Lima, que responde por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.
Ele é o homem que fez uma live sentado na cadeira de Moraes durante os atos do 8 de Janeiro e estava preso desde setembro de 2023.
Segundo o ministro, levando em conta a situação processual, com a apresentação, pela Procuradoria-Geral da República (PGR), de suas alegações finais, seria necessária a análise da situação de privação de liberdade de Aildo.
Moraes afirmou que, no caso de uma eventual condenação, Aildo já teria a possibilidade de pleitear o direito à remição, uma vez que já ficou preso preventivamente por cerca de 1 ano e 6 meses.
A situação da ação e o tempo em prisão preventivas foram justificativas aplicadas aos outros casos também.
A saúde de alguns dos réus também foi citada em decisões de Moraes. Segundo o ministro, por exemplo, Fabrízio Cisneros Colombo informou, em seu interrogatório, sofrer hipertensão arterial.
Ele estava preso desde outubro de 2023 e teve a prisão preventiva convertida em domiciliar por decisão do ministro em 11 de abril.
Já na decisão que concedeu prisão domiciliar a Ramiro Alves da Rocha Cruz Junior, Moraes pontua que ele relatou sofrer de transtorno de síndrome do pânico.
O caso mais recente, de 18 de abril, diz respeito a Sérgio Amaral Resende. Ele já está na fase de execução da pena, ou seja, sua ação já foi analisada pelo STF. Ele foi condenado à pena de 16 anos e seis meses.
A concessão de domiciliar a Resende foi permitida por causa de sua saúde. Segundo a decisão, foi informado nos autos que ele possui uma delicada situação de saúde, com diagnósticos de sepse abdominal, colecistite aguda e pancreatite aguda biliar.
Da mesma forma, outro condenado pelo atos antidemocráticos que já está cumprindo pena, Jorge Luiz dos Santos, também alegou que sofre de condições complicadas de saúde, como uma condição cardíaca que requer monitoramento e intervenção cirúrgica.
Cinco trechos de praias e rio estão impróprios para o banho na Grande Natal, segundo o novo boletim de balneabilidade emitido nesta sexta-feira (25) pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema).
O levantamento é realizado pelo programa Água Azul através da análise da quantidade de coliformes em amostras de água colhidas. O estudo segue resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
De acordo com o documento, estão impróprios para o banho os seguintes locais:
Foz do Rio Pirangi, em Nísia Floresta;
Rio Pirangi (Ponte Nova), em Parnamirim;
Rio Pirangi-Pium (Balneário Pium), em Parnamirim;
Praia de Areia Preta (Escadaria de Mãe Luíza), em Natal;
Praia de Pitangui (Avenida Pitangui), em Extremoz.
O restante dos pontos monitorados no estado, incluindo as praias de Ponta Negra, Via Costeira e Redinha (em Natal), Búzios e Pirambúzios (em Nísia Floresta), entre outros, está classificado como próprio para banho.
Coliformes
Locais considerados impróprios são aqueles que apresentam níveis elevados de coliformes fecais, indicando risco à saúde dos banhistas.
Os pesquisadores usam os resultados de cinco semanas consecutivas, para avaliar se a água está imprópria ou não.
Se dois ou mais desses resultados possuírem mais de mil coliformes fecais por 100 ml de água, a praia é classificada como imprópria. E se na análise mais recente houver mais de 2.500 coliformes fecais, com apenas esse resultado ela já passa a ser considerada imprópria.
Desvincular-se da máfia que comandava o setor de anestesia do Distrito Federal não era uma tarefa fácil para os médicos que desejavam fugir da organização que agia em desacordo com as normas de compliance. Os profissionais que tentavam estabelecer relações trabalhistas com hospitais desvinculados à Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do DF (Coopanest-DF) eram alvo de ligações e mensagens intimidadoras.
Relatos de testemunhas denunciam que ouvir a proposta de uma unidade de saúde que não cooperava com o cartel significava declarar guerra ao esquema. Uma das vítimas foi denunciada na Polícia Civil do DF (PCDF) e no Hospital da Criança, onde trabalhava, após fazer plantão em um hospital com o qual um grupo filiado à Coopanest-DF havia desfeito contrato pouco tempo antes.
Prints de mensagens trocadas por meio de um aplicativo ilustram o cenário repleto de retaliações. A vítima ouviu de um colega que havia faltado com ética e seria denunciada aos órgãos competentes.
“Infelizmente, corre na cidade que você, deliberadamente, associou-se a essas pessoas, por espontânea vontade, incorrendo em falta ética pelo Código de Ética Médica do CFM; estão sendo feitas as devidas denúncias em todas as instâncias do Conselho Regional de Medicina, do Conselho Federal de Medicina, da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, do Sindicato dos Médicos… Lamento, estão falando agora do caráter das pessoas que fazem essas escolhas.”
Em outra mensagem, o mesmo remetente, que não fez questão de esconder o rosto ao intimidar a profissional, informou que ela seria expulsa da cooperativa.
“Você está, neste momento, suspensa da Coopanest. Será iniciado processo de sua expulsão, caso se junte ao movimento da categoria contra os que querem tomar honorários médicos, que são valorizados, fruto do trabalho da cooperativa nos últimos 40 anos, simplesmente não dando mais plantão com o grupo fura-olho, de lá não se procede a expulsão.”
“Ainda dá tempo, deixem eles desesperados procurando gente, é pra não ter mesmo, é pra vir conversar com a gente, pra gente trabalhar sem ter que pagar nada… pra ser bom pra todo mundo… tá faltando anestesistas em Brasília, muitas oportunidades existem… (sic)”.
Em face da retaliação, os anestesistas pararam de atender no hospital boicotado e, por falta de anestesistas, as 40 cirurgias que comumente eram realizadas diariamente foram reduzidas para 10.
Imagens: material cedido
Perseguição
À época das ameaças, o esquema tinha como alvo um hospital particular da capital federal que rompeu com o grupo que monopolizava os serviços de anestesiologia na instituição. Por isso, ocorreram as ameaças veladas aos médicos que ousassem manter qualquer vínculo com a unidade.
Uma outra vítima foi alertada de que teria o seu imediato descredenciamento da Coopanest-DF, caso voltasse a dar plantões no hospital particular. Ela recebeu notificação de “abertura de processo de eliminação de cooperado”, o qual também era destinado aos outros três anestesistas que continuavam trabalhando no local.
Segundo o relato de um profissional, a notificação apresentava assinaturas que não permitiam identificar os signatários. Além do documento, o médico também recebeu mensagens em tom intimidador.
“Como ficou a negociação com o dono do hospital? Ele ofereceu algo? Ainda quer tirar dinheiro dos anestesistas. Nossa causa é legítima, você não está sendo honesto. Qual legado você está deixando para eles?”, disse, enviando uma foto dos filhos do anestesista.
Os prints apresentados na investigação policial revelam que as mensagens tinham sempre o mesmo emissor.
Em uma das conversas, um dos anestesistas ligados à cooperativa enviou mensagem ao filho do dono da unidade de saúde, afirmando que era melhor ele “convencer o velho, porque nós vamos fechar o hospital dele”. A frase sintetiza a ofensiva da chamada “máfia da anestesia” contra a autonomia do hospital e os médicos dissidentes.
Alguns relataram pressões envolvendo familiares e até insinuações de perseguição em outros vínculos empregatícios. Em um dos episódios, uma médica foi alertada de que seu filho recém-formado “não arrumaria emprego em Brasília”.
Operação Toque de Midaz
O caso se soma às apurações da Operação Toque de Midaz, deflagrada em abril pela Polícia Civil do DF e pelo Ministério Público. A ação teve como alvo os principais nomes da Coopanest-DF, suspeitos de integrar uma organização criminosa voltada ao cartel da anestesiologia na capital.
Segundo as investigações, o grupo impõe restrições a médicos independentes, fecha acordos exclusivos com operadoras de saúde e usa intimidação para manter domínio sobre os serviços em hospitais públicos e privados.
A cooperativa nega as acusações. Em nota, declarou que jamais praticou cartel ou qualquer ilegalidade e pontuou que atua com ética há mais de 40 anos. A defesa afirma ainda que irá comprovar a legalidade da atuação de seus diretores.
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