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Como o Peru conseguiu reduzir 50% da pobreza em 10 anos

Em 2005, cerca de 55% da população do Peru sofria com a pobreza. Mas, desde então, houve uma mudança significativa na estrutura social do país, que conseguiu reduzir drasticamente sua população pobre.

Atualmente, a pobreza atinge 22% dos moradores do país. Nos últimos cinco anos, 7 milhões de pessoas deixaram de ser pobres no Peru. A vida de quem está nas áreas urbanas melhorou bastante, como constatam os próprios peruanos.

Tony Palomino, por exemplo, vive na Villa El Salvador, um distrito da província de Lima, que um dia foi considerado uma região de miséria. Agora os edifícios são feitos de tijolos e os vizinhos contam com serviços com os quais antes só podiam sonhar.

“Tudo era um deserto”, conta.

Eu cheguei aqui quando tinha 13 anos. Fui o primeiro a sair do meu povoado, que ficava nas montanhas. Venho de uma família de extrema pobreza.

“Minha mãe teve 18 filhos e eu via meus irmãos e irmãs morrendo de pobreza. Saí de lá para ajudá-los a melhorar de vida.”

“Tudo era muito difícil aqui, a princípio. Não havia água, nem luz. Tínhamos que caminhar quilômetros para conseguir comida. Mas cada família tinha um terreno onde podia viver.”

Em alguns aspectos, o Peru é hoje irreconhecível, conforme descreve à BBC o presidente Pedro Pablo Kuczynski.

“Alguns dos principais empresários peruanos de hoje, há uma década, estavam manobrando caminhão. A elite comercial do Peru atualmente é completamente diferente do que era no passado e acredito que isso é um bom sinal da mudança.”

“Em 2005, cerca de 55% da população do Peru sofria com a pobreza. Mas, desde então, houve uma mudança significativa na estrutura social do país, que conseguiu reduzir drasticamente sua população pobre”, diz o presidente.

Como chegaram lá

A história começa nos anos 1990, quando o país liberou sua economia como parte do programa de ajuste estrutural do Banco Mundial.

Abrir-se a novos mercados permitiu ao Peru se beneficiar dos preços recordes da exportação de seus minerais, especialmente para a China, e atraiu investimento estrangeiro – o que fez com que o país conseguisse diminuir a dívida pública e a inflação e aumentar sua reserva nacional.

Agora, o Peru tem uma das economias de maior crescimento da América Latina.

Diego de la Torre, presidente do Pacto Mundial da ONU no Peru, ressalta que é a economia de livre comércio a responsável pelo sucesso peruano.

“No passado, tivemos enormes problemas econômicos que foram superados. O Peru está se inserindo na economia global. Fizemos acordos de livre comércio, que foi o que nos ajudou a reduzir a pobreza.”

Protestos vitais

O dinheiro certamente chegou a rodo. As exportações aumentaram de US$ 3 bilhões em 1990 para US$ 36 bilhões em 2010.

Sob o governo de Alberto Fujimori (de 1990 a 2000) – que atualmente se encontra preso condenado por crimes contra a humanidade – a economia se estabilizou e continuou crescendo.

No entanto, os níveis de pobreza continuaram subindo até 2001, quando o impacto social do programa de ajuste se fez evidente.

Políticas como a de austeridade severa levaram a cortes no orçamento e déficit de empregos. Foi aí que as pessoas decidiram sair às ruas para protestar contra o governo – Toni Palomino estava entre os manifestantes, juntamente com outras pessoas da Vila El Salvador.

“Desde o início, sabíamos que a ajuda não viria fácil… água, luz… sabíamos que teríamos que lutar por tudo. Aqui temos um ditado: ‘Por que não temos nada, faremos de tudo’. Construímos uma escola, um campo de futebol, uma comunidade.”

“A Vila se desenvolveu porque organizamos grandes protestos no Palácio do Governo para reclamar sobre esses serviços. Em seis anos, passamos a ter água e luz. Outras comunidades tiveram de esperar 10, 15 ou 20 anos.”

“Não foi o governo que veio de boa vontade nos oferecer isso. Foi exigência da população e isso nós conquistamos.”

Início da mudança

Assim, as comunidades de baixa renda desempenharam um papel vital na velocidade e no grau de mudança que aconteceu no Peru, exercendo pressão sobre os governos saindo às ruas e fazendo protestos.

Tentando recuperar o apoio, principalmente na última década do século passado, os sucessivos governos de Fujimori investiram em grandes programas para promover serviços públicos, especialmente em áreas urbanas de poucos recursos.

“Houve programas como o de extensão para assentamentos informais, outros para expandir o acesso à água, outros de títulos para aumentar a propriedade de terra nos assentamentos, além de empréstimos para melhorar as moradias”, explica a especialista em pobreza Paula Lucci, do Instituto de Desenvolvimento de Ultramar, com sede em Londres.

“Outros lugares também se beneficiaram da situação econômica positiva, que fez surgir mais empregos formais e permitiu que as pessoas tivessem mais dinheiro para sustentar seus filhos e melhorar de vida.”

Inclusão

“O crescimento econômico do Peru na última década tem sido inclusivo”, explicou à BBC a economista Carolina Trivelli, que foi a primeira Ministra de Desenvolvimento e Inclusão Social do Peru.

“Os que mais se beneficiaram do rápido crescimento econômico foram os 40% mais pobres do país”, assegura ela, que agora trabalha no Instituto de Estudos Peruanos, que se dedica a reduzir a desigualdade do país.

O crescimento econômico inclusivo é a política chave neste caso: ajudar quem está embaixo tanto quanto quem está em cima.

E, por meio de uma série de programas sociais do governo, foi possível atingir esse objetivo, de acordo com Trivelli.

“O importante é providenciar para os mais pobres recursos suficientes para sobreviver, enquanto se investe no futuro, garantindo que todos os seus filhos – e especialmente as filhas – possam ir à escola todos os dias e que possam contar com serviços básicos de saúde, vacinas, etc.”

“Assim, a próxima geração poderá aproveitar as oportunidades que cada vez mais o país irá oferecer.”

Esse programa – semelhante ao Bolsa Família brasileiro – é chamado “Juntos”, oferece US$ 30 por mês às mulheres chefes de família, e tem se espalhado pelo mundo.

Mas esse não foi o único programa implementado pelo governo com o objetivo de diminuir a pobreza. Nos últimos cinco anos, outras ações contribuíram para isso:

– “Cuna Más” – para melhorar o desenvolvimento infantil de meninos e meninas menores de 3 anos nas regiões de pobreza extrema.

– “Qali Warma”, que significa criança vigorosa em Quecha, é um dos programas de alimentação escolar.

– “Pensión 65” – visa a proteção dos adultos a partir dos 65 anos de idade que carecem das condições básicas de sobrevivência.

Mas o Peru não é o único país da região que soube aproveitar e se beneficiar de booms econômicos. Aconteceu também no Brasil, na Argentina, no Chile e no Uruguai.

Por que, então, destacar o modelo peruano?

“É um caso especial”, opina Henrietta Moore, diretora do Instituto para a Prosperidade Global da University College em Londres.

“Não se trata só de gastar dinheiro. A questão é que eles conseguiram realmente compartilhar os benefícios do auge econômico para todos. Assim, ao mesmo tempo que a riqueza do país aumentou, a desigualdade está reduzindo, e isso é algo muito importante”, explica.

“A situação de todos melhorou, não só a dos mais ricos.”

A especialista destaca a importância de “investir na subsistência das pessoas e em sua proteção social” para que o país possa avançar.

“A Europa, por exemplo, esquece que isso não é um custo, e sim um investimento”, completou Moore.

Problemas

Nem todos os problemas sociais do Peru foram resolvidos, no entanto. Apesar de ter tido considerável redução na última década, a taxa de pobreza rural segue sendo alta. Muitas pessoas ainda ficaram “de fora” das melhorias e a população ainda pede mais investimento em saúde e educação.

Grande parte da economia do Peru é informal, o que significa que muita gente não paga impostos – e os impostos são essenciais para que o governo consiga investir em saneamento básico, educação e saúde para consolidar a nova classe média peruana.

Outro problema é a corrupção, considerada endêmica no país.

“Nós temos sentido isso na pele”, disse Palomino, fazendo referência especificamente ao programa social “Pensión 65”, que oferece uma ajuda mensal aos idosos acima de 65 anos para sobrevivência.

“A corrupção tem prejudicado os benefícios que deveriam ir para esse programa”, disse. O processo burocrático necessário para aderir ao programa faz com que fique mais difícil para os necessitados terem acesso ao dinheiro.

Isso faz com que a melhora das condições de vida da população ainda seja precária. E o Peru agora está sofrendo o mesmo problema que o Brasil começou a sofrer depois dos anos de “bonança” econômica: a economia do país está desacelerando.

“O que os governos fazem quando para de entrar tanto dinheiro? Implementam políticas de austeridade, que acabam sempre resultando em desigualdade social”, analisa Moore.

Então, tudo vai abaixo agora?

“Não tem que ser assim. Tudo depende do que você faz quando já não há mais tanto dinheiro: você continua garantindo a distribuição do que existe de uma maneira sensata?”, questiona a antropóloga social.

“Não importa o nível de crescimento econômico, um melhor acesso a educação e saúde, e as políticas sociais focadas melhoram a vida dos pobres e garantem um crescimento mais sólido do país.”

Para Palomino, que se beneficiou bastante das mudanças sociais que aconteceram no Peru, também houve aspectos negativos nelas. “As famílias melhoraram de vida economicamente, é verdade, mas essa economia liberal tem feito com que as pessoas sejam mais individualistas. As pessoas costumavam pensar em suas famílias, no bairro.
Como comunidade, não somos mais ricos.”

*Essa matéria faz parte da série ‘My Perfect Country’ (Meu País Perfeito)

BBC Brasil

 

Opinião dos leitores

  1. Nos 8 anos do governo LULA, o BRASIL também esteve assim. O congresso ajudava a governar. E o País estava de vento em popa. Onda de crise aqui, era marolinha. Mas LULA vai voltar!!!

  2. E se o Brasil continuar fazendo as mesmas coisas, vai continuar tendo os mesmos resultados: PRIVATIZAÇÕES E REFORMAS JÁ.

  3. O país enriquece graças ao Liberalismo,
    Depois que fica rico pode até começar a fazer umas graças com dinheiro,
    sobretudo de impostos.

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Geral

VÍDEO: Gleisi defende fala de Lula sobre “mulher bonita” e diz que dará “resposta à altura” para críticos

A nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, voltou a defender o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), depois dele dizer que escolheu uma “mulher bonita” para a pasta, com o objetivo de melhorar o diálogo com o Congresso.

“Primeiro o seguinte, gestos valem mais que palavras para mim. E o presidente Lula tem um histórico que credencia junto aí a luta das mulheres, por espaços de comando e poder. Foi o presidente que incentivou uma mulher a ser presidente da República, foi o presidente que incentivou uma mulher a ser presidente de partido, o que nomeou a presidente da Caixa, Banco do Brasil, STM [Supremo Tribunal Militar], o que mais nomeou ministras. Esse histórico do presidente diz tudo”, afirmou após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“O que eu fico indignada é com a extrema direita, fico indignada com os bolsonaristas que utilizam disso para fazer um jogo baixo, sujo, sórdido, quando na realidade, eles e Bolsonaro sempre foram contra as mulheres. Eles sempre foram discriminatórios, misóginos e machistas. Isso a gente não pode aceitar e vai ter resposta a altura”, complementou.

Com informações de CNN Brasil

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Geral

Vereador de Macau diz que prisão por porte ilegal de arma foi ‘um equívoco’ e que possui toda documentação legalizada

O vereador Givagno Patrese informou em nota de esclarecimento que sua prisão em flagrante na manhã desta quinta-feira (13) por porte ilegal de arma durante a operação “Operação Libertatis” da Polícia Civil, foi ‘um equívoco’ e que possui toda a documentação legalizada referente à sua posse de arma. Leia a íntegra da nota divulgada pelo vereador.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

O vereador Givagno Patrese esclarece que possui toda a documentação legalizada referente à sua posse de arma (certificado de atirador desportivo n⁰ 103604 e certificado de registro de arma de fogo) perante o Exército Brasileiro, com validade até o ano de 2030. Ressalta que apenas cumpriu determinação judicial e que o processo em questão tramita sob segredo de justiça, razão pela qual não podem ser divulgados detalhes específicos.

O ocorrido não passa de um equívoco, e a verdade será devidamente comprovada nos autos. Reafirma-se a total legalidade da posse e a confiança de que sua inocência será plenamente demonstrada no decorrer do processo.

Givagno Patrese mantém seu compromisso com a legalidade, a transparência e a verdade, reforçando sua dedicação à população.

LEIA TAMBÉM: Vereador de Macau é preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo durante operação policial

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Geral

Morre o cirurgião dentista Paulo Eduardo Emerenciano

Faleceu na manhã desta quinta-feira (13), o cirurgião dentista Paulo Eduardo Emerenciano, gente boa, da melhor qualidade. Ele estava internado no hospital Rio Grande.

Ele deixa a viúva Maria Auxiliadora (Dodôra), três filhas Anna Luíza, Anna Flávia e Anna Paula, e seis netos.

O velório acontece a partir das 15h desta quinta-feira (13), seguido de uma missa às 18h, e o sepultamento às 19h.

Nossos sentimentos aos amigos e familiares.

Opinião dos leitores

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Geral

PGR rejeita argumento de defesa de Bolsonaro e defende recebimento de denúncia da trama golpista pelo STF

Foto: Gustavo Moreno/STF

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, rejeitou nesta quinta-feira, 13, o argumento da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 33 investigados pela suposta tentativa de golpe de Estado e defendeu o recebimento da denúncia pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As informações são do jornal O Globo.

Gonet afirmou que a “denúncia descreve de forma pormenorizada os fatos delituosos e as suas circunstâncias” e defendeu que seja aceita. A análise será feita pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino.

Os cinco magistrados decidirão se aceitam ou não a denúncia da PGR. Se aceitarem, por entenderem que há sinais concretos de um crime na peça apresentada pelo procurador-geral, Bolsonaro e os demais citados viram réus e abrem a instrução penal do processo.

A PGR ressaltou que alguns dos argumentos apresentados pela defesa, como a alegação de parcialidade de Moraes para relatar o caso, já foram rejeitados pela Corte em outros momentos. Outro ponto rebatido por Gonet foi o pedido de anulação do acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.

Relembre a denúncia da PGR

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi denunciado, em fevereiro, pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.

Ao todo, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ofereceu denúncia contra 34 pessoas acusadas de “estimular e realizar atos contra os Três Poderes e contra o Estado Democrático de Direito”.

Os denunciados são acusados dos seguintes crimes:

  • organização criminosa armada;
  • tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • golpe de Estado;
  • dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima;
  • deterioração de patrimônio tombado.

“As peças acusatórias baseiam-se em manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de mensagens que revelam o esquema de ruptura da ordem democrática. E descrevem, de forma pormenorizada, a trama conspiratória armada e executada contra as instituições democráticas”, informa a PGR.

Ainda segundo a Procuradoria-Geral da República, a organização tinha como líderes o então presidente da República e o seu candidato a vice-presidente. “Aliados a outras pessoas, dentre civis e militares, eles tentaram impedir, de forma coordenada, que o resultado das eleições presidenciais de 2022 fosse cumprido”.

A denúncia foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) a partir de uma investigação da Polícia Federal (PF) que apontou Bolsonaro como líder de uma organização criminosa que atuou para abolir o Estado Democrático de Direito.

O objetivo, segundo o relatório, era estabelecer uma “falsa realidade de fraude eleitoral” para que sua derrota não fosse interpretada como um acaso e servir de “fundamento para os atos que se sucederam após a derrota do então candidato Jair Bolsonaro no pleito de 2022”

A investigação aponta ainda que a o ex-presidente tinha conhecimento de um plano para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Terra

Opinião dos leitores

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Geral

Bolsonaro pode perder patente militar se condenado, diz presidente do Superior Tribunal Militar

Foto:  José Cruz/Agência Brasil

A nova presidente do Superior Tribunal Militar (STM), ministra Maria Elizabeth Rocha, afirmou nesta quarta-feira (12) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode perder sua patente de capitão caso seja condenado pela Corte.

“Após o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), haverá pronunciamentos da Justiça Militar e, talvez, até antes, pelos Conselhos de Justificação, porque não tenho dúvidas de que crimes militares surgirão“, declarou.

Para que isso ocorra, no entanto, é necessário que o Ministério Público Militar (MPM) apresente acusações formais contra Bolsonaro. Até o momento, os procuradores do MPM não investigam o ex-presidente.

A ministra ressaltou que o STM julga apenas crimes militares, e não crimes comuns.

“Se for o caso, sim, o ex-presidente pode ser submetido a um Conselho de Justificação, que avalia a dignidade do oficial. Ele pode ser julgado por crimes militares, como incitação à tropa, por exemplo. Tudo dependerá da apuração penal conduzida pelo Supremo Tribunal Federal”, afirmou.

A declaração foi dada após sua cerimônia de posse no Teatro Nacional de Brasília. Maria Elizabeth Rocha é a primeira mulher a presidir o STM, tendo sido nomeada ministra do tribunal em 2007 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A magistrada afirmou ter identificado possíveis infrações militares, mas evitou especificar quais, já que o Ministério Público Militar ainda não apresentou denúncia formal sobre o caso.

“Eu identifico alguns [crimes militares cometidos por Bolsonaro], mas essa não é minha função. O Ministério Público Militar é o responsável por oferecer a ação penal e a denúncia. Se ainda não se pronunciou, seria um prejulgamento da minha parte citar qualquer um deles”, disse.

Maria Elizabeth também destacou que a Justiça Militar só poderá se manifestar sobre eventuais acusações contra militares após o trânsito em julgado dos processos, ou seja, quando não houver mais possibilidade de recursos.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao STF uma denúncia envolvendo 24 militares, incluindo almirantes.

Segundo a PGR, Bolsonaro liderava uma organização criminosa cujo objetivo era mantê-lo no poder a qualquer custo. A suposta conspiração incluía um plano para assassinar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. A então já se pode saber e dizer que vai perder.
    Porque condenado o Brasil sabe que isso é certo acontecer, embora sabendo que está tudo errado aí nesse processo sem provas contudentes.
    Mais todo mundo já sabe que Bolsonaro vai ser preso e condenado.
    O intuito é igualar ele ao condenado e julgado por três instâncias, instâncias essas que não julgou o ex presidente Jair Bolsonaro.
    Furaram a fila, mandaram tudo pro STF, sob o comando de xandão.
    Detalhe.
    O ex presidente não tem foro privilegiado, ou seja essa caso deveria está na primeira instância.
    Kkkkkk.
    Justiça, injustas.

  2. Aí está o motivo pelo qual ela foi nomeada. Já divulgou inclusive como é que vai retribuir o favor.

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Política

PL minimiza possibilidade de Flávio e Eduardo Bolsonaro inelegíveis

Foto: Agência Senado

O Partido Liberal (PL) minimizou nesta quinta-feira (13) a tentativa de estender a inelegibilidade de Jair Bolsonaro a seus filhos com cargo no Congresso Nacional, o senador Flávio (PL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

A Polícia Federal (PF) não encontrou indícios na investigação para indiciar Eduardo Bolsonaro no inquérito da tentativa de golpe. Ainda assim, a coligação partidária argumenta que o deputado teria articulado um respaldo internacional a um golpe e que Flávio teria atacado as urnas eletrônicas.

Os dois refutam as acusações. Tanto Flávio como Eduardo já foram citados por Jair Bolsonaro como alternativas para a sucessão presidencial de 2030 caso o ex-presidente se mantenha inelegível até 2030.

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, disse à CNN que a tentativa da esquerda se trata de uma “bobagem”. A mesma linha é adotada por outros dirigentes do partido, para os quais dificilmente a ofensiva terá êxito.

Na Justiça Eleitoral, a avaliação é de que a extensão da inelegibilidade tem pouca chance de prosperar, já que a própria Polícia Federal não encontrou elementos concretos nem contra Flávio nem contra Eduardo.

Na esquerda, a avaliação de políticos moderados é de que a tentativa de estender a inelegibilidade é um equívoco, já que abre o risco de fortalecer o discurso de perseguição de Bolsonaro.

CNN

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Política

Adutora do Agreste avança e atenderá 38 municípios

Foto: Andressa Anholete

A segurança hídrica de milhares de potiguares dá um passo decisivo com a conclusão da licitação pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) para obra da Adutora do Agreste, no valor de R$ 448 milhões.

O empreendimento deve ter suas obras iniciadas ainda neste semestre, e beneficiará diretamente 38 municípios do Rio Grande do Norte e mais de 510 mil habitantes até 2050. É um marco na luta contra a escassez de água no Estado.

A Codevasf licitou os projetos executivos e para construção da adutora. Venceu o consórcio Agreste Potiguar composto por três empresas.
Além de garantir o abastecimento regular de água para milhares de famílias, o projeto também impulsionará a economia local, com a geração de, aproximadamente, 12 mil empregos e a ampliação das oportunidades para a população.

A expectativa é que, com o andamento dos trâmites licitatórios e a continuidade dos investimentos, a Adutora do Agreste se torne uma realidade para os potiguares, garantindo um futuro mais seguro e próspero para a região.

O projeto só se tornou viável graças à atuação do senador Rogério Marinho (PL), ainda à época em que era ministro do Desenvolvimento Regional, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando assinou a ordem de serviço autorizando o início da elaboração do projeto da adutora pelo Governo Federal, em maio de 2021.

Já em dezembro de 2023, o protagonismo de Rogério Marinho foi crucial para assegurar que a iniciativa não fosse paralisada, mesmo com a troca de governo. Sua atuação no Senado garantiu a continuidade dos investimentos, reforçando seu compromisso com o desenvolvimento regional e a melhoria da qualidade de vida dos potiguares.
O parlamentar capitaneou a destinação de R$ 45 milhões em emenda de bancada para garantir o início das obras, demonstrando sua dedicação à melhoria das condições de vida da população do interior do estado. Sem esses recursos, a obra permaneceria travada, já que ela foi incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) sem a previsão orçamentária.

O projeto foi concluído em maio do ano passado e a contratação das obras foi finalizada agora, quando finalmente deverá ter início. “Viabilizamos os estudos e recursos para o projeto da Adutora do Agreste enquanto ministro do governo do presidente Bolsonaro e, agora, no Senado. É um momento histórico para o Rio Grande do Norte”, celebrou Rogério Marinho.

Avanço hídrico e desenvolvimento

A adutora terá uma extensão de 170,9 km divididos em oito trechos. A cidade de Nova Cruz, que há anos enfrenta problemas de abastecimento, será uma das principais beneficiadas, especialmente em áreas onde a adutora Monsenhor Expedito não alcançou. Uma das vantagens ambientais do projeto é a redução do bombeamento na Lagoa do Bonfim, promovendo um uso mais sustentável dos recursos hídricos da região.

A primeira etapa da obra terá captação no Rio Guaju, em Pedro Velho, e atenderá diretamente os municípios de Montanhas, Nova Cruz, Santo Antônio, Serrinha, Canguaretama e Pedro Velho. Posteriormente, serão beneficiadas as cidades de Boa Saúde, Lagoa D’Anta, Gameleiras, Passa e Fica, Santa Cruz, São José de Campestre e Serra de São Bento.

Indiretamente, a Adutora do Agreste também melhorará o abastecimento em Barcelona, Bom Jesus, Campo Redondo, Coronel Ezequiel, Espírito Santo, Ielmo Marinho, Jaçanã, Japi, Lajes Pintada, Lagoa de Pedras, Lagoa dos Velhos, Lagoa Salgada, Monte Alegre, Passagem, Rui Barbosa, Santa Maria, São Bento do Trairi, São Paulo do Potengi, São Pedro, São Tomé, Elói de Souza, Serra Caiada, Sítio Novo, Tangará e Várzea. Esses municípios terão maior oferta hídrica em função da redistribuição da água oriunda das adutoras Monsenhor Expedito e Espírito Santo.

Após a obra, a operação da adutora ficará a cargo da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN).

Tribuna do Norte

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Política

Prefeito Zé Figueiredo aumenta investimentos em saúde básica e entrega nova UBS em São José de Mipibu

Fotos: Divulgação

O Prefeito de São José de Mipibu, Zé Figueiredo, entregou à comunidade do Arenã a Unidade Básica de Saúde Antônio Amancio da Silva, um espaço amplo, moderno e bem estruturado que vai garantir um atendimento digno e humanizado a todos os moradores da comunidade. A UBS conta com consultório médico, consultório odontológico completo, sala de vacina, farmácia e um núcleo de enfermagem completo.

A obra foi possível graças a uma emenda parlamentar destinada pela Senadora Zenaide Maia, que esteve presente na solenidade de entrega ao lado da deputada estadual Cristiane Dantas, do prefeito Zé Figueiredo, do vice-prefeito Bruno Dantas.

Durante o evento, o prefeito destacou a importância desse investimento para o município. “Sabemos o quanto essa UBS era esperada pela comunidade. Agora os moradores do Arenã terão um espaço adequado, com mais conforto e estrutura para o atendimento. Agradecemos à Senadora Zenaide Maia pelo compromisso com nossa cidade e todos que contribuíram para tornar essa obra realidade,” afirmou o Prefeito.

Para os moradores da comunidade, essa UBS não é só um prédio novo. É mais tranquilidade para as mães que precisam levar seus filhos ao médico, mais cuidado para os idosos que terão acompanhamento perto de casa e mais dignidade para cada pessoa que precisar de atendimento humanizado.

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Polícia

Vereador de Macau é preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo durante operação policial

Foto: Divulgação

Policiais civis da 5ª Delegacia Regional (DR), com apoio da 59ª Delegacia de Polícia (DP) de Macau, da 61ª DP de Guamaré, da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (DEAM) de Macau e da 2ª DP de Natal, deflagraram, nesta quarta-feira (12), mais uma fase da “Operação Libertatis”.

A ação teve início após o recebimento de informações sobre o cancelamento do registro de uma arma de fogo. Com base nos dados, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão domiciliar, sendo dois em Macau e um em Natal.

Durante o cumprimento das ordens judiciais, um homem de 36 anos, vereador do município de Macau, foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Com ele, foi apreendida uma pistola, além de carregadores e munições intactas.

O suspeito foi conduzido à delegacia, onde foi autuado em flagrante. Após o pagamento de fiança, ele foi liberado para responder ao processo em liberdade.

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte reforça a importância da colaboração da população e solicita que informações sejam repassadas, de forma anônima, por meio do Disque Denúncia 181.

 

 

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Cidades

VÍDEO: Membros do MST bloqueiam BR-406 no RN

Vídeo: Reprodução

Membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) bloquearam os dois sentidos da BR-406, em João Câmara, na altura do acesso ao município de Parazinho, no interior do Rio Grande do Norte. A manifestação foi iniciada na manhã desta quinta-feira (13). Durante o ato, o grupo ateou fogo em objetos.

“Cerca de 500 famílias estão unidas denunciando os crimes ambientais cometidos pelo agronegócio e reivindicando pautas históricas no estado, como o assentamento das 100 famílias que estão resistindo no Baixo Assu, que são parte das 5 mil famílias acampadas em todo o estado que seguem aguardando a desapropriação das terras”, afirmou o MST.

O movimento pontuou ainda que “segue mais um ano cobrando a urgência de ter sua pauta estadual e federal atendidas”. Por fim, afirmou que “as famílias seguirão ocupando as vias, com muita animação, mística e gritando as palavras de ordem de resistência das mulheres Sem Terra que seguem ecoando por todo o Brasil”.

A Polícia Rodoviária Federal foi acionada ao local.

Portal da Tropical

Opinião dos leitores

  1. Quem vai pagar as diárias dos motoristas, prestações do IPVA,multas por atraso da entrega, produtos perecível estragado, aí estão reclamando o aumento do ovo,isso é imoral

    1. Muito bem MST, bloquei e pare esse país nada importa.
      Viva o PT !
      Viva a GOVERNADORA DO PT, é para continuar assim bloqueando, não pagar o PISO NACIONAL dos PROFESSORES e por aí vai.

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