Educação

Cotistas e não cotistas mostram mesmo desempenho e permanência na UFRN

Não há diferenças de desempenho acadêmico entre alunos cotistas e não cotistas após o ingresso na UFRN. A inclusão social e a busca pela redução de desigualdades, associada a ampliação de vagas, apontam para o fato de que os resultados da implementação da Lei de Cotas são, sim, positivos. A conclusão faz parte dos resultados de uma pesquisa de quatro anos realizada pelo pesquisador Ythalo Hugo da Silva Santos, do Programa de Pós-Graduação em Demografia (PPGDem).

O trabalho de Ythalo teve como objetivo analisar a trajetória acadêmica dos ingressantes na UFRN após a efetivação da Lei nº 12.711/12, também conhecida como Lei de Cotas, em 2014, avaliando a permanência e o desempenho dos alunos cotistas e os ingressantes via ampla concorrência. Ele identificou que as diferenças nos escores na grande maioria dos cursos foram mínimas, sinalizando para uma margem inexpressiva neste indicador. A exceção fica nos cursos da área biomédica, que apontam para um desempenho ligeiramente melhor de alunos não cotistas (p-valor=0,003).

Para testar a hipótese de que não há diferença quanto à permanência e o desempenho entre alunos cotistas e não cotistas, Ythalo utilizou uma base de dados contendo informações de 5.633 ingressantes no Campus Central da UFRN em 2014, provenientes do Observatório da Vida do Estudante Universitário (OVEU/COMPERVE) da UFRN. O estudo então analisou o perfil sociodemográfico dos ingressantes, a permanência dos alunos ao longo de cinco anos e o desempenho entre os estudantes dos dois grupos.

De um modo geral o estudo contribui para a área ao apontar diferenças sociodemográficas de alunos dos dois grupos. Ythalo explica que a evasão se configurou como um problema relevante para toda a coorte analisada, mas que nos cursos de maior evasão a origem socioeconômica fez diferença para a permanência. “Os auxílios para permanência podem ter contribuído de maneira decisiva para a continuação de alunos cotistas, mas a evasão representa um problema para os dois grupos”, opina Ythalo.

Um dos motivos talvez seja a dificuldade dos discentes em conciliar trabalho e estudo. “Verificamos que os alunos que estavam trabalhando ao ingressar na universidade apresentaram maior evasão. E, comparando-se o grupo de cotistas e não cotistas, constatou-se que os cotistas que já trabalharam, mas não estavam trabalhando, permaneceram mais do que os não cotistas, apontando neste caso para um efeito positivo das cotas no grupo de alunos que já trabalharam, mas não estavam trabalhando ao ingressar na UFRN”, analisa o pesquisador.

Os resultados relativos à evasão podem mostrar a evidência do impacto das bolsas e auxílios permanência oferecidos na UFRN, em que os cotistas têm os requisitos para serem beneficiados. Entretanto, por meio dos dados disponibilizados, não foi possível investigar o status dos alunos cotistas quanto ao recebimento destes auxílios, sendo uma importante frente de análise em estudos futuros.

O pesquisador apresentou a dissertação Lei de cotas no ensino superior: uma análise da permanência e desempenho da coorte de ingressantes em 2014 na UFRN em dezembro de 2020, sob a orientação da professora Luciana Lima e coorientação de Iloneide Ramos. Luciana é enfática sobre o assunto: “O tema das cotas para o acesso ao ensino superior no Brasil sempre foi cercado de alguma controvérsia entre diversos setores da sociedade e se torna mais relevante agora, pois a lei que a criou em 2012 prevê a necessidade de sua renovação pelo congresso após 10 anos. Sendo assim, até lá, será preciso entender os impactos sociais e resultados dessa política para subsidiar as discussões fundamentadas com evidências empíricas”, diz Luciana.

Para a professora, os resultados trazidos pela pesquisa de Ythalo soma-se a esse esforço para entender e esclarecer com dados os efeitos das políticas de ação afirmativa e de redução de desigualdades de acesso ao ensino superior no Brasil.

Por fim, a pesquisa reconhece a importância da Lei de Cotas na expansão do acesso ao Ensino Superior e ressalta que o acesso à universidade pode gerar melhores perspectivas aos ingressantes em situações sociais mais vulneráveis. “Os resultados apresentados podem inclusive embasar a implantação de políticas públicas de forma mais assertiva na UFRN. Análises futuras sobre a inserção dos alunos cotistas e não cotistas no mercado de trabalho são agendas de pesquisas importantes para um entendimento mais completo sobre o impacto desta política pública”, finaliza Ythalo.

Com UFRN

Opinião dos leitores

  1. Kkkk
    A famosa análise migué, basta tá lá dentro para saber que essa é pesquisa na condiz com a realidade!

  2. A inclusão social e a redução das desigualdades sociais são frutos das políticas públicas do governo de lula e Dilma … Queira ou não essa é a verdade .

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Geral

Vorcaro encara acareação com BC e ex-presidente do BRB em Brasília

Foto: Reprodução

O banqueiro Daniel Vorcaro, do Master, vai participar presencialmente da acareação com o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e o diretor de fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos, nesta terça-feira (30/12) em Brasília. A audiência foi determinada pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal.

Vorcaro deixou a prisão há pouco tempo, onde ficou 12 dias, acusado de tentar fugir do Brasil após anunciar a venda do Master. Desde então, ele é monitorado por tornozeleira eletrônica. A defesa comprovou que a viagem a Brasília havia sido informada ao Banco Central e obteve a soltura com a restrição do uso do equipamento.

O objetivo da acareação é confrontar as versões do banqueiro e do Banco Central sobre a decisão da autoridade monetária de liquidar o banco. A defesa de Vorcaro afirma que os ritos legais não foram cumpridos. A atuação do BC também está sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU).

Ainda não está confirmado se o próprio Dias Toffoli participará da acareação. É possível que ele seja substituído por um juiz instrutor do seu gabinete.

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Política

Oposição quebra recesso e corre para protocolar novo impeachment de Moraes

Foto: Divulgação

A liderança da oposição na Câmara dos Deputados anunciou que vai interromper o recesso parlamentar para apresentar mais um pedido de impeachment contra o ministro do STF Alexandre de Moraes. A convocação é do novo líder oposicionista, deputado Cabo Gilberto Silva, que marcou presença dos parlamentares em Brasília na próxima segunda-feira (29).

Antes do protocolo, o deputado fará entrevista coletiva às 16h, no Salão Verde da Câmara. Como o alvo é um ministro do STF, o pedido precisa ser protocolado no Senado . A liderança justificou a medida em comunicado: “Estaremos suspendendo o recesso parlamentar pela segunda vez, porque não é possível permanecer inerte diante do tamanho absurdo institucional que o Brasil está vivendo”.

Na semana passada, senadores da oposição já tinham protocolado pedido semelhante contra Moraes, baseado em reportagem do jornal O Globo sobre supostos contatos entre o ministro e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, envolvendo o Banco Master.

Segundo os parlamentares, a situação configura “conflito de interesses”, com Moraes atuando a favor de interesses privados específicos usando o peso do cargo que ocupa.

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Economia

Petrobras afunda e lidera ranking das maiores quedas na B3 em 2025

Foto: Arquivo

A Petrobras foi a empresa que mais perdeu valor de mercado em 2025. Entre 31 de dezembro de 2024 e 23 de dezembro deste ano, a estatal brasileira se desvalorizou em mais de R$ 87 bilhões, segundo levantamento da consultoria Elos Ayta. Ambipar e Weg completam o pódio das maiores quedas, com perdas de R$ 21,2 bilhões e R$ 18,8 bilhões, respectivamente, segundo informações da Istoé Dinheiro.

Outra estatal de peso, o Banco do Brasil, também figura entre as dez maiores quedas, com retração de R$ 13,8 bilhões. Somadas, Petrobras e Banco do Brasil acumularam redução de R$ 100,8 bilhões em 2025, valor maior que a soma das outras oito empresas do TOP 10, mostrando o impacto desproporcional das estatais no mercado.

Segundo a consultoria, o valor de mercado mostra, em cifras absolutas, como o mercado percebeu cada empresa ao longo do ano. Enquanto o preço das ações indica rentabilidade percentual para acionistas, o valor de mercado evidencia a riqueza criada ou destruída pelas companhias em um período específico.

Valorizações

No lado positivo, o setor bancário dominou as maiores valorizações. O BTG Pactual liderou com alta de R$ 150,4 bilhões, seguido pelo Itaú Unibanco, com R$ 131,1 bilhões, e a Vale, que acrescentou R$ 78,3 bilhões.

O levantamento mostra que, em 2025, a criação e destruição de valor na Bolsa brasileira foi desigual, refletindo diferentes modelos de negócio e percepções de risco dos investidores.

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Geral

OEA aponta restrições à liberdade de expressão e critica STF no Brasil

Foto: STF

A Organização dos Estados Americanos (OEA) divulgou nesta sexta-feira (26) o relatório final sobre a liberdade de expressão no Brasil. O documento, elaborado pelo enviado especial Pedro Vaca, reconhece instituições brasileiras fortes, mas faz críticas diretas à Justiça.

O relatório cita o STF várias vezes e alerta que a ação penal é um dos mecanismos mais severos de restrição à liberdade de expressão. Segundo o texto, responsabilidades civis desproporcionais podem ter efeito semelhante, sendo ambos frequentemente usados no país, segundo informações do Metrópoles.

O relator afirma ainda que o Poder Judiciário impõe medidas cautelares ou provisórias que limitam a liberdade de expressão. Ele observa que o STF e outras autoridades podem ampliar o alcance desses mecanismos e atrasar sua conclusão, devido à complexidade dos casos investigados.

O principal objetivo do documento é fiscalizar e documentar possíveis descumprimentos de direitos humanos, incluindo a liberdade de expressão. O relatório também funciona como instrumento de pressão política e diplomática, podendo levar o governo a adotar medidas corretivas ou recuar em decisões.

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Política

Zambelli sofre agressões na prisão na Itália e é transferida de cela

Foto: Arquivo

A ex-deputada federal Carla Zambelli foi transferida de cela em prisão na Itália após sofrer agressões de colegas de prisão em pelo menos três ocasiões, antes de setembro. Segundo o advogado Fábio Pagnozzi, o presídio não tomou medidas imediatas alegando alta rotatividade entre as detentas.

Diante do risco à integridade física de Zambelli, a defesa solicitou a mudança de andar, que foi atendida. A parlamentar deixou a cela no térreo e passou a ocupar uma no andar superior. Zambelli está presa após fugir do Brasil para não cumprir pena de 10 anos de reclusão imposta pelo STF pelo caso do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Em 14 de dezembro, a ex-deputada renunciou oficialmente ao mandato junto à Secretaria-Geral da Mesa da Câmara. Com a renúncia, o presidente da Câmara, Hugo Motta, convocou o suplente Adilson Barroso para ocupar a vaga deixada por Zambelli, conforme prevê a legislação.

A renúncia foi estratégica, segundo o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, para evitar a cassação determinada pelo STF. Em 11 de dezembro, o ministro Alexandre de Moraes anulou a decisão da Câmara que manteve o mandato, determinando sua perda imediata por condenação criminal com trânsito em julgado.

Zambelli renunciou antes que a Mesa da Câmara pudesse declarar oficialmente a perda do mandato.

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Geral

AGU derruba liminar e CNH do Brasil segue valendo para todos

Foto: Renato Menezes/Ascom AGU

A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu no TRF da 1ª Região cassar a liminar que suspendia o programa CNH do Brasil. A medida mantém as novas regras que facilitam o acesso à Carteira Nacional de Habilitação e a renovação para motoristas já habilitados.

A liminar havia sido concedida pela Justiça Federal em Mato Grosso, atendendo pedido do Detran/MT. A AGU comprovou que o Contran tinha poder legal para regulamentar a nova CNH, que já está sendo implementada em vários estados, e alertou para os riscos ao interesse público se o programa fosse interrompido.

O desembargador federal João Batista Moreira, presidente do TRF1, destacou que a ação estava dentro do poder regulamentar dos órgãos federais de trânsito. Para a AGU, a decisão garante uniformidade no sistema nacional, evita insegurança jurídica e protege milhões de condutores de impactos negativos.

A nova CNH já está em vigor e trouxe mudanças importantes, como ajustes nos custos, carga horária das aulas e exigência de exames médicos, simplificando tanto a obtenção quanto a renovação da habilitação.

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Economia

Endividamento das famílias bate 49,3% e consignado privado explode 257%

Foto: Reprodução

O endividamento das famílias brasileiras chegou a 49,3% em outubro, segundo dados do Banco Central divulgados nesta sexta-feira (26). O estoque total de crédito no país atingiu R$ 7 trilhões, mas o preço para o consumidor dispara: a taxa média de juros para pessoas físicas subiu para 59,4% ao ano, o maior nível desde 2017.

O destaque vai para o crédito consignado privado, que saltou 257% no ano. Trabalhadores com carteira assinada, microempreendedores e motoristas de aplicativo, beneficiados pelo programa Crédito do Trabalhador, passaram a ter acesso a mais de R$ 6 bilhões mensais, contra R$ 1,6 bilhão antes do programa. Mas a facilidade tem custo alto: os juros dessa modalidade subiram de 39,1% para uma projeção de 57,1% ao ano.

Especialistas alertam que a combinação de juros altos e salários que não acompanham a inflação tende a aumentar a inadimplência. Jorge Azevedo, especialista em crédito, ressalta que dívidas podem ser boas se usadas para gerar renda, como financiamento de veículo para trabalho, mas a situação atual preocupa pelo custo elevado do crédito.

Para 2026, o cenário é um “cabo de guerra” para o bolso do brasileiro. A nova faixa de isenção do Imposto de Renda deve dar fôlego às famílias com salários de até R$ 5 mil, mas a Selic a 15% até março deve frear o consumo.

Segundo o Banco Daycoval, o dinheiro extra deve se concentrar em crédito habitacional (26%), consignado (24%) e cartão de crédito (19%), indicando que o aumento de renda não será suficiente para aliviar totalmente o endividamento.

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Política

Caio Coppolla chega ao SBT e promete balançar a política na TV e nas redes

Foto: Divulgação

O SBT anunciou nesta terça-feira (26) a contratação do comentarista político Caio Coppolla, que vai comandar o quadro Boletim Coppolla. O programa será exibido de segunda a sexta no Jornal do SBT News e aos sábados no SBT Brasil, na TV aberta.

Coppolla, 39 anos, é bacharel em Direito pela USP e atua como comentarista desde 2018. Passou por Jovem Pan e CNN Brasil, acumulando experiência em análise política. Nas redes sociais, ele é uma das vozes mais influentes, com mais de 6 milhões de seguidores.

O comentarista aceitou o convite do SBT logo após o fim do seu contrato com a CNN, no dia 21 de dezembro. Até então, participava do quadro “O Grande Debate”, ao lado do ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.

Com a chegada de Coppolla, o SBT reforça sua aposta em conteúdo político focado em análise direta e engajamento digital, mirando um público que acompanha debates nas redes e na TV aberta.

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Geral

Detran/RN disponibiliza pagamento de débitos veiculares via PIX

Imagem: reprodução

O Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Norte (Detran/RN) passou a disponibilizar oficialmente o pagamento de débitos veiculares por meio do sistema PIX. A medida atende à Lei nº 12.615/2025, publicada no Diário Oficial do Estado nesta sexta-feira (26).

Com a nova funcionalidade, proprietários de veículos podem quitar Licenciamento, IPVA, Taxa de Bombeiros e multas de trânsito de forma instantânea pelo Portal de Serviços do Detran/RN, utilizando login pela conta Gov.br.

Após o pagamento, o usuário pode atualizar e emitir o CRLV eletrônico (CRLV-e) diretamente no sistema, sem necessidade de atendimento presencial. O documento atualizado fica disponível imediatamente após a regularização dos débitos.

Segundo o Detran/RN, o pagamento via PIX já vinha sendo utilizado como parte do processo de modernização dos serviços digitais e agora passa a operar de forma plena, ampliando a agilidade e a comodidade para os condutores do estado.

Como proceder:

Para acessar a ferramenta de pagamento instantâneo (PIX), o usuário deve entrar no Portal de Serviços do Detran/RN (portal.detran.rn.gov.br), realizar o login por meio da conta Gov.br, clicar em “Veículo” e, em seguida, selecionar a opção “Meus Veículos”. Na tela, serão exibidas todas as informações do veículo, bem como os eventuais débitos existentes. O usuário poderá selecionar a taxa a ser quitada e emitir o código PIX para realizar o pagamento.

Após a quitação dos débitos, ainda no Portal de Serviços do Detran/RN, o usuário deve retornar à opção “Meus Veículos” e, ao clicar no modelo do veículo, visualizará dois botões na cor azul: um identificado como “+ Emitir CRLV-e” e outro como “+ Atualizar CRLV”. Após a atualização do CRLV, o documento atualizado ficará disponível no sistema e pode também ser emitido, bastando clicar no botão “+ Emitir CRLV-e”, na mesma página.

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Geral

‘A democracia começa pela ética dos juízes’, diz ex-ministro do STF Celso de Mello em apoio ao código de conduta para a Corte proposto por Fachin

Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello defendeu, em artigo publicado no Estadão, a adoção de um código de conduta para os ministros da Corte, proposta apresentada pelo presidente do STF, Edson Fachin.

No texto intitulado “A democracia começa pela ética dos juízes”, Celso de Mello afirma que a iniciativa “merece amplo apoio da cidadania” e classifica a medida como “moralmente necessária e institucionalmente urgente”.

Segundo ele, “em democracias consolidadas, a confiança na Justiça exige não só juízes honestos, mas regras claras, que impeçam qualquer aparência de favorecimento, dependência ou proximidade indevida com interesses privados e governamentais”.

O ministro aposentado cita exemplos internacionais, como os Estados Unidos, onde denúncias envolvendo os juízes Samuel Alito e Clarence Thomas levaram a investigações e a um debate público sobre ética na Suprema Corte. Ele também menciona o Tribunal Constitucional Federal da Alemanha como modelo a ser seguido.

Para Celso de Mello, um código de conduta não ameaça a autonomia do STF. “No caso do STF e dos tribunais superiores, um código de conduta não reduz a independência dos ministros; ao contrário, protege-a, afastando suspeitas, prevenindo constrangimentos e fortalecendo a autoridade moral das decisões da Corte”, escreveu.

Ao concluir, o ex-ministro afirmou: “Não basta ser imparcial, é preciso ser imparcial e também parecer imparcial!” e defendeu que a proposta de Fachin “atende a um imperativo republicano”.

O debate ocorre em meio a questionamentos envolvendo ministros do STF, como Alexandre de Moraes e Dias Toffoli, citados em reportagens recentes relacionadas ao caso do Banco Master, que têm alimentado discussões sobre transparência, ética e limites de atuação no Judiciário.

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