Com algemas nos pulsos e cercado de interrogadores, fossem jornalistas ou policiais, João Batista confessou o assassinato das mulheres em Nova Parnamirim com detalhes. Ele fala da raiva que sentiu quando discutiu com Olga no último dia 7, data em que ele retornou a trabalhar na casa após tempos sem fazer um serviço. Ele alega que a aposentada o xingou e tentou agredi-lo durante uma discussão, motivo pelo qual a esfaqueara com tanta violência. Tatiana, segundo ele, foi morta para que não revelasse o crime. O jardineiro assegura que não sabia de dinheiro algum que existiria na casa. Ele afirma ainda não ter agredido a menina de 10 anos por se lembrar da própria filha, de 8 anos. O acusado se diz arrependido e quer que a Justiça o condene de acordo com o que fez.
Há quanto tempo você tinha deixado de trabalhar com frequência na casa de Olga e por que acredita que ela não queria mais você como empregado?
Há uns três anos que a dona Olga tinha parado de me pedir pra fazer serviços. Não sei porque. Acho que ela desconfiava de alguma coisa, desde que o pedreiro passou a trabalhar para ela. Acho que ele dizia alguma coisa para ela, não sei. Isso me deixou incomodado, pois fiquei sem dinheiro e precisei procurar outras coisas para fazer.
Naquela segunda-feira, Olga voltou a chamá-lo para um trabalho na casa. O que aconteceu para que você decidisse matá-la?
Ela estava colocando o almoço, por volta do meio-dia. Eu fui perguntar a ela se estava desconfiando de mim, se havia algum problema. A gente começou a discutir. Ela me chamou de vagabundo e avançou para me bater. Depois que ela me bateu, eu peguei uma faca e a matei. O primeiro golpe atingiu o peito. Depois de matá-la, a arrastei até o banheiro.
A polícia diz que foram mais de 50 golpes que foram desferidos contra Olga.Por que tanta violência. Você tinha tanta raiva assim dela?
Ela não me pagava direito, eu fazia tudo praticamente de graça. Ela também deixou de me chamar para fazer serviços, acho que desconfiava de alguma coisa. E, naquele momento, ela me chamou de vagabundo. Ela nunca tinha me tratado assim. Quando ela me bateu, eu puxei a faca.
Em seguida, como matou a Tatiana?
Esperei a Tatiana chegar com a filha, pois foi buscá-la na escola. Eu queria pegar o carro dela para fugir. Quando elas chegaram, eu peguei a menina e apontei a faca. Amarrei a Tatiana na cadeira e tranquei a menina no quarto. Quando voltei para esfaquear Tatiana, ela tentou segurar a faca, por isso o dedo dela foi cortado. Mas conseguir matá-la.
E a filha de Tatiana, você a agrediu?
Eu não bati nela. Não faria qualquer maldade com ela, pois tenho uma filha de oito anos e pensei nela.
Onde entra a participação da sua esposa e o enteado?
Depois de ter matado as duas, eu liguei para Marlene e pedi que ela fosse para a casa da Olga, pois precisavada ajuda dela. Quando eles chegaram, eu já tinha colocado tudo que roubei no carro e saímos de lá para a nossa casa, em Cidade Nova, onde deixei o material.
O carro que você roubou da casa apareceu depredado. Por que?
Não fui eu. Eu levei o carro até o rio e o deixei lá, sem fazer nada com ele. Acho que os moradores de lá, revoltados, decidiram quebrar o carro.
Você diz que tinha raiva da Olga. Mas Tatiana, você não gostava dela também?
Eu gostava da Tatiana. Aliás, gostava bastante da dona Olga também. Ela era como uma mãe para mim e a filha dela era como uma irmã. Mas fiz tudo isso com raiva. Sei que cometi um ato bastante grave.
Foi cogitado que você torturou a Tatiana por que estava atrás de dinheiro. É verdade?
Eu não sabia que havia dinheiro na casa.
Você se arrependeu do que fez?
Estou com muito remorso do que fiz, lamento muito. Desde o dia do crime que eu não consigo dormir ou me alimentar direito. Vou viver daqui para frente traumatizado. Agora vou pagar pelo crime e quero que o juiz me dê uma pena justa.
Você tem algum recado para a família das vítimas?
Espero que eles não guardem rancor pelo que fiz.
Fonte: DN Online
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