Os usuários de tablets eram pouco mais de 220 mil em janeiro do ano passado no Brasil. Hoje, eles são cinco milhões e representam 13% das conexões à internet por meio de dispositivos móveis — contra 75% dos smartphones, o equivalente a 31,2 milhões de usuários. Embora os celulares e os tablets sejam portáteis e tenham funções parecidas, o objetivo do uso de cada um dos aparelhos é bem distinto. A quantidade de compras on-line por tablets, por exemplo, é cinco vezes maior do que a registrada por smartphones. As conclusões estão na pesquisa F/Radar, obtida com exclusividade pelo GLOBO e elaborada pela agência F/Nazca Saatchi & Saatchi em parceria com o Datafolha.
A leitura de notícias em grandes portais ou em blogs é outro exemplo que mostra a diferença de perfil dos internautas. Os que usam tablets leem duas vezes mais que os usuários de celular. A paulistana Alessandra Pecoraro, analista de marketing, de 23 anos, ilustra bem os dados detectados pela pesquisa. Típica representante da geração Y, a jovem é viciada em tecnologia e redes sociais. Em sua bolsa, vão, diariamente, um pouco mais de 1,5 kg de aparelhos tecnológicos, seus carregadores e cabos extensores.
— Tenho na minha bolsa, superfeminina e desenhada para carregar coisas tecnológicas, um iPhone, um Galaxy S III e o iPad. Não saio sem os três aparelhos porque eles são complementares. Em cada um faço uma coisa — diz ela, que não desgruda do aparato nem na hora do banho.
Para ler, navegar na internet, assistir a vídeos e olhar fotos, ela usa o iPad. Para checar as redes sociais, publicar fotos e vídeos, o iPhone é o aparelho escolhido. O Galaxy, explica ela, é para “uso mais corporativo”.
O forte aumento da quantidade de usuários do tablet se explica basicamente pela variedade de aparelhos deste tipo vendidos por menos de R$ 1 mil, segundo a IDC Brasil.
— Temos um número recorde impulsionado pela grande quantidade de dispositivos com preços inferiores a R$ 1 mil, introduzidos no mercado. As pessoas continuam comprando e usando computadores com dispositivos complementares. Os tablets são a preferência para tarefas voltadas ao consumo de conteúdo, como navegação na internet ou acesso a vídeos, livros e música — afirma Attila Belavary, analista de mercado da IDC Brasil.
Vídeo é mais visto no tablet
A pesquisa F/Radar também constatou que os usuários de tablet assistem duas vezes mais a vídeos que os que se conectam pelo celular. A checagem de e-mails, porém, é mais comum no celular. São 57% dos internautas de smartphone contra 35% dos tablets.
— Esta é a primeira vez que o tablet entra na nossa pesquisa porque, em todas as outras, a quantidade de usuários sempre ficou abaixo na nossa margem de erro, que é de 2%. Percebemos que a adesão ao aparelho tem crescido muito rápido e quisemos entender essa penetração e o perfil do usuário — explica José Porto, diretor nacional de planejamento da F/Nazca Saatchi.
Nesse detalhamento do perfil dos usuários de tablets, a pesquisa descobriu que 62% são homens, 72% têm entre 16 e 34 anos, 70% estão na classe A ou B, e 43% já concluíram o ensino superior. O número de pessoas com ensino superior completo é duas vezes maior entre os usuários de tablets do que entre os internautas brasileiros e quatro vezes maior que a média da população.
A pesquisa também mapeou o perfil dos usuários das redes sociais. No Twitter, a principal razão do uso é para ver o que os outros estão postando; além disso, 42% dos internautas recorrem ao Twitter para ler notícias em vez de acessar os portais noticiosos.
No Facebook, 62% dizem que entram no portal para verificar ou enviar alguma mensagem; 51% acessam para ver a página dos outros; e 46%, para postar algo.
Fonte: O Globo.com
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