Pesquisadores criaram o primeiro “catálogo” de genes que compõem a flora da vagina humana, segundo um estudo publicado na revista científica Nature Communications. O índice foi batizado de “catálogo de genes vaginais humanos não redundantes” (VIRGO, na sigla em inglês) e foi disponibilizado para que outros especialistas possam utilizá-lo como base para futuras pesquisas.
“O valor do VIRGO é que ele funciona como uma ‘enciclipédia’ central e uma ferramenta muito rica para caracterização rápida e precisa dos microbiomas vaginais”, disse Bing Ma, principal autora do estudo, em comunicado. “O VIRGO é particularmente útil para usuários com habilidades computacionais limitadas, que desejam analisar um grande volume de dados de sequenciamento e com acesso a infraestrutura de computação limitada.”
A microbiota da vagina humana é fundamental para proteger as mulheres contra infecções e outros tipos de doença, entretanto pouco se sabe sobre o papel exato desses microrganismos. Com o novo catálogo, os especialistas esperam poder contribuir para o desenvolvimento nessa área da ciência. “O VIRGO facilitará a análise de dados agora comuns aos estudos de microbiomas e fornecerá uma visão abrangente sobre a associação microbiana, a função e a perspectiva ecológica do microbioma vaginal”, afirmou Michael France, que também participou da pesquisa.
De acordo com a equipe, mais de 1500 genomas de organismos presentes na flora vaginal foram analisados com base no VIRGO – o que permitiu ao grupo ter uma série de novas informações. Uma que se destacou foi o fato de que as bactérias vaginais são mais geneticamente diversas do que se pensava, o que significa que as mulheres carregam sua própria versão personalizada dessas bactérias.
Eles também descobriram que a microbiota vaginal ideal contém diversas linhagens do mesmo gênero de bactérias, os Lactobacillus. Isso porque cada cepa traz uma função única para a “comunidade”, e a combinação desses organismos diferentes fortalece a flora da vagina. “Essa descoberta muda os paradigmas, pois afasta a ideia de que uma única cepa de Lactobacillus é responsável por um microbioma ideal”, explicou a pesquisadora Jacques Rave.
Agora o objetivo da equipe é continuar estudando o tema para expandir o catálogo VIRGO, focando em aspectos como o microbioma vaginal em condições como vaginose bacteriana, infecções sexualmente transmissíveis e resultados obstétricos adversos, a exemplo de parto prematuro. “Essa pesquisa inovadora fornece ferramentas poderosas e publicamente disponíveis para pesquisadores que estão lidando com os principais problemas de saúde das mulheres”, observou Dean E. Albert Reece, que também fez parte do grupo.
Galileu
Mais rapaz o povo gastando dinheiro com esses iogurtes caro como a "molesta" e os prikitos cheim de lactobacillus.