Diversos

Correios: governo finaliza projeto de lei que abre caminho para privatização em 2021

Foto: Jorge William / Agência O Globo

O governo vai enviar ao Congresso, nos próximos dias, um projeto de lei que abre caminho para a privatização dos Correios. O texto já foi assinado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. A proposta regulamenta o artigo da Constituição que trata dos serviços postais.

O modelo de privatização ainda está em estudo pelo governo, que trabalha com um cronograma no qual o leilão é previsto para meados de 2021. Mas o projeto de lei dará flexibilidade para qualquer modelo que o Ministério da Economia definir para vender a estatal.

A privatização dos Correios será a primeira a ser proposta pelo governo em 2020. Nos bastidores, a expectativa de Guedes é tentar aprovar o projeto ainda neste ano, como forma de demonstrar avanço na agenda de desestatizações, que pouco andou até agora.

Em 2019, foi proposta a privatização da Eletrobras, que também não avançou no Congresso.

O artigo 21 da Constituição diz que compete à União “manter o serviço postal e o correio aéreo nacional”. O projeto de lei elaborado pela equipe de Guedes define o que é o serviço postal, criando o conceito de serviço postal universal, disse ao GLOBO o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord.

— Com isso, cria-se um mercado plenamente competitivo, cabendo à União apenas garantir que todos serão atendidos — explicou o secretário. — Isso tirará um enorme peso do governo, que poderá focar sua energia na oferta (de serviço postal) a essas regiões específicas ou então oferecer o serviço “em pacotes”, como estamos fazendo com o saneamento, misturando áreas deficitárias com outras superavitárias.

Uma das principais críticas dos contrários à privatização dos Correios, como a Adcap, associação dos funcionários da estatal, é a de que um operador privado não terá interesse de manter o alcance atual do serviço postal, que chega a todos os municípios e regiões do país.

Mac Cord diz que o governo vai manter atendimento a todos os brasileiros, independentemente do modelo escolhido para a privatização. O governo não descarta vender parte da empresa ou lançar ações em Bolsa, entre outros modelos.

— De qualquer forma, o texto não crava uma solução: apenas nos abre um leque de oportunidades enorme, mas sempre garantindo que ninguém ficará para trás — disse o secretário, acrescentando que serviços essenciais como entregas de vacinas ou de urnas eleitorais não podem deixar de ser oferecidos. — A questão é que faremos isso de maneira mais eficiente, em respeito ao recurso público.

O secretário diz que o objetivo do projeto é abrir espaço para o futuro, citando como exemplo as exigências da privatização das telecomunicações, na década de 1990, que hoje não fazem mais sentido. Por isso, afirmou, não é possível fixar tecnologias na lei:

— Entregas começam a ser feitas por drones. Caminhões autônomos são realidade. Não é o governo quem vai conseguir acompanhar o ritmo das mudanças. Precisamos do empreendedor, do visionário, do inovador. A quebra do monopólio nos permitirá fazer isso: serviços melhores por menores preços.

Corte de gastos

Os Correios têm cerca de 130 mil funcionários, maior contingente entre as estatais. Em 2019, a empresa distribuiu 4,96 bilhões de objetos, gerando receita bruta de R$ 19,1 bilhões. A empresa teve lucro de R$ 102 milhões no ano passado. Em 2018, o ganho foi de R$ 161 milhões.

Alvo de escândalos de corrupção, a estatal chegou a registrar quatro anos seguidos de prejuízo (entre 2013 e 2016). Nos últimos anos, vem tentando reduzir custos com um programa de demissões incentivadas e novas regras para benefícios para os servidores.

O Postalis, o fundo de pensão dos trabalhadores dos Correios, tem rombo de R$ 10 bilhões.

— Os Correios possuem ativos valiosíssimos: uma capilaridade enorme, centros de distribuição muito bem localizados. Como será feito, ainda está em estudo. Por isso que uma lei flexível é tão importante — disse Mac Cord, sem estimar quanto vale a estatal.

Modelo de venda desafiador

O maior desafio para uma eventual privatização dos Correios, segundo especialistas, é como definir um modelo de venda que equilibre a atratividade do negócio para empresas privadas com a manutenção da capilaridade de atendimento.

É consenso que a malha da estatal, presente em todos os municípios do país, é um fator que derruba a rentabilidade da operação.

O tamanho dos Correios, que hoje tem cerca de 130 mil funcionários, seus passivos e sua operação deficitária são fatores que deverão ser levados em conta no desenho da privatização e afetam o valor do negócio.

O cronograma do governo, que prevê a desestatização ainda em 2021, é visto como excessivamente otimista.

— É uma empresa extremamente endividada, com um fundo de pensão quebrado. Se o governo quiser ganhar dinheiro com a privatização, tem que tirar tudo isso da mão do investidor. Também precisaria enxugar a estrutura, fazer PDV (plano de demissão voluntária), recapacitar os servidores, porque não vai ter setor privado interessado em contratar 130 mil — afirma Elena Landau, economista e ex-diretora do BNDES.

Para Sérgio Lazzarini, professor do Insper, o modelo mais fácil do ponto de vista técnico seria vender a operação como um todo e deixar o setor privado ajustar a estrutura adquirida.

No entanto, isso traria alta nos preços dos serviços em regiões mais afastadas e queda na área de cobertura.

— Os Correios atendem regiões como favelas e áreas remotas que não são hoje atendidas pelos privados porque não há rentabilidade. Se vender a empresa sem parâmetro regulatório, o preço vai subir — diz ele.

Subsídios públicos

A alternativa de exigir uma cobertura mínima em áreas menos rentáveis, como na privatização das empresas de telefonia, derruba a atratividade da empresa para a iniciativa privada.

Lazzarini diz defender que o governo subsidie, a preços de mercado, uma espécie de complementação do frete para que o custo da entrega não seja alto para o consumidor nessas regiões.

Tayguara Helou, presidente do sindicato das empresas de transporte de São Paulo, diz que a venda da empresa em bloco único seria um caminho viável.

— É uma empresa deficitária mesmo sem pagar tributos federais, estaduais e municipais. O ideal seria fatiar a operação por unidades de negócio por meio de concessões — afirma.

Helou lembra que o segmento postal não é um mercado muito rentável. Por isso, se for atendido pelas companhias privadas, será uma receita periférica.

Alexandre Pierantoni, diretor-executivo da consultoria Duff & Phelps, afirma que, independentemente do modelo a ser adotado, é pouco factível que o governo consiga concretizar a desestatização antes de 2022.

— Todo o modelo de concessão demanda tempo, precisa de estudos e conversas com investidores.

Uma divisão da estatal por segmentos de serviço em vez de um fatiamento regional, segundo ele, pode fazer mais sentido ao negócio.

— A preocupação é como fatiar a operação de modo a garantir que as unidades de negócios tenham regiões lucrativas e deficitárias juntas.

Manter o serviço estatal apenas na ponta da entrega final, mas privatizar as demais etapas do processo logístico, como distribuição e transporte, pode ser uma solução rentável, segundo Luís Antônio de Souza, sócio do escritório Souza, Mello e Torres.

A modelagem da privatização, segundo ele, também vai precisar discutir temas como a privacidade e a proteção de dados de entregas e fluxos postais, informações que hoje têm alto valor comercial.

O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. Os correios dados de graça hoje ainda é caro, empresa falida, incompetente em vários setores, sendo um cabide de empregos para funcionários sindicalistas sem futuro e políticos pilantras. Vende essa porra logo, antes que leve mais dinheiro do contribuinte.

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Saúde

Recuperação de Bolsonaro em risco: soluços persistentes preocupam equipe médica

Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro segue se recuperando da cirurgia de hérnia inguinal bilateral realizada nesta quinta-feira (25). Médicos afirmam que os soluços recorrentes têm castigado o ex-presidente, prejudicando sono, causando cansaço e atrasando a recuperação do pós-operatório. Para conter os soluços, a equipe avalia um procedimento anestésico chamado “bloqueio do nervo frênico”, que pode ser realizado na próxima segunda-feira (29).

Segundo o cardiologista Brasil Ramos Caiado, a equipe pretende primeiro otimizar o tratamento clínico, ajustar a dieta e potencializar a medicação antes de decidir pelo procedimento invasivo. Inicialmente, o bloqueio do nervo havia sido proposto, mas os médicos notaram que os soluços podem ter relação com trombo digestivo, esofagite severa, gastrite e refluxo gastroesofágico, conforme informações do Poder360.

Bolsonaro está acordado e se recupera em seu quarto, com previsão de cerca de cinco dias para retomar autonomia. A cirurgia durou aproximadamente 3h30 e corrigiu hérnias nos dois lados — uma em fase inicial e outra com piora — usando a técnica Wittgenstein. O objetivo é permitir que ele consiga se movimentar, tomar banho, se vestir e se alimentar sozinho.

A operação foi feita por via aberta, método tradicional com cortes maiores, indicado para casos complexos que exigem maior acesso e manipulação dos órgãos. Embora a videolaparoscopia seja menos invasiva, com recuperação mais rápida e cicatrizes menores, os médicos consideraram a via aberta a melhor opção para as hérnias de Bolsonaro devido à complexidade do caso.

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Geral

Vorcaro encara acareação com BC e ex-presidente do BRB em Brasília

Foto: Reprodução

O banqueiro Daniel Vorcaro, do Master, vai participar presencialmente da acareação com o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e o diretor de fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos, nesta terça-feira (30/12) em Brasília. A audiência foi determinada pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal.

Vorcaro deixou a prisão há pouco tempo, onde ficou 12 dias, acusado de tentar fugir do Brasil após anunciar a venda do Master. Desde então, ele é monitorado por tornozeleira eletrônica. A defesa comprovou que a viagem a Brasília havia sido informada ao Banco Central e obteve a soltura com a restrição do uso do equipamento.

O objetivo da acareação é confrontar as versões do banqueiro e do Banco Central sobre a decisão da autoridade monetária de liquidar o banco. A defesa de Vorcaro afirma que os ritos legais não foram cumpridos. A atuação do BC também está sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU).

Ainda não está confirmado se o próprio Dias Toffoli participará da acareação. É possível que ele seja substituído por um juiz instrutor do seu gabinete.

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Política

Oposição quebra recesso e corre para protocolar novo impeachment de Moraes

Foto: Divulgação

A liderança da oposição na Câmara dos Deputados anunciou que vai interromper o recesso parlamentar para apresentar mais um pedido de impeachment contra o ministro do STF Alexandre de Moraes. A convocação é do novo líder oposicionista, deputado Cabo Gilberto Silva, que marcou presença dos parlamentares em Brasília na próxima segunda-feira (29).

Antes do protocolo, o deputado fará entrevista coletiva às 16h, no Salão Verde da Câmara. Como o alvo é um ministro do STF, o pedido precisa ser protocolado no Senado . A liderança justificou a medida em comunicado: “Estaremos suspendendo o recesso parlamentar pela segunda vez, porque não é possível permanecer inerte diante do tamanho absurdo institucional que o Brasil está vivendo”.

Na semana passada, senadores da oposição já tinham protocolado pedido semelhante contra Moraes, baseado em reportagem do jornal O Globo sobre supostos contatos entre o ministro e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, envolvendo o Banco Master.

Segundo os parlamentares, a situação configura “conflito de interesses”, com Moraes atuando a favor de interesses privados específicos usando o peso do cargo que ocupa.

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Economia

Petrobras afunda e lidera ranking das maiores quedas na B3 em 2025

Foto: Arquivo

A Petrobras foi a empresa que mais perdeu valor de mercado em 2025. Entre 31 de dezembro de 2024 e 23 de dezembro deste ano, a estatal brasileira se desvalorizou em mais de R$ 87 bilhões, segundo levantamento da consultoria Elos Ayta. Ambipar e Weg completam o pódio das maiores quedas, com perdas de R$ 21,2 bilhões e R$ 18,8 bilhões, respectivamente, segundo informações da Istoé Dinheiro.

Outra estatal de peso, o Banco do Brasil, também figura entre as dez maiores quedas, com retração de R$ 13,8 bilhões. Somadas, Petrobras e Banco do Brasil acumularam redução de R$ 100,8 bilhões em 2025, valor maior que a soma das outras oito empresas do TOP 10, mostrando o impacto desproporcional das estatais no mercado.

Segundo a consultoria, o valor de mercado mostra, em cifras absolutas, como o mercado percebeu cada empresa ao longo do ano. Enquanto o preço das ações indica rentabilidade percentual para acionistas, o valor de mercado evidencia a riqueza criada ou destruída pelas companhias em um período específico.

Valorizações

No lado positivo, o setor bancário dominou as maiores valorizações. O BTG Pactual liderou com alta de R$ 150,4 bilhões, seguido pelo Itaú Unibanco, com R$ 131,1 bilhões, e a Vale, que acrescentou R$ 78,3 bilhões.

O levantamento mostra que, em 2025, a criação e destruição de valor na Bolsa brasileira foi desigual, refletindo diferentes modelos de negócio e percepções de risco dos investidores.

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Geral

OEA aponta restrições à liberdade de expressão e critica STF no Brasil

Foto: STF

A Organização dos Estados Americanos (OEA) divulgou nesta sexta-feira (26) o relatório final sobre a liberdade de expressão no Brasil. O documento, elaborado pelo enviado especial Pedro Vaca, reconhece instituições brasileiras fortes, mas faz críticas diretas à Justiça.

O relatório cita o STF várias vezes e alerta que a ação penal é um dos mecanismos mais severos de restrição à liberdade de expressão. Segundo o texto, responsabilidades civis desproporcionais podem ter efeito semelhante, sendo ambos frequentemente usados no país, segundo informações do Metrópoles.

O relator afirma ainda que o Poder Judiciário impõe medidas cautelares ou provisórias que limitam a liberdade de expressão. Ele observa que o STF e outras autoridades podem ampliar o alcance desses mecanismos e atrasar sua conclusão, devido à complexidade dos casos investigados.

O principal objetivo do documento é fiscalizar e documentar possíveis descumprimentos de direitos humanos, incluindo a liberdade de expressão. O relatório também funciona como instrumento de pressão política e diplomática, podendo levar o governo a adotar medidas corretivas ou recuar em decisões.

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Política

Zambelli sofre agressões na prisão na Itália e é transferida de cela

Foto: Arquivo

A ex-deputada federal Carla Zambelli foi transferida de cela em prisão na Itália após sofrer agressões de colegas de prisão em pelo menos três ocasiões, antes de setembro. Segundo o advogado Fábio Pagnozzi, o presídio não tomou medidas imediatas alegando alta rotatividade entre as detentas.

Diante do risco à integridade física de Zambelli, a defesa solicitou a mudança de andar, que foi atendida. A parlamentar deixou a cela no térreo e passou a ocupar uma no andar superior. Zambelli está presa após fugir do Brasil para não cumprir pena de 10 anos de reclusão imposta pelo STF pelo caso do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Em 14 de dezembro, a ex-deputada renunciou oficialmente ao mandato junto à Secretaria-Geral da Mesa da Câmara. Com a renúncia, o presidente da Câmara, Hugo Motta, convocou o suplente Adilson Barroso para ocupar a vaga deixada por Zambelli, conforme prevê a legislação.

A renúncia foi estratégica, segundo o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, para evitar a cassação determinada pelo STF. Em 11 de dezembro, o ministro Alexandre de Moraes anulou a decisão da Câmara que manteve o mandato, determinando sua perda imediata por condenação criminal com trânsito em julgado.

Zambelli renunciou antes que a Mesa da Câmara pudesse declarar oficialmente a perda do mandato.

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Geral

AGU derruba liminar e CNH do Brasil segue valendo para todos

Foto: Renato Menezes/Ascom AGU

A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu no TRF da 1ª Região cassar a liminar que suspendia o programa CNH do Brasil. A medida mantém as novas regras que facilitam o acesso à Carteira Nacional de Habilitação e a renovação para motoristas já habilitados.

A liminar havia sido concedida pela Justiça Federal em Mato Grosso, atendendo pedido do Detran/MT. A AGU comprovou que o Contran tinha poder legal para regulamentar a nova CNH, que já está sendo implementada em vários estados, e alertou para os riscos ao interesse público se o programa fosse interrompido.

O desembargador federal João Batista Moreira, presidente do TRF1, destacou que a ação estava dentro do poder regulamentar dos órgãos federais de trânsito. Para a AGU, a decisão garante uniformidade no sistema nacional, evita insegurança jurídica e protege milhões de condutores de impactos negativos.

A nova CNH já está em vigor e trouxe mudanças importantes, como ajustes nos custos, carga horária das aulas e exigência de exames médicos, simplificando tanto a obtenção quanto a renovação da habilitação.

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Economia

Endividamento das famílias bate 49,3% e consignado privado explode 257%

Foto: Reprodução

O endividamento das famílias brasileiras chegou a 49,3% em outubro, segundo dados do Banco Central divulgados nesta sexta-feira (26). O estoque total de crédito no país atingiu R$ 7 trilhões, mas o preço para o consumidor dispara: a taxa média de juros para pessoas físicas subiu para 59,4% ao ano, o maior nível desde 2017.

O destaque vai para o crédito consignado privado, que saltou 257% no ano. Trabalhadores com carteira assinada, microempreendedores e motoristas de aplicativo, beneficiados pelo programa Crédito do Trabalhador, passaram a ter acesso a mais de R$ 6 bilhões mensais, contra R$ 1,6 bilhão antes do programa. Mas a facilidade tem custo alto: os juros dessa modalidade subiram de 39,1% para uma projeção de 57,1% ao ano.

Especialistas alertam que a combinação de juros altos e salários que não acompanham a inflação tende a aumentar a inadimplência. Jorge Azevedo, especialista em crédito, ressalta que dívidas podem ser boas se usadas para gerar renda, como financiamento de veículo para trabalho, mas a situação atual preocupa pelo custo elevado do crédito.

Para 2026, o cenário é um “cabo de guerra” para o bolso do brasileiro. A nova faixa de isenção do Imposto de Renda deve dar fôlego às famílias com salários de até R$ 5 mil, mas a Selic a 15% até março deve frear o consumo.

Segundo o Banco Daycoval, o dinheiro extra deve se concentrar em crédito habitacional (26%), consignado (24%) e cartão de crédito (19%), indicando que o aumento de renda não será suficiente para aliviar totalmente o endividamento.

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Política

Caio Coppolla chega ao SBT e promete balançar a política na TV e nas redes

Foto: Divulgação

O SBT anunciou nesta terça-feira (26) a contratação do comentarista político Caio Coppolla, que vai comandar o quadro Boletim Coppolla. O programa será exibido de segunda a sexta no Jornal do SBT News e aos sábados no SBT Brasil, na TV aberta.

Coppolla, 39 anos, é bacharel em Direito pela USP e atua como comentarista desde 2018. Passou por Jovem Pan e CNN Brasil, acumulando experiência em análise política. Nas redes sociais, ele é uma das vozes mais influentes, com mais de 6 milhões de seguidores.

O comentarista aceitou o convite do SBT logo após o fim do seu contrato com a CNN, no dia 21 de dezembro. Até então, participava do quadro “O Grande Debate”, ao lado do ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.

Com a chegada de Coppolla, o SBT reforça sua aposta em conteúdo político focado em análise direta e engajamento digital, mirando um público que acompanha debates nas redes e na TV aberta.

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Geral

Detran/RN disponibiliza pagamento de débitos veiculares via PIX

Imagem: reprodução

O Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Norte (Detran/RN) passou a disponibilizar oficialmente o pagamento de débitos veiculares por meio do sistema PIX. A medida atende à Lei nº 12.615/2025, publicada no Diário Oficial do Estado nesta sexta-feira (26).

Com a nova funcionalidade, proprietários de veículos podem quitar Licenciamento, IPVA, Taxa de Bombeiros e multas de trânsito de forma instantânea pelo Portal de Serviços do Detran/RN, utilizando login pela conta Gov.br.

Após o pagamento, o usuário pode atualizar e emitir o CRLV eletrônico (CRLV-e) diretamente no sistema, sem necessidade de atendimento presencial. O documento atualizado fica disponível imediatamente após a regularização dos débitos.

Segundo o Detran/RN, o pagamento via PIX já vinha sendo utilizado como parte do processo de modernização dos serviços digitais e agora passa a operar de forma plena, ampliando a agilidade e a comodidade para os condutores do estado.

Como proceder:

Para acessar a ferramenta de pagamento instantâneo (PIX), o usuário deve entrar no Portal de Serviços do Detran/RN (portal.detran.rn.gov.br), realizar o login por meio da conta Gov.br, clicar em “Veículo” e, em seguida, selecionar a opção “Meus Veículos”. Na tela, serão exibidas todas as informações do veículo, bem como os eventuais débitos existentes. O usuário poderá selecionar a taxa a ser quitada e emitir o código PIX para realizar o pagamento.

Após a quitação dos débitos, ainda no Portal de Serviços do Detran/RN, o usuário deve retornar à opção “Meus Veículos” e, ao clicar no modelo do veículo, visualizará dois botões na cor azul: um identificado como “+ Emitir CRLV-e” e outro como “+ Atualizar CRLV”. Após a atualização do CRLV, o documento atualizado ficará disponível no sistema e pode também ser emitido, bastando clicar no botão “+ Emitir CRLV-e”, na mesma página.

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